09 agosto, 2006

O Regresso do Super-Homem

Chegado o mês de Agosto, torna-se normal a ausência de novidades em matéria de banda desenhada, pelo que a principal noticia nos tempos que correm, é mesmo o regresso do Super-Homem .....mas no cinema.

Apesar de, pessoalmente, não ser grande entusiasta deste super-herói, estou bastante curioso em relação ao novo filme, intitulado “Superman Returns” (no seu titulo original), não só por se tratar da adptação de uma banda desenhada mas também devido à sua longa ausência dos cinemas e por ser realizado pelo excelente Bryan Singer (o realizador de “X-Men” e “X2”).

Em termos cronológicos, esta nova aventura, encaixa-se depois do “Superman 2 – A Aventura Continua”, uma vez que o realizador optou, e na minha opinião muito bem, por recuperar o espírito dos dois primeiros filmes da saga, “Superman” (1978) e o referido “Superman 2” (1980), ambos realizados por Richard Donner e ignorar positivamente os restantes (3 e 4), de cujos títulos já nem me recordo.

De forma resumida, a história do filme conta o regresso do Super-Homem (Brandon Routh) à Terra, depois de uma ausência de vários anos. Lois Lane (Kate Bosworth) entretanto casou e Lex Luthor (Kevin Spacey) saído da prisão, aproveita para preparar (mais um plano) para destruir o seu arqui-inimigo. O habitual nos (re)lançamentos. Não alterar muito a fórmula original. Para os interessados aqui fica o link do site oficial do filme.

Para além de todo o marketing associado ao filme, a DC Comics aproveitou a ocasião para fazer o lançamento de quatro edições especiais "Superman Returns" (uma por personagem), escritas por Bryan Singer, que servem de lançamento do filme, e basicamente fazem a ligação entre o final de “Super-Homem 2” e o este novo filme, contando ao que se passou durante a ausência do Super-Homem. “Krypton to Earth”, “Ma Kent”, “Lex Luthor” e “Lois Lane” são os títulos desta colecção, existindo ainda uma "quinta edição", totalmente digital, que pode ser lida aqui.

O filme tem feito uma boa bilheteira no box-offce americano, com ganhos no valor de 190 milhões de dólares, em seis semanas de exibição, sendo o filme do Super-Homem com maior sucesso, ocupando actualmente a 8ª posição no top das adaptações de banda desenhada mais rentáveis de sempre (fonte box-office Mojo). Já se fala numa sequela para 2009.

Estreia em Portugal na próxima Quinta-Feira, 10 de Agosto.

31 julho, 2006

1º Aniversário

Faz hoje um ano que iniciei este blogue. Move-me o gosto pela Banda Desenhada. É este um dos propósitos deste blogue, contribuir para a sua divulgação, dar a conhecer novos mundos ao Mundo.

Um ano depois, o saldo é bastante positivo. Não só pelo número de visitas mas tambem pelos "feedbacks". Apesar de não ter quaisquer objectivos estabelecidos ou metas a alcançar, “alimentar” este blogue não deixou de ser uma experiência bastante gratificante, pelo que estes últimos 365 dias, apesar de trabalhosos, foram bastante frutuosos, que serviram para dar e também para receber. Assim, a todos os leitores que por aqui vão passando, OBRIGADO pelo vosso tempo.

Da minha parte, prometo continuar a "trabalhar"!

Que a Banda Desenhada em Portugal nunca se perca!

Saudações bedéfilas

O Mundo Lusitano das HQ's

Do outro lado do Oceano, Sónia Luyten, investigadora e autora brasileira que resolveu fazer o caminho inverso de Cabral e descobrir o que está por detrás do mundo lusitano das HQs. Publicou um interessante artigo sobre a "nossa" banda desenhada, que eu tomo a liberdade de o republicar aqui.
 

Portugal: das histórias aos quadradinhos às bandas desenhadas 

Por Sonia M. Bibe Luyten

No Brasil, falamos o idioma português. Também herdamos boa parte da cultura que Portugal trouxe após o descobrimento. Mas, em matéria de histórias em quadrinhos… mal nos conhecemos. Os fãs de HQ sabem mais sobre o Yellow Kid do que a respeito das Aventuras Sentimentais e Dramáticas do Senhor Simplício Baptista, publicado em 1850, muito antes do seu par norte-americano, em 1896.

