25 maio, 2008

A publicação do ano... (eu sei que o ano ainda não acabou)

No regresso das férias, algures por cima do Oceano, olho nas páginas do jornal Público e não acredito no que estou a ler: anuncia-se uma nova colecção de BD, que se propõe publicar todas as aventuras editadas de Blueberry... e logo para abrir um álbum inédito!!!

Bem sei que ainda vamos entrar em Junho, mas para mim já está encontrada a publicação do ano, a colecção do ano, o melhor do ano!

Já nada mais me interessa, entrei em contagem decrescente para o dia 4 de Junho!


15 maio, 2008

este blogue encontra-se...

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Afrika

Tenho para mim que um dos melhores álbuns lançados no ano passado, em Portugal, foi "Afrika" de Hermann, da editora Vitamina BD.

Com a acção a desenrolar-se tendo por fundo a paisagem africana, este "Afrika" centra-se na figura de Dário Ferrer, um homem fechado e desencantado, ex-militar, agora responsável pela segurança de uma reserva natural da África Equatorial, com a missão de proteger os animais da caça furtiva.

Um dia, é contactado por Charlotte, uma jornalista que lhe solicita ajuda para fazer uma reportagem sobre caçadores furtivos e de forma inesperada, transformam-se ambos em testemunhas acidentais do massacre de uma aldeia organizado pelo exercito local com o apoio de uma empresa multinacional.

A partir daqui assistimos a uma fuga pela selva, numa luta pela sobrevivência, onde o maior predador é o próprio Homem, com um desfecho imprevisível mas obrigatoriamente trágico.

Uma história bem estruturada, auto-conclusiva, donde se destaca o traço extremamente fiel e realista de autor, nomeadamente no que respeita ao magnifico desenho de animais, transformando este álbum num dos melhores que já li de Hermann.

A minha nota:

Edição: Vitamina BD, 1ª edição de Outubro de 2007

09 maio, 2008

Desenhos autografados (2): Hunter

"Hunter"

Aproveitando a noticia que o desenhador português Daniel Maia foi um dos escolhidos num concurso internacional para a escolha de novos ilustradores, promovido pela editora americana Marvel, publico aqui um desenho autografado seu, da personagem "Hunter", feito em Outubro de 2005, aquando do 16º FIBDA.

08 maio, 2008

70 anos de Giraud

Nascido em Paris, a 8 de Maio de 1938, Jean Giraud é unanimemente reconhecido como um dos grandes nomes da bd franco-belga e uma referência incontornável da bd contemporânea, com uma vasta obra que ultrapassa fronteiras, abrange vários domínios, que vai desde da banda desenhada ao cinema.

Giraud também conhecido pelo pseudónimo de Moebius, teve o seu inicio de carreira em meados da década de 50, com a publicação de alguns trabalhos, nomeadamente "westerns" que serviram de antecâmara ao novo mundo que nos transporta para um Oeste selvagem, que se estende desde das pradarias dos Estados Unidos até ao Novo México, admiravelmente recriado em todo seu ambiente e paisagens, com todas as sua referências, algumas históricas, que iria ser criado, juntamente com Jean-Michel Charlier, em 1963, nas páginas da revista Pilote, daquela que tenho para mim, como a minha banda desenhada preferida, a série "Tenente Blueberry".

A partir de 1973, colabora na criação da revista Metal Hurlant, publicando aqui algumas das suas obras. Dono de um traço único, cria sob a assinatura de Moebius, universos ricos centrados essencialmente numa ficção científica delirante.

Na década de 80, regista-se a passagem pela Marvel americana, colaborando com Stan Lee numa história da personagem Surfista Prateado.

Do trabalho desenvolvido com Alexandro Jodorowsky na série Incal, surge a oportunidade de entrar no mundo do cinema, colaborando como argumentista ou desenhador de cenários, em filmes de ficção cientifica como "Alien", "Tron" ou o "Quinto Elemento", entre outros.

Pela obra já realizada, devemos estar gratos e neste dia dar os parabens ao extraordinário criador de histórias que é Jean Giraud aka Moebius!

Exposição "Como se Desenham os Sonhos"

É hoje inaugurada a exposição Como se Desenham os sonhos, homenagem a José Ruy, no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI), na Amadora.

