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03 maio, 2009

Pela ASA em 2009

Uma passagem pela (concentrada) Feira do Livro de Lisboa e na habitual falta de novidades bedéfilas nas bancas, procurei saber outro tipo de novidades e fiquei a saber que a editora ASA tem previsto para a publicação em 2009.

Assim, entre as habituais reedições (de Lucky Luke), podemos esperar seguintes títulos inéditos:

Da série «Borgia»:
Finalmente a continuação desta excelente série da dupla Jodorowsky/Manara, logo com a publicação dos volumes 2 e 3, “O Poder e o Incesto” (um dos meus 12 desejos para 2009) e “As Chamas da Pira”, respectivamente.

Da série «As Cidades Obscuras»:
A continuação de uma série que já passou por diversas editoras e que chega agora á ASA.
O álbum a publicar é “A Teoria do Grão de Areia” – tomo 1, de Schuiten e Peeters, que corresponde ao 10º na colecção original.

Da série «Bilal»:
Depois da conclusão da tetralogia de “O Monstro”, a ASA aposta no mais recente título deste autor: “Animal Z”.

Estranha-se no entanto a falta de aposta naquelas séries “penduradas” e porventura comercialmente mais conhecidas tal como Blueberry, Alix ou Thorgal, às quais eu ainda acrescentaria XIII ou Bouncer, mas claro está são opções!

18 abril, 2009

Leituras: Mattéo - Primeira Época (1914-1915)

Retomo a actividade aqui do blogue, após um período de ausência forçada não desejada, mas a verdade é que o tempo é cada vez mais um bem escasso!

Seja como for, estou de volta e dou (re)inicio às hostilidades (no bom sentido) para falar então no recentíssimo “Mattéo – Primeira Época (1914-1915)” do autor francês Jean-Pierre Gibrat lançado este mês pela VitaminaBD. Este álbum é o primeiro de uma série prevista de quatro tomos, que abrangerá o período compreendido entre 1914 e 1940. O fio condutor é a história da personagem que dá o nome á série: Mattéo, um jovem de 20 anos, antimilitarista, filho de um anarquista espanhol, que vive exilado em França com a sua mãe, e que por força do destino participará nos principais conflitos do século XX, desde da Primeira Grande Guerra até à Segunda, passando pela Revolução Russa e ainda pela Guerra Civil Espanhola.

Este primeiro volume, começa então em Agosto de 1914, com a declaração de guerra da Alemanha. É no exílio, numa pequena vila francesa, que encontramos o espanhol Mattéo, cujo estatuto de estrangeiro, o livra da mobilização. No entanto, não obstante os relatos, feitos pelo seu melhor amigo, dos horrores da frente de batalha, e da forte oposição de sua mãe, Mattéo, levado pelas emoções e numa tentativa de (re)conquistar a jovem Juliette, resolve alistar-se, não por convicção mas por amor.

Com "Mattéo", Gibrat afirma-se definitivamente como um autor completo. Socorre-se mais uma vez, dos tempos de guerra – já o havia feito anteriormente em “Destino Adiado” e com o díptico “O Voo do Corvo” (ambos editados entre nós pela ASA) – para contar uma história de amor, de sacrifício, onde todos os actos das personagens são condicionados pelas emoções. Apesar de reconhecidamente ser um excelente desenhador, nada o impede de utilizar (mais uma vez) como modelo para a personagem Julliette, a bela Cécile (ver “Destino Adiado”) que por sua vez já tinha servido de modelo para a bela Jeanne de “O Voo do Corvo”, dotando assim (mais uma vez) de grande sensualidade as jovens personagens femininas da história. As aguarelas em tons mornos cuidadosamente escolhidos, feitas em painéis de dimensões largas, cumprem exemplarmente a função gráfica, às quais se juntam magníficos diálogos e pensamentos, o que torna esta série num excelente registo merecedora de ser seguida com atenção. Que venha rapidamente o tomo dois!

Em resumo, um excelente álbum que é simultaneamente o primeiro lançamento da editora este ano, o que se espera que seja prenuncio de uma boa safra bedéfila.

