07 dezembro, 2014

Comic-Con Portugal: Crónica de um desastre de organização

Ontem, foi na qualidade de visitante que participei naquela que foi a 1ª edição da Comic-Con Portugal. O profissionalismo com que vinha a ser anunciado à alguns meses e o número e o nome dos convidados criou boas espectativas. Hoje, se me perguntarem qual a minha impressão sobre o evento, só poderei dar uma nota negativa. Foi tudo mau, muito mau. Filas, e filas, e desorganização pelo meio e ainda mais filas. Fico com a sensação que prepararam uma festa para 10 pessoas e apareceram 100. A festa é um sucesso? Não, é um desastre!


Comecemos. Como chegar à Exponor? Para um visitante vindo de fora do Porto, todas as informações são sempre úteis. E a página oficial do evento, prestou nisto um grande auxílio. Explica que chegando à estação ferroviária de Campanhã, toma-se o metro (linha Azul), em direção ao Senhor de Matosinhos, com saída na Rotunda da Boavista (estação Casa da Música). Depois apanha-se o autocarro da STCP 601 para o Aeroporto e sair na Exponor. Mais simples e fácil não era possível.

Apanho o comboio em Lisboa às 7h da manha e ainda não eram 10h e eu já estava na Invicta, na paragem à espera do 601. Miguelanxo Prado, um dos autores convidados que me fez fazer a viagem a norte estava previsto para as 11h para participar numa sessão de autógrafos, e por volta das 12h, estaria no auditório para falar com os leitores. Só se acontecesse um terramoto é que nunca chegaria a horas. Quando cheguei, a paragem do 601 já estava com uma fila bem composta de pessoal. Não atendi a este pequeno (que viria a revelar-se enorme) pormenor. O tempo passa, foi passando, e passando e de 601 nada. Espero, esperei, e confesso que estive para desesperar. Finalmente, passa o primeiro. Vem apinhado de gente. Nem pára para abrir portas. Começo a ter consciência que a coisa pode correr mal. Apercebo-me que a cadência de passagem do autocarro 601 é de 45 em 45 minutos!!! Parece que ninguém da organização se lembrou desta questão. Não houve um protocolo com a STCP para um aumento do n.º de carreiras, não houve um autocarro directo fornecido pela organização. Não houve nada. A mensagem da Comic-Con começa a ser clara na minha mente: visitante desenrasca-te. Hora e meia de espera numa paragem cada vez mais cheia, passa o segundo 601. Apinhado. Olho para as horas e o Miguelanxo Prado já está a meio da sessão de autógrafos. Passa um 507 e alguém diz que também serve a Exponor. A loucura é total e o autocarro é tomado de assalto. Um quarto para o meio-dia e finalmente estou a caminho. A viagem faz-se por estradas e ruas secundárias. São paragens e paragens. A Exponor fica longe, em Leça da Palmeira. É tudo menos central. Acresce mal servida de transportes. Como é que alguém se lembra de organizar qualquer coisa aqui?

Meio-dia e meia. Desço na paragem à frente da Exponor. Olho para uma longa fila para entrar que serpenteia para fora das instalações daquela feira de exposições. Não acredito que aquilo seja a fila para quem já tem bilhete comprado previamente. Dizem-me que sim. As portas já abriram à duas horas e a fila parece interminável. Será possível?

Neste momento já perdi o painel com a presença de autores portugueses, a sessão de autógrafos com o Miguelanxo Prado e nem um deslumbre da Morena Baccarin vou conseguir. Portanto deixou de se justificar a minha vinda e  o valor que paguei pela entrada.

A fila avança vagarosamente. Vinte minutos depois estou finalmente na entrada, no portão 2B. «O pior já passou. Vamos lá aproveitar» penso eu. Esqueçam. Sou informado que tenho de escolher seguir uma das quatro enormes filas que existem dentro do pavilhão. Começo a questionar seriamente se não entrei inadvertidamente numa qualquer dimensão paralela onde o bizarro domina.

É mais uma hora de fila. São quase duas da tarde quando entrego o meu bilhete de entrada para validação. Em troca recebo uma pulseira. Pulseira? Pára tudo! Todo este tempo de espera à entrada é devido a uma pulseira?? Esperei quase hora e meia para isto?? Mas é tudo feito de gente parva por aqui?! Refeito, pergunto por um programa e o mapa do recinto. Claro, que não há! Já nada me espanta nesta organização.

Consulto no telemóvel o programa e há um painel com Brian K. Vaughan e Marcos Martin às 14:30h e sessão de autógrafos de BD a partir das 15:30h. Parece-me bem. Decido ir almoçar. Adivinhem? Filas, e filas, e filas em tudo que é bar. Claro que neste ponto já não faço planos. Deixo-me ir. Vai ser mais uma hora e picos antes de comer.

Enquanto aguardo a minha vez, acontece o Brian Vaughan no Auditório Comics e a Natalie Dormer no Auditório A. Obviamente tudo me passará ao lado. As duas senhoras que estão atrás do balcão fazem o seu melhor, mas estão claramente em insuficiência. Expliquem-me lá! A Exponor é um recinto próprio para albergar feiras e exposições com milhares de visitantes? A sério? O humor desta gente deixa-me desconcertado.

São 15:15h quando, munido de comida e bebida, sigo directo para a zona dos autógrafos de BD. Tudo o resto ficará por ver. Cortesia da organização. A fila para o Brian Vaughan já chega a metade da sala. Mais meia-hora e sairá para fora da área destinada. A organização marcou para a mesma hora e apenas uma hora autores como Carlos Pacheco, Brian Vaughan, Javier Rodriguez e Marcos Martin. Toda a gente percebe que é claramente insuficiente. Toda a gente não, na organização do evento parece que há quem não perceba nada disto. Haverá leitores que não conseguirão o desejado autógrafo. Vaughan acede ficar mais meia-hora adicional para que ninguém fique prejudicado. Merece respeito. Seguem-se Pia Guerra, o marido Ian Boothby e Claudio Castellini. E será tudo o que levo desta Comic-Con. Na verdade já estou completamente saturado com tudo isto. Com as horas perdidas, foi-se a vontade para deambular pelas várias áreas.