As histórias aos quadradinhos ou bandas desenhadas portuguesas possuem uma riqueza e abundância de histórias e autores e uma bibliografia especializada no assunto tão grande, que é de fazer inveja para qualquer um que se dedique ao assunto. Por isso, em dois (ou mais) capítulos vamos fazer o caminho inverso de Cabral e descobrir o que está por detrás do mundo lusitano das HQs.

Dos pioneiros de 1850 aos artistas maduros da década de 1940

A produção das histórias aos quadradinhos, como eram denominadas em Portugal em seu primeiro século de existência, começa em 1850, com a publicação da primeira história de Aventuras Sentimentaes e Dramáticas do Senhor Simplício Baptista, assinada por Flora, provavelmente o pseudônimo de Antônio Nogueira da Silva, um dos mais importantes caricaturistas desta época.

Esta história em seqüência de quatro vinhetas, ou em tiras de duas vinhetas, apareceu no número 18 da Revista Popular, no dia 3 de agosto de 1850, atingindo todos os requisitos para se considerar uma HQ. 

No entanto, o maior artista gráfico português do século XIX e início do XX foi Raphael Bordallo Pinheiro (1846 – 1905). Ele pintou e bordou como ninguém em sua época. Chegou até a passar uma temporada no Brasil e, em 1875, tornou-se grande amigo de Angelo Agostini, o nosso grande pioneiro das HQs, com as Aventuras de Nhô Quim, em 1869. 

Raphael Bordallo, além de ilustrações, caricaturas, desenhos e quadrinhos, tinha também uma fábrica de cerâmica e seus artefatos neste campo ficaram tão famosos quanto suas obras gráficas. Entre 1870 e 71, ele iniciou sua revolução na ilustração gráfica portuguesa nas revistas A Berlinda e O Binóculo.

Já em 1872, ele transpôs as fronteiras com seu álbum Apontamentos de Raphael Bordallo Pinheiro sobre a Picaresca Viagem do Imperador Rasilb pela Europa. “Rasilb” é um anagrama de “Brasil” e o personagem principal era o próprio Imperador Dom Pedro II, que passou parte considerável de seu longo reinado viajando pelo mundo, o que o tornou um alvo de chacota do artista português, liberal e anti-monarquista.

Ao lado de Eça de Queirós, Raphael Bordallo Pinheiro foi uma das grandes figuras da famosa “Geração de Setenta” (anos 70 do século XIX), que é considerada a grande criadora de caricaturas nacionais. Da criatividade de Eça surgiu o famoso Conselheiro Acácio; e de Raphael, o Zé Povinho, criado nas páginas da revista Lanterna Mágica, em 1874, e que tornou-se o maior acontecimento de toda a produção satírica portuguesa.

O Zé Povinho, até hoje, é um personagem emblemático, uma representação simbólica – ainda que caricatural – da personalidade lusa, desde o século XIX até os dias atuais. Só a respeito de Raphael Bordallo, foram publicados inúmeros livros e artigos; e sua contribuição para as artes gráficas encanta até hoje. Os quadrinhos portugueses foram muito precoces também no segmento infantil, com publicações como O Amigo da Infância, editada pela Igreja Evangélica Portuguesa, de 1874 a 1840; e Recreio Infantil, de 1874 a 1876.

Outras revistas para crianças foram: Jornal da Infância (1883), O Gafanhoto (1903). Aliás, neste último caso, o personagem homônimo, que deu nome à revista, tornou-se o primeiro grande herói dos quadrinhos infantis portugueses.

Por outro lado, no mesmo período, também já apareciam quadrinhos eróticos como A Chacota (1882) e O Pimpão (1879). O período que vai de 1910 a 1940 é considerado a era artística do quadrinho português. Isso quer dizer que as produções do gênero eram fruto de um trabalho individual aprimorado. Como grande exemplo destes tempos, citamos Stuart Carvalhais (1887 – 1961). Ele é considerado o verdadeiro criador dos quadrinhos portugueses quando publica, em 1915, a história de Quim e Manecas, na revista Século Comico.

Tratam-se das peripécias de dois malandros, tipicamente anarquistas juvenis; e seu aparecimento coincide com a mudança política do autor, quando abandona seus ideais monarquistas e passa a apoiar a república. Stuart Carvalhais era polivalente. Trabalhou em todos os setores de artes gráficas e, na área de quadrinhos, em praticamente todas as revistas e jornais de sua época.

