24 janeiro, 2006

No Omolete

pode ser lida uma entrevista com José Carlos Fernandes, datada de 24 de Janeiro mas que conforme se pode entender pelo seu conteúdo, foi realizada no ano passado.

“Fitas” de 2006

Depois de no ano passado termos sido bem tratados no que a adaptações de bd ao cinema diz respeito, leia-se o perfeito “Sin City” e o excelente “Batman Returns” (não considero na excelência os filmes “Fantastic Four” e “Constantine”), o ano de 2006 promete (aparentemente) mais qualidade. Para já, da minha parte, aguardo com bastante expectativa, as seguintes “fitas”, todas com estreia marcada para o 1º semestre de 2006:

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Sites oficiais:

22 janeiro, 2006

Actualizações

Deixo aqui o registo das quatro novas entradas aqui da coluna do lado direito. Como não podia deixar de ser estes novos sítios “só falam de bd”. Passem por lá!

19 janeiro, 2006

O ESTADO DA ARTE EM 2005

 
Escrevo tarde mas nunca é tarde para se fazer balanços. O tema justifica, o balanço do ano de 2005. Um ano marcado pelo marasmo que tomou conta do panorama bedéfilo português. Parece-me ter lido algures, que se publicaram mais títulos em 2005 do que em anos anteriores, mas a sensação que fica é de grande vazio!
 
Com o fecho da editora MERIBÉRICA, os principais títulos de bd franco-belga publicados em Portugal, pelo menos os meus preferidos, ficaram, aparentemente, sem editora, o que se traduziu em mais um ano sem novas aventuras de Blueberry ou XIII. A ASA, agora na condição da maior editora nacional de banda desenhada, aposta, infelizmente, em reedições ou títulos soltos. Bem, lembrava que há mais bd para além de Asterix ou Lucky Luke!
 
A DEVIR continua errante. Aposta demasiado na diversidade e os principais títulos ressentem-se tornando-se publicações irregulares. Obviamente nota negativa. O tão anunciado projecto "Evolução" desapareceu, provavelmente nas rotativas de uma gráfica, sem que deixasse perceber do que se tratava. As restantes editoras são praticamente marginais apenas com lançamentos esporádicos. Actualmente o mercado nacional está em lenta agonia!
 
A pedra no charco foi mesmo aquela que eu considero como a melhor publicação do ano: a saga do Príncipe Valente de Harold Foster numa edição da LIVROS DE PAPEL. Uma aposta arrojada, não só pelo compromisso da publicação integral da obra (cerca de 22 volumes), como pela qualidade do papel (excelente) e pelo próprio formato pouco habitual do livro (27cm x 35cm), mas uma aposta ganha! Uma autêntica lufada de ar fresco no que respeita a publicações. Uma valente colecção, sem dúvida a melhor publicação de 2005!
 
Também em termos de publicações, não posso deixar de citar e atribuir uma menção honrosa a um projecto que nasceu durante o ano intitulado BD Jornal. Conta entre os seus colaboradores, com alguns autores de blogues bedéfilos e veio preencher um vazio que existia no mercado português. Mas sobre este jornal dedicarei uma nota exclusiva nos tempos mais próximos. 
 
Destaco também José Carlos Fernandes, não só pela sua simpatia e disponibilidade, mas também pela seu enorme talento e capacidade de trabalho. Não só teve um excelente ano de 2005, que culminou com a publicação de um volume, da colecção Série Ouro do Correio da Manhã, inteiramente dedicado à sua arte, como se avizinha outro excelente ano em 2006. Aguardo com expectativa a publicação da "A Agência de Viagens Lemming"", do primeiro volume do projecto “Black Box Stories” e do sexto volume da “A Pior Banda do Mundo". Manterá o título de melhor autor português da actualidade.
 
No que respeita a eventos, o FIBDA continua em morte assistida! Apesar da ligeira melhoria relativamente a 2004, sente-se a falta de entendimento entre editoras e organização, ao que acresce a aposta em autores pouco conhecidos do grande público, a péssima localização do festival, a fraca divulgação do evento, que tudo somado se reflecte na escassa afluência do público. A continuar assim, e o projecto FIBDA fica com os dias contados. Depois, temos um Salão de Lisboa a esbanjar dinheiro e um Salão do Porto que tornou virtual!
 
