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16 julho, 2011

Leitura: Tintin na América (edição facsimile)

Acabei agora a (re)leitura do recém-lançado «Tintin na América», que por se tratar de mais uma reedição não seria aqui objecto de qualquer nota, se não se estivesse aqui a falar do álbum em versão facsimile, de edição limitada e numerada, da ASA

Esta leitura é sobre a segunda versão redesenhada e colorida por Hergé para publicação em 1945 pela editora francesa Casterman.

A escolha desta história, não obstante ser o terceiro álbum na cronologia oficial, para abrir a colecção fac-similada da ASA deve-se talvez ao facto de "Tintin na América" ter sido a primeira aventura deste herói a ser publicada em Portugal, em 1937, nas páginas da publicação O Papagaio (ver mais abaixo).

Salve-se o facto de a lombada não apresentar qualquer numeração o que permite a sua posterior arrumação por ordem correcta na nossa bedeteca.

Muito bom é a oportunidade de voltar ler esta aventura no tradicional formato franco-belga depois daquele infeliz formato que a ASA inventou para a reedição da «Colecção Tintin».

«Tintin na América» apesar de ter um ritmo narrativo bastante elevado, é na minha opinião, uma das histórias menos conseguidas de Hergé. Sucedem-se as situações mais inverosímeis que se possa imaginar, com o autor a socorrer-se muitas vezes de soluções pouco conseguidas e direi infantis para ajudar com o nosso herói a escapar sempre ileso das inúmeras armadilhas com que se defronta ao longo da aventura.

O nosso repórter chega à América com a missão de combater a onda de crime que varre a cidade de Chicago. A aventura desenrola-se por diferentes cenários, desde da cidade até aos territórios índios, motivada sobretudo pela perseguição ao chefe do Sindicato dos Bandidos de Chicago, o gangster Bobby Smiles. Sucedem-se as peripécias com bandidos, Tintin chega a cruzar-se inclusive com o famoso Al Capone, agentes da autoridade, cowboys e índios. Antes do final, ainda há lugar ao rapto de Milu, mas tudo termina em bem (desculpem o spoiler!) após um confronto numa fábrica de conservas, com Tintin a ser reconhecido como herói com direito a desfile numa das tradicionais paradas americanas pelas ruas de Chicago. Registe-se a contabilidade final desta aventura: 355 gangsters presos!

Da edição fac-similada, quando comparada com o álbum que possuo (colecção do Jornal Público, Dezembro de 2003) - que reproduz a terceira versão da história redesenhada em 1973 por imposição dos editores americanos - para além das óbvias diferenças como a capa dura e ao nível da coloração, existem alguns pormenores preciosos ao nível do desenho que nos permitem perceber que Hergé se mostrava bastante critico da sociedade americana.

Logo na primeira vinheta da história observamos um bandido que se passeia à vontade de arma na mão enquanto um polícia lhe faz continência.

Bem-vindos à América de Hergé!

Uma América sem lei, tomada por um capitalismo selvagem, onde sobrevivem índios ingénuos e negros estereotipados por uma visão preconceituosa da época. É justamente sobre as personagens negras da história onde se verifica as principais alterações do desenho. Ou o aspecto físico é alterado (primeiro exemplo) ou simplesmente são substituídas por personagens brancas (restantes exemplos).

















Veja-se o confronto entra as primeiras vinhetas à esquerda (publicadas em 1945) e as segundas vinhetas à direita publicadas em 1973




A grande mais-valia na reedição destes clássicos é sem dúvida prazer que proporciona aos leitores bedéfilos na descoberta das diferenças, no seu entendimento e sobretudo na sua contextualização no tempo. Uma aposta seguramente ganha!

A avaliação global que faço deste álbum, leva em linha de conta uma edição excelente e uma história que como já referi anteriormente é das aventuras mais fracas de Tintin.


Tintin na América - Edição fac-similada
Autor: Hergé
Álbum a cores, cartonado, numerado, com edição limitada a 2000 exemplares
Editora: ASA, 1ª edição de Abril de 2011

Nota de Leitura:
Razoável
(3 em 5)

«Tintin na América» em Portugal


A publicação da aventura “Tintin na América” em Portugal marcou a internacionalização das histórias de Tintin, que até à data na altura nunca haviam sido publicadas num país não-francófono. E logo a cores o que também constituiu um facto inédito.