Mattéo - Primeira Época (1914-1915)
Autor: Jean-Pierre GIBRAT, desenho e argumento
1º Volume, Cores, Cartonado
Editora: VitaminaBD, 1ª edição de Abril de 2009



13 março, 2009

E o próximo herói de BD a ser editado pelo Público é...

De acordo com a edição de hoje do jornal, não se trata de um herói nem de uma série (e aqui somam-se as expectativas expectativas frustradas!). A aposta vai para um único álbum, ainda inédito em Portugal: QUATRO?, e é o último volume da Tetralogia do Monstro, de Enki Bilal.
 
Com esta edição, com data de lançamento no dia 19 de Março próximo, fica assim completa a colecção, que é composta pelos seguintes álbuns: 
 
- Volume 1 – O SONO DO MONSTRO 
- Volume 2 – 32 DE DEZEMBRO
- Volume 3 – ENCONTRO EM PARIS
 
Todos já publicados em Portugal pela ASA, sendo que o primeiro volume foi ainda recentemente editado pelo jornal Público na colecção “Grandes Autores de BD”. A imagem apresentada é a capa da edição conjunta Publico/ASA e reproduz a capa original da edição francesa.

27 fevereiro, 2009

Fort Wheeling

Numa passagem recente por uma feira do livro, adquiri a um “preço simpático” os dois tomos de “Fort Wheeling” da autoria de Hugo Pratt. O autor revela em obras como “Fort Wheeling” uma versatilidade em termos temáticos, por vezes, esquecida ou absorvida pelo enorme sucesso que Corto Maltese alcançou. Nesta aventura, a acção remete-nos para uma América de colonos, na segunda metade do século XVIII, nos inícios da Guerra da Independência Americana, centrando-se a história na relação de amizade estabelecida entre dois jovens, Criss Kenton, um filho de colonos americanos e Patrick Fitzgerald, um aristocrata inglês emigrado, que se conhecem nos exércitos coloniais da coroa inglesa que combatiam as tribos índias, e que mais tarde durante a guerra da independência se vão encontrar em campos opostos do conflito. A riqueza visual desta banda desenhada é dada pelas pranchas originais a preto e branco, que permitem, sobretudo no primeiro volume, apreciar o desenho simples de Pratt que beneficia de um jogo de sombras pouco dado a pormenores mas bastante eficaz. Tendo como fundo acontecimentos verídicos, a mistura de personagens reais (Lew Wetzel, Daniel Boone entre outros) e de ficção, sugere um trabalho aprofundado de pesquisa e de recolha de elementos por parte do autor italiano, que se vê expresso na densidade, variedade e riqueza da vasta galeria de personagens intervenientes na história, e que ajudam o leitor a perceber os ódios e as tensões latentes que culminaram na revolta dos índios contra os colonos, dos colonos contra os ingleses, dos ingleses contra os franceses. Apesar da obra valer pelo seu todo, até pelo seu conteúdo histórico, o 1º volume encontra-se bastante mais conseguido do que o segundo. A própria estrutura narrativa seguida no primeiro volume não é mantida no segundo, e nota-se claramente que o desenho na parte final da história apresenta-se tosco, sem o rigor e vigor do traço inicial. Também a conclusão final da própria história pareceu-me algo insípida… mesmo inconclusiva, talvez a merecer um melhor desfecho. Apesar de tudo, trata-se de uma boa bd de Hugo Pratt que merece uma leitura, não só pelos valores que transmite mas também pela particularidade de simultaneamente versar sobre um período histórico, que foi a guerra da independência dos Estados Unidos. Fort Wheeling
Autor(es): Hugo PRATT, desenho e argumento Tomo 1 e 2, Preto e Branco, Capa Dura Editora Asa, 1ª Edição de Novembro de 2002 A minha nota:

31 janeiro, 2009

O Fantasma Sempre aos Domingos

Proponho um regresso aos ”clássicos”, para falar aqui do último álbum que li, uma luxuosa edição de 2006, da brasileira Opera Graphica Editora (ver nota no final deste post), que serviu para comemorar o 70º aniversário do Fantasma, a imortal personagem criada por Lee Falk, em 1936.

