30 novembro, 2008

Desenhos autografados (6): Conan


Da minha colecção, seleccionei hoje este “Conan” oriundo do mundo fantástico do espanhol Esteban Maroto. Autor pouco conhecido entre nós, encontramos algumas das suas histórias em publicações antigas, nomeadamente na revista ”Vampirela” ou na colecção “Mosquito” (5ª série). Confesso que fiquei “rendido” ao excelente traço deste autor, não só pelos desenhos que fez durante o FIBDA deste ano, que a imagem acima bem exemplifica, mas também pelos seus magníficos trabalhos que compunham a exposição central deste ano do festival. O esboço do desenho foi feito a lápis e o contorno a marcador fino preto.

Asterix e os seus Amigos


Com mais de um ano de atraso chegou finalmente, aos postos de venda habituais, o álbum de homenagem do 80º aniversário de Albert Uderzo. Com o título de “Asterix e os Seus Amigos”, numa edição da editora ASA, conta com as participações especiais de grandes nomes de referência da BD franco-belga, que compuseram cerca de 30 curtas e bem-humoradas histórias, onde o mundo de Asterix e companhia se mistura e é misturado com as mais variadas personagens oriundas de outros universos da banda desenhada, despoletando uma sucessão de divertidos gags, donde destaco os encontros de Asterix e Obelix com XIII (da dupla W. Vance e Van Hamme) ou com a mulher de Manara, esta assinada por este autor italiano.

Este novo álbum vem na linha do que já havia sido feito anteriormente no álbum “Uderzo visto pelos seus amigos” (edição VitaminaBD), sendo que agora a homenagem é feita por personagens tão díspares como Lucky Luke, Thorghal, XIII, Gaston, Ric Rochet ou ainda Pato Donald e o Tio Patinhas entre muitos outros. Em resumo, um álbum simpático, divertido e de leitura rápida que proporciona bons momentos de boa disposição, e que no meu caso pessoal, fez esquecer aquela tragédia bedéfila que deu pelo nome de “O Céu cai-lhe em cima da cabeça”, que tão mau que foi que agora vem como oferta na compra deste "Asterix" de homenagem.


A minha nota:

Asterix e os seus Amigos
Editora ASA, 1ª edição de Novembro de 2008

23 novembro, 2008

Desenhos autografados (5): Alex Munshine e Chimeer

















"Axle Munshine" e "Chimeer"

Porque hoje é Domingo, fica instituído como o dia da rubrica "Desenhos Autografados". Os dois sketchs agora publicados são da autoria do autor espanhol Júlio Ribera - convidado do 19º FIBDA - e representam duas personagens da série "O Vagabundo dos Limbos" que se encontra parcialmente publicada em Portugal pela Meribérica. Os desenhos foram feitos a lápis, contornados a caneta e coloridos com marcadores.

20 novembro, 2008

O Diabo dos Sete Mares - parte 1

Li e reli. O último álbum de Hermann, a primeira parte de “O Diabo dos Sete Mares” publicado recentemente pela VitaminaBD, provocou-me um misto de curiosidade e desilusão.

Primeiro porque Hermann explora aqui um novo mundo. Depois dos ambientes da idade média (universo de “Bois-Maury”), do western americano (“Comanche”, “Mataram Wild Bill”) ou de cenários pós-apocalíptico (série “Jeremiah”), seguem-se as histórias de piratas. Hermann mantêm-se fiel ao seu traço, demonstrando assim uma enorme versatilidade no seu desenho, apesar do argumento, infelizmente, não deixar grande margem de manobra na exploração de paisagens e na captação da atmosfera própria que emana daqueles ambientes. Aliás considero o argumento a parte mais fraca do álbum. Como em qualquer história de piratas que se preze, gira em redor da busca do grande tesouro, neste caso o do pirata Robert Murdoch, cujo cognome dá o título ao álbum. Mas a descentralização de toda a acção, consubstanciada na evolução de várias histórias paralelas, uma de amor protagonizada por um jovem casal em fuga e as restantes de ganância e traições por dois pequenos grupos de piratas, tudo personagens que se encontram ligadas de formas indirectas e diferentes, mas que confluem todas para um único objectivo, aliado á mudança, brusca por vezes, de rumo de cada uma delas, torna o argumento algo confuso nesta primeira parte da história.

