A ASA acaba de inaugurar uma prática que há muito defendo que todas as editoras deviam adoptar. Trata-se do anúncio atempado do seu plano editorial. No caso em concreto para 2024, e para o primeiro semestre. E o que podemos esperar então da ASA? Diria que são bastantes interessantes as propostas de leitura, entre algumas previsíveis, outras surpreendentes, o lançamento de mais manfras, e ainda algumas que pecam por omissão.
Começando pelas previsíveis, cabem aqui:
- Spirou - A Esperança nunca morre (Parte 4)
- Águias de Roma VI
- Gaston 22 - O regresso de Lagaffe
- O Árabe do Futuro 6
- Michel Vaillant - Origens Short Stories vol. 2
Aqui sem novidades. O fecho das séries Árabe do Futuro e do Spirou de Émile Bravo. O regresso de Gaston, que pertence ao catalogo da editora. A continuação da excelente Águias de Roma, que era para ser o último mas o autor já anunciou que já está trabalhar em novo álbum e a continuação das short stories assinadas por Jean Graton.
No grupo das surpresas:
- Filipe Seems 1, 2 e 3 - A trilogia das investigações de Filipe Seems, de Nuno Artur Silva e António Jorge Gonçalves, reeditadas num novo formato destinado a celebrar o 30º aniversário da publicação original.
- Quentin Par Tarantino - uma interessante novela gráfica que retrata o percurso de um genial realizador que transformou o cinema
- Feministas em Progresso - a edição de livros sobre a luta de mulheres pela igualdade, pela defesa dos seus direitos é uma das tendências actuais na BD portuguesa. Nesta obra a autora revisita temas e conceitos fundamentais no coração do feminismo pós #MeeToo.
- A Minha Mãe Está na América, Foi à Procura do Bufallo Bill - um titulo curioso que desperta uma enorme curiosidade porque nos traz de novo Émile Bravo (o mesmo do Spirou). Trata-se da história comovente de Jean, um menino de 6 anos que já não tem mãe...
No campo dos manfras, um género cada vez mais popular em Portugal, teremos três novas aventuras, a saber:
- Radiant
- Unordinary
- Theory of KO
E no campo das omissões, alguma surpresa por não ter visto aqui incluído a edição portuguesa de La Fleche Ardente, ou a edição especial do álbum Astérix nos Jogos Olímpicos com a inclusão de um dossier especial, que a propósito da celebração dos 65 anos da personagem e da realização dos JO de 2024 em Paris, está prevista a sua reedição em França. E confesso algum desapontamento por não ver qualquer aposta em recuperar algumas das boas séries que a editora tem no seu catalogo, e que se encontram esquecidas, como por exemplo Largo Winch, O Escorpião, Spirou ou Airborne 44, para citar algumas.
Em suma, a ASA que fecha o ano de 2023 com um excelente desempenho com quase 40 lançamentos, ficando no top 3 das editoras nacionais mais activas, apresenta-nos para o primeiro semestre do novo ano, uma quinzena de apostas que catalogaria de seguras.
Sem comentários:
Enviar um comentário