A exposição é dedicada à cidade e à sua importância no surgimento das histórias aos quadradinhos, ao seu património e ao autor José Ruy. A mostra revela-nos, igualmente, todo o processo criativo do autor, nomeadamente para a criação dos álbuns “Levem-me nesse sonho” e “Levem-me nesse sonho… acordado” (versão mais actualizada), dedicados à História da Amadora em banda desenhada: ideia, guião, planificação, esboços e textos, a passagem à cor e o acompanhamento da impressão.

Nas duas salas da galeria de exposições, podem ser vistas as pranchas originais da História da Amadora em Banda Desenhada, fotografias da época e actuais de alguns dos elementos patrimoniais mais significativos da Cidade e objectos pessoais do autor José Ruy.

A exposição tem o propósito, igualmente, de homenagear José Ruy, autor que, com mais de sessenta anos de trabalho em prol da BD, doou a obra de toda uma vida à Amadora. São mais de cinco mil trabalhos originais, que constituíram a primeira pedra na construção de uma colecção única no País.

José Ruy nasceu na Amadora a 9 de Maio de 1930, na actual freguesia da Venda Nova. O fascínio pela banda desenhada surgiu desde cedo, ao ponto dos seus pais fazerem uma assinatura de O Mosquito, logo ao segundo número da revista. Cursou na Escola António Arroio, primeiro em Belas-Artes e depois em Litografia. É o artista português com o maior número de álbuns de banda desenhada, 42 títulos publicados até meados de 2008, sem contar as reedições, as versões em línguas estrangeiras, as brochuras publicitárias ou as participações em álbuns colectivos.

A exposição pode ser visitada até ao dia 27 de Março de 2009, no seguinte horário:

de 2ª a 6ª feiras, das 9.30h às 12.30h e das 14h às 17.30h

Desenhos autografados (1): Alix

"ALIX"


Resolvi abrir uma nova rubrica aqui nas "notas" destinada a divulgar desenhos autografados de autores de banda desenhada da minha colecção, que tive a felicidade de obter nos últimos anos, dos contactos com os vários autores nos vários festivais de BD que visitei.

Assim, o primeiro desenho escolhido é um desenho a lápis de carvão, de perfil da personagem Alix, feito pelo autor Jacques Martin, aquando da sua passagem por Lisboa, salvo erro em 1995(?), na capa interior do álbum "Alix, o Intrépido" correspondente ao n.º 1 da colecção da editora Edições 70 .

07 maio, 2008

IV Festival Internacional de BD de Beja

 
É já no próximo dia 10 de Maio, pelas 15 horas, que terá inicio o IV Festival Internacional de BD de Beja que promete "arrastar a cidade e o país num turbilhão de mil imagens".

Assim, entre os dias 10 e 25 deste mês, todo o centro histórico da cidade de Beja exibirá 16 exposições, espalhadas pela Casa da Cultura de Beja (o núcleo principal do evento), pela Biblioteca Municipal de Beja - José Saramago, pelo Conservatório Regional do Baixo Alentejo, pelo Museu Jorge Vieira - Casa das Artes, pelo Museu Regional de Beja, e pela Pousada de S. Francisco.

São cerca de 500 pranchas de banda desenhada em exposição, de mais de 80 autores de países como a Alemanha, o Brasil, a Espanha, os Estados Unidos, a França, a Inglaterra, a Itália e Portugal, no maior evento ligado à banda desenhada do Sul do país!

Os autores convidados a estarem presentes são DAVE MCKEAN (Inglaterra), DINIZ CONEFREY, FILIPE ANDRADE, FILIPE PINA, FRANTZ DUCHAZEAU (França), GIPI (Itália), JOÃO LEMOS, MARTIN TOM DIECK (Alemanha), NUNO SARAIVA, OSVALDO MEDINA, PEDRO LEITÃO, PEPEDELREY, SUSA MONTEIRO, e TERESA CÂMARA PESTANA e ainda os autores do colectivo TOUPEIRA, entre muitos outros!

Mais informação e o programa oficial poderá ser consultado na página oficial do festival.

BD no Cinema: Batman

aproveitando o balanço, aqui fica o novo trailer de "The Dark Knight"!

