Para hoje temos o terceiro volume da nova colecção Novela Gráfica da LEVOIR. Nas bancas encontramos este inédito ASSOMBRADA, da autora iraniana Shaghayegh Moazzami. Depois da publicação de Marjane Satrapi, é o regresso à banda desenhada iraniana, e à descoberta de uma nova autora, que educada segundo os preceitos tradicionais do Islão, nos traz num registo autobiográfico, uma narrativa sobre a dificuldade em viver como uma ocidental e libertar-se do peso da
tradição.
A tradição é representada por uma velha de ar rezingão que a assombra,
que lhe lembra constantemente como o seu comportamento a afasta da
educação religiosa que lhe foi imposta no Irão. Uma forma alegórica da
autora retratar a dificuldade em ignorar o passado e esquecer os
episódios da sua infância que a marcaram para sempre.
Assombrada é um mergulho na psique perturbada de uma jovem mulher zangada que não conseguiu encontrar descanso e continuou a sofrer o peso da religião e das tradições incutidas na sua juventude. Um peso que um dia se manifestou no aparecimento de uma velha imaginária, intolerante e ultra-conservadora. Uma velha que a começa a perseguir, censurando-a constantemente pelo seu estilo de vida ocidental e admoestando-a sempre que faz algo que é proibido ou mal visto no seu país (andar de bicicleta ou fumar quando se é mulher, beber álcool, etc.).
Shaghayegh Moazzami mostra como o povo iraniano, e em particular as mulheres do país, continuam a ser sujeitos a uma pressão incrível que muitas vezes as marca para toda a vida.
Ficha técnica:
Assombrada
Colecção Novela Gráfica VII - Volume 3 (de 10)
Adaptação e desenho de Shaghayegh Moazzami
Capa dura, Formato 170x240, p/b, 224 páginas
PVP: € 13,90
Edição LEVOIR
2 comentários:
Porquê este título em particular? Porquê algumas das escolhas nesta coleção? Anteriormente a coleção contava com pequenos estudos introdutórios que contextualizavam as obras r afetiam da dua relevância ( pelo menos para os editores) Continuamos a contar com isso ou estad obras continuam a “ cair de para-quedas” só porque sim? Seria curioso saber…
Desconheço completamente o critério subjacente à escolha dos títulos/autores de cada colecção. Mas penso que esta aposta em autores oriundos para lá do mundo conhecido será por uma questão de diversidade. Pessoalmente o único título que me despertou a atenção é o «Léa Não Se Lembra Como Funciona O Aspirador» (sexto volume). Deverei apenas adquirir esse e o da dupla Peeters/Schuiten. Quanto às introduções contextualizadoras das obras não sei se os respectivos prefácios levam isso em atenção, terei que esperar mais umas semanas para confirmar.
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