De tudo ficam só duas notas positivas. A primeira para o desfile da Marcha Imperial Star Wars que envolveu uma boa dezena de Stormtroopers, o próprio Imperador e claro está Darth Vader, numa figura imponente. E para os Walkers da Fox. Magnifica caracterização e interpretação das personagens que pareciam ter saído directamente de um dos episódios de The Walking Dead.

Dirijo-me para a saída. E adivinhem? Tenho ainda mais uma última fila para vencer. Parece incrível. Mas já não tenho forças para questionar. A irracionalidade definitivamente prevalece neste mundo.

Finalmente saio porta fora. Desta Comic-Con fico com a certeza que o visitante, aquele que paga o bilhete, é o elo mais fraco de uma cadeia de interesses. Isto diz bastante de uma organização. E se às vezes nos perguntamos como é que o nosso país chegou ao estado onde se encontra. A resposta muitas vezes está à nossa frente. É que pessoas ligadas à organização da Comic-Con também votam.

Temos várias formas de medir o sucesso (ou não) de um evento. Pode ser pelo número de bilhetes vendidos, pela qualidade dos convidados, pelo rol de críticas positivas de vários intervenientes. São tantas as formas de medir, que dificilmente qualquer evento não terá sucesso. Não tenho dúvidas que os 30.000 visitantes do evento servirão para revestir de «sucesso» esta iniciativa. A questão que eu coloco é quantos destes 30.000 visitantes voltarão no futuro para repetir a experiência? Da minha parte digo já: não obrigado!

O norte tem com certeza bons motivos para ser visitado, mas a Comic-Con não é com a certeza absoluta um deles. E termino como comecei. Nesta 1ª edição da Comic-Con Portugal foi tudo mau, muito mau.

46 comentários:

RC disse...

Bolas, isso correu mesmo mal Nuno. Não queres publicar uma chamada para isto no BD Passion? Um abraço

Paulo Costa disse...

Ainda bem que eu fiquei cá em baixo a trabalhar... da primeira vez que eu vi o site do evento fiquei mal impressionado por terem uma equipa de 20 pessoas, serem todos "director" de qualquer coisa em inglês e terem funções idênticas com nomes diferentes.

Mas pensei "aguenta lá com o dizer mal, dá-lhes uma hipótese, é a primeira vez e tal...". Tenho que confiar mais vezes na minha primeira impressão.

Ricardo Baptista disse...

Só tenho ouvido coisas boas dos meus amigos "nativos" (também sem transporte próprio). Tenho pena que lhe tenha corrido tão mal.

Anónimo disse...

rolou algum lançamento de mangá?

Unknown disse...

Experiência idêntica! Chegada às 10h, na fila até ao meio dia, kms até ao centro comercial mais perto para almoçar, por ser impossível fazê-lo lá dentro, tempo apenas para uma fila de autógrafos mas, consegui dois pois ia com uma amigo que, enquanto eu esperava na de Carlos Pacheco, ele esperava na de Marcos Martin, "vending machines" (máquinas de venda automática) avariadas, mais uns kms na rua até ao supermercado para comprar água, sala das bancadas de lojas mal ventiladas... Só tive paciência para acrescentar umas visitas aos amigos presentes do jogo Troika, da PLUG e ao brilhante e simpatiquíssimo autor de BD Diogo Carvalho... Próximo ano? Só se for no Reino Unido ou nos Estados Unidos. Sei que não serve de consolo mas, sou mais um a ter o desgosto de saber o quão saloios e incompetentes são estes indivíduos com nomes estrangeiros... Vivi e trabalhei em Inglaterra, falo e escrevo inglês muito bem, e fiz muitos amigos lá. É triste ter de lhes responder a perguntas como não há em português palavras para dizer shopping center ou manager? Não têm pessoas que saibam dirigir e organizar empresas e eventos? E ainda por cima votam... Desculpem o desabafo.

Nuno Neves disse...

Paulo, até aceito que haja falhas e que para primeira edição nme tudo corra pelo melhor. Mas há coisas básicas. Acessos, entradas e refeições. Bastava um minimo de preocupação. Confiei demasiado. Tenho a aprender a confiar menos.

Nuno Neves disse...

RC já lá está pelo Paulo Silva. Abraço

Nuno Neves disse...

Ricardo tudo depende das espectativas. Confesso a minha frustação pela perda da sessão de autografos do Prado por culpa de uma (des)organização que não se justifica num evento desta natureza.

Nuno Neves disse...

Sérgio, vejo que nem lá estando às 10h conseguia apanhar o Prado nas sessões de autografos. Não há desculpas que tapem esta incompetência. Amadorismos. Abraço

Hugo Silva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nuno disse...

Gostei do facto de, mesmo típico do português, não preparaste bem a viagem/visita e a culpa é da organização. Se até em eventos que têm anos e anos de existência (tipo Rock in Rio ou o Alive) há filas para entrar e comer, haveria de ser na Comic-Con que isso ia deixar de haver. Chegasses mais cedo (sim, porque uma horinha e picos não é propriamente um intervalo temporal muito grande para quem estava a chegar à paragem de autocarro), preparasses melhor as coisas...

Bruno disse...

Bom, estive lá e confesso que concordo com quase tudo o que aqui foi dito. Digo "quase" porque a responsabilidade cai, a meu ver, não no recinto da Exponor (que é tem capacidade para exposições destas), mas sim unicamente sobre a organização do evento (que não o preparou adequadamente). Haviam ENORMES espaços vazios e/ou subaproveitados, enquanto que outros estavas sobrelotados de tal forma que os visitantes mal podiam andar. A situação das filas, no Sábado, foi ridicula - posso dizer cheguei lá às 10h e só entrei no interior da Exponor às 11, tendo ainda que enfrentar as tais "filas da fita" enquanto que observava incrédulo como, das 7 filas disponíveis, tinhamos:
- 2 para quem queria re-entrar e já tinha pulseira (que estavam obviamente vazias)
- 2 para quem tinha pass de fim de semana (que estavam, de vez em quando, com 2-3 pessoas a entrar)
- 3 para todas as pessoas que tinham bilhete diário, completamente entupidas.