Cinema: "Homem de Ferro"

Não sei se é um bom prenúncio para a temporada de super-heróis que se avizinha mas este "Homem de Ferro" surpreendeu-me pela positiva!

Apesar da personagem não ter o estatuto de grande super-heroi, como o Homem-Aranha ou o Batman, a verdade é que a sua arriscada adaptação ao cinema é talvez uma mais bem conseguidas até à data.

O mérito do filme é devido não só à extraordinária interpretação de Robert Downey Jr no papel principal do arrogante milionário playboy Tony Stark mas tambem ao quase desconhecido realizador Jon Favreau, que soube adaptar sem desvirtuar, mostrando conhecer bastante bem a matéria prima (leia-se "banda desenhada") que trabalhou. Veja-se, por exemplo, as várias referências que foram sido deixadas ao longo do filme (S.H.I.E.L.D, "nova Liga", etc).

O facto da origem do Homem de Ferro ter sido actualizada dos anos 60 para os nossos dias é uma questão de pormenor, depressa esquecido pela voragem da narrativa. As sequências da evolução da armadura estão bem desenvolvidas e intercaladas com as espantosas cenas de acção que recheiam o filme e que justificam muito bem o milionário orçamento desta produção.

Sem dúvida que este super-heroi da 9º arte tem propulsão para voar no cinema!

Resumindo, um filme sóbrio, muito bem conseguido, excelentemente bem interpretado, que faz com que a nova produtora da "Casa das Ideias", a Marvel Studio tivesse entrado com o "pé direito". Obviamente, os fans dos comics agradecem!

As minhas estrelas: 4 em 5


Nota: no final do filme, aconselho os irredutiveis leitores de comics a esperarem 5-10 minutos pelo fim dos créditos... para aqueles que já foram ver o filme e não esperaram e querem saber o que acontece... cliquem aqui!

01 maio, 2008

"Homem de Ferro"



Numa semana quase toda ela dominada por super-herois, seja pelo lançamento de novos posters de promoção do filme do “Batman” ou pela divulgação do novo trailer de “Hulk”, estreia hoje em Portugal, a mais recente aquisição pelo cinema de um herói de banda desenhada, desta vez, o HOMEM DE FERRO.

Em Março de 1963, nas páginas do número 39 da revista “Tales of Suspense”, surge a história do milionário e engenheiro da indústria de armamento Anthony Stark, que durante uma visita a uma base americana no Vietname é feito prisioneiro pelas forças comunistas vietcongs e obrigado a criar uma nova arma para eles. Em vez disso, desenvolve uma armadura de ferro dotada de diversas armas que utiliza para fugir. De regresso à América, Tony Stark resolve continuar a desenvolver a sua armadura, dotando-a de novo e poderoso armamento, e adopta o nome de Iron Man. Por curiosidade, a sua armadura é que após alguma indefinição quanto ao seu aspecto (de prateado a dourado) viria a adoptar, por influência do desenhador Steve Dikto (o mesmo do Homem-Aranha) as famosas cores vermelho e dourado.

Com a adaptação ao cinema, o Homem de Ferro vê a sua origem actualizada e adaptada ao cenário político dos dias de hoje, trocando as selvas do Vietname pelas montanhas do Afeganistão.

Este novo filme é também a estreia da Marvel Studios na produção de filmes de super-herois. Esperemos que ao tomar conta das operações de adaptação cinematográficas das suas personagens, a Marvel, garanta para além da qualidade a fidelidade às histórias originais!

Deixo aqui a sinopse do filme:

Robert Downey Jr. actor já nomeado para um Óscar da Academia surge como Tony Stark / Homem de Ferro na história de um bilionário da indústria e génio da invenção que é raptado e forçado a construir um arma de destruição devastadora. Em vez disso, e utilizando a sua inteligência e engenho, Tony constrói um fato armadura high-tech e escapa ao cativeiro. Ao desvendar uma perversa trama com implicações mundiais, ele assume a sua poderosa armadura e jura proteger o mundo como o Homem de Ferro. O filme conta ainda com as interpretações de Gwyneth Paltrow, Terrence Howard e Jeff Bridges, sendo realizado por Jon Favreau.

A classificação no site IMDB (à data): 8.3/10

Site oficial do filme aqui.

