12 dezembro, 2008

Impostos na BD (2)

Aproveitando a temática dos “impostos” não posso deixar de publicar aqui uma das tiras cómicas mais deliciosas e inspiradoras que alguma vez li do Snoopy. Basicamente materializa o desejo secreto de todos nós, um dia, escrever uma carta assim. A tira reproduzida em baixo foi retirada da internet.

Snoopy

Impostos na BD (2)

Aproveitando a temática dos “impostos” não posso deixar de publicar aqui uma das tiras cómicas mais deliciosas e inspiradoras que alguma vez li do Snoopy. Basicamente materializa o desejo secreto de todos nós, um dia, escrever uma carta assim. A tira reproduzida em baixo foi retirada da internet.

Snoopy

11 dezembro, 2008

Impostos na BD

Reconhecido o papel e a importância da Banda Desenhada como uma linguagem universal acessível a todas as idades, torna-se normal a sua utilização para os fins mais diversos. Dos vários exemplos que poderia citar, vou aqui de falar da iniciativa promovida pelo Estado, através Direcção-Geral dos Impostos (DGCI), com o “Programa de Educação Fiscal”.
 
No sentido de promover junto das novas gerações, uma cultura de responsabilidades individuais e sociais para uma melhor cidadania, este “programa” tem vindo a desenvolver diversas acções junto das escolas e, tendo em conta o público-alvo, a banda desenhada têm sido um dos “veículos” utilizados. Tratando-se da DGCI o tema, claro está, são os Impostos. Sobre esta temática, já anteriormente José Carlos Fernandes tinha escrito (e desenhado) o álbum de BD “Os Pesadelos Fiscais de Porfirio Zap” (aqui mencionado), mas desta outra obra intitulada “Era uma vez no planeta do respeito por todos” da autoria de Luís Ferrão (texto) e Bruno Bengala (desenho), só agora tive conhecimento.
 
Num curto resumo, a história passada num ambiente de ficção-cientifica, como todas as histórias, começa por Era uma vez… um planeta onde todos os seus habitantes (os contribuintes) eram felizes(!) porque pagavam impostos (bem todos não, porque acho que o rei… bem adiante), que vivia sobre ameaça dos terríveis “inkumpridores” (os que não pagavam impostos) da galáxia Fraude. Um belo dia, os “inkumpridores” atacaram e começaram contaminar todos os contribuintes com o terrível vírus Aldrabix transformando-os assim em “inkumpridores”. Como resultado os cofres do Rei(no?) ficaram vazios. Foi chamado o Príncipe bom e honrado (o ajudante fiscal do Rei) do clã dos “gente de bem” que rapidamente reuniu um poderoso exército – os honestos – e travou a mais terrível das guerras, saindo vencedores no final da contenda, porque afinal os bons ganham sempre. A coisa acaba em grande algazarra, com todos os contribuintes a celebrarem o facto de voltarem a pagar impostos outra vez!!! 
 
Não desvalorizando a meritória iniciativa da DGCI, até porque concordo que a cidadania começa nos bancos da escola, não posso no entanto deixar de criticar a fórmula utilizada no conteúdo. Na essência, atendendo ao público-alvo a que se destina – infanto-juvenil, esta acção de sensibilização falha redondamente. Primeiro porque tem uma abordagem negativa. Falha a apresentação de um Estado social, a questão central do “porquê do pagamento de impostos”, reduzida a umas meras linhas de texto, é substituída pelo destaque que se dá à “guerra” entre honestos e “inkumpridores”. Não querendo aqui falar da questão do erro ortográfico da palavra “incumpridores”, realço que as metáforas utilizadas são completamente desajustadas – a luta entre o “bem e o mal”??? O Estado é o Rei??? Pergunto ainda quem são os “bons” quando vemos que perante a visão dos cofres vazios, a opção do soberano seria aumentar os impostos sobre os contribuintes - é que no tempo do Robin dos Bosques, um rei assim era considerado um tirano!!!
 
Em resumo, um argumento básico, redutor, mal desenvolvido e desajustado face aos objectivos a que se propõe e ainda complementado com uma arte sofrível. Mais, se este livro é um exemplo da forma como o Estado esbanja o dinheiro dos meus impostos, isso dá-me já vontade de ser contagiado pelo vírus aldrabix!

