1º Dia. Sábado, 29 de Maio. Destino: Beja. São duas horas de viagem de carro a partir de Lisboa. Fica o agradecimento ao Rui pela boleia. Levo uma mochila cheia de álbuns do Hermann. Tenho a expectativa de conseguir de conseguir pelo menos dois deles assinados. Já os escolhi. Um do Bernard Prince (“O General Satã”) e outro do Comanche (“Red Dust”). O FIBDB espera-me e Hermann, um dos meus autores preferidos, vai estar presente. Beja é uma cidade bastante acolhedora. No ano passado, por falta de tempo e pelo muito calor que se fez sentir, não tive oportunidade de a usufruir. Este ano passo compenso. Passo lá o fim-de-semana. Chegamos por volta das quatro da tarde, e com alguma fé carrego quatro álbuns do Hermann comigo. A outra metade deixo na residencial. Ficam para a sessão de autógrafos do dia seguinte. A zona quente do festival é a Casa da Cultura, o núcleo principal. Logo à entrada, o calor faz das suas. Tenho a miragem que o Hermann está sentado junto a uma banca de livros a distribuir autógrafos e não existe fila?! Nem acredito. A sessão de autógrafos estava programada apenas para as 18 horas. Não é miragem. Dizem-me que desde das três e meia que os vários autores convidados que por ali passeavam decidiram-se de forma espontânea sentarem-se entre os livros e começar a assinar. O ambiente é calmo, quase familiar. Os autores misturam-se com o público. Pergunto se haverá festival igual no mundo?
Identificação nas fotografias seguindo a ordem de cima para baixo, da esquerda para direita:
Hermann, Civitelli, Rufus Dayglo, Jorge Miguel, Niko Henrichon, Gabriel Bá e Fábio Moon,
Fil e Hugo Teixeira, Nuno Duarte e Osvaldo Medina.
Fil e Hugo Teixeira, Nuno Duarte e Osvaldo Medina.
Hermann num traço rápido, desenha pequenos esboços das suas personagens nos álbuns. Um após outro e fico com os quatro álbuns autografados. Estou nas nuvens! Segue-se Niko Henrichon e a “Fábula de Bagdad”. Ganho um leão! Civitelli (“Tex”) e Rufus Dayglo (“Tank Girl”) estão bem concorridos e ficam para amanha. Encontro amigos e caras conhecidas de outros festivais. A tribo bedéfila está toda reunida. Amigos, autores, leitores, editores e vendedores cruzam conversas. Respira-se BD! Aproveito para ir ver as exposições. Excelente mostra. Espaço bem distribuído por três pisos, cenicamente bem organizados num jogo de cores encarnado, branco e preto. Magnificas pranchas de autores portugueses e estrangeiros. Saio de barriga cheia!
Se há imagem que me fica do festival de Beja é a que se segue: na residencial onde fiquei, cruzo-me com um simpático velhote com os seus setenta anos a descer as escadas com uma garrafa de Borba na mão. Levava na cara o sorriso mais feliz. Não fotografei, mas se houvesse imagem do qual foi o espírito da festa que reinou em Beja seria esta. O velhote de setenta anos era o Hermann e saiu porta fora!
O grupo que se formou para jantar era cinco estrelas. Beja proporciona estes encontros. Quem não se conhece passa-se a conhecer. E os amigos dos amigos nossos amigos ficam. Começando por quem se sentou à minha esquerda: Marina, Luís, Nuno, Aida, João, Cristina, Jorge, Catarina, Nelson e finalmente este que vos escreve. A ideia era despachar para assistirmos à apresentação dos nomeados para os VIII Troféus Central Comics. A verdade é que a sangria era muito boa e ganhamos um jantar muito animado; a consequência foi que perdemos a apresentação feita pela amiga Diabba… ups! A noite bedéfila em Beja dá pelo nome de Galeria do Desassossego. A tribo reúne-se de novo! O espaço está cheio. Bebe-se e conversa-se até as horas se perderem pela madrugada. Lá se vai a hora do pequeno almoço na residencial e amanha de manha está previsto passeio pedonal por Beja antiga. Será que acordo?
7 comentários:
Depois de ver as fotos e ler o texto, sinto que não há mais nada a dizer. Foi de facto um fim-de-semana em grande a todos os níveis. E como, tu dizes, até nem foi muito difícil a proeza de conseguir vários autógrafos do Hermann. Foi de facto um daqueles momentos de sã diversão e convívio memoráveis. Um abraço.
E eu aqui a roer-me de inveja, que é uma coisa feia...mas que se lixe, estou mesmo!
Olá Verbal,
Excelente resumo que aqui fizeste deste agradável fim-de-semana.
O único cuidado a ter é na galeria do desassossego, o reduzido preço das bebidas e o ambiente descontraído fazem com que se perca a noção das horas e no dia seguinte é que são elas :-)
Aproveito para expressar publicamente os parabéns aos responsáveis por mais um festival de alto gabarito.
E cá fico à espera (ansiosamente)do próximo.
Abraço.
P.S.
Desculpa lá ter removido o 1º comentário, mas já não fazia sentido a parte final pois já encontrei o livro do Herman, já assinado, que tinha perdido. Estava misturado com os outros exemplares para venda no espaço comercial do festival em Beja.
Ainda há gajos com sorte :-)
Olá João, ainda falta a segunda parte do texto, correspondente ao dia de Domingo (está em produção)! Mas o essencial é que adorei o Festival em todas as suas vertentes!
Amigo Refém, faltaste lá tu para a festa ser completa! Para o ano compensas. Marca já no calendário.
Viva Rui, eheheh... o Desassossego é uma perdição para o fígado! lol
Telefonaram-te de Beja por causa do livro? Só confirma o bom ambiente que se respira por lá!
Sobre a tua oferta, digo-te que já estou a preparar a minha primeira critica a um livro do TEX! ;)
Abraço para todos!
Nuno, antes de mais nada foi um grande prazer ter-te conhecido pessolamente e ter trocado algumas palavras contigo. Obviamente que uma foto tua com o Kit Carson será publicado no blogue do Tex aquando do post dedicado aos inúmeros desenhos feitos pelo Civitelli, mas escrevo sobretudo para te dar os parabéns pelo teu post sobre o 1º dia do Festival, aguardando com ansia pela segunda parte, já que certamente o Tex terá mais espaço (...risos...).
E quanto à tua crítica à tua primeira história de Tex, também estou ansioso por lê-la e se possível publicá-la igualmente no blogue do Tex se me autorizares.
Um grande abraço,
José Carlos Francisco
Olá José Carlos, o prazer foi reciproco. Publiquei agora a 2ª parte da crónica onde manifesto a minha admiração pelo Civitelli. Fico a aguardar pela tua reportagem fotográfica dos desenhos dele.
Quanto à critica do TEX de Bernet ela já está agendada! Caso entendas estás à vontade para publica-la!
Abraço
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