Resumindo, tirando alguns episódios e iniciativas, a regra tem sido deixar o tempo correr sem que nada aconteça. Muito pouco para um mercado que se pretendia cheio de histórias aos quadradinhos! 
 

13 janeiro, 2006

BD infantil no CNBDI

Aqui fica a divulgação do anúncio (recebido via e-mail) de uma exposição de Banda Desenhada infantil feita por autores portugueses, organizada pelo Centro Nacional de BD e Imagem (CNBDI):

“Em Traços Miúdos”, é a exposição que o Centro Nacional de BD e Imagem propõe a partir do dia 19 de Janeiro. Pedro Leitão, José Abrantes e Ricardo Ferrand mostram que há banda desenhada infantil em Portugal.


Durante quatro meses, esta mostra de banda desenhada infantil terá como público alvo os mais novos estando, desde já, previstas iniciativas de animação, como a Hora do Conto, baseada numa das histórias expostas.

A exposição, a inaugurar no dia 19 de Janeiro, pelas 19 horas, será dividida em dois núcleos distintos: o primeiro, que pretende abordar a importância e a história da banda desenhada infantil em Portugal, reunirá autores como Sérgio Luís, Tiotónio, Fernando Bento, ETC, Cottinelli Telmo, Stuart Carvalhais, José Ruy, Augusto Trigo e outros nomes importantes no panorama da BD nacional, nomeadamente infanto-juvenil. Neste primeiro núcleo, será dada, ainda, relevância às publicações que, a partir dos anos 20, fizeram as delícias da juventude. Quanto ao segundo nível, estarão expostos originais de Pedro Leitão, Ricardo Ferrand e José Abrantes, três dos mais importantes autores de BD Infantil portuguesa.
Neste último núcleo, além dos quadros, o espaço estará vocacionado, igualmente, para as actividades e brincadeiras que o CNBDI irá propor aos mais novos.

A exposição estará mais vocacionada, como referido, para um público mais novo. Assim, para marcação de visitas, as escolas interessadas devem contactar o CNBDI, através dos seguintes meios: 214998910 (telefone) ou bd.amadora@netcabo.pt (correio electrónico).

Horário da exposição: de 2ª a 6ª feiras, das 9.30h às 12h e das 14h às 17h.

10 janeiro, 2006

Tintim

A primeira nota bedéfila de 2006 serve para recordar que no longínquo dia de 10 de Janeiro de 1929 (faz hoje 77 anos), o mundo da banda desenhada conheceu um dos seus mais famosos personagens: Tintim e o seu inseparável cão Milou. A primeira aparição aconteceu nas páginas do n.º 11 do Le Petit Vingtiéme, um suplemento juvenil do jornal belga de inspiração católica Le Vingtiéme Siécle, com a publicação do primeiro episódio das aventuras de “Tintim no País dos Sovietes”. Seguiram-se mais 22 aventuras, interrompidas com a morte do seu autor, Hergé, em 1983.

31 dezembro, 2005

Desta vez, a todos os que por aqui passam...

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É só para assinalar a visita 3000 deste blogue!

The Other: as capas que faltavam

Já foram divulgadas as duas últimas capas alternativas que faltavam (ver abaixo) do arco Spider-Man: The Other. Os desenhos escolhidos foram “Peter Parker” para a revista Marvel Knights Spider Man # 22 variant e “Spider-Ham” para a revista Amazing Spider-Man # 528 variant. Pessoalmente acho a versão "Spider-Ham" completamente despropositada e fora do contexto. Absolutamente absurda!

Mas como não há duas sem três, a Marvel resolveu adicionalmente imprimir uma segunda capa do "Spider-Ham", desta vez em versão sketch (desenho a lápis) para distribuição gratuita pelos retalhistas, com base num rácio de 1 para 36, ou seja, por cada 36 revistas da edição normal de Amazing encomendadas recebem uma versão sketch.