Na década de 1920, aparece uma revista decisiva no cenário português, o ABC-zinho. Lançada por Stuart Carvalhais, contou com a preciosa colaboração de Cotinelli Telmo (1897 – 1948) e virou uma referência obrigatória para todos os que se interessam pelo quadrinho lusitano. Ainda mais influente do que o ABC-zinho foi O Mosquito, criado em 1936, e que durou até 1977. Nesta revista colaborou uma plêiade de grandes artistas, como Eduardo Teixeira Coelho (E.T.Coelho), José Garcez e Jayme Cortez.

A vez do público juvenil

O sucesso da revista infantil ABC-zinho fez ver aos editores a viabilidade de uma imprensa periódica juvenil. E, entre as décadas de 1920 e 1930, inúmeros títulos, uns duradouros, outros não, chegavam às mãos da moçada lusitana. Revistas como O Carlitos, O Senhor Doutor, e suplementos encartados nos jornais como Có-Có-Ró-Có (do Diário de Notícias) e Tic-Tac, eram publicadas em diversas cidades de Portugal, trazendo os maiores desenhistas deste período.

Além disso, nos anos compreendidos entre as duas Grandes Guerras, os próprios portugueses diziam que houve tanta proliferação de revistas humorísticas, quanto o número de tendências e partidos políticos. Na década de 1930, aparece a revista O Papagaio, da imprensa católica infantil, por onde passaram outros bons nomes do desenho, como Tom (um carioca que imigrou para Portugal aos 20 anos), José de Lemos, Júlio Resende, Arcindo Madeira e muitos outros.

Houve ainda dois acontecimentos que fizeram com que a produção de quadrinhos portugueses tomasse um rumo ainda mais firme. O primeiro foi durante a Segunda Guerra Mundial, na qual Portugal manteve neutralidade absoluta, mas proibiu a publicação de quadrinhos estrangeiros. Desta maneira, o país se manteve livre da avassaladora influência norte-americana, o que motivou o aparecimento de novos artistas e séries e difundiram hábitos de leitura.

Logo depois da vitória dos aliados, com o fortalecimento da ditadura salazarista, aprovou-se uma lei exigindo que 75% das histórias em quadrinhos publicadas fossem de origem portuguesa. Dessa maneira, não é preciso perguntar por que as histórias aos quadradinhos tiveram tanta força em Portugal, apesar da censura. Aliás, sabemos nós, aqui no Brasil, que a censura política aguça ainda mais o espírito criador dos artistas.

Mas nem todos os desenhistas sentiam-se muito felizes com o regime ditatorial, e um dos mais importantes deles, Jayme Cortez, resolveu imigrar para o Brasil, em 1947. Aqui, ele se tornou um grande mestre para muitos artistas brasileiros e trabalhou em diversos órgãos, além de dar assistência para jovens da época como Mauricio de Sousa. Juntamente com Jayme Cortez veremos um grupo de desenhistas como Eduardo Teixeira Coelho, Fernando Bento, António Barata, José Rodrigues Neves, José Ruy, José Garcês e Vítor Péon, que consolidaram os quadrinhos em Portugal. O peso deles é tão forte, que a “Escola Portuguesa” das HQs começa aí.

 

27 julho, 2006

Licenciatura em BD

A Escola Superior de Artes do Porto - ESAP Guimarães resolveu criar uma inédita Licenciatura em Artes BD/Ilustração. Segundo os objectivo do curso, “os diplomados com esta Licenciatura estarão habilitados para a criação, quer por iniciativa própria quer por solicitação profissional de trabalhos na área da Banda Desenhada e da Ilustração nas suas várias vertentes (comercial, publicidade, científica, artística, centrada em públicos amplos ou específicos, criando conteúdos originais ou adaptando material prévio), e ainda a serem capazes de relacionar a sua produção efectiva com o mercado existente”. Para os interessados, mais informações podem ser obtidas através do site da escola em www.esap-gmr.com

24 julho, 2006

Leitura: Mister Blueberry - Dust

Três anos após o último álbum publicado em Portugal pela extinta Meribérica, Blueberry está de regresso ao mercado nacional. O novo álbum, “Dust”, agora sob a chancela da editora ASA, constitui o 28º título (devidamente assinalado na lombada) da série.