28 abril, 2008

BD no Cinema: Batman

Em contagem decrescente para o dia 18 de Julho, continua a promoção do filme "The Dark Knight", desta vez com a divulgação de cinco novos posters (os últimos quatro foram revelados em exclusivo pelo site brasileiro Omelete), desta vez descentralizados da figura do Joker. Para aumentar a expectativa juntamente com os seis já anteriormente divulgados!




















15 abril, 2008

Mundo de Aventuras



Ao receber hoje pelo correio, um lote de revistas do "Mundo de Aventuras", adquirido recentemente, vieram também recordações da minha infância, quando com os meus 10, 11 anos descobri o mundo da banda desenhada. E se revista houve que contribuiu para essa descoberta, foi sem sombra de dúvidas o "Mundo de Aventuras". E posso dizer sem exagero que eu não lia, eu “devorava” as aventuras de tal forma, que bastava olhar para a capa da revista para saber qual a história publicada. Assim, numa de nostalgia, resolvi reproduzir aqui integralmente, até para memória futura, o texto (revisto) escrito, aquando da minha colaboração com o desactivado portal BDesenhada.com, sobre essa saudosa revista que foi o "Mundo de Aventuras".

Numa altura em que escasseiam revistas de banda desenhada de publicação regular em Portugal, e as que existem(?) lutam desesperadamente por se manter “à tona da água”, proponho um regresso ao passado, para uma leitura sobre talvez um dos mais importantes projectos editoriais da banda desenhada que se fez em Portugal, não só pela sua longevidade mas também porque ajudou a criar gerações de bedéfilos, que semanalmente acompanhavam um mundo novo de aventuras. Pessoalmente, esta publicação, na sua segunda série, é para mim uma das mais fortes referências bedéfilas da minha juventude.

Começou por ser publicado semanalmente à quinta-feira, inicialmente num formato de grandes dimensões (280x400) e chamava-se “O Mundo de Aventuras”. Tendo como primeiro director Mário de Aguiar, surgiu nas bancas portuguesas pela primeira vez no dia 18 de Agosto de 1949, com um preço de capa de 1$50, e logo na sua primeira folha dava início a uma história, uma aventura de um piloto de aviação chamado “Luís Ciclon”, cujo nome português foi curiosamente importado de Espanha para personagem “Steve Canyon” (nome original), criada por Milton Caniff, autor que ganhou notoriedade com a criação das aventuras de “Terry e os Piratas”.

Ao longo de quase 38 anos, o “Mundo de Aventuras” trouxe-nos os grandes clássicos da banda desenhada americana, permitindo descobrir personagens como o “Fantasma” de Lee Falk, “Rip Kirby” de Alex Raymond, “Príncipe Valente” de Harold Foster, “Cisco Kid” de José Luís Salinas, “Johnny Hazard” de Frank Robbins ou o já referido “Luís Ciclon” de Milton Caniff, para além de publicar banda desenhada europeia como “Garth” de Steve Dowling ou “Kit Carson” de Rino Albertarelli, entre muitos outros.

O aparecimento posterior de outros projectos, de igual qualidade, nomeadamente as revistas “Cavaleiro Andante” (em 1952) e “Tintin” (em 1968), que publicavam essencialmente banda desenhada de origem franco-belga, levaram que o “Mundo de Aventuras”, propriedade da sociedade Aguiar & Dias (Agência Portuguesa de Revistas), sofresse ao longo dos anos, alterações de vária ordem, sendo das mais visíveis as relacionadas com a sua dimensão, que passou do formato inicial de “jornal” para o formato final de “livro” e a publicação de histórias completas, sendo que antes estas encontravam-se repartidas por vários números. A título de curiosidade acrescenta-se que a partir do número 81, publicado em 1 de Março de 1951, o título deixou cair o “O” passando a designar-se apenas “Mundo de Aventuras”.