Felizmente acabaram por abrir 1 de cada uma das outras "categorias de filas" para o pessoal dos bilhetes diários... MAS.... Mas ao invés de pedirem (como em qualquer supermercado) que as pessoas passassem para a nova fila por ordem de chegada, iam buscar a malta que estava no FIM de cada fila para passar para a frente... e quem estava no meio que se lixasse.

David disse...

Estou com o Nuno, também visitei a comic con este sábado e também achei que deixou muito a desejar, mas metade do que escreveste é a culpar a direcção por coisas que devias ter preparado previamente.
Comida, água, tempo são tudo coisas que deves levar para a comic con, chegar a uma paragem de autocarro com 1h de antecedencia do evento que querias ir não é culpa da direção da comic con, same thing para as filas, ninguém deve esperar ir a um evento destes e entrar logo, aliás, para quem já visitou cons destas no US, Japao ou até a de Inglaterra as filas daqui não seriam nada comparado com as que encontras por lá.

Pedro disse...

Tenho realmente pena que lhe tenha corrido mal.

Mas de facto com todas as pessoas com quem falei, todas gostaram... Um ou outro reparo como sempre, mas o saldo final foi sempre positivo.

Estive em vários eventos na Exponor e nunca ouve grandes problemas...

Filas? Bem isso à em todo lado, obvimanente que à filas gigantes nestes eventos. às vezes demora-se horas para entrar, li que demoras-te 20 minutos para entrar no recinto... não foi nada mau, nem acreito que isto é "andar vagarosamente".

O Autocarro que apanhas-te foi por ruas secundárias e tinha muitas paragens? Querias que fosse pela Auto-estrada? Os serviços de transporte publico são assim...

A questão das horas, é como já disseram nos outros comentários... Tinhas que vir mais cedo. Principalmente se não conheces a cidade...

Quando li o titulo imaginei que fosse uma pessoa que morasse mais perto de Lisboa do que do Porto.
Lembro-me de se terem feito criticas e mais criticas quando se soube que o evento ia ser realizado no Porto, lembro-me de me terem mostrado uma página no facebook a dizer que não iam porque era cá(e o problema n era a distância... era como se fosse uma falta de respeito não ter sido realizado na capital).
Por isso é um pouco "suspeito" ver comentários destes agora...

Já fui a Lisboa a vários eventos e concertos... e acredito que o amigo também tenha ido.
O Coliseu dos recreios tem uma lixeira ao lado, os restaurantes são umas tascas rascas onde se come mal e paga-se bem.
E no último concerto em que estive no coliseu dos recreios? A organização e a falta de civismo foi simplesmente medonha! Inacreditavel.

Esta é só a minha opinião, mas termino como comecei, realmente lamento que lhe tenha corrido assim, porque gastou dinheiro e não teve a experiênca que desejava e isso é sempre mau. Também já passei por isso.

Mas desculpe que lhe diga, ri-me com algumas situações que mencionou, pois é absurdo a carga negativa que lhe atribui. Responsabilizando a organição.
Mas lá está... cada um fala tendo em conta as suas expectativas... para a próxima prepara-se um bocadinho melhor...

Bom Feriado

Adeselna Davies disse...

Bem, eu sou do Norte e quando vou a Lisboa por um dia preparo tudo com antecedência (comida - viagens - percursos). A STCP tem um site bem porreiro que poderiam ver as paragens. Admito, contudo, que seria melhor se a organização tivesse reforçado os autocarros, mas como iriam saber se a malta ia de autocarro ou de transporte privado?? Also podiam ter apanhado o autocarro gratuito do MarShopping e depois ir à Exponor a pé :) Era uma questão de perguntar a alguém do Porto que já facilitava essa parte.
Quanto a filas e filas e filas, concordo e ainda bem que não fui. Odeio filas de morte e acho que tinha pedido o livro de reclamações por estar em 2 filas diferentes para entrar :( Tenho pouca paciência nisso, mas de resto os cosplays pareciam estar porreiros :)

Ana C. Nunes disse...

Foi pena que tenha corrido mal a tua visita mas eu que fui na sexta-feira e no sábado não tive de passar por nada disto. Concordo que deveriam ter feito uma parceria qualquer para aumentar o número de autocarros. Sem dúvida! Mas também não acho que quem vai a um evento destes deva ir apenas com 1 hora de antecedência. Já se sabia antes que o sábado ia ser o dia mais concorrido. Era de esperar alguma confusão.
Houve muita burocracia nas entradas e o check-out à saída era, certamente, desnecessário. Mas, para ser a primeira vez que fazem algo de semelahnte em Portugal, eu acho que até não correu muito mal. Consegui todos os autógrafos que queria, vi todas as bancadas, diverti-me imenso e assisti a alguns painéis. Isto porque levei comida de casa, fui cedo, e tive a sorte de não ter de esperar para entrar, já que tinha a pulseira de sexta-feira.
Há muito a melhorar mas eu certamente voltarei no próximo ano, se se repetir. E tenho pena que a tua experiência tenha sido tão má.

Nuno Neves disse...

Bem, começo por dizer que aceito bem os vossos comentários e criticas ao relato da minha experiência. Não tenho qualquer problema nisso, e aprecio uma boa troca de argumentos.

E, agora vamos por partes. O foco da minha crítica aqui vai para o que não era expectável. Aceito, por exemplo, que poderia ter levado umas sandocas de casa e com isso poupado uma hora de fila (houve alguma falta de preparação e mea culpa da minha parte). Mas nesta altura eu já estava dentro da Exponor. O meu (grande) problema aqui foi ter demorado duas horas e meia para ir do Porto à Exponor e depois mais hora e meia para entrar dentro do recinto. Contra isto é que não há preparação que valha. E não esperava de todo. Se podia ter ido mais cedo? Bem, Sábado apanhei o comboio das 7 da manha de Lisboa. E depois segui as orientações que constavam da página da organização. Preparar-me melhor? Bolas, fui passar um dia ao Porto, e não umas férias de 15 dias.

