27 outubro, 2009

As "notas" esmiúçam o Amadora BD – parte I

Dou hoje inicio a um conjunto de textos que reflectem o meu olhar crítico e interessado sobre essa realidade que é o festival de BD da Amadora. Terminada que foi a fase FIBDA entramos na era do AMADORA BD. Afinal já são 20 anos de experiência. Mas nome novo, vícios velhos, conforme se verá.

O meu estado após o 1º fim-de-semana é cansado! Poderá o leitor pensar que passeei-me pela Mina, que visitei a Venteira e que dei um salto à Falagueira, numa de acompanhar a politica de descentralização das exposições do festival. Esqueçam. Qual Galeria Municipal Artur Bual ou o Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem. A não ser que estejam munidos de um GPS e dotados de uma enorme paciência para andar de um lado para o outro dentro do concelho da Amadora ou definitivamente as exposições fora do núcleo central não são para o visitante-não-residente-na-Amadora do festival visitar. É a minha primeira critica ao festival. Uma vez que sou de Lisboa, fico-me exclusivamente pelo que se passa no Fórum Luís de Camões.

Entrada. Piso 0. Uma área ampla, reúne na zona central as diversas mostras da exposição principal, ladeada por corredores espaçosos decorados com os bonecos que a organização convidou os visitantes a desenhar no site oficial. A vista fica para mais tarde. Desço ao piso -1. O primeiro espaço está destinado à área comercial. Stands arrumados lateralmente e a zona central está estranhamente tomada por aquela estranha estrutura mal parida que tão mal serviu os autores nas sessões de autógrafos do festival no ano passado e que este ano estranhamente ainda por lá continua. Obstruí uma zona de lazer, de encontro e de movimento de pessoas. Sigo então por um único corredor central e tenho acesso às restantes exposições do festival, em salas individuais. Parecem pequenas galerias de arte. Espaços muito bem conseguidos.


A verdade que ainda não percorri demoradamente todas as mostras do festival. Vi algumas. Gostei bastante da exposição dedicada a Lepage “Muchacho", onde facilmente se constata o talento em aguarela deste autor e destaco a mostra colectiva dos autores polacos. Os seus nomes são impronunciáveis mas os seus desenhos são muito bons. Anoto já que estão previstos autores polacos para o último fim-de-semana do festival. Vamos lá a ver se nos saem os talentosos. Gostei também de ver Maurício de Sousa “50 anos de quadradinhos” composta por bastantes e variadas pranchas da Turma da Mónica, onde podemos por exemplo observar os primeiros desenhos da personagem Cascão e homenagens por outros autores.


No lado oposto, e não falo em termos físicos, temos qualquer coisa dedicada aos “50 anos de Asterix”. Entendo que uma exposição de BD é essencialmente uma mostra de arte… desenhada! Se por vezes lá surge um boneco ou qualquer outro objecto em exposição também não vem mal ao mundo, mas agora fazer uma exposição comemorativa de uma das série mais vendidas em todo o mundo, sem uma prancha de BD exposta, sem uma pequena biografia dos autores Uderzo e Goscinny, sem uma única referência ao papel de Adolfo Simões Müller que publicou, pela primeira vez em Portugal, nas páginas de O Diabrete as aventuras de Astérix, mas carregada de bonecos de policloreto de vinilo e depois anunciar isto como um dos destaques do festival é como vender “gato por lebre”. Acreditem, este show-room de pvc's é completamente desprovido de qualquer interesse. Uma nulidade completa. Não vale nem dois minutos da nossa atenção (pelo menos da minha)!


O meu cansaço deve-se essencialmente às “maratonas” que são as sessões de autógrafos. Foi um fim-de-semana carregado de autores portugueses e salpicado com alguns autores estrangeiros. Lepage, nesta categoria, nas suas duas horas de disponibilidade dominou as atenções. Os objectivos, leia-se desenhos autografados, são alcançados! Ficam assim as primeiras impressões, sabendo que muito haverá ainda para falar nas próximas crónicas. Não consigo resolver o problema que tenho com a minha maquina, pelo que também fica para depois uma crónica mais fotográfica.





5 comentários:

Nuno Amado disse...

"Não consigo resolver o problema que tenho com a minha maquina, pelo que também fica para depois uma crónica mais fotográfica."

Ahahahah
E tiveste tu a gozar comigo porque eu me esqueci da minha no Sábado...

A ver se hoje ainda faço um post dedicado exclusivamente à área comercial, para mim o pior de tudo no Amadora BD!

Abraço

Gio disse...

Verbal,

Obrigado pela foto. Desde hoje que tive um montão de propostas! De manicures! Não me lembro é da tua cara. Se apareceres domingo terei o melhor prazer em conhecer-te.
Um abraço,
Gio

Diabba disse...

Pffff olha-m'este... deve achar que lhe fotografas-te as mãos... o desenho estava ali por acaso! hihihihi

Oh Verbal, num te sabia com fetiche por "mãozes" hihihihi

enxofre

Nota a ser lida UNICAMENTE pelo dono do blog: O Jorge é muito fixe, apresenta-te ao gajo, se eu soubesse que não se conheciam tinha-os apresentado.

Diabba disse...

E é fotografaste, tudo junto, sinhe?? encolham lá as garras sff!

Nuno Neves disse...

Viva Bongop, ainda não percebi se o problema é da maquina ou do fotografo!

PS está boa a troca de impressões sobre a área comercial do Amadora BD!

Caro Gio, a foto é do desenho que me fizeste, mas terei todo o gosto em (re)apresentar-me e cravar-te um Adamastor no próximo fds. Abraço

Olá Diabba, bem vinda a este cantinho de maledicência! Mãos? eu nem sabia que estavam ali mãos, o meu interesse é puramente gráfico! ;)