O
Homem-Aranha tem a sua origem quando o jovem estudante Peter Benjamin Parker, órfão, criado pelos seus tios Ben e May, é mordido por uma aranha radioactiva. A partir daqui, Peter Parker, que adquire super-poderes, ficando dotado de uma força colossal, uma enorme agilidade e um ‘sentido de aranha’ (alerta para perigos), desenvolve então a personagem do
Homem-Aranha com o objectivo inicial de ganhar facilmente dinheiro em combates de luta-livre. No entanto, deslumbrado com a sua nova condição, certo dia, Peter Parker não faz qualquer esforço para impedir a fuga de um assaltante. Este acto viria a trazer graves consequências na sua vida, na medida que este assaltante acabaria por matar o seu tio Ben. Marcado pela tragédia, aprende desta forma o significado das palavras que o tio lhe havia dito anteriormente: "
com grandes poderes vêm grandes responsabilidades". E este passa a ser o lema da vida do nosso herói.
O meu fascínio pelo
Homem-Aranha provém bastante, não da sua condição de herói, mas sim do seu lado humano. Não encontro outro super-heroi que passe pelos problemas pessoais que Peter Parker passa, quando assume a sua faceta de cidadão comum. É humilde e voluntarioso, ganha a vida como professor, pass por vezes por dificuldades financeiras, tem de gerir crises familiares, derivadas da sua relação com a sua mulher May Jane ou com a sua Tia May, luta ‘interiormente’ contra sentimentos de culpa, derivados da morte do seu tio Ben e da sua antiga namorada Gwen Stacy. Todo este mundo imperfeito de Peter Parker, aliado ao seu estatuto de super-heroi, tornam o Homem-Aranha um personagem único no mundo da banda desenhada.
Do seu universo, também sobressai uma vasta e rica galeria de inimigos/vilões, entre os quais se podem destacar, entre muitos outros, personagens como o
Duente Verde, pai do melhor amigo de Peter e um dos piores inimigos do Homem-Aranha, responsável pela morte de Gwen Stacy, cuja primeira aparição foi em
Amazing Spider-Man #14; o
Dr. Octopus (Dr. Otto Octavius) um reconhecido cientista na área da física nuclear, cujo um acidente em laboratório fez com que uns tentáculos hidráulicos, por ele criados, se fundissem com o seu corpo, cuja primeira aparição foi em
Amazing Spider-Man #3; o
Kraven, um dos melhores caçadores do Mundo, que desenvolveu uma obsessão pelo Homem-Aranha e suicidou-se depois de o vencer. Primeira aparição em
Amazing Spider-Man #15; o
Venom, um simbionte que resultou do estranho cruzamento entre um ex-jornalista com um simbionte alienígena, que partilhavam em comum um ódio pelo Homem-Aranha. Primeira aparição em
Amazing Spider-Man #299 ou ainda mais recentemente
Morlun, um estranho personagem com uma força sobre-humana e sobre o qual ainda não se conhecem muitos pormenores e cuja sua primeira aparição aconteceu em
Amazing Spider-Man #471.
Ao longo de mais de quarenta anos de existência, felizmente que foram muitos e bons os autores que contribuíram para o desenvolvimento e enriquecimento deste super-heroi. Entre os argumentistas destacam-se, entre outros, Stan Lee, Gerry Conway, Roger Stern, Tom DeFalco, David Michelinie ou o actual J. Michael Straczynski. Entre os desenhadores encontramos nomes como Steve Ditko, John Romita, Gil Kane, Todd McFarlane, Erik Larsen, Luke Ross (ver desenho), John Romita Jr. (a provar que ‘filho de peixe…’) ou o actual Mike Deodato Jr.
O grande sucesso das aventuras do
Homem-Aranha motivou mesmo uma elevada produção de histórias que teve como consequência, nos anos 90, no aparecimento de dezenas de títulos. O excesso de títulos, a publicação de histórias confusas ou mal contadas, que teve o expoente máximo no arco “A Saga do Clone”, o aproveitamento por parte da Marvel em publicar histórias interligadas nas várias revistas, levou à saturação e consequente perda de leitores, provocando desta forma o cancelamento de muitas revistas. Actualmente, parece-me observar o renascer deste fenómeno, conforme se pode verificar no arco “The Other” já falado
aqui. Espero que com outras consequências!
