O presente ano arrisca-se a ficar conhecido como o ano das novelas gráficas, ou romances gráficos, ou graphic novels se optarmos por um estrangeirismo que pessoalmente dispenso, muito por culpa da colecção Novela Gráfica da parceria Levoir /Público actualmente em curso.
Mas se há editora em Portugal especializada na edição em novelas gráficas, é sem dúvida a DEVIR, através da chancela Biblioteca de Alice.
Trouxe-nos em português o magnifico Blankets, seguiu-se o surpreendente Comprimidos Azuis e no final do ano passado tivemos o extraordinário Habibi. Pelo meio, houve O Hobbit, O Zen de Steve Jobs e Anne Frank - Biografia Gráfica.
Segue-se agora uma nova novela gráfica. Trata-se da obra de Guy Delisle. Autor nascido no Canadá, tornou-se conhecido pelo seus relatos de viagens, que fez publicar como narrativas gráficas com o título de crónicas. São dele as obras Chroniques Birmanes (publicado originalmente em 2007) e Chroniques de Jérusalem (de 2011), tendo ganho com esta última o Prémio Internacional de Banda Desenhada de Angoulême, em 2012.
Pyongyang - Uma Viagem à Coreia do Norte (de 2004), a primeira das crónicas, que como o título não engana, traz-nos a impressões sobre um dos países mais fechados do mundo, foi a obra escolhida para dar a conhecer este autor em português.
Brevemente.
Brevemente.
13 comentários:
" Mas se há editora em Portugal especializada na edição em novelas gráficas, é sem dúvida a DEVIR, através da chancela Biblioteca de Alice."
Porque se a Bertand/Contraponto tem tantas ou mais novelas graficas!!!??'
Nuno, que boa novidade!!!
Só espero mesmo que a capa seja outra...
Esqueceste-te na tua crónica de referir o Shenzen, o 1º da série de 4: Delisle, um franco-canadiano casado com uma enfermeira francesa, da Médecins sans frontières, aproveitou os destacamentos desta para escrever sobre os países exóticos onde viveram, a China, a Coreia do Norte, a Birmânia (Myanmar) e Israel. São todos muito bons, e foram publicados originalmente em francês pela grande editora independente l'Association, a principal responsável pela difusão do conceito de romance gráfico na BD franco-belga.
Optimus, eu não disse que a Devir era a única editora de novelas gráficas em Portugal. Agora tenho dúvidas que a Bertrand tenha editado mais novelas gráficas que a Devir, e certeza absoluta que a Devir publicou o maior número de páginas de novelas gráficas. Pelo exposto, pergunto qual é a tua dúvida?
André, ainda não tenho a certeza, mas parece-me que a capa será a apresentada.
Rui, obrigado pela chamada. Não conhecia a obra Shenzen. Pode ser que esta seja a primeira de quatro em português.
O Hobbit não "veio pelo meio". A actual edição do Hobbit é uma reedição, a primeira vez que a Devir editou o Hobbit (aliás, fui eu que editei, em duas edições diferentes, uma com a capa original, outra com a capa - muito superior - da Delcourt) saiu em 2002 ou 2003 (e foi também posteriormente editado no Brasil).