Escrito e desenhado por Jean Giraud, este álbum vem encerrar o ciclo “Mister Blueberry” (ver “Mister Blueberry”, “Sombras sobre Tombstone”, “Gerónimo, O Apache” e “OK Corral”). A acção desenrola-se em Outubro de 1881, na cidade de Tombstone, onde encontramos Blueberry a recuperar dos graves ferimentos que sofreu após ter sido alvejado pelas costas (ver álbum "Mister Blueberry"). O relato final das suas histórias ao escritor Campbell, incluindo o episódio que dá o nome ao álbum, bem como as situações que se desenrolam nos intervalos desta narrativa, confirmam a singular natureza deste herói. Entretanto, toda a sucessão de acontecimentos e histórias desencontradas ocorridas anteriormente têm agora aqui o seu desenlace final. O autor, com mestria, aproveitou e soube enquadrar na trama, o histórico duelo em "OK Corral", que opôs os irmãos Earp/Doc Holliday aos irmãos Clanton/McLaury, melhorando um argumento que por si só já é rico por natureza, tal as histórias e a singularidade das suas personagens. No final, assistimos ao renascimento de Blueberry, “teso mas vivo”, nas suas palavras, e preparado para novas aventuras.

Toda a narrativa de “Dust” encontra-se bem estruturada, que conjugada com a perfeição do desenho consegue transmitir uma sensação de movimento ao leitor, que facilmente o cativa, no entanto, não posso deixar de recomendar uma leitura prévia dos álbuns que o antecedem para um refrescar de memória e/ou melhor entendimento da história. Aconselho os saldos da FNAC, onde se podem comprar os álbuns anteriores com preço a partir de €2,90.

Dust” marca o regresso de uma excelente BD ao mercado nacional, e quando se trata provavelmente do melhor "western" em banda desenhada do mundo (desculpem a minha parcialidade), a recomendação que deixo é que é de LEITURA OBRIGATÓRIA. Por todos os motivos, considero-a a edição do ano!

A minha nota:

Edição: ASA, 1º edição de Maio de 2006.

22 julho, 2006

FIBDA’2006 (2)

Depois de escolhido o tema para a edição deste ano, chegou agora a vez das instalações. Assim, após dois anos na estação de Metro da Falagueira, local que não deixa saudades, a 17ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, a decorrer entre os dias 20 de Outubro e 5 de Novembro, vai mudar mais uma vez de casa, transferindo-se para o novo Fórum Luís de Camões, localizado na freguesia da Brandoa.
Depois da Fábrica da Cultura, da Escola Intercultural e da estação do Metro da Falagueira, esperemos que seja desta que o FIBDA encontre umas instalações que dignifiquem o evento. Para confirmar em Outubro.

Ler também FIBDA’2006 (1).

20 julho, 2006

Civil War

De regresso. Bem mais ou menos, estou dependente do estado de humor do meu computador. Para já está a funcionar. Mas falemos de coisas importantes. Já vêm um bocado fora de tempo, mas não posso deixar de falar na novidade bedefila que maior impacto me causou no período pós-férias.


Havia necessidade? Afinal o Homem-Aranha é um dos meus personagens preferidos.

À primeira vista parece-me o fim do Homem-Aranha. Agora que se revelou publicamente faz algum sentido voltar a andar mascarado? Sempre desconfiei destes grandes eventos, tanto da Marvel como da DC, e esta Civil War (CW) também não me inspira confiança. Sei bem que o objectivo final é o $$$ e para isso pouco interessa se a natureza das personagens é desvirtuada, mas haja limites e bom senso!

No ínicio desta história (CW), as necessidades invocadas para o registo dos super-heróis e dos super-vilões são ridiculas e no primeiro número apenas achei interessante a posição de confronto assumida pelo Capitão América, mas agora depois da revelação do Homem-Aranha, confesso que a história piorou em todos os sentidos. As primeiras consequências, os processos legais têm tanto de estúpido como de absurdo. Pergunto só se não bastava ao Homem-Aranha registar-se sem se revelar publicamente? Gostava de saber com o irão resolver esta trapalhada?

Lá continuarei a acompanhar toda esta “tanga”, via Amazing, com esperança que no final desta história, um "passe de mágica" volte a colocar tudo como era, ou seja, antes antes de CW!!!

Haja paciência para estas invenções!!!

17 julho, 2006

Aviso à navegação...

É só para dizer que este blogue NÃO acabou! Promete retomar a sua actividade normal assim que o computador recupere da insolação que apanhou e dê sinais de vida!!!

10 junho, 2006

Novo "Sin City"

São estas as primeiras imagens de ”Sin City – Balas, Garotas e Bebidas" de Frank Miller, o novo volume que a Devir se prepara para lançar no final do mês……… no Brasil. Por cá, continuamos à espera de melhores dias!!!

