13 agosto, 2021

Novidades do 32º Amadora BD e algumas considerações

Começam a regressar os festivais ao vivo. Agora foi o Amadora BD que deu noticias sobre a sua 32ª edição. O regresso ao festival presencial. A primeira novidade foi o anuncio de uma “nova casa”. O Fórum Luís de Camões (Brandoa) já é história e o festival muda-se este ano para o Ski Skate Park (Amadora). A solução este ano passa por usar o festival para tentar reabilitar um sitio que segundo a informação na internet dá como fechado permanentemente, mas que inicialmente oferecia uma pista de neve (lol) aos munícipes do concelho. Desconheço as actuais condições e infraestruturas do local, mas pelo google maps dá para perceber que pelo menos há estacionamento. A verdade é que há não forma de a autarquia arranjar um lugar definitivo e com as condições ideais para o evento. Cada ano que passa e são mais as saudades da Fábrica da Cultura.
 
Os prémios nacionais atribuídos pelo festival também sofreram alterações, não sei se para melhor. Desaparecem os Prémios de Banda Desenhada e Ilustração – PBDI, para dar lugar aos Prémios de Banda Desenhada da Amadora – PBDA. Dá para perceber que a Ilustração saltou fora. Não sei se o “desvio” do ano passado contribuiu em alguma coisa. Das seis categorias anteriores passamos agora a cinco. Basicamente mudou-se para ficar quase tudo na mesma. Mantêm-se as categorias de melhor obra nacional, melhor obra estrangeira, melhor fanzine/publicação independente, prémio revelação e surge agora a melhor edição portuguesa de banda desenhada. Mas para quê esta última categoria? Sinceramente vejo aqui uma redundância, quando já existem as categorias de melhor obra nacional e melhor obra estrangeira. Não deixava de ser anedótico ganhar uma diferente  obra. Depois há agora um generoso prémio monetário de 5000€ para a Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português. Será que é ainda muito cedo para dar os parabéns ao Luís Louro?
 
 
 
Mas a minha eterna nesta categoria, é esta: isto destina-se a premiar o argumentista, o desenhador ou a editora, ou todos? Porque bem feitas as coisas e tinha-se categorias com prémios monetários para o "melhor argumentista" e "melhor desenhador", como antigamente, não é preciso inventar. Isto sim, seria de valor o de reconhecimento dos melhores autores, em vez de melhores obras. E em vez de "melhor edição" não seria mais apropriado uma categoria de "melhor editora nacional"? Mas não liguem, sou só eu a divagar neste meu espaço.

O importante a reter, é que temos festival, temos imagem gráfica (da responsabilidade do autor Roberto Gomes), temos ski park e temos prémios. O resto vem por acréscimo nos próximos meses. Marquem no calendário as datas de 21 de Outubro a 1 de Novembro.

3 comentários:

Antonio disse...

Finalmente começamos a ver algumas mudanças na vetusta Amadora BD. Mas bastará mudar de local?... Todos sabemos da avançada degradação que o evento tem atravessado, especialmente nos últimos anos, isto para não falar da evidente falta de orientação e de ambição que marcaram as mais recentes edições. Já não comento a "reorganização" dos prémios, mas aparentemente, continua a prestação de informações a "conta gotas"... Aguardemos por "novidades"...

Nuno Neves disse...

Pessoalmente já não espero muito do festival. Cada vez mais é um meio em vez de ser um fim. Isto de andar com a casa às costas há mais de 30 anos não deixa não deixa de ser revelador. As sucessivas alterações nos prémios nunca os melhoraram. Nova tentativa este ano e novo falhanço. Deixou de existir a celebração da BD. Houve um deslumbre na edição de 2019 que estava sob nova direcção, mas foi sol de pouca dura. Desconfio que mais novidades(?) devem acontecer uma quinzena antes do evento. Há coisas que não mudam.

Antonio disse...

Nuno, infelizmente não posso deixar de lhe dar razão. Não se percebe que direção querem dar ao festival e ausência de um local digno e com condições ao fim de mais de 30 anos é confrangedor. Confesso que gostaria de ver alguma mudança após esta "paragem" forçada mas, se os últimos anos são indicação de que segue, para mim o evento está "morto" (e 2018 foi o último ano...). Sou da opinião que este evento já deveria ter transitado, à anos, para uma organização profissional de preferência com verdadeiros entusiastas da 9ª Arte e ter saído da esfera Municipal. Mais, defendo que este deveria ser um evento conjunto da zona metropolitana, envolvendo 2 ou mais municípios, múltiplas parcerias e patrocinadores, exactamente o oposto do que se tem passado.