JUTLÂNDIA, o primeiro franco-belga publicado este ano, e o álbum que abriu uma nova colecção na GRADIVA, dedicada às Grandes Batalhas Navais da História, assinado por Jean-Yves Delitte, pintor oficial da Marinha belga, e autor que ficamos a conhecer pela colecção U-Boot (ASA), revelou-se uma leitura agridoce.
Um pequeno parêntesis para dizer que, não obstante no original francês este Jutlândia corresponder ao segundo volume da coleção, não existe aqui qualquer inconveniente no seu lançamento antecipado (existiram razões técnicas que o justificam). Primeiro, porque os álbuns não são numerados, mas sim classificados pelo período da História a que respeitam, desde a Antiguidade até à Época contemporânea; segundo, porque cada álbum traz uma história fechada. Logo a ordem de saída dos mesmos por cá torna-se irrelevante pormenor.
Em plena Primeira Grande Guerra, a batalha da Jutlândia, ocorrida entre 31 de Maio e 1 de Junho de 1916, ao largo da península dinamarquesa que dá o nome, e que opôs a Royal Navy inglesa contra a Kaiserliche Maine alemã, é tida como como uma das grandes batalhas navais da nossa História.
O autor conduz-nos ao cenário de guerra através da visão dos oficiais da marinha inglesa. Percebemos as causas e os preparativos, mas a verdade é que chegados ao confronto, a narrativa gráfica falha o tiro.
Não me refiro ao desenho das embarcações navais, porque este se mostra magnifico (veja-se as páginas duplas) mas sim na representação da batalha em si, que é muito pouco mostrada e como tal peca por escassa. Logo aquilo que seria o ponto forte do álbum. Sente-se que faltam páginas de intensidade, de confronto, de manobras e movimentações militares, de acção e adrenalina vividas pelas tripulações dos navios. É um álbum sobre guerra. Estiveram envolvidos cerca de 250 navios, dos quais 10% foram afundados. Apesar de declarada como vencedora, porque a frota alemã retirou-se do cenário de guerra, a marinha inglesa sofreu pesadas baixas, entre vidas humanas e navios. Mas isso pouco ou nada transparece para o leitor. É pena.
Quero acreditar que haverá batalhas mais bem representadas que outras, até porque a premissa desta colecção agrada-me muito. Apesar deste tiro na água, vou continuar a acompanhar.
Agora, uma nota muito positiva para o dossier histórico incluído no álbum, que dá uma extensa e pormenorizada visão todos os aspectos da batalha, e que se revela um excelente complemento. Enriquece a edição que já se apresentava com bela ilustração na capa.
Avaliação:
2 comentários:
Olá Nuno, gostei da ideia da avaliação com a estrelas...
Cumprimentos
Viva José! Já utilizo este sistema de avaliação há algum tempo. A representação gráfica do mesmo é que tem andado em testes. Obrigado pelo feedback.
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