09 junho, 2006

Notas Soltas

- (regresso!) Começo por destacar o regresso do BDjornal, após a interrupção por um mês para balanço. O Jorge Machado-Dias anuncia no seu blogue, que a partir do próximo dia Sábado, 10 de Junho, o BDjornal (2º ano) já pode ser comprado, por exemplo, no Stand da Devir da Feira do Livro em Lisboa. Felizmente que o projecto não morreu!!!

- (novidade!) O jantar comemorativo do 21º aniversário da Tertúlia BD de Lisboa, uma iniciativa do incansável Geraldes Lino, que de forma ininterrupta se reúne todos os meses na primeira Terça–Feira do mês, foi aproveitado por Daniel Maia para fazer a apresentação do novo site Tertúlia BDzine (TBDZ), um sitio que para além de dar a conhecer o fanzine de BD, serve também de arquivo para consulta on-line, para além de ser um local de discussão através do fórum. Resumindo e parafraseando o autor, "uma tertúlia virtual"! Para aceder ao TBDZ basta clicar aqui!

- (desabafo!) Chegados a Junho e apesar de constar no press-release das novidades na banda desenhada agendadas para Maio, as Edições ASA continua sem publicar “Dust”, o último do “Blueberry”! Está mal!!!

- (critica!) A Devir continua sem dar sinais de vida (ou de morte). Não há comunicados oficiais da editora, não há publicações novas. Que se lixem os leitores assíduos cujas colecções ficaram incompletas. Que se lixem aqueles que gostam do José Carlos Fernandes. Raios partam as “evoluções”!!!

- (partida!) mais dois dias e este autor dá férias aos seus leitores e vai de férias três semanas!!!

06 junho, 2006

"24h # Volta a Portugal em BD"

Acabei de receber e ler as “24h Volta a Portugal em BD”, uma iniciativa inédita da responsabilidade das edições DrMakete, que através de um original desafio lançado a autores portugueses, conseguiu reunir vários estilos e tendências do panorama da BD portuguesa. O resultado foi um livro de Banda Desenhada com 24 histórias diferentes, em 24 horas em 24 locais diferentes.
Confesso que fiquei surpreendido pelo excelente resultado final. Excluindo o "mestre" JCF, temos grandes talentos. Pena é, que por falta de apoios, a iniciativa se tenha ficado por um livro único com uma tiragem limitadíssima (300 ex.) até porque autores e material não deve faltar por esse país fora.
Espero que tenha sido lançada a semente, até porque a “nossa” Banda Desenhada bem precisa de divulgação!

Entre todas as histórias, as minhas três preferidas vão para “Matosinhos” de Nuno Sarabando/Hugo Jesus, “Vilamoura” de José Carlos Fernandes e “Olhão” de Rocha. Excelentes traços e humor q.b.

Também aqui fica aqui o meu agradecimento à DrMakete pelo exemplar que me enviaram.

31 maio, 2006

Ainda a propósito dos troféus Central Comics

No seguimento de vários comentários deixados ao post “Vencedores dos troféus Central Comics” de 30 de Maio, entro aqui numa saudável discussão sobre os mesmos. Considero que apesar dos “Sin Citys” e ”A Pior Banda Mundo” editados, a DEVIR, no ano passado, poucas edições teve que justificasse o prémio como a “Melhor Editora” com 39% dos votos(!), antes pelo contrário, os dedos das duas mãos não chegavam para contar os lançamentos errantes. A minha primeira escolha tinha sido a editora LIVROS DE PAPEL pela sua arriscada e bem sucedida aposta de qualidade no “Príncipe Valente”. Também desconfio do segundo lugar da VITAMINA BD, porque até considero alguns dos lançamentos da editora ASA bastante superiores, nomeadamente “Bouncer, “O Vôo do Corvo” ou “Blacksad”. Também não nos podemos esquecer que o papel de uma editora não se limita à edição mas também inclui a promoção de banda desenhada, e a ASA, trabalhou bem nesta área, nomeadamente através dos convite feitos a importantes autores para participarem no FIBDA. Quanto a Frank Miller, perante a short-list a concurso na final, acho que os prémios foram bem entregues, apesar de preferir como "Melhor Desenho" o trabalho de Juanjo Guarnido em "Blacksad 3 – Alma Vermelha". Enfim, gostos!