Esta dupla estreia aconteceu a 16 de Abril de 1936 nas páginas do n.º 53 da revista O Papagaio. A aventura estendeu-se até ao n.º 110. Como curiosidade, Tim-Tim como então era chamado apresentava-se como repórter d’o Papagaio.

Seguiu-se uma nova publicação, em 7 de Janeiro de 1956, com inicio nas páginas do n.º 210 da revista Cavaleiro Andante.

Mais tarde, em 1972, foi a vez da versão portuguesa da revista Tintin publicar as aventuras deste herói na América.

A edição em álbum de “Tintin na América” aconteceu pela editora Verbo em 1995. Seguiram-se edições do Circulo de Leitores (2000), Jornal Público (2003), ASA (2010) e agora a versão fac-similada, também pela ASA.

12 julho, 2011

Mais "Aventuras de Tintin"

À medida que vão saindo os trailers, começa-me a parecer uma excelente ideia ter-se chamado dois grandes realizadores para realizarem o filme num híbrido entre o cinema de animação e o cinema de actores reais.

20 julho, 2009

Chegada à LUA!

Rumo à Lua

Faz hoje 40 anos que chegamos à Lua!Um pequeno passo para o Homem…” nas imortais palavras de Neil Armstrong, comandante da missão Apollo 11, cuja tripulação era ainda constituída ainda pelos astronautas Edwin 'Buzz' Aldrin e Michael Collins, que aos comandos do módulo lunar Eagle se tornou no primeiro homem a pisar solo lunar. A conquista deste objectivo mais que o simbolismo associado, representou o coroar de uma década de grandes avanços tecnológicos e de enormes progressos científicos.

Contudo, quinze anos antes da conquista humana, através da banda desenhada, no álbum “Explorando a Lua” (1954), já Tintin tinha pisado a Lua. Hergé, um homem visionário e com uma enorme paixão pela ciência, tinha dotado o “seu” prof. Girasol com os conhecimentos e os meios necessários, ainda que com bastante humor à mistura e soluções com bases cientificas como por exemplo o facto do foguetão ser movido a energia nuclear, para tornar possível esta extraordinária aventura, sendo notável a antecipação bastante realista de um feito que só seria alcançado bastantes anos depois.

Fica então aqui a sugestão de leitura do álbum “Rumo à Lua” (publicado em Portugal) para celebrar o “... salto gigantesco para a Humanidade”.

30 maio, 2009

Mundo Tintim

Museu Hergé
No próximo dia 2 de Junho, é aberto ao público um novo espaço destinado a dar a conhecer a vida e a obra do criador de uma das bandas desenhadas mais conhecidas do séc. XX, o belga Georges Remi, mais conhecido pelo pseudónimo de Hergé. Dispondo de três andares e nove salas de exposições, num total de 3600 metros quadrados, o novo Museu Hergé dará a conhecer desenhos, pranchas originais, objectos pessoais, documentos e fotografias, com destaque natural para a sua criação maior: Tintim. Assim poderão "penetrar no mundo de Hergé, descobrir a sua vida, o que amava, as suas viagens, os animais de que gostava, a sua paixão por carros e sobretudo "o homem multifacetado" que ele era, disse na conferência de imprensa Laurent de Froberville, o director do Museu Hergé. Tintim, a criação maior de Hergé, "o artista do século XX", estará naturalmente "omnipresente", mas segundo aquele responsável, o museu quer ir "mais além de Tintim" para dar a conhecer "a obra de Hergé em toda a sua amplitude, que inclui muitas outras personagens, para além das suas criações como desenhador gráfico ou publicitário", e "submergir no seu processo criativo". Falta referir que este novo museu fica situado em Louvain-la-Neuve, nos arredores de Bruxelas.

fonte: Diário de Notícias on-line



Tintim no cinema
Noutras latitudes, encontra-se em filmagens o primeiro filme de uma série dedicada a Tintim. Steven Spielberg e Peter Jackson são os produtores, com o primeiro a realizar o filme inicial, cujo título oficial é «The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn» e que deverá estrear nos cinemas no Natal de 2011. A adaptação filmada em 3D, que tem como tema uma caça ao tesouro, é baseada numa das mais conhecidas aventuras de Tintim, que se encontra divida pelos álbuns «O Segredo do Licorne» e «O Tesouro de Rackham o Terrível». Já há nomes confirmados para o filme. Jamie Bell será o jovem repórter Tintin e vai enfrentar o terrível Red Rackham, interpretado por Daniel Craig. Do elenco fazem parte Simon Pegg e Nick Frost no papel da dupla de detectives Dupont e Dupond, e ainda Gad Elmaleh, Toby Jones e Mackenzie Crook.