A minha nota: Edição: Direcção-Geral dos Impostos (DGCI), Julho de 2007

Uma vez que se trata de uma publicação de distribuição gratuita, paga com o dinheiro de todos nós (os contribuintes), publico aqui na íntegra a história (leitura da esquerda para a direita, de cima para baixo), para que cada leitor possa melhor avaliar sobre a forma como o Estado gasta o dinheiro dos nossos impostos (clicar nas imagens para aumentar).
 
 
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07 dezembro, 2008

Desenhos autografados (7): Franco

Porque hoje é Domingo, fica mais um desenho autografado desta vez da autoria de Filipe Teixeira, realizado em Novembro de 2006, aquando do 17º FIBDA. A personagem, Franco, caracteriza-se por ser “um tipo com uns cinquenta anos de ar bastante sereno habituado a uma rotina intensa” e é investigador da PJ, tendo surgido pela primeira vez na mini-série “C.A.O.S.” publicada pela KingpinComics. Confesso gostar bastante deste desenho e da história da personagem e imaginar o potencial que teria como actor principal numa bd policial com acção em Portugal. O tempo de elaboração deste desenho a marcador preto foi demorado e daí o agradecimento do autor no autógrafo, mas perante o resultado final bem posso dizer que valeu bem o tempo de espera!

06 dezembro, 2008

Terra Incógnita I: A Metrópole Feérica

Foi uma das novidades editoriais lançadas durante o 19º FIBDA. Numa edição cuidada da Tinta da China, surge uma nova colecção, Terra Incógnita, cujo primeiro volume é este «A Metrópole Feérica» assinado pela dupla de autores JC Fernandes (argumento) e Luís Henriques (desenho), que repetem assim uma colaboração anteriormente iniciada no primeiro (e único até à data) volume “Tratado de Umbrografia” da colecção “Black Box Stories” (edição Devir).

Este novo álbum, A Metrópole Feérica, que nos leva numa viagem por seis diferentes cidades imaginárias, traduz um estilo narrativo que o autor tem-nos vindo a habituar nos últimos tempos, com a diferença que o jogo de palavras que o autor escreveu necessita claramente do desenho ou melhor das ilustrações, que compõem as páginas deste álbum, como uma necessidade básica, a fim de se materializar e dar força a todo um conjunto de ideias críticas e referências abstractas, possibilitando assim ao leitor extrair algumas correspondências.

Desta forma, a interpretação das palavras pelo desenho encontra na enorme versatilidade gráfica de Luís Henriques, conforme se comprova nos seis diferentes estilos adaptados a cada uma das cidades, um porto seguro.

Porém, não obstante ser um admirador do talento de JCF, não sou grande apreciador deste género de narrativa, preferindo na banda desenhada algo que se traduza num conteúdo mais palpável, sequencial e conclusivo, em que o leitor seja testemunha de um desenrolar e evoluir de uma história concreta, o que não se compadece com o que se assemelha a um conjunto de “contos utópicos” ainda que por vezes bem ilustrados.

Assim, independentemente das mensagens que possa transmitir, posso dizer que não achei este álbum tão “feérico” como o título parece indicar, mas antes um registo meramente interessante mas que não me satisfez.

A minha nota:

Tinta da China Edições, 1ª edição de Outubro de 2008

30 novembro, 2008

Desenhos autografados (6): Conan


Da minha colecção, seleccionei hoje este “Conan” oriundo do mundo fantástico do espanhol Esteban Maroto. Autor pouco conhecido entre nós, encontramos algumas das suas histórias em publicações antigas, nomeadamente na revista ”Vampirela” ou na colecção “Mosquito” (5ª série). Confesso que fiquei “rendido” ao excelente traço deste autor, não só pelos desenhos que fez durante o FIBDA deste ano, que a imagem acima bem exemplifica, mas também pelos seus magníficos trabalhos que compunham a exposição central deste ano do festival. O esboço do desenho foi feito a lápis e o contorno a marcador fino preto.

Asterix e os seus Amigos


Com mais de um ano de atraso chegou finalmente, aos postos de venda habituais, o álbum de homenagem do 80º aniversário de Albert Uderzo. Com o título de “Asterix e os Seus Amigos”, numa edição da editora ASA, conta com as participações especiais de grandes nomes de referência da BD franco-belga, que compuseram cerca de 30 curtas e bem-humoradas histórias, onde o mundo de Asterix e companhia se mistura e é misturado com as mais variadas personagens oriundas de outros universos da banda desenhada, despoletando uma sucessão de divertidos gags, donde destaco os encontros de Asterix e Obelix com XIII (da dupla W. Vance e Van Hamme) ou com a mulher de Manara, esta assinada por este autor italiano.