Se pensarmos que cada edição da revista Amazing Spider-Man vende cerca de 115.000 cópias, aplicando o rácio 1/36 obtemos de forma arredondado o número de 3200 cópias da “Spider-Ham“ disponíveis para coleccionadores! Está-se mesmo a adivinhar o rico preço a que cada uma desta revistas vai aparecer à venda no eBay! Digam lá se a América não é a terra das oportunidades???

Resta só dizer que a revista “Peter Parker” estará à venda no dia 18 de Janeiro e a revista “Spider-Ham” no dia 25 de Janeiro.

As restantes capas alternativas da colecção podem ser vistas aqui.

28 dezembro, 2005

As minhas BD preferidas #3: Torpedo 1936

Na vizinha Espanha, foi publicada pela primeira vez, em 1982, na revista “Creepy”, uma das melhores séries negras da banda desenhada europeia, escrita por Enrique Sánchez Abulí (francês radicado em Espanha) e desenhada, numa primeira fase, por Alex Toth e posteriormente por Jordi Bernet (espanhol). Luca Torelli, um emigrante italiano, aliás, Torpedo 1936, “um pistoleiro profissional da pior espécie, frio, lúgubre, sem piedade, corpo esguio, rosto macilento, gestos indolentes e seguros que não gosta de grandes discursos, que acredita que tudo tem um preço, tanto o amor como a morte” (texto da contra-capa de um dos álbuns do Torpedo).

O universo de Torpedo centra-se no submundo da cidade de Nova Iorque dos anos 30, o cenário perfeito para as histórias de violência, sexo, vingança e crime que preenchem a vida de Luca Torelli. Por vezes, somos "transportados" para a Sicilia dos anos 20, onde acompanhamos a infância de Torpedo e a sua "educação" num meio dominado pela Máfia.


A série Torpedo encontra-se inteiramente desenhada num magnifico registo a preto e branco (apesar das capas coloridas), onde se faz um uso sistemático do contraste entre luzes e sombras que associado à utilização de grandes planos, acaba por se traduzir em imagens com um forte impacto visual, em perfeita harmonia com a violência das histórias e o carácter da personagem. Aqui fica a minha admiração pelo excelente traço de Jordi Bernet. Aliás a troca de Toth por Bernet, na minha opinião, só beneficiou a personagem. Aliado ao desenho, encontramos um argumento imaginativo, que se traduzem em histórias curtas mas dotadas de excelentes diálogos, com grande sentido de humor (negro, obviamente) e ironia q.b.

Apesar de pouco conhecida, talvez pelo facto das aventuras de Luca Torelli e do seu sócio Rascall terem terminado, por decisão por decisão do seu autor (Sánchez Abulí) na sequência de um desentendimento com Bernet, Torpedo surge como umas das minhas bandas desenhadas preferidas .

"Torpedo 1936" em Portugal:

A série Torpedo, encontra-se, infelizmente, parcialmente editada em Portugal, através de 6 álbuns da Editorial Futura.

No formato revista, foram publicadas histórias avulsas, nomeadamente na revista “O Mosquito” - 5ª Série (1984-1986), no Almanaque “O Mosquito” (1984-1987) e nas Selecções BD - 2ª Série (1998-2001).

24 dezembro, 2005

A todos os que por aqui passam......

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Página Oficial de “300”

Foi hoje divulgado na internet o site 300themovie.warnerbros.com que é a página oficial da adaptação ao cinema da magnífica obra de banda desenhada «300» de Frank Miller (argumento e desenhos) e Lynn Varley (cores). O filme é realizado por Zack Snyder e conta a história do Rei Leónidas que comandando um grupo de 300 espartanos combateu o Xerxes e o seu exercito persa, na batalha de Termópilas.
 
Face à enorme desproporcionalidade no número de homens, a bravura e o sacrifício dos soldados espartanos, fieis à Lei de Esparta “sem retirada, sem rendição”, inspirou a Grécia a unir-se para lutar contra o invasor persa. Um fórum de discussão sobre “300” pode ser encontrado aqui.
 