30 maio, 2006

Nova revista de BD

Chega agora ás bancas e chama-se HL Comix. “O HL deriva de herpes labial que quando se apanha é para a vida e assim espero que o mesmo aconteça com a HL Comix”. É assim que é anunciada pelo seu autor (Derradé) esta loucura: uma revista de BD, Humor e Cultura Alternativa. Convenhamos que não deixa de ter uma certa razão, afinal estamos a falar de uma revista portuguesa de bd. Assim, bimestralmente, nas bancas de todo o país, são 36 páginas b&w e capa a cores por apenas 2 €. Caem bem estas iniciativas, nem que sirvam para abanar as “águas estagnadas” do panorama bedéfilo português. Ao novo projecto em prol da banda desenhada, os votos de maior sucesso! Amanhã já vou ver se a descubro numa banca perto de mim!

A acompanhar a revista, o seu autor criou um blogue onde anuncia as novidades no que respeita à HL Comix. É só clicar aqui.

Vencedores dos Troféus Central Comics

Realizou-se no passado Sábado, a entrega dos IV Troféus Central Comics, numa iniciativa do portal Central Comics, cuja participação dos leitores de banda desenhada é fundamental. Numa análise sintética dos resultados, direi que a votação, pautada pelo equilíbrio, destacou desde logo José Carlos Fernandes (2 prémios) e de Frank Miller (3 prémios) como os autores nacional e estrangeiro, respectivamente, preferidos dos leitores. Gostei do troféu para a “Melhor Edição de Bancas” atribuído ao “BDJornal” (a minha escolha) e confesso que fiquei surpreendido com a escolha, de novo, da Devir como “Melhor Editora” (quanto mais me bates…). Quanto ao Daniel Maia como autor do “Melhor Desenho Nacional” é merecido, mas é pena não existir actualmente nenhuma publicação de carácter regular com a sua arte. Face ao panorama bedefilo em Portugal, em especial no que se refere ao ano de 2005, penso que melhores opções não havia.

Segue-se a lista completa dos vencedores deste ano, nas várias categorias:

- Melhor Editora Devir – 39% dos votos

- Melhor Álbum Nacional Série Ouro – José Carlos Fernandes (Correio da Manhã) - 39%

- Melhor Argumento Nacional José Carlos Fernandes ("O Depósito de Refugos Postais") – 36%

- Melhor Desenho Nacional Daniel Maia (Sketchbook #1) – 45%

- Melhor Álbum Estrangeiro Frank Miller’s 300 (Norma) – 34%

- Melhor Argumento Estrangeiro Frank Miller (Sin City) – 31%

- Melhor Desenho Estrangeiro Frank Miller ("300") – 27%

- Melhor Álbum de Tira ou Prancha Cómica/Cartoon/Caricatura Estrangeira Mutts 3 – Mais Coijas! (Devir) – 44%

- Melhor Álbum de Tira ou Prancha Cómica/Cartoon/Caricatura Nacional "Há Vida em Markl" (Gradiva) – 33%

- Melhor BD Curta/Cartoon/Tira Cómica Nacional Não Publicada em Álbum Arquivo 20 - Marte 2205 – 29%

- Melhor Edição de Bancas "BDJornal" – 34%

- Melhor Edição de Investigação/Especializada "Tintim – O Sonho e a Realidade" (Verbo) – 31%

27 maio, 2006

76ª Feira do Livro de Lisboa

Photobucket - Video and Image Hosting

Assim que passar esta hora de calor, tenciono dar um salto até à Feira do Livro. Apesar de constituir um palco privilegiado para novos lançamentos, a verdade é que no que respeita à banda desenhada é raro isso acontecer. O normal é mesmo as editoras aproveitarem a feira para escoar stocks, mas nem sempre a preços de feira. Para hoje, segundo o site oficial da feira, são estes os livros do dia (não sei a que preços):

Edições Devir:
- “A Grande Matança”, de Frank Miller
- “O Depósito de Refugos Postais”, de José Carlos Fernandes

Asa Editores:
- “Capturem um Marsupilami”, de Franquin

O que eu gostava era ser surpreendido com o lançamento de “Dust” por parte da Asa ou os lançamentos de "A Agência de Viagens Lemming" ou o primeiro volume do projecto “Black Box Stories” ou ainda o sexto volume da “A Pior Banda do Mundo" por parte da editora Devir. Segundo o portal BDesenhada.com, o autor José Carlos Fernandes, vai estar presente hoje numa sessão de autógrafos entre as 16h e as 19h30 no stand da Devir. Poder ser que haja novidades, senão lá terei de me contentar com “dois dedos de conversa” e mais um autógrafo. Certa é a minha passagem pelos stands de alfarrabistas. No ano passado comprei a bons preços (negociados) colecções completas de banda desenhada. É eventualmente o único sitio da feira onde gasto dinheiro a comprar bd. Pode ser que este ano repita a dose!