Devo também esclarecer que não critico as filas para os autógrafos. Sei que são perfeitamente normais, ou não passasse por elas em tudo o que é festival de BD. Essas aceito porque são uma escolha que faço e vivo bem com isso. Gostos livros autografados e dos desenhos. E tenho imensa pena ter perdido o Prado. Outras oportunidades virão.

Luis Sanches disse...

Eu acho que o evento correu bem para o numero de visitantes que teve e para a primeira vez que aconteceu. Estive lá no Sábado, estava apinhado de gente. Mas eu não cheguei às 10h. Estava lá uma hora antes (porque pensei que aquilo estivesse cheio de gente, não ia para lá em cima da hora). Vi o painel internacional com o Jorge Coelho e deu uma espreitadela a seguir na Morena Baccarin, quando quis comer, não o fiz na hora de almoço fiz um pouco mais tarde (porque achei que ia estar muita gente), cheguei à zona de comidas ainda estava cheio, meia volta, vim comer a um belo restaurante a 10 minutos (se tanto) lá ao lado. À tarde vi o painel com o Brian, aquele tal que quem escreveu esta "critica" perdeu porque foi para a fila do almoço. E podia continuar por aqui a explicar mas não vale a pena... Eu não concebia sair de Lisboa às 7 da manhã para um evento no Norte que começaria às 10h e ainda esperar chegar a tempo. Pá, acho que o problema aqui não é da organização. Quem quer que organize eventos nunca pode contar com este tipo de 'poor decision making'. No fim, e sem querer ofender ninguem, é mesmo isto.

Nuno Neves disse...

Continuo a achar que 1h é tempo suficiente para ir do Porto à Exponor e entrar. Aliás 45 minutos demorei eu em sentido contrário no regresso. Mas pacifico. Não dou nada como perdido, retiro sempre algum ensinamento. Foi a minha primeira Comic Con. Fica como experiência. Certamente outras virão, aqui ou lá fora. Espero é que sejam localziadas em sitios mais centrais e melhor servidas de transporte.

Ana disse...

Vou a eventos na exponor desde miúda devido ao emprego dos meus pais. Acredita que já vi o recinto mais apinhado do que isto. O recinto está preparado para eventos destes, penso é que ninguém esperava que uma primeira edição tivesse uma aderência tão grande.
As filas não foram algo que não estivesse à espera. Daí ter planeado os meus tempos de entrada durante horas de menor afluência. Entrei por volta das 12/13h nos dois dias e o maior tempo de espera foram 10 minutos.
Se querias entrar pela manhã, devias de ter planeado melhor a vinda. Quando vou a eventos a Lisboa, chego a sair daqui de madrugada, às seis da manhã. Se o primeiro comboio a partir de Lisboa é mais tarde, parece-me injusto culpares a organização.
Sim, podia haver camionetas directas daí, organizadas pela comic con. Porém, não sabemos se houve ou não tentativa de fazer tal coisa acontecer. Penso que o mais construtivo a fazer seria escrever-lhes a sugestão.
Quanto a transportes, não chega uma hora. Podes achar que sim, mas o facto é que se queres ir do Porto para Leça de autocarro, não chega uma hora.
Há bons transportes e acessos para a exponor. Claro que se é a primeira vez que vais, é normal teres alguma dificuldade. Recomendo que planeies as coisas melhores para a próxima e estudes bem as opções que tens e o percurso.
Quanto a comida, nunca vou a restaurantes dentro de recintos de eventos. Penso que todos sabem que é sempre má ideia porque o mais certo é estarem apinhados. Levar algo de casa é mais apropriado.

Houve falhas em algumas coisas sim. Mas para um primeiro evento, não correu nada mal. Espero que a organização estude o que se passou e corrija o que é preciso. Como qualquer outro evento, não se pode esperar que corra tudo a 100% logo à primeira.
Note-se também que para ir a qualquer evento fora da tua cidade é necessário fazer preparativos e estar disposto a alguns sacrifícios. Deitar as culpas todas à organização é muito fácil, mas tem de haver um esforço da nossa parte também. Se podiam facilitar a vinda com camionetas, podiam, como já disse. Mas pronto, foi o primeiro. Espero que para a próxima consigam fazer isso.

Nuno Neves disse...

Olá Ana, confesso que confiei demasiado nas informações da organização. Quando me sugerem apanhar um autocarro para chegar ao meu destino, a minha espectativa é que esse transporte tenha uma cadência de passagem dentro dos limites da razoabilidade. Ora 45 min para mim não é nada razoável.

E depois temos a questão da entrada no recinto. Em grupos de discussão do facebook onde a discussão sobre esta questão já atingiu níveis a raiar o ridículo, houve alminhas que chegaram ao ponto de falar em Eurodisney ou nas seis horas de São Diego, como se tal servisse de qualquer desculpa ou justificação para que se demorasse uma hora e meia a entrar para um qualquer evento.

Mas seguindo estes exemplos pelo absurdo, já estive na Eurodisney com o parque cheio e logo pela manha não demorei mais que dez minutos a entrar; No Estádio da Luz com 50.000 pessoas demoro 15min; Meo Arena com 20.000 pessoas e estou lá dentro em 10min; no Sábado, na Exponor, onde na melhor das vontades se concentraram 10.000 pessoas e aguardo hora e meia. É como já referi não há planeamento que resista a isto. A culpa é de quem?

Claro que foi a primeira vez, e que nem tudo é perfeito. Da minha parte, sendo também a primeira vez, também aprendi com esta experiência. E darei o meu contributo à organização para melhorias. Depois para o ano logo se verá.

Carlos Antunes disse...

Noto aqui uma série de comentários que acusam o autor do post de falta de organização, sobretudo com argumentos "quando vou a Lisboa organizo-me muito melhor".

Tudo bem que defendam a cidade de onde são e a organização de um evento que lá teve lugar, mas gostaria de ver alguém explicitar a que eventos vem, onde esses decorrem e que transportes têm para lá chegar.

Um recinto que fica a uma hora de transportes do centro já não é, para mim, parte integrante da cidade, é arredores.

