Chegou hoje às livrarias o segundo volume da colecção Angoulême da editora DEVIR. Estreia entre nós as histórias de ALACK SINNER, um detetive privado nova-iorquino, criação dos autores argentinos, o argumentista Carlos Sampayo e o desenhador José Muñoz. Desta mesma dupla, já tivemos editado por cá, a biografia gráfica de Billie Holiday (edição Levoir, 2015).
Com Alack Sinner, a história passa-se numa Nova Iorque crua e cinzenta, onde vive este ex-polícia desencantado, que bebe demais, mas que mantém um forte senso de justiça e uma postura intransigente perante a corrupção que o rodeia. A narrativa está repleta de estereótipos e frases feitas, herdadas diretamente do imaginário do romance negro e do cinema policial clássico. Mas longe de ser uma simples repetição de clichés, é um relato espirituoso, ao mesmo tempo mordaz e melancólico, de uma sociedade obcecada, racista e gananciosa. Uma crítica afiada e sem ilusões, que nos faz lembrar os mundos sombrios de Raymond Chandler ou a dureza gráfica de Chester Gould.
O formato desta edição já se sabe, é o pequeno 17 por 24, mas atendendo que o desenho de Muñoz não é tão exuberante como o de Bilal do volume anterior, pode ser que resulte aqui.
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