A partir da década de 50, na sequência da implementação de medidas de auto-regulamentação por parte de editoras americanas de banda desenhada, com a criação do famoso selo da “Comics Code Authority”, o “Mundo de Aventuras” torna-se em Portugal, a primeira publicação a adoptar estas orientações, passando a excluir séries consideradas como não juvenis. A censura, então vigente no nosso país, encarregou-se do resto, dedicando-se a truncar textos e vinhetas, chegando mesmo a tornar obrigatório que as personagens estrangeiras adoptassem nomes portugueses. Assim, “Rip Kirby” transformou-se em “Ruben Quirino”, “Prince Valiant” passou a “Príncipe Valente”, “Johnny Hazard” a “João Tempestade”, “Flash Gordon” a “Capitão Relâmpago”, “Big Ben Bolt” a “Luís Euripo”, Brick Bradford” a “Brigue Forte”, entre muitos outros caricatos exemplos.

O “Mundo de Aventuras” entre o período compreendido entre 1949 e 1987 passou pelo que se convencionou designar por duas séries. A primeira com início no primeiro número terminou em 20 de Setembro de 1973 com a publicação do número #1252. A segunda série, cuja numeração começou de novo no número #1, teve início em 4 de Outubro de 1973 e terminou no dia 15 de Janeiro de 1987, com a publicação do número #589, o número final.

Como actualmente já não existem projectos deste calibre, resta a memória e para aqueles que possuem revistas desta magnifica colecção, o prazer de ler e reler grandes aventuras, grandes clássicos da banda desenhada, em português.

Publicado originalmente no portal BDesenhada.com em 11-12-2006.

10 abril, 2008

O sucesso tambem se mede no preço...

Um comentário do Grimlock no post relativo ao novo álbum de Blake & Mortimer, chamou-me a atenção para o aparente sucesso de vendas que está a ser esta nova aventura, que se encontra no top de vendas da FNAC. No entanto não pude deixar de reparar que o preço de venda praticado pela FNAC também acompanhou o ritmo das vendas. Senão vejamos, enquanto no dia 27 de Março, paguei € 12,60 na loja do Chiado, o álbum encontra-se agora à venda no site pelo preço FNAC € 13,05 (já inclui um desconto de 10%). Não há dúvida que BD começa a ser um óptimo investimento, porque em pouco menos de duas semanas, a minha aquisição já valorizou 4%!

02 abril, 2008

Uns extraordinários € 764.218

foi o valor pelo qual foi vendida, no passado dia 29 de Março num leilão de páginas e desenhos originais de banda desenhada, uma pintura original a guache de Hergé datada de 1932 para a capa do álbum “Tintin na América” (ver imagem ao lado).

Este alucinante valor constitui um record absoluto no que respeita a valorizações de originais de banda desenhada!

Entre as centenas de lotes a leilão, para além de Hergé, encontravam-se ainda vários desenhos originais de Giraud (Blueberrry), Franquin (Spirou e Fantasio), Jacobs (Blake e Mortimer), Hugo Pratt (Corto Maltese), Morris (Lucky Luke) entre muitos outros, o que originou um volume de vendas total de € 3.441.896!!!


28 março, 2008

As Aventuras de Blake & Mortimer, Vol. 18 - O Santuário de Gondwana

Ontem, numa passagem pela FNAC (passe a publicidade!) qual não foi a minha surpresa ao encontrar à venda um novo álbum das aventuras de Blake & Mortimer: O Santuário de Gondwana
 
A surpresa foi boa, mas estranhei como este acontecimento passou praticamente despercebido aqui na comunidade bedéfila. Nem em blogues nem em fóruns bedéfilos havia encontrado uma única referência a este lançamento, que até teve a sua estreia mundial cá em Portugal, no passado dia 24. Das duas uma, ou existiu um grande secretismo por parte da editora ASA, ou então andamos todos muito distraídos! :)
 
A surpresa continuou com sou confrontado com duas capas diferentes (oficial e variante) para o mesmo álbum, que salvo erro, deve-se tratar de uma acção inédita cá entre nós. Mais tarde, numa pesquisa no google, e descubro que a edição variante foi feita para venda exclusiva nas lojas FNAC, com uma tiragem de 1.500 exemplares (a oficial tem uma tiragem de 6.000 exemplares).
 
Esta nova aventura, O Santuário de Gondwana, conta de novo com a assinatura da dupla Yves Sente e André Juillard, depois do díptico Os Sarcófagos do 6º Continente. A acção decorre em pleno coração da Africa Negra, onde os nosso heróis embarcam numa aventura em busca de uma civilização desconhecida.
 