Isso para não dizer o seguinte: quando acabar a colecção da Levoir, esta passa a ser - de longe - a editora que mais "romances gráficos" publicou. Claro, dependendo da definição que daí adoptarmos. Podemos também dizer, por exemplo, que ninguém editou tanto romance gráfico como a Polvo, seria legítimo. Acho estas divisões ilógicas e difíceis de encerrar em categoria. ie. "bacocas"
JosedeFreitas, a minha ideia aqui era elogiar o excelente trabalho que a DEVIR tem vindo a fazer nestes últimos anos. Editar obras como Blankets ou Habibi em português, é tarefa que poucas (ou talvez nenhuma) editora estivesse disposta a fazer. O "pelo meio" significava apenas que a edição tinha a chancela da DEVIR e não da BibliotecadeAlice. Quanto às contabilidades, deixo para os outros. Abraço
A Devir tem feito um excelente trabalho, e se a edição do Blankets era um "no-brainer" (foi decidida ainda por mim, antes da minha saída da Devir em finais de 2007), a do Habibi não era, pelo que essa edição sim, foi arrojada, saiu num formato excelente (uma bela edição) e deve ser elogiada. Dito isto, "novela ou romance gráfico" são definições vagas e meio complicadas - a internet e blogosfera portuguesa está cheia de discussões disso, e ainda na sexta almocei com o João Miguel Lameiras e com o Geraldes Lino e passámos meia hora a discutir o que era ou não novela gráfica. Tudo depende da definição, e dependendo da definição, por exemplo, a Polvo será a maior, ou a Kingpin.... ou até a Devir, mas não pelas edições que refere, mas por outros livros editados no passado (alguns títulos de super-heróis serão "graphic novels", Asilo Arkham, Batman Ano Um, ou livros como Harlequin Valentine, Fables, Sandman, Mundo Fantasma, as obras do José Carlos Fernandes ou do Pedro Pires, do Dinis Conefrey, e muitos outros editados pela Devir há dez e mais anos). Etc...
É difícil ajuizar o que é ou não, e quem editou mais ou menos. O que podemos dizer, é que entre o que a Devir, Polvo, Kingpin, El Pep e Levoir editarem em 2015, vai ser um ano excelente para as novelas gráficas.
Além de que "Editar obras como Blankets ou Habibi em português, é tarefa que poucas (ou talvez nenhuma) editora estivesse disposta a fazer" é uma afirmação que se calhar não é assim tão verdade. Ou seja, sim, são edições louváveis. Mas editar o Viagem, o Sharaz-De, a Guerra das Trincheiras ou o Mort Cinder numa colecção do Público são talvez também "tarefas que poucas (ou talvez nenhuma) editora estivesse disposta a fazer." Não é para roubar protagonismo à Devir (aliás, fui sócio e com orgulho da Devir, e ainda hoje sou grande amigo e admirador do trabalho e das pessoas da Devir), mas simplesmente para tentar pôr as coisas no seu lugar. Vejam, por exemplo, o caso do Diário do meu Pai, do Taniguchi, são 276 páginas, ou do Sharaz-De (224, e a cores), a 9,90€, é um risco muito grande - e uma consideração enorme pelos leitores e fãs de BD em Portugal - e deve ser admirado. Não o digo por mim, que apenas executei o trabalho que me foi pedido e entregue, mas pelo pessoal da Levoir e Público que decidiram arriscar.
Quando referi Blankets e Habibi fi-lo porque considero serem verdadeiramente edições de peso. Num mercado como o nosso, com os riscos derivados da concorrência das edições originais (muitos dos potencias leitores já a haviam adquirido), do preço de venda (alto para uma obra de bd em Portugal) e um publico-alvo muito reduzido, vejo muita coragem editorial ter-se avançado para a edição. E com isso sou um leitor agradecido. Mas concordo que a colecção Novela Gráfica em curso é verdadeiramente arrojada. Entra na mesma linha de coragem que já referi anteriormente. Se as obras não fossem editadas numa parceria deste género então é bastante provável que nunca o fossem em português. E concretizadas levam o leitor português para outros patamares de leituras. Aplaudo.
Sobre a questão de momento (lol) pessoalmente prefiro a designação novela gráfica por oposição a romance gráfico. E partilho da ideia que 2013 será o ano das novelas gráficas em Portugal. Penso que no passado se trabalhou bem, para que agora o mercado esteja mais receptivo a este género de obras. Que venham as edições da Devir, Polvo, Kingpin, El Pep e Levoir.
"Agora tenho dúvidas que a Bertrand tenha editado mais novelas gráficas que a Devir, e certeza absoluta que a Devir publicou o maior número de páginas de novelas gráficas. Pelo exposto, pergunto qual é a tua dúvida?"
Nunca contei as Paginas,mas se não fosse ela Bertrand não havia Maus,Fun Home,Persopolis etc
O meu ponto é mesmo que a Devir não era a unica a editar novelas gráficas .Se quiseres ate podes contar Walking Dead como novelas gráficas,como a serie de tv diz.
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