Tintim na Rússia
A Rússia foi talvez o último país do mundo aonde chegaram os livros de Tintim, não obstante este herói da BD ter tido a sua primeira aventura precisamente no "País dos Sovietes". O primeiro e, por enquanto, único livro de aventuras de Tintim chegou aos leitores russos apenas em 2004 e chama-se "Os Charutos do Faraó".
Os especialistas russos em história da banda desenhada não têm dúvidas de que este enorme atraso na chegada das aventuras de Tintim à Rússia se deveu ao primeiro álbum de Hergé "Tintim no País dos Sovietes" (1929), obra que esteve proibida na União Soviética por ser considerada "anticomunista" e que pelo mesmo motivo continua a não chegar às mãos dos leitores chineses.
Georges Remi (Hergé) coloca os seus heróis, Tintim e Milú, no período revolucionário em que os comunistas instauravam o poder pela força, tendo-se baseado na obra "Moscou sans voiles", de Joseph Douillet, diplomata belga que viveu e trabalhou durante nove anos na Rússia soviética. Alguns episódios do primeiro álbum de Hergé são uma ilustração exacta de episódios descritos por Joseph Douillet, como, por exemplo, "as eleições democráticas" na aldeia com uma pistola apontada à cabeça. Sendo o diplomata belga um anticomunista, os estudiosos russos de banda desenhada europeia consideram aí residir uma das causas da "falta de qualidade" dessa obra.
"Não obstante a abordagem extremamente pormenorizada [da situação na Rússia soviética], a primeira experiência falhou, pois deu origem a uma banda desenhada bastante primitiva que contém numerosos disparates", como a existência de um agente da polícia política soviétiva OGPU que adora bananas, considera Elena Bulakhtina, reconhecendo, porém, que "há lugares divertidos".
Opinião semelhante tem Mikhail Khatchaturov, chamando a atenção para o facto de "Tintim no País dos Sovietes" ter sido "o único volume da série das Aventuras de Tintin que não foi posteriormente trabalhado e que, durante muito tempo, não foi reeditado".
"Só recentemente ele voltou a ser publicado, muitos anos após a morte do autor, e por isso agora surge orgulhosamente no catálogo da série como o número um", sublinha Khatchaturov.
Não obstante o comunismo ter caído na União Soviética/Rússia há quase 18 anos, Tintim continua a ser desconhecido entre o grande público russo, ao contrário de outros heróis da banda desenhada como Astérix. "Os Charutos do Faraó" foi a primeira e única das aventuras de Tintim a chegar à Rússia com uma edição de cinco mil exemplares, o que é extremamente pouco para um mercado livreiro tão imenso como é o russo.
Tintim parece ter-se irremediavelmente atrasado na sua chegada à Rússia, mesmo sem sovietes.

fonte: Público on-line

10 janeiro, 2009

80 anos de Tintim

Tintim_1

Foi em 10 de Janeiro de 1929, no suplemento infantil Le Petit XXème do jornal Le Vingtième Siècl, que começou a ser publicadas as aventuras daquele, que é provavelmente uma das mais conhecidas personagens da banda desenhada: Tintim. O seu autor é o belga Georges Remi, mais conhecido pelo acrónimo de Hergé. A imagem acima reproduz as primeiras vinhetas de “Les Aventures de Tintin, reporter du petit Vingtième au pays des Sovietes”, quando um jovem repórter acompanhado pelo seu cão Milu entra num comboio com destino á Rússia soviética. É o inicio de um longo sucesso, que se traduziu na publicação de 23 álbuns originais, onde as aventuras se caracterizam por um registo gráfico de grande rigor e detalhe, por uma antecipação do progresso tecnológico e por se mostrarem um reflexo das grandes convulsões sociais da época. Hergé é um observador atento do mundo que o rodeia, e naturalmente faz repercutir todos os seus valores na personagem que criou.