Com o título de “O Fantasma sempre aos Domingos", este grande álbum, no seu duplo sentido, até porque se apresenta num tamanho nada convencional, ou seja, num formato 27 x 36 cm, reúne pela primeira vez, num registo a preto-e-branco, todas as histórias – num total de sete – escritas por Lee Falk e desenhadas por Ray Moore, que foram publicadas originalmente em tiras de jornais americanos nas suas edições de Domingo, no período compreendido entre Maio de 1939 e Outubro de 1942 e que se encontram ainda inéditas em Portugal.

Logo nas primeiras páginas, no prefácio que antecede as aventuras, podemos ler uma interessante e breve história sobre o nascimento das tiras de jornais nos Estados Unidos, que na década de 30 deu origem à designada Época de Ouro das comics strips americanas, e perceber como uma situação de concorrência entre jornais americanos deu origem a uma grande paixão e também a um grande negócio que é a banda desenhada.

Depois seguem-se cerca de 90 páginas de tiras, com histórias recheadas de acção que se encontram suportadas numa boa construção narrativa, não obstante a sua simplicidade e previsibilidade. Lee Falk aproveita bem todo o ambiente da selva e incorpora bastante bem os elementos nativos de terror e sobrenatural nas aventuras do Fantasma, que se fundem na sua misteriosa personagem, consolidando desta forma a lenda de “O espírito-que-anda” ou do “Homem que nunca morre”, conforme observamos nas histórias “A Liga dos Homens Perdidos” ou “A Deusa do Fogo”. O desenho de Ray Moore, simples e clássico, com recurso sistemático a sombras, e por vezes bastante sugestivo quando se trata de personagens femininas, sempre dotadas de uma enorme sensualidade (ver exemplo na história “O Retorno dos Piratas do Céu”), contribuiu bastante para a definição da atmosfera aventureira que caracteriza as histórias do Fantasma.

Por ordem cronológica refiro aqui os títulos (ressalvo que a tradução destes é brasileira) das aventuras publicadas:

  • “A Liga dos Homens Perdidos” (publicada originalmente entre 28/05/1939 e 15/10/1939)
  • “O Segredo do Coronel Winn” (entre 22/10/1939 e 10/03/1940)
  • “A Deusa do Fogo” (entre 17/03/1940 e 21/07/1940)
  • “O Vagabundo da Praia” (entre 28/07/1940 e 29/12/1940)
  • “Os Sabotadores” (entre 05/01/1941 e 23/02/1941)
  • “O Retorno dos Piratas do Céu” (entre 02/03/1941 e 22/02/1942)
  • e “O Impostor” (entre 01/03/1942 e 11/10/1942)

O único apontamento negativo que deixo sobre esta magnifica edição refere-se à capa do álbum, que exibe uma ilustração menos conseguida do Fantasma acompanhado pelo seu fiel Diabo (ou Capeto, em brasileiro), assinado de um tal de Daniel Ching (ver imagem acima). Claramente que este tosco desenho de capa não se encontra à altura do seu conteúdo do álbum, nem se percebe a opção dos editores por esta solução quando certamente dispunham de centenas de desenhos do Fantasma assinados pelo próprio Ray Moore. Mas trata-se apenas de um pequeno pormenor que em nada afecta a grande qualidade que esta edição se reveste, que constitui um título obrigatório na bedeteca dos admiradores desta notável personagem .

O Fantasma Sempre aos Domingos
Autor(es): Lee Falk (argumento) e Ray Moore (desenho)
Volume único, Preto e Branco, Capa Dura
Editora: Opera Graphica Editora (Brasil), 2006




Sobre a Opera Graphica Editora:
No final do ano passado, esta editora brasileira anunciou o seu fecho, após 10 anos de actividade e mais de 400 títulos publicados, ficando para a posterioridade edições de grandes personagens da BD, para além do Fantasma, como o Príncipe Valente, Batman, Recruta Zero, entre muitos outros.


07 janeiro, 2009

Novidades para 2009 da Vitamina...

Qual crise? Dando um pontapé na crise, a editora VitaminaBD promete para 2009, um ano de cheio de banda desenhada, com novos lançamentos, continuação de séries e ainda a conclusão de cinco colecções. Assim, do que foi possível apurar, até ao final do primeiro trimestre do ano, espera-se a publicação de oito a dez títulos(!), incluindo uma nova série, cujo título permanece ainda no “segredo dos deuses”, que será logo concluída, dado ser composta por apenas por 2 álbuns.