Do site, destaca-se o “video journal” com detalhes das filmagens e a galeria de “concept art” onde se pode comparar todo o processo de criação, que parte do desenho de BD até à imagem final (ver abaixo). Toda a produção do filme segue os métodos aplicados, com sucesso, em "Sin City", ou seja, trabalha-se numa adaptação fiel à banda desenhada, prancha a prancha.
 
Se Zack Snyder conseguir manter a qualidade narrativa da BD, só podemos esperar por mais um grande filme.
 
Falta só acrescentar que o álbum «300» encontra-se publicado em Portugal, numa edição da Norma Editorial, com a curiosidade dos primeiros 300 exemplares terem sido numerados e certificados.

23 dezembro, 2005

Milagre da multiplicação!

A editora Marvel não “brinca em serviço” e continua a tirar o maior proveito do sucesso de vendas que é a nova saga do Homem-Aranha: “The Other”. Tudo começou por uma reedição do primeiro episódio da saga, publicado originalmente no comic Friendly Neighborhood Spider-Man #1 que esgotou rapidamente. A reedição apresentava uma capa alternativa onde o Homem-Aranha surgia no seu uniforme normal. Seguiu-se a publicação do episódio dois, no comic Marvel Knights Spider-Man #19 que também esgotou. Nova reedição com uma nova capa alternativa, desta vez o Homem-Aranha surgia com o uniforme todo negro, a lembrar as origens de Venom. Seguiu-se o episódio três e a consequente variante no uniforme, desta vez a lembrar o clone Ben Reilly. E assim por diante. Lançada a colecção, torna-se dificil ao leitor/coleccionador desistir. Como o total a saga está previsto para doze episódios, é fácil perceber que existirão outras tantas capas alternativas. Uma história de 12 partes transforma-se numa colecção de 24 comics. E assim se faz o milagre "americano" da multiplicação!

Aqui ficam as capas da colecção “alternativa”, já divulgadas, ficando a faltar apenas duas:







19 dezembro, 2005

As minhas BD preferidas #2: Homem-Aranha

Se me perguntarem qual é o meu super-heroi preferido, respondo de imediato que é o Homem-Aranha!

Criado por Stan Lee (argumento) e Steve Ditko (desenho) fez a sua primeira aparição nas páginas da revista Amazing Fantasy #15, publicada em Agosto de 1962. Curiosamente a revista foi cancelada neste número. No entanto, face à pressão dos leitores que haviam gostado da aparição desta nova personagem, a Marvel resolveu relançar as aventuras do ‘Aranha’, a partir de Março de 1963, com a publicação regular de uma nova revista intitulada The Amazing Spider-Man.

O Homem-Aranha tem a sua origem quando o jovem estudante Peter Benjamin Parker, órfão, criado pelos seus tios Ben e May, é mordido por uma aranha radioactiva. A partir daqui, Peter Parker, que adquire super-poderes, ficando dotado de uma força colossal, uma enorme agilidade e um ‘sentido de aranha’ (alerta para perigos), desenvolve então a personagem do Homem-Aranha com o objectivo inicial de ganhar facilmente dinheiro em combates de luta-livre. No entanto, deslumbrado com a sua nova condição, certo dia, Peter Parker não faz qualquer esforço para impedir a fuga de um assaltante. Este acto viria a trazer graves consequências na sua vida, na medida que este assaltante acabaria por matar o seu tio Ben. Marcado pela tragédia, aprende desta forma o significado das palavras que o tio lhe havia dito anteriormente: "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades". E este passa a ser o lema da vida do nosso herói.

O meu fascínio pelo Homem-Aranha provém bastante, não da sua condição de herói, mas sim do seu lado humano. Não encontro outro super-heroi que passe pelos problemas pessoais que Peter Parker passa, quando assume a sua faceta de cidadão comum. É humilde e voluntarioso, ganha a vida como professor, pass por vezes por dificuldades financeiras, tem de gerir crises familiares, derivadas da sua relação com a sua mulher May Jane ou com a sua Tia May, luta ‘interiormente’ contra sentimentos de culpa, derivados da morte do seu tio Ben e da sua antiga namorada Gwen Stacy. Todo este mundo imperfeito de Peter Parker, aliado ao seu estatuto de super-heroi, tornam o Homem-Aranha um personagem único no mundo da banda desenhada.