Tintim em Portugal
Tintim chegou a Portugal em 1936. Foi na revista “O Papagaio”, cujo director era Adolfo Simões Muller, que foram publicados, pela primeira vez, as primeiras histórias coloridas de Tintim. “Tintim na América do Norte” foi a primeira aventura a ser publicada, no n.º 53 em 16 de Abril de 1936. Seguiram-se Os Charutos do Faraó, O Lótus azul, Tintim no Congo, A Orelha Quebrada, A Ilha Negra, O Caranguejo das tenazes de ouro, A Estrela Misteriosa e finalmente O Segredo do Licorne. Mais tarde, partir da década de 80, as aventuras completas de Tintim foram publicadas em álbuns, em português, através de edições da Verbo, Circulo de Leitores e Público.

02 abril, 2008

Uns extraordinários € 764.218

foi o valor pelo qual foi vendida, no passado dia 29 de Março num leilão de páginas e desenhos originais de banda desenhada, uma pintura original a guache de Hergé datada de 1932 para a capa do álbum “Tintin na América” (ver imagem ao lado).

Este alucinante valor constitui um record absoluto no que respeita a valorizações de originais de banda desenhada!

Entre as centenas de lotes a leilão, para além de Hergé, encontravam-se ainda vários desenhos originais de Giraud (Blueberrry), Franquin (Spirou e Fantasio), Jacobs (Blake e Mortimer), Hugo Pratt (Corto Maltese), Morris (Lucky Luke) entre muitos outros, o que originou um volume de vendas total de € 3.441.896!!!


23 maio, 2007

Capas de BD: Tintim


Capa do primeiro álbum em português, da primeira aventura de Tintim, com um desenho assinado por Hergé, publicada originalmente em 10 de Janeiro de 1929, no n.º 11 do “Le Petit Vingtième” com o titulo: “Tintin au pays des Soviets”

"Tintim no País dos Sovietes"

Álbum publicado em Setembro de 1999

P/B

Capa dura

Edição: Editorial Verbo

22 maio, 2007

O centenário de Hergé

Celebra-se hoje 100 anos sobre o nascimento de George Prosper Remi, aliás RG, aliás Hergé, aliás o "pai" de Tintim. O criador de uma das universais personagens da Banda Desenhada franco-belga, nasceu em Etterbeek, na Bélgica, e apesar de ter começado a desenhar muito cedo, Tintim e todas as restantes personagens que habitam as suas aventuras, tal como as conhecemos hoje, são o resultado de vários anos de trabalho dedicado. As aventuras completas de Tintim encontram-se reunidas em 24 álbuns, felizmente todos já publicados em Portugal.

Como não podia deixar de ser, no país de origem de Hergé, na Bélgica, vive-se uma "hergémania" neste ano de centenário, tantas são as formas de homenagem previstas, donde se destacam, por exemplo, o lançamento da primeira pedra do futuro Museu Hergé, em Louvain-la-Neuve, nos arredores da capital belga, pelo lançamento da biografia oficial de Hergé, pela edição comemorativa de uma moeda de prata de € 20, pela edição especial de 25 selos, tendo um deles o retrato de Georges Remi e os restantes as reprodução das capas dos 24 álbuns das aventuras de Tintim, entre outras iniciativas.

Por cá, a data é assinalada com reportagens publicadas em vários jornais e menções em outros órgãos de informação.

E como Tintim é eterno, aqui fica para a posterioridade...



10 janeiro, 2006

Tintim

A primeira nota bedéfila de 2006 serve para recordar que no longínquo dia de 10 de Janeiro de 1929 (faz hoje 77 anos), o mundo da banda desenhada conheceu um dos seus mais famosos personagens: Tintim e o seu inseparável cão Milou. A primeira aparição aconteceu nas páginas do n.º 11 do Le Petit Vingtiéme, um suplemento juvenil do jornal belga de inspiração católica Le Vingtiéme Siécle, com a publicação do primeiro episódio das aventuras de “Tintim no País dos Sovietes”. Seguiram-se mais 22 aventuras, interrompidas com a morte do seu autor, Hergé, em 1983.