Foi uma das minhas últimas leituras de 2012, e devo dizer que fiquei bastante agradado com Comprimidos Azuis, de Frederik Peeters, da Devir. É o mais recente bom exemplo de um género que ganhou espaço na edição de banda desenhada em Portugal. Na onda de novelas gráficas autobiográficas, Comprimidos Azuis é um diário pessoal, ilustrado a preto-e-branco, num desenho solto a pincel, simples mas expressivo, onde encontro algumas semelhanças com o traço de Craig Thompson.
O autor descreve uma poderosa experiência de vida. São quatro os intervenientes na história. Um deles é invisivel, mas está sempre presente ao longo da narrativa. Trata-se do vírus VIH. Elemento central da história, faz o papel de figura desencadeadora de emoções como a paixão, o medo, a angustia, a punição, a raiva numa escalada até à redenção. Cati é uma jovem mãe divorciada por quem Fred (o autor usa pseudónimos), se apaixona. Cati é seropositiva. O seu filho menor também o é. Toda a narrativa é feita pelo olhar de Fred. Nunca conheceremos o estado de espírito de Cati. Apenas aos pensamentos e as interpretações de Fred. O surgimento da figura do rinoceronte branco no consultório médico é poderosa e bastante elucidativa da angustia e a ignorância perante uma doença silenciosa. A linguagem visual de Peeters é quase perfeita.
De leitura fluída, Comprimidos Azuis é uma obra convincente, acessível, onde o tom bem-humorado de alguns momentos de vida ajudam a desmistificar, sem dramas, o vírus VIH, transformando-o como parte integrante de um quotidiano real. Recomendo a leitura!
O autor descreve uma poderosa experiência de vida. São quatro os intervenientes na história. Um deles é invisivel, mas está sempre presente ao longo da narrativa. Trata-se do vírus VIH. Elemento central da história, faz o papel de figura desencadeadora de emoções como a paixão, o medo, a angustia, a punição, a raiva numa escalada até à redenção. Cati é uma jovem mãe divorciada por quem Fred (o autor usa pseudónimos), se apaixona. Cati é seropositiva. O seu filho menor também o é. Toda a narrativa é feita pelo olhar de Fred. Nunca conheceremos o estado de espírito de Cati. Apenas aos pensamentos e as interpretações de Fred. O surgimento da figura do rinoceronte branco no consultório médico é poderosa e bastante elucidativa da angustia e a ignorância perante uma doença silenciosa. A linguagem visual de Peeters é quase perfeita.
De leitura fluída, Comprimidos Azuis é uma obra convincente, acessível, onde o tom bem-humorado de alguns momentos de vida ajudam a desmistificar, sem dramas, o vírus VIH, transformando-o como parte integrante de um quotidiano real. Recomendo a leitura!
Comprimidos Azuis
Autor: Frederik Peeters
Álbum único, preto e branco, capa dura
Editora: Devir, Biblioteca da Alice, edição de Dezembro de 2012
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