Este novo álbum vem na linha do que já havia sido feito anteriormente no álbum “Uderzo visto pelos seus amigos” (edição VitaminaBD), sendo que agora a homenagem é feita por personagens tão díspares como Lucky Luke, Thorghal, XIII, Gaston, Ric Rochet ou ainda Pato Donald e o Tio Patinhas entre muitos outros. Em resumo, um álbum simpático, divertido e de leitura rápida que proporciona bons momentos de boa disposição, e que no meu caso pessoal, fez esquecer aquela tragédia bedéfila que deu pelo nome de “O Céu cai-lhe em cima da cabeça”, que tão mau que foi que agora vem como oferta na compra deste "Asterix" de homenagem.


A minha nota:

Asterix e os seus Amigos
Editora ASA, 1ª edição de Novembro de 2008

23 novembro, 2008

Desenhos autografados (5): Alex Munshine e Chimeer

















"Axle Munshine" e "Chimeer"

Porque hoje é Domingo, fica instituído como o dia da rubrica "Desenhos Autografados". Os dois sketchs agora publicados são da autoria do autor espanhol Júlio Ribera - convidado do 19º FIBDA - e representam duas personagens da série "O Vagabundo dos Limbos" que se encontra parcialmente publicada em Portugal pela Meribérica. Os desenhos foram feitos a lápis, contornados a caneta e coloridos com marcadores.

20 novembro, 2008

O Diabo dos Sete Mares - parte 1

Li e reli. O último álbum de Hermann, a primeira parte de “O Diabo dos Sete Mares” publicado recentemente pela VitaminaBD, provocou-me um misto de curiosidade e desilusão.

Primeiro porque Hermann explora aqui um novo mundo. Depois dos ambientes da idade média (universo de “Bois-Maury”), do western americano (“Comanche”, “Mataram Wild Bill”) ou de cenários pós-apocalíptico (série “Jeremiah”), seguem-se as histórias de piratas. Hermann mantêm-se fiel ao seu traço, demonstrando assim uma enorme versatilidade no seu desenho, apesar do argumento, infelizmente, não deixar grande margem de manobra na exploração de paisagens e na captação da atmosfera própria que emana daqueles ambientes. Aliás considero o argumento a parte mais fraca do álbum. Como em qualquer história de piratas que se preze, gira em redor da busca do grande tesouro, neste caso o do pirata Robert Murdoch, cujo cognome dá o título ao álbum. Mas a descentralização de toda a acção, consubstanciada na evolução de várias histórias paralelas, uma de amor protagonizada por um jovem casal em fuga e as restantes de ganância e traições por dois pequenos grupos de piratas, tudo personagens que se encontram ligadas de formas indirectas e diferentes, mas que confluem todas para um único objectivo, aliado á mudança, brusca por vezes, de rumo de cada uma delas, torna o argumento algo confuso nesta primeira parte da história.

E por falar em confusão, chamo a atenção para a troca de nomes entre “Port Royal”, “Spanish Town” e “Kingston”, três cidades diferentes mas que no álbum são referidas como se da mesma se tratasse (ver últimas vinhetas das págs. 41 e 43 e pág. 44). Fica a dúvida se se trata de erro do tradutor ou confusão do argumentista?

Para além de considerar que existe menos acção do que aquela que seria de esperar num álbum de piratas, dou porém o beneficio da dúvida e aguardo pela conclusão da história. Mas como fã de Hermann, não me custa incluir este “Diabo” na prateleira ao lado de outros álbuns tais como “Caatinga”, “Afrika” ou mesmo a série “Jeremiah”.


A minha nota:

Edição: VitaminaBD, 1ª edição de Agosto de 2008

18 novembro, 2008

Os 80 anos do Rato Mickey

Uma das mais famosas personagens do universo Disney comemora hoje 80 anos de existência. Foi em 1928, que Walt Disney juntamente com Ub Iwerks criaram Mickey Mouse, o mais famoso rato da BD. Os estúdios Walt Disney comemoram o aniversário nesta data, uma vez que foi no longínquo dia de 18 de Novembro de 1928, na exibição do pequeno filme de animação “Steamboat Willie”, que o rato Mickey aparece pela primeira vez. Parabéns Mickey e obrigado pelas horas de prazer que me proporcionaste na minha infância, no tempo em que ainda se publicava boa BD da Disney em Portugal!