É quase o mesmo que dizer que vêm para o AmadoraBD em Lisboa...

Carlos Antunes disse...

Além disso, qualquer evento em que seja necessário planear entrar uma hora antes ou duas horas depois do seu início está mal planeado.

Qualquer evento em que se tenha de planear almoçar demasiado cedo ou demasiado tarde ou que não tenha sítios para comer nas imediações está mal planeado.

Qualquer evento cujo site dá informações insuficientes está mal organizado.

No Porto, em Lisboa, seja onde for.

O que se lê em muitos casos é um condicionamento do género "apesar de tudo foi uma boa experiência" ou "como me sujeitei a várias decisões tive uma boa experiência".



PS - Não fui ao evento nem pretendo ir nunca. Lamento mas não gosto de atafulhamento de pessoas e prefiro estar sossegado com o livro do que sofrer para o ter assinado. Só não gosto do tipo de argumentos aqui lidos.

Luis Sanches disse...

Carlos Antunes

" qualquer evento em que seja necessário planear entrar uma hora antes ou duas horas depois do seu início está mal planeado."
eheh, então isto é só Rocks in Rios mal organizados, Festivais de Verão e por aí fora, tudo mal organizado. E isto que digo vale para o que diz sobre os almoços ou sobre as informações dadas no site.
Mais, nota-se que não gosta de atafulhamento de pessoas. Eu tambem não, mas desta vez quis ir, e portanto tive o que estava à espera. Num evento com 30 000 pessoas podemos fazer este tipo de criticas, mas não definir por aí o sucesso do evento. Acho.

Eu só tenho pena que o Nuno Neves tenha tido tão má experiencia e não tenha podido desfrutar do evento como esperava, mas é obvio pelo que escreveu que as expectativas que tinha não corresponderam ao que o evento foi, especialmente em termos de dimensão.

Fernando Marques disse...

É lamentável as poucas opiniões positivas sobre o evento, e eu sou mais uma que não pode dizer pior. Sai de Lisboa de madrugada, demorei mais de uma hora para entrar, com bilhete já comprado por antecipação. Acresce a falta de orientação no interior, a falta de informação da equipa de segurança, voluntários, a falta de quiosques de alimentação, para comprar uma simples sandes tive numa fila duas horas e meia, tempo que foi perdido na visita, para não falar na falta de organização dos expositores, dos corredores estreitos em que os visitantes se atropelavam...

Estes eventos merecem ser organizados com rigor e profissionalismo para não queimar o nome de Portugal. Havia bastantes espanhóis e alguns franceses que não estavam nada satisfeitos. Das pessoas com quem falei, que foram muitas, não ouvi nada positivo.

Se as próximas edições que estão previstas forem tão más como esta, parece-me que não terão grande futuro em Portugal.



Anónimo disse...

Não fui porque odeio filas sem sentido - que sabia que iam existir.

Carlos Antunes disse...

Caro Luis Sanches,

Sim, está tudo mal organizado.
Sinceramente, deve haver soluções por esse mundo (criativo) fora que resolvam o problema das bichas.
Sei que são uma "instituição nacional", mas sinceramente já lhes podiam reduzir o tamanho.

Quanto a sucesso do evento, espero que tenha sido muito para poderem melhorar de ano para ano.

Luis Sanches disse...

Caro Carlos Antunes,

Diga antes uma instituição mundial. Se for à Disney em Paris vai ver que tem os mesmos 'problemas' que são ter de esperar aquele tempo todo em filas. Também gostava que não houvessem, mas até alguém oferecer uma alternativa viável, e não vi ainda ninguem com uma proposta decente ou lá fora já a tinham aplicado de certeza.

a unica instituião nacional que vejo aqui é a de falar mal mesmo quando algo corre bem. Atenção que não sou contra a critica minuciosa e falar-se do tempo da espera nas filas não seria mau. O que é mau é dizer que aquilo foi uma porcaria devido a situações como essas. Enfim, como alguém disse noutro sitio, precisam de sair mais de casa. Ou não, assim já não apanhavam estes desgostos.

Carlos Antunes disse...

Caro Luís,

Há muito que optei pela segunda alternativa.
Bichas só se não houver outra possibilidade.

De qualquer maneira, um "check-in" automático dos bilhetes a partir de um daqueles códigos de leitura para telemóveis pode facilitar um pouco que seja as coisas.

Mas uma bolsa de investigação para terminar com as bichas pode ser o ideal.

Nuno Neves disse...

"Um recinto que fica a uma hora de transportes do centro já não é, para mim, parte integrante da cidade, é arredores."
Carlos em cheio! Só por simpatia se pode dizer que o Porto tem uma Comic-Con. Antes tivesse, digo-o sem qualquer problema. Neste momento a terra é mesmo Leça da Palmeira.

Luis, o mau disto tudo foram as 5 horas, entre deslocações e filas de espera, que eu perdi sem que pudesse desfrutar de algo para o qual paguei um bilhete. Há quem tivesse ido ver a banda passar e diz que gostou bastante, eu fui lá com outros objectivos mais definidos e não os consegui concretizar. Asssim não há como esconder o quão mau foi tudo. E depois toda a gente acha muito natural as filas para tudo e para nada. Dizem que é uma consequência do sucesso. Eu pergunto desde quando é que estavam 30.000 pessoas no Sábado na Exponor? Com a maior das boas vontades diria que estava metade disso e muito me espanta que uma Exponor não consiga dar conta desse número. Antes tivesse dado e sempre me tinha poupado 2,5h o que já tinha sido bastante bom.

Fernando, partilho a tua opinião relativamente aos visitantes estrangeiros, porque não havemos de ter sido os únicos descontenentes com esta organização.

Mas pronto, à boa maneira portuguesa, passa-se uns paninhos quentes, desculpa-se com a primeira vez, com as previsões que falavam em 20.000 e afinal foram 30.000, e repete-se o «para o ano é que é». Assim seja. Eu certamente ficarei cá por baixo a assistir.

Luis Sanches disse...