Do seu universo, também sobressai uma vasta e rica galeria de inimigos/vilões, entre os quais se podem destacar, entre muitos outros, personagens como o Duente Verde, pai do melhor amigo de Peter e um dos piores inimigos do Homem-Aranha, responsável pela morte de Gwen Stacy, cuja primeira aparição foi em Amazing Spider-Man #14; o Dr. Octopus (Dr. Otto Octavius) um reconhecido cientista na área da física nuclear, cujo um acidente em laboratório fez com que uns tentáculos hidráulicos, por ele criados, se fundissem com o seu corpo, cuja primeira aparição foi em Amazing Spider-Man #3; o Kraven, um dos melhores caçadores do Mundo, que desenvolveu uma obsessão pelo Homem-Aranha e suicidou-se depois de o vencer. Primeira aparição em Amazing Spider-Man #15; o Venom, um simbionte que resultou do estranho cruzamento entre um ex-jornalista com um simbionte alienígena, que partilhavam em comum um ódio pelo Homem-Aranha. Primeira aparição em Amazing Spider-Man #299 ou ainda mais recentemente Morlun, um estranho personagem com uma força sobre-humana e sobre o qual ainda não se conhecem muitos pormenores e cuja sua primeira aparição aconteceu em Amazing Spider-Man #471.

Ao longo de mais de quarenta anos de existência, felizmente que foram muitos e bons os autores que contribuíram para o desenvolvimento e enriquecimento deste super-heroi. Entre os argumentistas destacam-se, entre outros, Stan Lee, Gerry Conway, Roger Stern, Tom DeFalco, David Michelinie ou o actual J. Michael Straczynski. Entre os desenhadores encontramos nomes como Steve Ditko, John Romita, Gil Kane, Todd McFarlane, Erik Larsen, Luke Ross (ver desenho), John Romita Jr. (a provar que ‘filho de peixe…’) ou o actual Mike Deodato Jr.

O grande sucesso das aventuras do Homem-Aranha motivou mesmo uma elevada produção de histórias que teve como consequência, nos anos 90, no aparecimento de dezenas de títulos. O excesso de títulos, a publicação de histórias confusas ou mal contadas, que teve o expoente máximo no arco “A Saga do Clone”, o aproveitamento por parte da Marvel em publicar histórias interligadas nas várias revistas, levou à saturação e consequente perda de leitores, provocando desta forma o cancelamento de muitas revistas. Actualmente, parece-me observar o renascer deste fenómeno, conforme se pode verificar no arco “The Other” já falado aqui. Espero que com outras consequências!

Já em 2000, numa tentativa de cativar novas gerações de leitores, a Marvel desenvolveu então uma nova linha de acção, que designou de “Ultimate”, onde todo o universo Homem-Aranha foi actualizado, ou seja, a história do Homem-Aranha é recontada e transposta para os nossos dias, o que implicou obviamente algumas alterações relativamente à matriz original, o que se traduziu num enorme sucesso em termos de vendas.
As recentes adaptações cinematográficas, “Spider-Man” e “Spider-Man II” (está prevista a estreia de “Spider-Man III” em 2007), para além de se revelarem como das mais lucrativas de sempre da história da banda desenhada, tambem ajudaram à recuperação da popularidade do Homem-Aranha.

Da minha parte, começei a acompanhar as aventuras do Homem-Aranha através da colecção publicada pela Agência Portuguesa de Revistas. Depois, perante o vazio que se instalou no mercado português, comecei a coleccionar os comics americanos, primeiro “Amazing Spider-Man” e mais tarde “Ultimate Spider-Man”. Actualmente, para além dos títulos americanos, colecciono também as edições portuguesas publicadas pela Devir.

"Homem-Aranha" em Portugal:

Em Portugal, o Homem-Aranha chegou a partir do final da década de 60, através das revistas brasileiras de editoras como a EBAL, a Bloch, a Panini e a Abril.

- a primeira edição em português do Homem-Aranha, dá-se em Abril de 1971, no n.º 1 da revista Acção & Mistério (Série Fantástica), das edições Palirex. Foram ainda publicadas mais aventuras do Homem-Aranha nos n.ºs 2, 17, 18, 20 e 21 desta colecção.