Passa já para o topo da "pilha" e é a minha leitura para hoje! 
 

12 março, 2008

Quanto Vale a Banda Desenhada?

Sempre que compro alguma revista ou álbum de BD em 2ª mão, interrogo-me sempre se, em termos de preço, estou fazer uma boa aquisição. Obviamente, que estou interessado em comprar a revista ou o álbum em causa, mas a questão é será que estou a pagar um preço justo?

Então, como aferimos do valor de um livro/revista de BD?

É esta a pergunta para a qual muitos coleccionadores de banda desenhada gostariam de ter um dado objectivo. Qual o valor real justo?

A resposta, obviamente, é difícil de obter, até porque somos confrontados com inúmeras variáveis, sendo algumas delas completamente incontroláveis, por exemplo o valor de estimação. Se em termos económicos, define-se “justo valor” como a quantia pela qual um bem, pode ser trocado, entre um comprador conhecedor e interessado e um vendedor exactamente nas mesmas condições; em termos bedéfilos, é bem possível que este valor seja aquele absurdo preço que por vezes estamos dispostos a pagar para ter aquele exemplar na nossa colecção. Irracional? Não nos podemos esquecer que estamos a falar de uma paixão, onde a intuição e a convicção valem mais que qualquer ciência exacta na formação do preço.

No entanto, no meio de tanta subjectividade, é possível encontrar alguns factores objectivos que nos ajudam a definir, não direi o “justo valor”, mas um preço de referência actual e de valorização futura de uma edição, sendo de destacar essencialmente a RARIDADE e o ESTADO DE CONSERVAÇÃO.

Assim, para uma qualquer edição atingir o estatuto de RARIDADE, muito contribui a antiguidade, a qualidade e tiragem da edição, bem como os seus autores e por vezes a própria história/personagens. O seu valor pode então ser definido por um destes factores isoladamente ou em alguns casos pela conjugação de vários ou mesmo de todos.
 
No mercado português, exemplos não faltam de fortes valorizações de algumas edições antigas e mais recentes e, seleccionei, entre muitos outros, alguns casos que podemos considerar como perfeitos exemplos de raridades bedefilas portuguesas:
 
  • Na bd nacional, a 1ª série do “Mosquito” composta por 1.412 números (publicada entre 1936 e 1953), pela sua antiguidade, quando completa, pode ser encontrada à venda por valores que variam entre os €3.000 e os €6.000, consoante o estado de conservação;
  • Uma colecção completa do “Mundo de Aventuras” pode valer €3.500;
  • O álbum editado em 1967, pelas Edições Camarada, “O Feiticeiro de Vila Nova de Milfungos” (1º álbum publicado em Portugal com aventuras de Spirou e Fantásio), foi vendido por €250, num leilão on-line;
  • Do universo franco-belga, os primeiros álbuns da 2ª série de “Blueberry” editados em 1984 pela Meriberica, com tiragens de 4.000 exemplares e nunca reeditados, são difíceis de encontrar e quando disponíveis atingem valores de venda em alfarrabistas que podem variar entre €70 a €100;
  • Mais recentemente, o segundo álbum da série “A Pior Banda do Mundo”, “O Museu Nacional do Acessório e do Irrelevante” da autoria de José Carlos Fernandes, editada em 2003 pela Devir, encontra-se à muito esgotadíssima e por isso bastante difícil de encontrar (e eu que o diga!);
  • O álbum “Os Pesadelos Fiscais de Porfírio Zap” também de José Carlos Fernandes, editado em Maio de 2007, numa inédita iniciativa institucional da Direcção-Geral dos Impostos, apesar da sua distribuição gratuita, os canais de distribuição adoptados (para escolas e bibliotecas) levaram que este álbum se tornasse difícil de obter pelos coleccionadores.
  • Algumas edições da Disney, nomeadamente a editora Morumbi, da década de 80, com preços de capa que rondavam os 20$00-35$00 são hoje vendidos por valores a rondarem o €1 o que traduz uma valorização de 20% ao ano!

Num mercado bedéfilo tão pequeno como o português, não é fácil adivinhar se uma determinada edição irá ou não valorizar-se num futuro próximo, mas é certo que o primeiro número de uma qualquer colecção, álbuns nunca reeditados e edições de editoras inactivas tenham uma tendência de valorização mais forte.