Entre os lançamentos confirmados, encontra-se talvez um dos títulos do ano, que será “As Armas do Meta-Barão” do trio Jodorowsky-Charest-Janjetov. Depois ainda temos o segundo volume de “A Casta dos Metabarões” e ainda dentro deste universo espera-se ainda uma novidade relacionada com o “Incal”….

No que se refere a continuações, encontra-se em aberto o álbum “Assunta" de Hermann, que eventualmente poderá ser lançado em simultâneo com o novo da colecção “A Herança de Bois-Maury”.




Depois seguindo uma prática pouco normal na edição de BD em Portugal, a ‘Vitamina’ prepara-se ainda para concluir cinco colecções, a saber:
  • Universal War One
  • Korrigans
  • O Diabo dos Sete Mares
  • Eu, Vampiro
  • e a tal colecção composta por dois álbuns
A avaliar pela amostra, não faltarão motivos para muitas e boas horas de leitura bedéfila este ano!

Novidades para 2009 da Vitamina...

Qual crise? Dando um pontapé na crise, a editora VitaminaBD promete para 2009, um ano de cheio de banda desenhada, com novos lançamentos, continuação de séries e ainda a conclusão de cinco colecções. Assim, do que foi possível apurar, até ao final do primeiro trimestre do ano, espera-se a publicação de oito a dez títulos(!), incluindo uma nova série, cujo título permanece ainda no “segredo dos deuses”, que será logo concluída, dado ser composta por apenas por 2 álbuns.

Entre os lançamentos confirmados, encontra-se talvez um dos títulos do ano, que será “As Armas do Meta-Barão” do trio Jodorowsky-Charest-Janjetov. Depois ainda temos o segundo volume de “A Casta dos Metabarões” e ainda dentro deste universo espera-se ainda uma novidade relacionada com o “Incal”….

No que se refere a continuações, encontra-se em aberto o álbum “Assunta" de Hermann, que eventualmente poderá ser lançado em simultâneo com o novo da colecção “A Herança de Bois-Maury”.




Depois seguindo uma prática pouco normal na edição de BD em Portugal, a ‘Vitamina’ prepara-se ainda para concluir cinco colecções, a saber:
  • Universal War One
  • Korrigans
  • O Diabo dos Sete Mares
  • Eu, Vampiro
  • e a tal colecção composta por dois álbuns
A avaliar pela amostra, não faltarão motivos para muitas e boas horas de leitura bedéfila este ano!

17 dezembro, 2008

Leitura: As Aventuras de Lucky Luke segundo Morris

Lucky Luke no Quebeque

Começou aqui o ressuscitar do “cowboy que dispara mais rápido do que a sua própria sombra” depois da morte do seu autor. Nesta nova era pós–Morris, a dupla Achdé-Gerra começa muito bem com este Lucky Luke no Quebeque e recupera, com grande qualidade, esta personagem, não só ao nível do desenho, que mantêm a qualidade e onde a introdução de diversidade e detalhe dos elementos não só não desvirtua a matriz do desenho original como o enriquece, mas também ao nível do argumento, com uma narrativa bastante movimentada e bem-humorada com o uso e abuso de anacronismos e palavras de duplo sentido, tão ao gosto de Goscinny e a introdução de um rol de novas personagens. Indubitavelmente, faz-se sentir a diferença e a marca pessoal desta dupla neste novo ciclo.

Na história deste primeiro álbum, o nosso herói viaja até ao Canadá, inicialmente atrás de um perigoso fora-da-lei e depois por causa da paixão de Jolly Jumper por uma linda égua de seu nome Província. Os trocadilhos começam logo aqui, porque o título original do álbum “La Belle Province” revela logo um duplo sentido, porque tanto se refere à bela égua como ao território francófono Quebeque onde toda a acção se desenrola. E desde logo ficam abertas as portas para uma sucessão de deliciosas referências “francesas” e divertidos anacronismos, donde destaco as personagens miss Céline, famosa cantora canadiana, em formato “bardo”, que depois desaparecerá num naufrágio de um conhecido transatlântico em 1912, ou Joshua Bové, um agricultor quebequense que se manifesta furiosamente contra a instalação da cadeia de pronto-a-comer(!) MacHabann ou ainda o caixeiro viajante Bernard Henry Levi Strauss, que se dedica á venda de roupa.