- entre 1978 e 1981, a Agência Portuguesa de Revistas, publicou As Aventuras do Homem-Aranha, uma colecção que teve um total de 44 números.

- em 1983, a Distri Editora lançou O Fabuloso Homem-Aranha, com 10 números publicados.

- depois chegaram as revistas da Morumbi (depois Abril Morumbi), com a colecção Homem-Aranha, em duas séries distintas, em 1988 e em 1995. A Abril Controljornal também lhe dedicou atenção, até que em 1999 a Devir lançou Peter Parker: Homem-Aranha, em formato comic book americano, publicando até 2002, uma colecção que terminou no número #27, com a história da homenagem às vitimas dos atentados terroristas de 11/09/2001, publicada originalmente em Amazing Spider-Man #36 (#477 na numeração original).

- seguiu-se uma publicação conjunta Jornal de Noticias/Devir, intitulada O Sensacional Homem-Aranha, num total de 20 números.

- e desde 2003, que a Devir tem vindo a publicar de forma regular e periodicidade mensal a revista Homem-Aranha.

- encontramos também as aventuras avulso do Homem-Aranha, em várias edições, das histórias mais recentes do Homem-Aranha, nomeadamente na colecção Universo Marvel Deluxe (números 6, 7 e 13) da Devir e nas colecções Clássicos da BD (número 5) e Série Ouro (número 9) do Correio da Manha.

- a linha Ultimate, também foi objecto de publicação em Portugal, numa primeira fase, de novo através da iniciativa conjunta Jornal de Noticias/Devir que durante o ano de 2004, publicaram a revista Ultimate Homem-Aranha num total de 20 números; e mais tarde, em 2005, a Devir retomou esta publicação numa base mensal, reiniciando a numeração a partir do número 1.

Em formato de álbum, podemos encontrar O Fabuloso Homem-Aranha e As Maiores Aventuras do Homem-Aranha, ambos publicações da Agência Portuguesa de Revistas e a colecção Spider-Man da editora Futura.

Sites de consulta:

- Site não-oficial de Stan Lee [link]
- Site não-oficial do Spider-Man [link]
- Site oficial da Marvel [link]
- Site oficial da Devir – Revista Homem-Aranha [link]
- Site oficial do filme “Spider-Man III” [link]

16 dezembro, 2005

Leilão de arte original

Depois dos duelos artísticos, dos quais se fez referência no post anterior, ao confronto que opôs Jim Lee a Michael Turner, os desenhos dos vários duelos entre os estúdios Wildstorm e Aspen, foram agora colocados em leilão no eBay. As verbas obtidas com as vendas destinam-se ao Comic Book Legal Defense Fund (CBLDF), uma entidade que protege os direitos legais dos autores sobre as personagens que criam. Para os interessados aqui fica o link do leilão. Boas licitações!

11 dezembro, 2005

Duelo Artístico


O Sun of Gelatometti está a patrocinar um combate entre super...desenhadores. Michael Turner (Aspen) versus Jim Lee (Wildstorm). O duelo desenrola-se da seguinte forma: a cada um foi pedido que fizesse um sketch com duas personagens, o Nocturno dos X-Men e a Arlequina, a namorada do Joker. Desenhos feitos e publicados e é pedido aos visitantes que escolham qual o melhor.

Para participar na eleição basta deixar um voto na caixa de comentários do desenho preferido! Passem por lá. Eu já exerci o meu direito cívico!

09 dezembro, 2005

Saldos de BD

Acabei de chegar da livraria Assírio & Alvim situada no Cinema King em Lisboa. Encontra-se lá a decorrer saldos de álbuns de bd. A venda decorre entre 8 e 11 de Dezembro e os preços variam entre 1 e 5 euros. Esta óptima iniciativa é da Sodilivros e os álbuns pertenciam ao fundo editorial da falida Meribérica. Entre os vários títulos que se encontravam para venda pude encontrar Lucky Luke, Asterix, Spirou & Fantasio, Michel Vaillant, Blueberry, XIII, Valerian, O Mercenário, entre muitos outros e diversos álbuns de autores como Moebius, Bilal, Boucq ou Giroud. Para além do preço convidativo, o melhor é o óptimo estado de conservação do álbuns. E pelo que percebi, a divulgação não tem sido muita, porque as caixas ainda estavam cheias de bd.

