25 junho, 2023

Lançamento ALA DOS LIVROS: Anna na Selva

É um dos autores estrangeiros de banda desenhada mais editado em Portugal, talvez pelos seus universos complexos e bem pesquisados capazes de provocar reflexões ou pelas suas narrativas ricas em referências literárias, políticas e filosóficas, ou simplesmente por ser um contador de históricas excepcional, mas a verdade é que nunca nos cansamos de HUGO PRATT.

Depois do integral Os Escorpiões do Deserto em três volumes, a editora ALA DOS LIVROS acrescenta agora um novo capitulo às suas Obras de Pratt, com a edição deste ANNA NA SELVA.

“Ao regressar de África, era um rapaz de dezasseis anos que hesitava entre ir para o liceu ou tentar a escola de artes, onde podia testar a minha vocação para o desenho." Assim escreveu um dia Hugo Pratt, recordando a sua estada em África durante seis anos nos quais vivenciou o absurdo da aventura colonial italiana. Esses seis anos inspirar-lhe-iam inúmeras histórias de banda desenhada, como as que se encontram reunidas neste álbum. Uma aventura em quatro partes protagonizadas por Anna Livingston e Daniele Doria, que decorrem em 1913 na aldeia de Gombi, na África Oriental nos meses que antecedem a I Guerra Mundial. O colonialismo visto através dos olhos de uma jovem e na qual Hugo Pratt esboça já um marinheiro imprevisível. 

Esta edição, que integra a Colecção Obras de Pratt em publicação na Ala dos Livros, conta também com documentação e aguarelas do autor. Com data de chegada às livrarias a partir da próxima terça-feira, dia 27, este álbum encontra-se já disponível em pré-venda no sitio da editora.

Ficha técnica:
Anna na Selva
Argumento e desenho de Hugo Pratt
Edição cartonada, 235x320, cores, 128 páginas.
ISBN: 978-989-9108-08-0
PVP: € 29,90
Edição ALA DOS LIVROS

4 comentários:

Antonio disse...

Boas Nuno. Será que vi bem, quase €30 por um álbum de banda desenhada?. Estamos a atingir picos de irrazoabilidade, independentemente da obra. Esperemos que edição tenha o padrão habitual de qualidade da Ala dos Livros. Nota menos positiva para o design da capa.

Nuno Neves disse...

Olá António, confirmo que é o preço indicado. No último ano assistimos a um aumento generalizado do preço de capa dos álbuns de BD (a causas apontadas são de vária ordem, desde de guerra, passando pela escassez de matérias primas, custo da energia até à inflação) mas nas edições da ALA este valor tem sido o habitualmente praticado pela editora para álbuns com mais de 100 páginas. Quanto à qualidade da obra e o cuidado na edição não tenho a dúvida que a editora se supera nesse ponto.

E na verdade é que mais que um simples álbum de BD, algumas obras quer pela sua qualidade narrativa e gráfica, quer pelo cuidado aplicado na sua edição, podem ser considerados autênticos objetos de colecção. Poder-se-á depois colocar a questão se um leitor quer um livro para ler ou uma obra de arte?

Pessoalmente também teria preferido outra imagem para ilustração da capa desta edição, ainda que desconheça se existiria liberdade do editor português para escolher uma diferente capa.

Antonio disse...

Viva Nuno, relativamente á capa conheço apenas a da edição italiana (2018) que, não sendo nenhuma maravilha do design, consegue ser mais interessante que a proposta pela Ala dos Livros. Julgo que haveria lugar a um trabalho mais aturado para uma obra de um autor do calibre de Hugo Pratt. Esta para mim, não vende....

Nuno Neves disse...

Olá António, segundo informação prestada pelo editor da Ala no fórum acerca da questão da capa, ele disse que foram apresentados 4 pedidos de aprovação de capas diferentes para esta edição e que foram rejeitados. Já me tinha constado que não é nada fácil a negociação de alterações nas capas com alguns editores franceses, e que existe muita pouca margem de manobra relativamente a obras de alguns autores consagrados, neste caso o Hugo Pratt. É aquela imensa distancia entre o que quereremos e o que é possível. Não obstante, fico satisfeito com esta (re)edição, não só porque se apresenta no belo formato de capa dura, como inclui um caderno de extras e volta a estar disponível no mercado comercial, enquanto a edição da Meribérica só encontramos (e dificilmente) no mercado alfarrabista. Acredito que venda.