Começou o festival. Logo na Sexta faltou o tradicional fogo-de-artifício. No fim-de-semana faltou o público. Corredores e salas vazias eram talvez a imagem mais forte. Nem a presença da dupla Schuitten/Peeters salvou a festa. Claro que este aparente divórcio tem as suas causas, mas como prognósticos só no final do jogo, logo que terminado o evento, aqui dissertarei sobre aqueles, que na minha opinião, são os “males do festival”.
Mas a edição deste ano, tem vários motivos de interesse. As exposições, e atente-se que ainda não percorri todas, são sem dúvida o melhor que este 21º Amadora BD tem para oferecer. Da minha parte, destaco logo a dedicada à “Teoria do Grão de Areia”, de Schuitten e Peeters. Simplesmente eleva a condição de exposição para outro patamar. Cada prancha por si só é um convite ao visitante para partir à descoberta. Soberba! Só esta mostra já merece uma visita ao Amadora BD. Porque nunca se viu e dificilmente ser verá uma exposição assim.
Realço também como a arte de Luís Henriques na “Metrópole Feérica” funciona tão bem num espaço cénico muito bem organizado. Atrevo-me a dizer que gostei muito mais de ver a exposição do que de ler o álbum. Gostei igualmente da dedicada a “City Stories”, um projecto que envolve autores portugueses e polacos. E os polacos prometem aparecer no segundo fim-de-semana. E por fim "E Tudo Fernando Bento Sonhou". Desenhador, ilustrador, caricaturista, um grande artista. Excelente mostra.
Toda a projecção e execução cénica das exposições encontra-se muito bem conseguida, incorporando os diferentes ambientes que a cada arte transmite.
A razão pela qual ainda só vi uma mão-cheia de exposições, é porque o festival, mais que a soma das partes (exposições, autores, editores) é também um local de convívio, onde se reúne uma tribo que respira o mesmo ar, onde os gostos comuns se cruzam, onde encontramos amigos e caras conhecidos, onde as conversas mesmo com desconhecidos surgem de forma espontânea, onde as horas passam sem darmos conta. E só isto já merece uma visita ao Amadora BD.
As sessões de autógrafos, já se sabe, são sempre concorridas. Neste primeiro fim-de-semana, como já era esperado Schuitten e Peeters centralizaram as atenções. Azpiri e as suas aguarelas monocromáticas também receberam bastantes solicitações. À menina Aude Samama não lhe devem ter dito que apesar de ter feito um livro sobre Lisboa, ele não se encontra editado em português. E assim só atendeu meia-dúzia de bedéfilos bilingues! Boa onda são sempre os autores portugueses. Consegui um desenho da Joana Afonso, do Ricardo Cabral e do Osvaldo Medina. Diferr guardo-o para outro fim-de-semana.
Surpresas vieram da parte comercial. Gostei de ver já o 6º álbum do Escorpião (ASA) nas bancas; não gostei de ver o preço de feira de € 14,40!!! Que razões haverá para um escorpião tão inflacionado? Comparativamente, o novo Jeremiah (VitaminaBD) custou-me € 10,39. O novo Lucky Luke (ASA) tem um preço de € 9,99. Gostei de saber que a segunda parte de “A Maldição dos Trinta Denários” de Blake e Mortimer (ASA) está afinal previsto para Novembro e que o esperado “Bernard Prince” (VitaminaBD) já está a caminho de Portugal.
Relativamente aos debates e apresentações feitos pelo Pedro Mota, pouco posso dizer porque não só não entendo a língua francesa mas também porque infelizmente não possuo o dom da ubiquidade, e que esta é outra situação que também merecerá a minha atenção quando aqui falar sobre os “males do festival”.
E pronto, fica aqui a primeira nota sobre um festival marcado pela crise… de publico. Vamos esperar que para o 2º fim-de-semana a palavra passe!
Mas a edição deste ano, tem vários motivos de interesse. As exposições, e atente-se que ainda não percorri todas, são sem dúvida o melhor que este 21º Amadora BD tem para oferecer. Da minha parte, destaco logo a dedicada à “Teoria do Grão de Areia”, de Schuitten e Peeters. Simplesmente eleva a condição de exposição para outro patamar. Cada prancha por si só é um convite ao visitante para partir à descoberta. Soberba! Só esta mostra já merece uma visita ao Amadora BD. Porque nunca se viu e dificilmente ser verá uma exposição assim.