Lá fora, nomeadamente no mercado americano de comics, também encontramos raridades bedéfilas, quer pela antiguidade, quer pela história/personagens:
 
  • Um exemplar do comic Action Comics #1, de 1938, com a primeira aparição do Super-Homem, foi vendido em Abril/2004 por $55.595; dois anos depois, em Janeiro/2006, outro exemplar é vendido em leilão por $69.000. Ou seja, verificamos uma valorização de 24% em apenas 2 anos!
  • A Detective Comics #38, de 1940, com a primeira história do Robin, foi vendido em leilão em Maio de 2005, por $126.500;

  • A revista All-Star Comics #3, de 1940, que introduziu a Sociedade da Justiça, o primeiro grupo de heróis (incluindo o Lanterna Verde, o Gavião Negro e o Flash), alcançou o valor de $126.500 em Outubro de 2002;
  • Superman #1, de 1939, o primeiro número deste título, que republicou a origem do Super-Homem, foi vendido em Setembro de 2006, por $35.850.

Outros exemplos retirados do site de leilões eBay:

  • Amazing Spider-Man #1 CGC NM 9.4 $12.000 (sold 4/2004). Publicado em 1963 com um preço de capa de apenas 12 cêntimos, tem uma impressionante valorização de 240.000%/ano!!!!
  • Amazing Spider-Man #3 CGC 9.4 Origin of Doctor Octopus $15.106 (sold 11/2004)
  • Captain America Comics #1 (Fine) $19.000 (sold 12/2004)

De realçar que o mercado americano se caracteriza por ser um mercado com bastante liquidez, onde tudo o que é coleccionável é transaccionável. Nos exemplos atrás indicados, referem-se a comics publicados na chamada Golden Age (compreendida entre finais da década de ’30 e inícios da década de ‘50), mas exemplos mais recentes existem, de comics da designada de Modern Age (com inicio na década de ’80), cujo valor actual supera largamente o seu valor de capa:
  • A revista Amazing Spider-Man #36 (#477 na actual numeração) publicado em Dezembro de 2001, que se distingue pela sua capa completamente negra e que foi editado em homenagem às vitimas do atentado terrorista de 9 de Setembro às torres do WTC, com um preço de capa de $2,25 vale hoje cerca de $50. Valorização: 350%/ano!
  • A revista Amazing Spider-Man #529 publicado em Abril de 2006, onde o Homem-Aranha surge com um novo fato e onde se dá inicio ao arco “Civil War” cujo desfecho teve grandes implicações na vida desta personagem, com um preço de capa de $2,50 vale hoje cerca de $25. Valorização: 450%/ano!

Basta fazer as contas e olhar para os números, para se compreender que uma revista ou álbum de BD para além de objecto de paixão também pode ser considerado um excelente objecto de investimento.

Relativamente ao ESTADO DE CONSERVAÇÃO percebe-se quanto melhor estimado estiver uma edição, maior valor intrínseco terá.

No caso da BD portuguesa, são nas revistas mais antigas (publicadas entre o início do Sec. XX e finais da década de ’50) onde o problema do estado de conservação se coloca com maior importância, uma vez que toda a edição, capa incluída, era impressa no mesmo tipo de papel, de qualidade razoável. Com a explosão do álbum e as suas edições cartonadas, em que a capa reserva o papel de protecção da edição, consegue-se que o estado de conservação melhore substancialmente.

No entanto não temos entre nós, definida uma escala de avaliação objectiva que sirva de referência para avaliar devidamente o estado de conservação de uma edição. Não são raras as vezes comprar em leilões on-line edições de bd com o estado de conservação definido como “usado” quando na realidade verifico ser afinal “pouco estimado”. Aliás, nos sites de leilões portugueses, é bastante normal encontramos um proliferação de termos que vão desde de “usado” até ao “como novo”, sem que por vezes tal se traduza numa avaliação exacta e/ou correcta do verdadeiro estado de conservação da edição, ou seja, há um risco elevado de pagarmos caro "gato por lebre", principalmente nas edições mais antigas.