Já em 2000, numa tentativa de cativar novas gerações de leitores, a Marvel desenvolveu então uma nova linha de acção, que designou de “
Ultimate”, onde todo o universo Homem-Aranha foi actualizado, ou seja, a história do
Homem-Aranha é recontada e transposta para os nossos dias, o que implicou obviamente algumas alterações relativamente à matriz original, o que se traduziu num enorme sucesso em termos de vendas.
As recentes adaptações cinematográficas, “Spider-Man” e “Spider-Man II” (está prevista a estreia de “Spider-Man III” em 2007), para além de se revelarem como das mais lucrativas de sempre da história da banda desenhada, tambem ajudaram à recuperação da popularidade do Homem-Aranha.
Da minha parte, começei a acompanhar as aventuras do
Homem-Aranha através da colecção publicada pela Agência Portuguesa de Revistas. Depois, perante o vazio que se instalou no mercado português, comecei a coleccionar os comics americanos, primeiro “Amazing Spider-Man” e mais tarde “Ultimate Spider-Man”. Actualmente, para além dos títulos americanos, colecciono também as edições portuguesas publicadas pela Devir.
"Homem-Aranha" em Portugal:Em Portugal, o
Homem-Aranha chegou a partir do final da década de 60, através das revistas brasileiras de editoras como a EBAL, a Bloch, a Panini e a Abril.
- a primeira edição em português do
Homem-Aranha, dá-se em Abril de 1971, no n.º 1 da revista
Acção & Mistério (Série Fantástica), das edições Palirex. Foram ainda publicadas mais aventuras do Homem-Aranha nos n.ºs 2, 17, 18, 20 e 21 desta colecção.
- entre 1978 e 1981, a Agência Portuguesa de Revistas, publicou
As Aventuras do Homem-Aranha, uma colecção que teve um total de 44 números.
- em 1983, a Distri Editora lançou
O Fabuloso Homem-Aranha, com 10 números publicados.
- depois chegaram as revistas da Morumbi (depois Abril Morumbi), com a colecção
Homem-Aranha, em duas séries distintas, em 1988 e em 1995. A Abril Controljornal também lhe dedicou atenção, até que em 1999 a Devir lançou
Peter Parker: Homem-Aranha, em formato comic book americano, publicando até 2002, uma colecção que terminou no número #27, com a história da homenagem às vitimas dos atentados terroristas de 11/09/2001, publicada originalmente em
Amazing Spider-Man #36 (#477 na numeração original).
- seguiu-se uma publicação conjunta Jornal de Noticias/Devir, intitulada
O Sensacional Homem-Aranha, num total de 20 números.
- e desde 2003, que a Devir tem vindo a publicar de forma regular e periodicidade mensal a revista
Homem-Aranha.
- encontramos também as aventuras avulso do Homem-Aranha, em várias edições, das histórias mais recentes do
Homem-Aranha, nomeadamente na colecção
Universo Marvel Deluxe (números 6, 7 e 13) da Devir e nas colecções
Clássicos da BD (número 5) e
Série Ouro (número 9) do Correio da Manha.
- a linha
Ultimate, também foi objecto de publicação em Portugal, numa primeira fase, de novo através da iniciativa conjunta Jornal de Noticias/Devir que durante o ano de 2004, publicaram a revista
Ultimate Homem-Aranha num total de 20 números; e mais tarde, em 2005, a Devir retomou esta publicação numa base mensal, reiniciando a numeração a partir do número 1.
Em formato de
álbum, podemos encontrar
O Fabuloso Homem-Aranha e
As Maiores Aventuras do Homem-Aranha, ambos publicações da Agência Portuguesa de Revistas e a colecção
Spider-Man da editora Futura.
Sites de consulta:- Site não-oficial de Stan Lee [
link]
- Site não-oficial do Spider-Man [
link]
- Site oficial da Marvel [
link]
- Site oficial da Devir – Revista Homem-Aranha [
link]
- Site oficial do filme “Spider-Man III” [
link]