Eu aproveitei para completar as minhas colecções do Valerian e d’O Mercenário preços que variaram entre 4 e 5 euros. Pelo meio também comprei uns Boucq’s. Resumindo, vim de lá de saco cheio. Afinal é Natal!

08 dezembro, 2005

Pequenos contos

Ou pequenas obras da banda desenhada portuguesa, são as histórias de duas páginas, com os textos irónicos de José Carlos Fernandes e as excelentes ilustrações de Miguel Rocha (provavelmente os melhores autores de bd em Portugal) que vêem sendo publicadas na secção bd da revista C, editada trimestralmente pelo Centro Colombo (esse mesmo, o centro comercial de Lisboa).

Para acompanhar, até porque é possível receber a revista gratuitamente em casa, através de um simples registo aqui!

Os mais ricos....

 
A revista americana Forbes (quem mais?) resolveu actualizar a sua lista, a última já tinha três anos, com o ranking dos quinze personagens mais ricas, financeiramente falando, do mundo da ficção.

De destacar o facto que no meio de tantos personagens pertencentes ao nosso imaginário, ao cinema, à literatura, à animação, encontramos no ‘top ten’ quatro personagens vindas do mundo da banda desenhada. Aqui fica a lista dos dez mais:

1. Pai Natal (há dúvidas?)
2. Oliver "Daddy" Warbucks (o pai adoptivo de Annie)
3. Riquinho (continua o 'puto' mais rico do mundo)
4. Lex Luthor (o vilão mais rico do mundo)
5. Mr. Burns (o patrão de Hommer Simpson)
6. Tio Patinhas (mantêm o título do pato mais rico do mundo)
7. Jed Clampett (???)
8. Bruce Wayne (a.k.a. Batman)
9. Thurston Howell III (???)
10. Willy Wonka (o dono da mais famosa fábrica de chocolates do mundo)

Para quem tiver curiosidade em consultar a lista completa, com o valor estimado da fortuna de cada um e uma pequena nota biográfica, pode clicar aqui!

26 novembro, 2005

As minhas BD preferidas #1: Tenente Blueberry

Muito naturalmente. Desde miúdo que as historias do Oeste Americano sempre me fascinaram. E o formato em banda desenhada ocupou sempre um lugar de destaque. Mas a leitura da aventura de “Forte Navajo” (publicada pela primeira vez na revista Pilote n.º 210, em 31 de Outubro de 1963) e dos álbuns seguintes marcaram desde logo a série Blueberry como a minha banda desenhada preferida. Considero não existir melhor. Prova disso são os trinta e sete mais um (tenho o “Chihuahua Pearl” na versão francesa, apenas porque o desenho da capa nesta edição, diferente na versão portuguesa, é simplesmente espantoso!) álbuns da minha colecção, publicados pela Meribérica-Liber, orgulhosamente arrumados na prateleira.

Os excelentes textos e desenhos de Jean-Michel Charlier e Jean Giraud, respectivamente, transportam-nos para um Oeste selvagem, que se estende desde das pradarias dos Estados Unidos até ao Novo México, admiravelmente recriado em todo seu ambiente e paisagens, com todas as sua referências, algumas históricas, tais como a Guerra da Secessão ou a construção do Caminho de Ferro Transcontinental, onde se cruzam personagens cheias de vida (Jimmy Mcclure ou Chihuahua Pearl, entre outras) com personagens reais (Cochise ou Wyatt Earp, entre outros) onde Mike S. Donovan a.k.a. Mike Steve Blueberry a.k.a. Mike Blueberry, acusado de um crime que não cometeu, se torna tenente das fileiras do exército americano, e assume o papeis de anti-herói, defensor de causas, renegado, jogador e pistoleiro. O protagonista principal dá mesmo o seu nome ao título principal da série, a qual se designa de forma genérica como “Uma Aventura do Tenente Blueberry”.