24 maio, 2006

A 24 horas de X-Men 3

Photobucket - Video and Image Hosting

Estreia amanhã (finamente!) "X-Men 3". Correm uns zuns-zuns por ai que se trata “apenas” do melhor filme da saga. Quero acreditar que sim! Não só porque se trata de uma adaptação de uma banda desenhada (e os riscos de descaracterização que isso comporta) mas também porque significa que depois do abandono de Bryan Singer (“Superman Returns” oblige) o projecto ficou bem entregue, senão melhor, a Brett Ratner. Também se fala neste filme como o último da série. No futuro, a aposta passa pelo desenvolvimento da personagem Wolverine. O que me parece bastante mais interessante.
O argumento de “X-3” baseia-se na descoberta de uma ‘cura’ para os mutantes e na escolha destes: abdicarem dos seus poderes e terem uma vida normal ou continuarem mutantes e serem perseguidos. Os pontos de vista opostos do Professor Xavier e de Magneto resultam numa guerra aberta, amplificada pelos poderes descontrolados de Fénix Negra (a ressuscitada Jean Grey). A luta pelo direito à diferença é o mote para “X-Men 3: O Confronto Final”. E a avaliar pelos sete minutos de duração deste trailer está prometida muita acção e muita destruição. Já só faltam 24 horas! Corre por ai o aviso importante para não sair da sala antes dos créditos finais… (quem avisa….)

06 maio, 2006

Imagem do dia: Férias

As minhas BD preferidas #6: Calvin & Hobbes

Era uma vez uma criança e o seu tigre de peluche. Poderia ser este o início para uma das mais divertidas histórias em tiras de banda desenhada que alguma vez li (e continuo a reler). A criança chama-se Calvin e têm 6 anos e o seu companheiro é um tigre de peluche chamado Hobbes e as suas aventuras imaginárias têm a extraordinária capacidade de sintetizar toda a lógica de um universo infantil, bem construído onde não falta nenhuma das suas referências, desde dos pais até à professora, passando pela ama e pelos colegas da escola, desde dos monstros debaixo da cama, até às naves espaciais, passando pelos dinossauros e pelas viagens no tempo, onde as todas as situações são possíveis e a filosofia infantil prevalece. É um universo com que facilmente nos identificamos, que nos contagia, delicia e principalmente nos faz rir.

Todo este trabalho é fruto do génio de Bill Watterson, um desenhador americano avesso a entrevistas e fotografias, onde o desenhos e os diálogos são o reflexo perfeito, em forma de humor, dessa mistura inocente de sentimentos que é a infância. Uma das principais características que mostra a genialidade do autor, é o pormenor das expressões faciais das várias personagens quando confrontados com as variadas situações. Simplesmente delicioso!

Infelizmente, Bill Watterson deixou de desenhar as histórias de "Calvin & Hobbes" em 1996, na sequência de desentendimentos com a editora, detentora dos direitos de publicação da sua obra, tendo a última tira inédita sido publicada em 31 de Dezembro de 1995. Apesar disso, as aventuras de "Calvin & Hobbes" continuam ainda a ser publicadas e republicadas em jornais de todo o mundo, sendo que em Portugal, as tiras diárias destas personagens são asseguradas pelo jornal “Público”, desde do seu inicio.

“Calvin & Hobbes” em Portugal:

Em Portugal, as aventuras de "Calvin & Hobbes" foram introduzidas pelo jornal "Público", desde da sua primeira edição, com a publicação de uma tira diária na última página. Actualmente, as aventuras completas de "Calvin & Hobbes" podem ser encontradas nos 17 álbuns publicados pela editora Gradiva. A saber:

- "Páginas de Domingo"
- "CALVIN & HOOBES - A última antologia"
- "O Indispensável de CALVIN & HOBBES"
- "O Essencial de CALVIN & HOBBES"
- "É Um Mundo Mágico"
- "Há Tesouros por toda a parte"
- "Patabéns, CALVIN E HOBBES"
- "O Tigre Assassino Ataca de Novo"
- "Que Dias Tão Cheios!"
- "O Ataque dos Demónios da Neve"
- "Progresso Científico...Uma Treta!"
- "A Noite da Grande Vingança"
- "Monstros de Outro Planeta"
- "Viva o Alasca!"
- "Plácidos Domingos"
- "Há Monstros Debaixo da Cama?"
- "CALVIN & HOBBES"

Recomendo sem reservas esta banda desenhada, garantindo que o dinheiro gasto na sua compra é devolvido pelo prazer que retiramos da sua leitura.