E por falar em confusão, chamo a atenção para a troca de nomes entre “Port Royal”, “Spanish Town” e “Kingston”, três cidades diferentes mas que no álbum são referidas como se da mesma se tratasse (ver últimas vinhetas das págs. 41 e 43 e pág. 44). Fica a dúvida se se trata de erro do tradutor ou confusão do argumentista?

Para além de considerar que existe menos acção do que aquela que seria de esperar num álbum de piratas, dou porém o beneficio da dúvida e aguardo pela conclusão da história. Mas como fã de Hermann, não me custa incluir este “Diabo” na prateleira ao lado de outros álbuns tais como “Caatinga”, “Afrika” ou mesmo a série “Jeremiah”.


A minha nota:

Edição: VitaminaBD, 1ª edição de Agosto de 2008

18 novembro, 2008

Os 80 anos do Rato Mickey

Uma das mais famosas personagens do universo Disney comemora hoje 80 anos de existência. Foi em 1928, que Walt Disney juntamente com Ub Iwerks criaram Mickey Mouse, o mais famoso rato da BD. Os estúdios Walt Disney comemoram o aniversário nesta data, uma vez que foi no longínquo dia de 18 de Novembro de 1928, na exibição do pequeno filme de animação “Steamboat Willie”, que o rato Mickey aparece pela primeira vez. Parabéns Mickey e obrigado pelas horas de prazer que me proporcionaste na minha infância, no tempo em que ainda se publicava boa BD da Disney em Portugal!

15 novembro, 2008

BD no Cinema: Watchmen (2)

Enquanto uma disputa sobre os direitos de exibição do filme é travada entre a FOX e a Warner nos tribunais americanos, na internet continua a promoção de um dos filmes mais esperados pela comunidade bedefila...





14 novembro, 2008

Crónicas do 19º FIBDA (3 de 3)

Após alguns afazeres que me impediram de actualizar o blogue nos últimos dias, retomo agora a escrita para fechar as contas com o 19º FIBDA. Faço-o em jeito de crónica sobre a festa de celebração de BD, que entre momentos bons e outros nem por isso, esteve globalmente, muito bem. O festival foi feliz na escolha do tema, e talvez por causa disso muito se deve o sucesso da edição deste ano, traduzido na boa afluência de público (pareceu-me?), nas magníficas exposições e na presença de excelentes autores de BD!


Aproveitei os dois dias do terceiro e último fim-de-semana para percorrer as várias exposições patentes no piso 0. Logo para começar, gostei bastante do corredor onde figuravam as bd’s concorrentes e vencedores do concurso de BD. O espaço estava bem conseguido e muito talento estava exposto naquelas paredes. Mas o melhor estava guardado para a ala reservada ao tema central, quantitativamente e qualitativamente falando. Os originais expostos qualifico-os como um “delírio visual”! Desde do traço preciso de Alex Raymond nas pranchas de “Flash Gordon”, ao traço pormenorizado de Jangetov, passando pelo mundo fantástico de Esteban Maroto e terminando no “Valerian” de Mézieries! Ainda que não consiga distinguir qual o critério ou o enquadramento seguido na mostra, o resultado visual que emanava dos desenhos expostos era suficiente para nos “transportar” para outros universos! Cinco estrelas! Os autores portugueses também não foram esquecidos e os vencedores dos prémios FIBDA do ano passado, Rui Lacas (vencedor do prémio “Melhor álbum português em língua estrangeira”) e Luís Henriques (vencedor dos prémios “Melhor álbum português e Melhor desenho”) tinham os seus trabalhos expostos em espaços bem “trabalhados”.