Nuno Neves,

claro que não fico contente por ter tido essa experiencia. Eu se calhar fui um dos que foi "ver a banda passar", mas isso são definições que não interessam. Eu por exemplo sinto-me muito mais preenchido e alegre ao ver um Jorge Coelho a ter um acto de criação de arte a meio metro de mim (no Artists Alley), do que um autógrafo dado por actor de cinema. Podiamos discutir aqui quem é que está na realidade a "ver a banda a passar", os que ficaram duas horas para terem 2 minutos (se tanto) a conversar com a Morena Baccarin (que eu adoro) ou os que preferiram estar a jogar com mega drives dos anos 90 a tarde inteira. São gostos, e eu gostos só tento compreender.

Na verdade nenhum de nós dois podemos com certeza afirmar se estavam 10 mil, 20 mil ou 30 mil. O que senti no Sábado à tarde foi uma quase impossibilidade de se atravessar a zona comum que lá esteve. Mais, o numero de 30 000 refere-se aos 3 dias, e não a um só. Houve gente que fosse a uns dias e não a outros.

Em relação a estrangeiros, os espanhois que vi estavam contentes. não vi 100, mas vi dois ou três casais que andavam tão divertidos como o resto do pessoal. claro que eu não estive em filas (a nao ser à entrada). Acredito que nas filas o ambiente tenha sido diferente do que se sentia na área dos stands.

Por fim, organizações destas não brincam no que toca a dinheiro. Se não tivessem sido 30 000 e sim abaixo dos 20 000, achas sinceramente que os tipos tinham-se já desmarcado para continuarem o evento até 2018? E ainda por cima no mesmo sitio? Claro que não. Esta gente não brinca com dinheiro (visto que isto não foi feito com dinheiros publicos).

Claro que houve falhas. Admito que sim, Mas comparando com os pontos positivos? São coisas a trabalharem-se nas próximas ediçoes sem duvida e temos de as dizer. Agora pautar de negativo um evento destes devido a estas questões, acho que não tem cabimento.

(Sem querer estar a comparar uma coisa com a outra, mas fazendo-o, o Amadora Bd existe há décadas e todos os anos somos martelados com erros que não lembram a ninguém e não se vê esta indignação. Bem, se calhar já é resignação à incompetencia da gerencia dos dinheiros publicos, mas enfim).

Mais uma vez digo, lamento mesmo que nao tenha sido uma experiencia agradavel para algumas pessoas. Eu de meu lado vi o Painel Internacional, vi o BKV, vi mais algumas das apresentaçoes que queria, e depois fartei-me de divertir pelo meio, inclusive com a confusão e maluquice de alguns dos visitantes. Só posso dizer que adorei e que fico muito contente que eles tenham decidido continuar pelo menos até 2018.

SimãoFerreira disse...

Ir a uma convenção e não querer filas é como ir ao MacDonalds e não querer hambúrguer, o que esperava, Nuno, que tivesse meia dúzia de pessoas por lá a passear?

O único ponto que concordo consigo é nos transportes, pois conheço bastantes pessoas que tiveram que chamar um táxi para poder ir para o evento senão chegariam atrasados, mas pode ser bem justificado.
Foi a primeira edição da Comic-con, obviamente que não conseguiram apoios suficientes. Fora da Alianz, nenhuma outra empresa estava a sustentar o evento a sério, logo, com poucos fundos, a STCP nem pensaria duas vezes a negar ajudar.

De resto, queixar-se de filas apenas revela o quão amador é nestas andanças. E se pensa que nas grandes cidades, nas grandes convenções a coisa melhora, por favor, abra os olhos e tente de novo pois é virtualmente impossível manter um ritmo acelerado quando 150 pessoas querem todas ter um autografo de uma pessoa apenas. E a maior parte também não dispensa uma pequena conversa, uma foto, um contacto.

Os truques para verdadeiramente apreciar um evento destes são:

- Levar comida, poupasse tempo nas filas;

- Chegar com antecedência, cerca de meia-hora (de o recinto abrir) antes para entrar e um quarto de hora nas filas para autógrafos;

-Ir a todos os dias, assim os eventos repetidos podem ser espalhados pelos diversos dias, abrindo espaço para mais actividades;

- Tentar ir o menos possível a eventos dentro do recinto, sim, os que se quer mesmo vamos, mas fora disso, abstenham-se. O verdadeiro prazer numa comic-con é estar com pessoas que partilham o mesmo gosto que tu, por isso tente passar menos tempo nas filas e mais tempo a socializar com os cosplayers e verá a verdadeira beleza de uma convenção.

A comic-con Portugal para primeira edição esteve muito bem e espero que lime as arestas para o ano. EU de certeza que estarei lá, e se por acaso também for, diga, pois gostava de lhe apertar a mão e mostrar como se vive uma convenção.

Andreia disse...

Boa tarde,
As tuas criticas têm o seu fundamento. Mas acho que te falta algo, como ver a prespectiva da parte da organização.
Sendo que foi a primeira edição naturalmente que terias as suas falhas. Mas também temos que ser um pouco lógicos!! Porque isto é tudo um negócio, e quando começamos um negócio, não começamos com grandes investimentos. E porquê? Para o caso de dar para o torto, não ficarmos com dividas até ao pescoço. Neste aspecto, acho que a organização apostou em pequeno, de modo que service de exemplo para o que deveriam melhorar.
O teu maior azar foi em termos de transportes! Se isso não te tivesse falhado, provávelmente não terias ficado muito tempo na fila.
A pulseira, tem a sua lógica, uma vez que por vezes as pessoas pretendem sair do evento para fumar, apanhar ar, .... se tiveres uma pulseira, é mais fácil de controlar entradas e saidas.
Um conselho, aprende a ter paciência, porque é uma virtude, e nas compras o que não falta é filas intermináveis, o mesmo se pode dizer na Loja do Cidadão!!
Eu tive lá os 2dias e só tenho pena de não ter mais coisas, porque filas, pouco me chatei. Fui às 9h para a Exponor, e fui almoçar às 11h30min. porque NATURALMENTE que toda a gente vai almoçar às 12h. Mas sempre existe outra opção, chama-se poupança!!! leva-se de casa e almoço às horas que quiser =)
Amigo, somos todos portugueses logo temos a mesma linha de racicionio xD logo, temos que fazer diferente, do que normalmente fariamos.
Boa Sorte!!!!

