07 fevereiro, 2022

Les Portugais

O jornal Público de hoje traz nas suas páginas uma entrevista a Olivier Afonso, autor e argumentista do álbum Les Portugais, recentemente editado em França com a chancela da editora Les Arènes. Uma viagem dura ao mundo da imigração portuguesa para França na década de 70. Ainda que ficcional, a história é inspirada em factos reais, e traz-nos as miseráveis condições de trabalho dos imigrantes naquela altura, ainda que não tal não fosse um exclusivo dos portugueses. No fundo um retrato da vida real, de uma história universal, que ainda hoje é uma realidade, em, qualquer pais, com qualquer imigrante independente da sua nacionalidade. A arte é assinada por Chico, pseudónimo de Aurélien Ottenwaelter. É uma página e meia a falar de banda desenhada na comunicação social. Ainda não está prevista a edição para Portugal deste Les Portugais.
 

 

3 comentários:

Antonio disse...

Torna-se curioso constatar que existem pouquíssimas obras obras em Portugal que abordem temas recente da nossa história colectiva (e não falo de de obras patrocinadas por municípios e/ou entidades estatais a propósito de determinada data ou evento). Mesmo obras de ficção, adaptadas á linguagem da BD existem muito poucas. No país vizinho, por exemplo, as BD dedicadas temas sobre a Guerra Civil são inúmeros, Outros temas como a emigração, realidades sociais, literatura, música, etc, estão, frequentemente presentes - a Levoir trouxe-nos diversos títulos... Gostaria de ver esta obra editada por cá, por exemplo, na Coleção Novela gráfica (caso regresse, claro...) ou por outro editor que queira arriscar numa temática que nos é tão próxima.

Nuno disse...

Estamos a uma longa distância da realidade espanhola, em termos de produção. Se temos desenhadores portugueses que conseguem viver dos desenhos, tenho duvidas que tenhamos argumentistas capazes do mesmo, e isso faz a diferença na oferta. Acho que já temos sorte quando se publica material estrangeiro que abordem questões nacionais, como aconteceu por exemplo com Ao Som do Fado ou O Neto do Homem mais Sábio, por exemplo. E estou a ver que o recente Les Portugais está na calha.

Antonio disse...

Boas Nuno. Discordo relativamente aos argumentistas - julgo que temos alguns bons (lembro aqui o recentemente desaparecido João Paulo Cotrim...) mas falta ás editoras a criação de selos com autores nacionais e arriscarem/investirem nestes materiais. Existe, concerteza, mercado para estes temas, tanto localmente como pelo mundo da emigração. Quanto a este título, a arte agrada-me bastante, mas mudaria a capa para a edição local. Abraço.