O texto que se segue até pode ser um pretexto só para a publicação da imagem que o ilustra (clicar para aumentar) da autoria da Carla Rodrigues (não sei se já disse mas adoro o traço desta miúda), autora entre outras coisas de GDK, mas também se justifica porque a adaptação cinematográfica de “Kick-Ass” gerou em mim uma grande expectativa. A obra homónima de banda desenhada, da autoria de Mark Millar (o mesmo autor de Wanted) é uma história de heróis, que presta uma cínica, cruel e delirante homenagem ao universo de super-herois, e simultaneamente o desconstrói, é de leitura viciante.
O filme, realizado por Matthew Vaughn, mostra-se bastante fiel, apoiado num hábil argumento, que embora não se encontrando ao nível da banda desenhada onde se inspirou, não desvirtua a matriz original, se excepcionarmos o final e se aceitarmos que a violência gráfica desenhada por John Romita Jr. dificilmente seria transposta para cinema.
Na história, encontramos Dave Lizewski (papel interpretado Aaron Johnson), um jovem estudante igual a tantos outros, ávido consumidor de comics, que inspirado decide um dia tornar-se ele próprio um super-herói. Uma intervenção meia heróica captada em telemóvel e imediatamente publicada na internet, torna-o numa celebridade. Big Daddy (Nicholas Cage) e Hit-Girl (magnificamente desempenhado pela pequena Chloë Grace Moretz) são pai e filha, movidos por um sentimento forte de vingança contra Frank D'Amico (Mark Strong) um perigoso mafioso. Indubitavelmente, os caminhos destas personagens vão-se cruzar.
Numa narrativa, onde saltam as referências da cultura popular, desde dos comics à internet, e onde as doses de violência subvertem desde logo qualquer intenção de filmar um universo pretensamente realista, sobressaem as personagens. E nesta onda, a grande provocação do filme e simultaneamente a sua maior contribuição, é a pequena Hit-Girl. É ela que domina a cena. As suas intervenções são explosões de violência indescritíveis a todos os níveis, estas sim de grande realismo, que indubitavelmente provocam um misto de emoções ao espectador. É que a pequena Hit-Girl tem cara de boneca e a idade de onze anos e num filme provocatório, é ela que representa a subversão máxima de um estereótipo!
Em suma, recomendo a visualização deste excelente exercício de cinema bedéfilo, que ainda roda em algumas salas de cinema e que é para mim um dos filmes do ano. Para quem queira ir mais além, aconselho obviamente a leitura da banda desenhada, que apesar de não se encontrar publicada em Portugal, pode ser encontrada na versão americana em lojas da especialidade.
As minhas estrelas: 5 em 5
O filme, realizado por Matthew Vaughn, mostra-se bastante fiel, apoiado num hábil argumento, que embora não se encontrando ao nível da banda desenhada onde se inspirou, não desvirtua a matriz original, se excepcionarmos o final e se aceitarmos que a violência gráfica desenhada por John Romita Jr. dificilmente seria transposta para cinema.
Na história, encontramos Dave Lizewski (papel interpretado Aaron Johnson), um jovem estudante igual a tantos outros, ávido consumidor de comics, que inspirado decide um dia tornar-se ele próprio um super-herói. Uma intervenção meia heróica captada em telemóvel e imediatamente publicada na internet, torna-o numa celebridade. Big Daddy (Nicholas Cage) e Hit-Girl (magnificamente desempenhado pela pequena Chloë Grace Moretz) são pai e filha, movidos por um sentimento forte de vingança contra Frank D'Amico (Mark Strong) um perigoso mafioso. Indubitavelmente, os caminhos destas personagens vão-se cruzar.
Numa narrativa, onde saltam as referências da cultura popular, desde dos comics à internet, e onde as doses de violência subvertem desde logo qualquer intenção de filmar um universo pretensamente realista, sobressaem as personagens. E nesta onda, a grande provocação do filme e simultaneamente a sua maior contribuição, é a pequena Hit-Girl. É ela que domina a cena. As suas intervenções são explosões de violência indescritíveis a todos os níveis, estas sim de grande realismo, que indubitavelmente provocam um misto de emoções ao espectador. É que a pequena Hit-Girl tem cara de boneca e a idade de onze anos e num filme provocatório, é ela que representa a subversão máxima de um estereótipo!
Em suma, recomendo a visualização deste excelente exercício de cinema bedéfilo, que ainda roda em algumas salas de cinema e que é para mim um dos filmes do ano. Para quem queira ir mais além, aconselho obviamente a leitura da banda desenhada, que apesar de não se encontrar publicada em Portugal, pode ser encontrada na versão americana em lojas da especialidade.
As minhas estrelas: 5 em 5
6 comentários:
Pois eu também gostei bastante do filme, mas concordo contigo quando dizes que a BD é superior. Algumas das ramificações da história e dos twists resultaram melhor para mim na BD... mas o filme acabou por entreter bastante e foi muito divertido! :)
E aproveito para agradecer - e muito! - os elogios à Garagem de Kubrick e aos meus desenhos! Fico muito feliz por saber que vais gostando do que faço :) Muito obrigada!
Drácula teria ficado deliciado se pudesse ver o filme! Um manjar de sangue e violência, servidos por um enredo genial! Gostei do filme, mas fica aqui uma pergunta filosófica: apesar de tudo, não é perturbante esta violência?
Big-Daddy e principalmente Hit-Girl na versão cinematográfica estão excelentes. Concordo plenamente quando dizes que a violência da BD era muito difícil de igualar no cinema. As cenas de violência no filme estão mais em "versão hollywood".
Olá Carla, eu é que agradeço a tua visita e o teu talento. Continua que eu seguramente que vou continuar um admirador atento da tua arte! ;)
Caro Gato, atendendo ao publico-alvo, não considero que o filme tenha mais ou menos violência se comparar por exemplo com os série Freddy Krueger ou semelhantes. Eventualmente pertubador, será talvez o facto da violência ser protagonizada por uma miuda de onde anos, mas também ninguém leva aquilo a sério (acho!)
Olá Rui, se os desenhos do Romita fossem transpostos tal e qual para o cinema, o filme dificilmente teria distribuição. Eu nunca tinha visto em bd nada que se aproximasse, violentamente falando!
Já o tinha escrito noutro blog, mas o final é demasiado "hollywoodesco": estão sempre a desculpar a violência (!) e à procura de um final feliz. O Mark Millar, no livro, é brilhante. Depois ainda há gente que diz que os comics são para crianças! Enfim...são as velhas questões.
O desenho da Carla é mesmo muito, muito bom.
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