Para melhor ilustrar a importância do estado de conservação, veja-se, mais uma vez, o exemplo americano, onde existem regras comummente aceites e definidas, que permitem avaliar devidamente qualquer edição. Existem oito categorias, que vão desde do “poor” (péssimo estado de conservação), passando pelo “fair”, “good”, “very good”, “fine”, “very fine”, “near mint” até ao “mint” (considerado o estado de conservação perfeito, onde não é admitido o mais pequeno defeito).

A importância destas classificações, reflecte-se posteriormente na valorização, onde a diferença entre uma classificação de “very good” e “near mint” se quantifica em várias centenas ou mesmo milhares de dólares.

Portanto, aqui fica o conselho: se tiverem algumas raridades em bom estado de conservação, guardem-nas bem ou então ganhem um bom dinheiro!

Fontes consultadas: Wikipedia, eBay, Miau.pt, Comics Price Guide, BDPortugal.

07 março, 2008

"Da ABCzinho à Mesinha de Cabeceira"


A Bedeteca de Beja está a promover uma exposição de revista de banda desenhada intitulada “Da ABCzinho à Mesinha de Cabeceira”, que passa em revista alguns dos mais importantes títulos da bd portuguesa. Aqui fica a comunicação:

“Ao longo dos seus cerca de 150 anos de História, a banda desenhada portuguesa viu aparecer e desaparecer dezenas de revistas. Algumas perderam-se para sempre nos corredores mais ou menos obscuros da memória. Outras acabaram por se assumir como marcos incontornáveis para compreender o percurso da banda desenhada no nosso país.

Esta exposição não esgota (nem de longe) os muitos títulos que permitem compreender a riqueza e diversidade desta arte em Portugal. Assinala apenas alguns dos nomes que ajudaram a construir este percurso: ABCzinho (1921-1932), O Senhor Doutor (1933-1943), O Mosquito (1936-1953), O Diabrete (1941-1951), Cavaleiro Andante (1952-1962), Jornal do Cuto (1971-1978), Mundo de Aventuras (1949-1987), Tintin (1968-1982), LX Comics (1990-1991), Mesinha de Cabeceira (desde 1992), ou Quadrado (desde 1993) (referimos unicamente algumas das publicações presentes na exposição).

Além do valor intrínseco que cada um dos exemplares em exposição manifesta, é ainda possível admirar as capas de artistas tão distintos como Cottinelli Telmo, Stuart de Carvalhais, Emilio Freixas, Burne Hogarth ou Hugo Pratt, entre muitos outros.

Com um carácter assumidamente pedagógico e didáctico no início, as revistas de banda desenhada foram-se transformando ao longo dos tempos, acentuando uma vertente lúdica muito forte, de acordo com o gosto e exigências do seu público-alvo: o público infanto-juvenil (e de acordo com as preocupações dos pedagogos e dos censores). Nas últimas décadas, embora o carácter lúdico da banda desenhada manifeste sempre preponderância, apercebemo-nos também da mudança gradual que foram sofrendo, não só na forma, mas no conteúdo.

A este respeito interessa referir a LX Comics, a Mesinha de Cabeceira, ou a Quadrado, publicações viradas exclusivamente para o público adulto onde predomina o carácter autoral e experimentalista dos seus artistas, deixando perceber alguns dos movimentos mais significativos dentro da arte contemporânea portuguesa (e não só) no que concerne à banda desenhada.”

Nota: Todas as revistas presentes nesta exposição são acompanhadas de um texto mais ou menos sumário onde se realçam algumas das características específicas da publicação em causa: cronologia, autores, curiosidades, etc.”

Esta exposição pode ser vista entre 29 de Fevereiro a 28 de Março, de 2ª a 6ª feira, das 9h00 às 20h00 na Casa da Cultura de Beja. Está feito o convite!

05 março, 2008

"Iron Man" trailer

De regresso a este espaço e aproveito para divulgar o novo trailer da mais recente adaptação da Marvel ao cinema, "Iron Man", com estreia agendada para Maio deste ano. Confesso que o Homem-de-Ferro não faz parte das minhas personagens preferidas, mas o trailer em Hi-Res deixou-me bem impressionado. Confiram lá aqui!


Mais imagens e informação podem ser obtidas através do site oficial do filme aqui.