O sucesso e a evolução da própria narrativa justificou que surgissem novos títulos complementares, onde se desenvolveram novas linhas de acção. Assim surgiu a segunda série “Tenente Blueberry” ainda da dupla Charlier/Giraud que permitiu o início de um novo ciclo com o título “Nariz Partido” mas cujo falecimento de Charlier em 1989 veio interromper; a série “Mister Blueberry” escrita e desenhada apenas por Giraud, que nos álbuns já publicados nos mostra um Blueberry mais velho e cansado, a viver tranquilamente a vida como jogador profissional, cuja acção decorre em Tombstone, local onde ocorreu um dos episódios mais míticos do velho oeste: o duelo em O.K. Corral; a série “A Juventude de Blueberry” de Charlier/Giraud e continuada por Cortegianni/Wilson, que desenvolve o passado de Blueberry e finalmente a série “Marshal Blueberry” de Giraud, onde encontramos Blueberry a assumir as suas funções de Marshal interino numa pequena cidade fronteiriça chamada Heaven.

"Blueberry" em Portugal

Em Portugal, podemos encontrar as aventuras de Blueberry, em formato de revista, nas seguintes publicações: Tintin, Flecha 2000, Flecha 2000 (Diário Popular), Jornal da BD, Selecções BD, Selecções BD (2ª série) e Clássicos da Banda Desenhada (Correio da Manhã).

Em formato de álbum, a Editorial Íbis (inactiva) começou por publicar em 1969, os dois primeiros álbuns da colecção: «Forte Navajo» e «Tempestade no Oeste». Infelizmente ficou-se por aqui.

Mais tarde, a desaparecida editora Meribérica-Liber pegou no título e publicou 37 álbuns no periodo compreendido entre 1983 e 2003 (o último álbum publicado foi "O.K. Corral"). No entanto, a série «A Juventude de Blueberry» encontra-se incompleta, uma vez que a editora não respeitou a cronologia da história. Os álbuns publicados foram os seguintes:

"Blueberry" (Primeira Série)
- Forte Navajo (1983)
- Tempestade no Oeste (1983)
- A Águia Solitária (1983)
- O Cavaleiro Perdido (1984)
- A Pista dos Navajos (1984)
- O Homem da Estrela de Prata (1984)
- O Cavalo de Ferro (1985)
- O Homem do Punho de Aço (1985)
- A Pista dos Sioux (1986)
- O General Cabeça Amarela (1986)
- A Mina do Alemão Perdido (1988)
- O Espectro das Balas de Ouro
- Chihuahua Pearl
- O Homem que Valia $500.000
- Balada Para um Caixão
- O Fora-da-Lei
- Angel Face
- Mister Blueberry
- Sombras sobre Tombstone
- Gerónimo, o Apache
- OK Corral
- Dust

"Blueberry" (Segunda Série)
- Nariz Partido
- A Longa Marcha
- A Tribo Fantasma
- A Última Cartada
- O Fim da Pista
- Arizona Love

Série "Marshal Blueberry"
- À Ordem de Washington
- Missão Sherman
- Fronteira Sangrenta

Série "A Juventude de Blueberry"
- A Juventude de Blueberry
- Um Ianque Chamado Blueberry
- Os Demónios do Missouri
- Terror no Kansas
- O Raid Infernal
- Perseguição Implacável
- Três Homens para Atlanta


Actualmente, com a falência da Meribérica (anterior detentora dos direitos de publicação) existe um vazio relativamente a este título, desconhecendo-se mesmo a quem pertencem actualmente os direitos ou se os mesmos se encontram negociados para Portugal. Com esta indefinição, resta reler as aventuras de Blueberry já publicadas e aguardar com esperança que alguma editora portuguesa, continue a publicar esta excelente colecção.

(actualização em 26/08/2006)
A editora ASA editou em Julho deste ano, o 28º album da série "Blueberry". O novo album "DUST" vem encerrar o ciclo "Mister Blueberry". Esta é um excelente noticia, dado que ficam assegurados os direitos de publicação para Portugal daquela que é provavelmente a melhor banda desenhada da escola franco-belga.