28 maio, 2012

Crónica sobre o VIII FIBD de Beja

Já se sabia que não seria uma tarefa fácil. Um parco orçamento obrigava o festival a adaptar-se. Corte aqui, corte ali ou isso ou não haver festival, e essa seria talvez a pior das soluções, até por respeito pelo muito e magnifico trabalho já feito nas anteriores sete edições. Assim, é verdade que este ano em Beja não houve um grande FIBDB comparativamente. Menos autores, menos público. Mas fez-se o festival com os que estavam. E tudo o resto aconteceu como sempre acontece. A começar pela programação. Sempre preenchida. Na Casa da Cultura tivemos o exemplo perfeito da arte de bem programar. Nos dois dias, entre apresentações, lançamentos e dedos de conversas, foram mais de vinte as actividades que se sucederam num excelente ritmo, sem atrasos nem sobreposições. Torna-se quase impossível não participarmos nesta dinâmica, seja de forma activa ou passiva. Depois as exposições. Espalham-se pela primeira vez unicamente nas paredes da Casa da Cultura. Manifesto desde já o meu apoio a esta opção. Logo à entrada, verificamos que o acervo de originais da Bedeteca de Beja começa a ficar bem ricamente composto. Nas restantes mostras, comprova-se o que já se sabia. Temos excelentes artistas. Sem desprimor por todos os restantes autores representados, destaco o trabalho da Carla Rodrigues e do Eliseu Gouveia. A Carla começa a assumir o seu lugar no panorama bedéfilo nacional. Tem um traço único. Muito bom foi observar por comparação como o desenho dela cresce e ganha força pela aplicação da cor. O Eliseu foi uma agradável descoberta. É português. Desenha bem. Publica lá fora – assinou dois números de The Phantom, da Moonstone – e era até Beja um desconhecido cá dentro. Mas todos os trabalhos expostos merecem uma visita. Depois é o cumprir de rituais que já se entranharam. Terminar o longo Sábado na galeria do Desassossego e começar as manhas de Domingo nas aulas de história ao vivo do Prof. Florival. Que este ano nos presenteou com uma Villa Romana em Pisões. E assim, quase sem dar conta passei (mais) um fim-de-semana cheio, entre amigos, entre conversas, a respirar banda desenhada. E mais importante o FIBDB sobreviveu à mais dura das crises. Manter o festival com menos sem o desvirtuar. Era talvez este o maior desafio que se colocava este ano ao Paulo Monteiro e à equipa que com ele trabalha. E foi largamente superado. Saí de Beja convicto que a incerteza que pairou este ano sobre o FIBDB não se repetirá no próximo ano. Graças ao Paulo!

Deixo aqui algumas fotos, ficando o álbum completo aqui no facebook das notas bedéfilas.











6 comentários:

Diabba disse...

Oh pah, Beja não tem nada que se lhe compare.
Estou uma croma do pior.
]:-D

beijo d'enxofre

Nuno Amado disse...

Bolas... esqueceste uma coisa importante para qualquer bedefilo!







Os restaurantes... os restaurantes...
ahahhahahaha
Come-se muito bem nos intervalos do FIBDB!!!!!!
:D


Abraço

RuiR disse...

Realmente mais um belo fim de semana passado em Beja.
O festival encolheu, mas como tu muito bem frisas, a dinamica habitual esteve sempre presente.
IMENSAS actividades com uma organização muito afinada.

Tenho que mais uma vez deixar publicamente os Parabéns ao Paulo e respectiva equipa.

Abraço.

Luis disse...

Muito bom como sempre. Grande festival, com um ambiente extraordinário, com uma organização magnífica, com um tempo que também ajudou, com cultura e humor personificados no professor Florival (este nome podia ser um personagem de BD...), com boa música (esta é para o Verbal), e com malta muito baril (como os que aqui comentaram até agora :-) ). Para o ano é que já não me encontram no hotel onde fiquei este ano. Assim que souber o fds, é Bejense com o menino e a menina (que também está a tornar-se uma croma do pior). Abraço.

Nuno Neves disse...

Viva, eu não esqueci os restaurantes mas achei importante dar todo o destaque ao Paulo Monteiro, não fosse o "Pulo do Lobo",a "Muralha" ou "A Pipa" tirarem-lhe algum protagonismo :D

Sobre o Festival, é indisfarçável que o reduzido orçamento o limitou, restando a criatividade e a paixão do Paulo Monteiro para o levar a adiante. Espero é que a edição deste ano tenho servido para se perceber que com mais orçamento faz-se mais coisas e atrai-se mais público.

Luis, qualquer dia começa-se a optar pela reserva com um ano de antecedência :D

Abraço

João Amaral disse...

Foi de facto mais um fim-de-semana memorável. E fiquei contente que a organização do Festival tenha triunfado em toda a linha, apesar das aterradoras sombras que sobre ele se abatiam. Apesar dos cortes orçamentais as exposições e a logística continuaram a primar pela qualidade. É pois, por isso, que recomendo a quem ainda não foi lá, que vale mesmo a pena a deslocação a Beja. Um abraço.