Sites de consulta:

- Gradiva [link]
- Tiras publicadas no jornal Público [link]
- Página não-oficial de "Calvin & Hobbes" em portugês [link]

02 maio, 2006

Cinco Sugestões De Leitura 3

O desafio aqui deixado é simples. Dar cinco sugestões de leitura de revistas ou álbuns de banda desenhada. Desta vez, foi o Blog da Utopia que alinhou e as sugestões dos seus (dois) autores podem ser lidas aqui e aqui.

01 maio, 2006

BDjornal

Maio. Este mês o BDJORNAL não sai para as bancas.

Com a publicação do seu n.º 12 no mês de Abril de 2006, o BDjornal fez um ano de existência. Atente-se que se trata de uma publicação que só trata de Banda Desenhada, pelo que a sua duração foi um feito notável. Nas palavras do seu director Jorge Machado-Dias, irá agora sofrer uma necessária reestruturação, visível a partir do n.º 13 que sairá em apenas em Junho. O jornal reduzirá o seu formato, aumentará o número de páginas, de 32 para 48, das quais 16 a cores, passará (temporariamente) de mensal a bimestral e o preço subirá de €2,00 para €3,00.

Eu, confesso-me um comprador/leitor/coleccionador do BDjornal desde do seu início. Isto porque o considero um projecto válido que veio colmatar, e bem, um espaço que se encontrava vazio no que se refere à divulgação da temática da BD em Portugal. Afinal trata-se da única publicação regular onde podemos ler sobre reportagens de festivais bedéfilos, entrevistas a editores e a autores, uma secção de criticas, novos lançamentos e pequenos apontamentos bedéfilos. Apresentava ainda um caderno destacável de BD inteiramente produzida por autores portugueses. A colaboração de várias pessoas, ligadas à BD, entre os quais alguns autores de blogues, enriqueceu o projecto e fizeram do BDjornal uma referência.

No entanto, não posso deixar de emitir algumas considerações sobre as mudanças anunciadas. A primeira passa logo pela periodicidade. Espero que esteja redondamente enganado, mas a passagem a bimestral parece-me que “mata” a publicação. Em dois meses, "muita água corre debaixo da ponte". A título de exemplo, a reportagem sobre os acontecimentos do II Festival Internacional de Beja de BD só poderá ler lida em Junho. Uma eventual reportagem sobre os lançamentos nas Feiras do Livro de Lisboa ou Porto só poderá ser lida em Agosto. Convenhamos, a principal mais-valia do jornal, a actualidade da informação, desaparece. A própria natureza do projecto e, atente-se ao título, fica afectada.

Depois temos que das 48 páginas anunciadas, 32 serão só de banda desenhada. Não que não goste de ler BD e descobrir novos autores, mas o que procurava no BDjornal desaparece. O jornal informativo dá lugar a uma nova revista de banda desenhada, quiçá concorrente directa da SKETCHBOOK. Num mercado de reduzida dimensão como o português, não vejo a racionalidade disto.

Pela entrevista que Machado Dias deu ao BDesenhada.com percebo perfeitamente que são questões económicas e de distribuição que forçam estas mudanças, mas também parece-me que o caminho a seguir também não é este. Não pelo aumento do preço de capa, porque até concordo - afinal o que são 3 ou mesmo 4 euros por mês por um produto único? - mas pelas razões atrás referidas.

Preferia que as alterações se centrassem em termos qualitativos, no conteúdo da informação, na existência secções fixas (por exemplo de entrevistas a autores, criticas de novos lançamentos), na criação de novas rubricas (por exemplo a criação de um espaço para anúncios para compra e venda de BD), etc. Afinal é o próprio director do jornal que afirma que existe material suficiente para garantir edições mensais.

Como leitor, resta-me esperar que o meu pessimismo vá dar uma volta, e que as anunciadas alterações resultem, que as vendas melhorem e que o JORNAL volte rápido e em força e, se possível na periodicidade mensal!