Se a esta injecção de humor inteligente, disser que a aventura encontra-se recheada dos tradicionais duelos e lutas de saloon, posso afirmar que se está perante uma excelente história e um óptimo (re)começo de uma série, que a avaliar por este primeiro álbum, julgo estar muito boas mãos.

Edição ASA, 1ª edição de Outubro de 2004

A minha nota:



O Nó ou a Forca

O segundo álbum da colecção “As Aventuras de Lucky Luke segundo Morris”, revela logo no título um excelente jogo de palavras que faz uma analogia entre o nó da forca e a instituição “casamento”. E o que aparentemente parece ser de escolha óbvia – opção entre casar ou morrer enforcado – vêm-se a revelar, de uma forma bastante bem humorada como a pior das decisões. É desta forma que o álbum O Nó ou a Forca recupera, de forma inteligente, os irmãos Dalton – que cumpriam uma pena de 387 anos de cadeia - dando-lhes o papel central numa original e bem divertida aventura.

Para fazer face ao excesso de lotação das prisões, a pena de prisão dos irmãos Dalton foi comutada em pena de morte por enforcamento. Mas uma quase desconhecida lei datada de 1858, permite que esta sentença seja comutada em casamento para toda a vida e começa assim o "inferno" para três dos irmãos Dalton, porque as únicas mulheres que aceitaram casar foram as filhas do grande chefe índio dos “cabeças chatas”. E os costumes índios são para se respeitar, incluindo mesmo a celebração do grande banquete (uma tradição em todas as tribos irredutíveis) numa clara homenagem dos autores a Goscinny. Com o desenvolvimento da história, percebemos que afinal por detrás destes casamentos havia segunda intenções.

Uma história encontra-se bem estruturada, com uma excelente dinâmica e momentos de humor muito bem conseguidos, não só no dia-a-dia da nova vida “índia" dos Dalton como também na execução do plano de ataque índio ao deus todo-poderoso do homem branco: o dólar que tem como consequência a primeira greve(!) da história. O desenho de Achdé mostra-se irrepreensível e está tudo dito!

Pela originalidade da história e a pela sucessão de gags protagonizados pelos Dalton, que me deram tanto prazer a ler, dou nota máxima a esta aventura!

Edição ASA, 1ª edição de Junho de 2007

A minha nota:



O Homem de Washington

No terceiro e mais recente álbum de Lucky Luke, O Homem de Washington, as ultimas eleições presidências norte-americanas revelaram uma fonte de inspiração para a dupla Achdé-Gerra, que aproveitaram para nos dar uma visão bastante satírica do mundo da política.

A história deste álbum centra-se em torno do candidato presidencial republicano Rutherford Birchard Hayes (sendo verídico que foi o 19º presidente americano) que decide fazer campanha eleitoral no Oeste selvagem, sendo confiada a Lucky Luke a responsabilidade pela sua protecção. Assim, acompanhamos o nosso herói na sua complicada missão, ao mesmo tempo que tenta revelar quem está por detrás de uma conspiração que visa atentar contra a vida do candidato, numa bastante atribulada viagem pela América selvagem.

Ao longo da aventura, somos brindados com inúmeras referências, cujas algumas semelhanças com a nossa actualidade, são certamente felizes e divertidas coincidências. Sem esquecer de personagens do passado como o hilariante Billy the Kid, o universo de personagens secundários de Gerra continua a aumentar, a começar por Perry Camby, um autoproclamado candidato republicano, cujo pai fez fortuna com o petróleo e curiosamente se mostra bastante parecido com um tal de George W. Bush, ou Sam Palin, o presidente da “Nacional Rifle Associaton” que defende o direito de cada americano possuir um colt, cujo nome traz algumas semelhanças com uma ex-candidata presidencial a vice-presidente ou ainda miss Britney Schpires, uma cantora de can-can. Ainda assistimos à queda do muro de Berlim (de um forma literal fruto de um excelente trocadilho) e à consagração da cidade de Memphis com a cidade da música, onde não falta o Elvis, e onde o candidato tem uma afirmação profética, ao prever “que um dia haverá um candidato negro às eleições presidenciais americanas”.