Realço também como a arte de Luís Henriques na “Metrópole Feérica” funciona tão bem num espaço cénico muito bem organizado. Atrevo-me a dizer que gostei muito mais de ver a exposição do que de ler o álbum. Gostei igualmente da dedicada a “City Stories”, um projecto que envolve autores portugueses e polacos. E os polacos prometem aparecer no segundo fim-de-semana. E por fim "E Tudo Fernando Bento Sonhou". Desenhador, ilustrador, caricaturista, um grande artista. Excelente mostra.
Toda a projecção e execução cénica das exposições encontra-se muito bem conseguida, incorporando os diferentes ambientes que a cada arte transmite.
A razão pela qual ainda só vi uma mão-cheia de exposições, é porque o festival, mais que a soma das partes (exposições, autores, editores) é também um local de convívio, onde se reúne uma tribo que respira o mesmo ar, onde os gostos comuns se cruzam, onde encontramos amigos e caras conhecidos, onde as conversas mesmo com desconhecidos surgem de forma espontânea, onde as horas passam sem darmos conta. E só isto já merece uma visita ao Amadora BD.
As sessões de autógrafos, já se sabe, são sempre concorridas. Neste primeiro fim-de-semana, como já era esperado Schuitten e Peeters centralizaram as atenções. Azpiri e as suas aguarelas monocromáticas também receberam bastantes solicitações. À menina Aude Samama não lhe devem ter dito que apesar de ter feito um livro sobre Lisboa, ele não se encontra editado em português. E assim só atendeu meia-dúzia de bedéfilos bilingues! Boa onda são sempre os autores portugueses. Consegui um desenho da Joana Afonso, do Ricardo Cabral e do Osvaldo Medina. Diferr guardo-o para outro fim-de-semana.
Surpresas vieram da parte comercial. Gostei de ver já o 6º álbum do Escorpião (ASA) nas bancas; não gostei de ver o preço de feira de € 14,40!!! Que razões haverá para um escorpião tão inflacionado? Comparativamente, o novo Jeremiah (VitaminaBD) custou-me € 10,39. O novo Lucky Luke (ASA) tem um preço de € 9,99. Gostei de saber que a segunda parte de “A Maldição dos Trinta Denários” de Blake e Mortimer (ASA) está afinal previsto para Novembro e que o esperado “Bernard Prince” (VitaminaBD) já está a caminho de Portugal.
Relativamente aos debates e apresentações feitos pelo Pedro Mota, pouco posso dizer porque não só não entendo a língua francesa mas também porque infelizmente não possuo o dom da ubiquidade, e que esta é outra situação que também merecerá a minha atenção quando aqui falar sobre os “males do festival”.
E pronto, fica aqui a primeira nota sobre um festival marcado pela crise… de publico. Vamos esperar que para o 2º fim-de-semana a palavra passe!
5 comentários:
Eu espero que sim, que melhore em termos de público. Até porque normalmente o primeiro fim-de-semana é habitualmente mais fraco. E se a isso, juntarmos uma divulgação deficiente, ainda temos mais um motivo. Mas concordo contigo quando dizes que vale a pena ver as exposições. E eu, tal como tu, ainda só vi uma pequena parte. Espero no próximo sábado ver mais alguma coisa. E espero também que haja mais público. Quero acreditar que sim. Um abraço.
Só para reforçar a opinião de que a exposição de Schuitten e Peeters já vale a deslocação ao 21º AmadoraBD.
Fantástica, uma iluminação super cuidada. Nota-se que está tudo pensado até ao mínimo pormenor.
Como referes existem outras que também estão muito bem conseguidas, mas esta é, como se costuma dizer, "de outro campeonato".
Resumindo, mesmo com alguns aspectos menos conseguidos, o balanço do meu 1º fim-de-semana é positivo. Passei 2 tardes em amena cavaqueira e ainda trouxe uns "recuerdos" muito agradáveis.
Até Sábado, para mais uma dose.
:-)
Abraço
Desculpem a pergunta, mas parece-me que a exposição da "Teoria do Grão de Areia" não é um original do Amadora BD, antes é uma exposição que vem de outro festival, ou estou enganado?
Olá Labas, penso que tens razão... a colecção já tinha sido anteriormente exposta lá fora. Abraço
Pois...
Já procurei e descobri que a exposição esteve em Paris em Setembro de 2008.
http://www.actuabd.com/La-Theorie-du-grain-de-sable-de-Brusel-a-Paris
De qualquer forma ainda bem que cá chegou, mesmo que atrasada!
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