Mas nem as exposições resultaram! A começar pela desilusão da mostra “Star Wars: Uma Galáxia de Aventuras”. Integrada no tema do festival, ficou localizada num espaço meio escondido no piso -1 e deixou muito a desejar. Não me vou alongar + neste assunto, até porque já falei sobre isto na crónica anterior, onde inclusive troquei impressões com alguns membros do SWCP. Outra desilusão foi a exposição “60 anos de Tex”. Completamente deslocada no festival e não obstante exibir pranchas originais, em termos de conteúdo ficou bastante aquém daquilo que se podia exigir como comemorativa de seis décadas de existência de um personagem de BD. Quero acreditar que haveria mais e melhor para mostrar, a começar pela própria evolução do Tex Willer ao longo dos tempos, uma mostra da galeria das principais personagens do seu universo, uma referência ás principais histórias publicadas, etc, etc bem, tudo menos uma dúzia de “prints”. Mais simbólica que substantiva, portanto!

O fim-de-semana foi também preenchido com as sessões de autógrafos. Fabio Civitelli (Italia) e Marco Bianchini (Italia), Das Pastoras (Espanha) e Jean-Claude Denis (França) foram os artistas “de serviço”. Escusado será dizer, que o tempo nas diversas filas foi pior do que circular em Lisboa em plena hora de ponta num dia de chuva!!! Felizmente que o excelente convívio com outros bedéfilos que só as filas nas sessões de autógrafos do FIBDA proporciona, amenizou as longas horas de espera!

Apesar do mal-entendido (já esclarecido pelo autor do blogue texwiller.blog.com) na sessão de autógrafos protagonizado por Fabio Civitelli no Sábado, no Domingo só não obteve um “boneco“ quem não quis, confesso que fiquei impressionado com a arte e talento dos italianos. O portfólio disponível para consulta não deixava margens para dúvidas: Tex Willer encontra-se definitivamente em “boas mãos”! Talvez a fotografia (em baixo) não capte toda a beleza do desenho, mas não posso deixar de mencionar que o "Blueberry de Civitelli" é qualquer coisa de extraordinário! Relativamente ao Das Pastoras confirmei a minha impressão de “dono de um traço difícil de assimilar”. Um dia destes publicarei aqui uma foto do seu (meu) Wolverine!


A zona comercial, que poucas alterações sofreu relativamente ao ano passado, esteva agradável, e ainda aproveitei umas promoções para enriquecer a minha bedeteca particular. Só lamento a falta a da Vitamina BD e a ausência de lançamentos de BD franco-belga (aqui leia-se nota negativa para a ASA!).

Muito ainda havia para contar, mas foram estas as impressões que ficaram na memória deste visitante, que saiu muito satisfeito do festival e que pode afirmar que a 19ª edição foi talvez uma das melhores que visitou nos últimos anos. Que venha então o “Vigésimo”!

Para concluir, deixo as minhas "notas" sobre o 19º FIBDA:

Notas positivas:
+ Concepção/decoração do espaço
+ Tema do festival
+ Pranchas originais de “Flash Gordon”
+ Exposição "BD e ficção cientifica"
+ Elevada qualidade artística da maioria dos autores estrangeiros presentes

Notas negativas:
- Exposição “Star Wars: Uma Galáxia de Aventuras
- Exposição “60 anos de TEX
- O não cumprimento dos horários nas sessões de autógrafos
- Falta de novidades editoriais de relevo no maior festival de BD em Portugal
- Autora chinesa presente no festival

Legenda das fotografias publicadas (de cima para baixo, da esquerda para a direita):
  1. pormenor de uma prancha de Alex Raymond
  2. exposição do concorrentes/vencedores do concurso de BD
  3. "Valerian" de Mézieres
  4. "monstro"(cenografia no piso 0)
  5. balcão das sessões de autógrafos (piso -1)
  6. "Blueberry" de Fábio Civitelli