Ainda que tenha gostado mais dos álbuns que o antecederam, este “O Homem de Washington” revela assim uma visão actual e critica bem-humorada de leitura bastante agradável.

Edição ASA, 1ª edição de Dezembro de 2008

A minha nota:

06 dezembro, 2008

Terra Incógnita I: A Metrópole Feérica

Foi uma das novidades editoriais lançadas durante o 19º FIBDA. Numa edição cuidada da Tinta da China, surge uma nova colecção, Terra Incógnita, cujo primeiro volume é este «A Metrópole Feérica» assinado pela dupla de autores JC Fernandes (argumento) e Luís Henriques (desenho), que repetem assim uma colaboração anteriormente iniciada no primeiro (e único até à data) volume “Tratado de Umbrografia” da colecção “Black Box Stories” (edição Devir).

Este novo álbum, A Metrópole Feérica, que nos leva numa viagem por seis diferentes cidades imaginárias, traduz um estilo narrativo que o autor tem-nos vindo a habituar nos últimos tempos, com a diferença que o jogo de palavras que o autor escreveu necessita claramente do desenho ou melhor das ilustrações, que compõem as páginas deste álbum, como uma necessidade básica, a fim de se materializar e dar força a todo um conjunto de ideias críticas e referências abstractas, possibilitando assim ao leitor extrair algumas correspondências.

Desta forma, a interpretação das palavras pelo desenho encontra na enorme versatilidade gráfica de Luís Henriques, conforme se comprova nos seis diferentes estilos adaptados a cada uma das cidades, um porto seguro.

Porém, não obstante ser um admirador do talento de JCF, não sou grande apreciador deste género de narrativa, preferindo na banda desenhada algo que se traduza num conteúdo mais palpável, sequencial e conclusivo, em que o leitor seja testemunha de um desenrolar e evoluir de uma história concreta, o que não se compadece com o que se assemelha a um conjunto de “contos utópicos” ainda que por vezes bem ilustrados.

Assim, independentemente das mensagens que possa transmitir, posso dizer que não achei este álbum tão “feérico” como o título parece indicar, mas antes um registo meramente interessante mas que não me satisfez.

A minha nota:

Tinta da China Edições, 1ª edição de Outubro de 2008

02 fevereiro, 2007

Ouvi dizer que...

... depois do sucesso das colecções “Tintim” e mais recentemente “Lucky Luke”, o jornal Público já prepara para breve a próxima colecção de bd, que será dedicada a “Spirou".

Esta colecção seguirá os mesmos moldes das anteriores, ou seja, vinte álbuns, distribuídos semanalmente com o jornal, já a partir de finais de Fevereiro.





Adaptado da Wikipédia:

Spirou
foi criado em 21 de Abril de 1938, por Rob-Vel, a pedido do editor Jean Dupuis, pelo lançamento da revista “Spirou”. Mais tarde, em 1943, o autor cederá os direitos às edições Dupuis. Entre 1943 e 1946, Joseph Gillain (Jijé) é o artista que trabalha Spirou e introduz a personagem Fantásio, um repórter fotógrafo que trabalha no jornal Moustique. No período compreendido entre 1947 e 1968, é Franquin o artista que se segue e as histórias são publicadas, pela primeira vez, em álbum. Em Portugal, foram editados pela Meribérica. Em 1951, aparece pela primeira vez o fantástico Marsupilami. Entre 1969 e 1979, a dupla Spirou-Fantásio passa a ser desenhada por Jean-Claude Fournier, posteriormente Nic e Cauvin farão três livros (entre 1980 e 1983). Phillipe Vandevelde (Tome) e Jean-Richard Geurts (Janry) são convidados a desenhar (entre 1981 e 1998). Actualmente, Morvan e Munuera são o desenhador e argumentista, respectivamente, da série.