P.S.: pode ser que da próxima vez seja na FIL!!!!!!!!!!!!!!!!!

Miguel Santos disse...

Concordo com tudo menos com a parte dos problemas encontrados nos transportes e na alimentação.

Eu ignorei a informação do autocarro. Apanhei o metro e depois atravessei a ponte a pé. Não sou do norte, não conheço a zona, fui pedindo indicações. Demorei menos de uma hora do centro do Porto até ao Comic Con.

A parte da alimentação também foi complicada, mas já estava a espera disso- levei comida e, quando foi preciso, fui reabastecer-me fora da hora do almoço/jantar.

Na verdade, fez-me lembrar as minhas idas à Expo98 (sendo que esta foi bem pior!).

Ir cedo (bem cedo) e levar sandes resolvem alguns problemas neste tipo de eventos, seja no Comic Con, expo 98, santos populares,festivais, etc.

Essa é a responsabilidade que temos de ter. Essa é a parte fácil.

A parte da organização é que é bem mais complicada e deve ser, obviamente criticada.

Ouvi dizer (e isso vale o que vale) que pessoas com bilhetes vip eram tantas, que isso acabou por retirar toda a razão de serem vip ;)

Menos bilhetes vips e mais condições para todos (que seja um número racional de pessoas no recinto), fazem maravilhas.

O objectivo deve sempre ser proporcionar um serviço aos visitantes e não ganhar dinheiro com pessoas que foram impedidas de usufruir do evento.

Acho que a Exponor é um bom local para o evento. Um sítio maior (e mais a sul) não resolveria nenhum dos problemas apontados.

Nuno disse...

Viva! Tenho lido com atenção os vossos comentários, e em função da experiência e da perspectiva de cada um, acabo por dar um pouco de razão a cada um. Confesso que confiei demasiado e não fiz uma grande preparação para este evento. Ia só um dia e pensei que bastavam as indicações que foram dadas pela organização. Nem me preocupei com a localização da Exponor, que confesso que pensava que ficasse mais central. Como disse confiei demasiado. E claro se fosse hoje faria tudo de forma diferente.

No entanto deixo aqui alguns reparos, que obviavam muito facilmente esta minha má experiência:

1º Transportes. Leça da Palmeira não é Porto. Mil vezes preferia eu a Comic-Con na cidade do Porto. E assim é prática habitual na organização de grandes eventos que se situem em sítios longe dos grandes centros, a celebração de protocolos com alguns transportadores públicos ou em alternativa a colocação à disposição de autocarros próprios, por parte da organização, de modo a levar rapidamente o público ao evento. Trata-se de uma coisa básica, reveladora de uma organização que pensa nos seus «clientes». Não basta vender o bilhete. Na Comic-Con não houve (ou não se conseguiu) o reforço dos transportes. Aqui temos claramente uma nota negativa.

2º Entrada. É também sabido que em eventos onde se esperam grandes enchentes, as entradas são pontos críticos. A ideia é sempre no sentido de facilitar ao máximo a circulação, evitando afunilamentos e problemas dai decorrentes. Na Comic-Con houve a rica ideia de proceder à entrada à troca do bilhete por uma pulseira. O resultado foi aquilo que se devia evitar. Nas horas previsíveis de maior afluxo foram horas estupidamente perdidas para se entrar. Havia necessidade disto? Porque não fazer a troca da pulseira à saída ou em alternativa colocar pontos de trocas espalhados pelo recinto como já foi experimentado com sucesso em alguns eventos musicais? Mais uma vez alguém não fez bem o trabalho de casa.

3º Refeições. Aqui deveria ter falado a experiência da Exponor. No evento como a Comic-Con onde se previam vários milhares de visitantes, o reforço de pessoal nos bares e cafetarias era quase obrigatório. Mais uma vez há que pensar no «clientes». Claro que os precavidos se safaram. Eu tenho pena de não ter pensado nisso antes.

Uma nota final para as filas dos autógrafos. Essas até funcionaram bem, e o único capital de queixa é o facto da organização apenas ter disponibilizado uma hora para autores com o nome e o reconhecimento daqueles que estiveram na Comic-Con. Foi manifestamente insuficiente.

Uma outra nota para dizer que nada tenho contra o evento se situar a norte. Até acho muito bem e penso que no blogue já tinha referido que o Norte merecia um evento desta dimensão. E os votos que tenha todo o sucesso que mereça.

PS Não sei se para o ano irei marcar presença dada a triste memória, mas se tal acontecer pode ser que até se marque um encontro. Abraço para todos.

Miguel Ardan disse...

Ir para um sitio que não se conhece e não pesquisar onde fica situado é sempre má ideia, o facto de a Exponor não ser no centro do Porto não é segredo. Existiu quem escresse sobre o envento chamando-lhe a Comic Con de Matosinhos, mas enfim...

1 - A existência de parcerias está sempre dependente de mais do que uma parte, é preciso as duas querem que elas existam.

2 - Foi a Exponor que não quis uma zona de refeições mais ampla.

Quando estão previstos (na melhor das hipóteses) 20 mil visitantes e surgem 32 mil, não existe maneira de ninguém estar precavido para esse excesso de público!

Existem autores que não estiveram a dar autógrafos só uma hora, Prado por exemplo esteve a dar autógrafos no sábado de manhã e de tarde.

As pulseiras são a coisa mais comum em eventos desta dimensão, incluindo outros que se realizam em Portugal.

Nuno Neves disse...

Chaka, tudo o que tu disseste não desculpa nem invalida nada do que eu disse.

1º Confiei. Segui as orientações dadas pela organização. Autocarro 601 para a Exponor.

2º Na falta de parcerias ou protocolos, há sempre o autocarro da organização. Há muita boa organização que faz isso. Claro custa dinheiro.

3º No Sábado não estavam na Exponor 32.000, desconfio que nem 20.000.

4º Pelo que vi as aréas das refeições até eram suficientes; insuficientes eram as pessoas que serviam nesssas áreas. Ter 5 pessoas a atender é diferente do que ter 1 ou 2.

5º O Prado esteve a dar autografos à tarde? A que horas? No programa estave anunciado às 11H e à tarde entre as 15h-18h não o vi na zona de autografos.

6º As pulseiras são banalissimas. O que eu critico mesmo é a sua troca ser feita à entrada.

Miguel Ardan disse...

Nuno Neves tu não és divulgador de BD? Não procuras informação complementar para a s notícias que divulgas?

Isto de ser divugador é só pedir informação, fazer copy paste (com poucos ou nenhumas alteraçõs), mandar uns bitaites e depois pedir acreditações para entrar de borla nos eventos, para divulgar?

Embora - como fazes questão de salientar - "desta vez" não tiveste acreditação para a Comic Con, e tiveste como frisas no texto de pagar a entrada.

Relativamente à questão dos transporte e da alimentação vais poder ter mais informações em breve, no sítio do costume.

Em relação ao Prado, assim como a maioria dos outros autores, estiverão a dar autógrafos em bancas próprias ou em espaços de editoras ou lojas. Antes que começes a culpar a organização deixa-me educar-te.

Estas sessões de autógrafos são extra-programa e decorrem no espaço que as promove é da responsabilidade das lojas, editoras ou autores. É assim em Portugal ou em qualquer parte do mundo.

Até estiveram presentes a dar autógrafos autores que não foram anunciados!

Mas por acaso a informação da presença de Miguelanxo Prado para autógrafos no stand Banda Deseñada e Libraria Paz no sábado Às 17 horas até foi anunciado na página de facebook da Comic Con Portugal:
https://www.facebook.com/comicconportugal/photos/pb.535694759833549.-2207520000.1418347957./754193191317037/?type=3&theater


Perdeste a sessão de autógrafos do Prado de manhã, tinhas outra à tarde! E a informação até foi divulgada!

A tua ideia de trocar as pulseiras à saída e não à entrada e tão inovadora que sugiro que a leves a todos eventos que preferem fazer o contrário do que tu sugeres.

Luis disse...

Boas,

estive na CC no Domingo e até troquei uns SMS com o Nuno que na altura me intrigaram e depois de ler esta entrada, já compreendo.

Eu também fui de autocarro às 7:30 de Lisboa para o Porto. Impecável. Não fazia ideia que os expressos agora eram tão confortáveis. Tinha marcado voo na Ryanair ida e volta (36€) o que era um miminho, mas a um mês do evento alterara a hora de partida das 7:50 para as 20 e qualquer coisa! Seria sair do avião no Porto e voltar a entrar para voltar para Lisboa.

Tinha feito alguma preparação (embora pouca, aí estou como o Nuno: vou ao Porto, não é ao Vietnam!) e optei pelo metro.
Depois perto da ponte poderia ter ido a pé mas como o Andante servia para o 601, fui no 601. Devo ter demorado perto de 1 hora. Devia ser perto das 12 quando cheguei à Exponor.

Não havia ninguém na fila.
Não é figura de estilo, não havia MESMO ninguém.

O meu objectivo número um era ver como é que era a comic-con. Vinha para ver o ambiente.
Depois tinha vário objectivos secundários que dependiam da dificuldade (ler tempo) em os conseguir e que era obter um autógrafo do Miguelanxo Pradoa do BKV e da Pia, por esta ordem, ver alguns dos painéis relacionados com BD e ver alguma coisa das estrelas de cinema, embora isto fosse mais "de passagem".

Como ainda tinha tempo fui dar uma volta pelo recinto. Sempre à vontade, só a absorver o ambiente. Pouquíssima gente. Estou na banca que vendia prints do Miguelanxo quando reparo que ele está ali sentado a assinar! Pergunto ao funcionário se é alguma coisa relacionada com a loja. Diz que não e eu fico logo ali. 3 desenhos depois é a minha vez. Ainda converso um pouco, recebo um elogio pelo meu espanhol, fico mais um pouco "mas mais ninguém quer um autógrafo deste homem?".
Muito simpático, é um autor que sempre quis conhecer e não podia ter tido mais sorte.

A partir deste momento, tudo o restante foi bónus.

Dei uma volta rápida pela área comercial e entretanto estava na hora da Pia. 15 minutos de espera que passaram rápido graças à cavaqueira com um outro Nuno de Lisboa que reconheci da Amadora. A Pia assina-me o Y mas é um sketch assim pequenito. "Se voltar para o fim da fila assina-me uma folha?" O Nuno dá-me uma folha, volto para o fim da fila e 2 ou 3 pessoas depois já me está a desenhar outra vez o macaco que peço para dedicar ao meu filho. "Isto corre bem".

Pelo meio tentei ir almoçar, e aí sim havia filas enormes.
Resolvo aguentar um pouco e comer mais tarde, arrependido de não ter comido mais cedo.
Quando cheguei não havia ninguém nos restaurantes...

Fui ver o Clive, joguei Xbox (pela primeira vez na vida), fui ver um pouco do Paul, estive a falar com o Wagner da Casa da BD, com o Nuno Amado, comprei O espirro do dragão para o herdeiro (com um desenho personalizado do simpático e talentoso Carlos Rocha e também pela Aida, claro).

A esta hora já estava uma multidão na zona comercial. sempre completamente apaixonado pelo cinema. (continua)

Luis disse...

Entretanto almocei e não demorei mais que uns 15/20 minutos.

Vi o "traila" do Hero com introdução pelo Mario Augusto, sempre completamente apaixonado pelo cinema. (continua)

Fui ver o Miguelanxo a desenhar no Surface Pro 3. Excelente.
Não foi o tipo de encontro que mais desejaria, já que a interação foi pouca e no fundo era uma manobra publicitária, mas valeu por vê-lo em acção.

Hora do BKV assinar (para isto tive que perder o Filipe Melo e o Juan Cavia e foi talvez a escolha mais difícil que tive que fazer porque o Filipe é sempre contagiante e sempre que posso gosto do ver), e aí sim já havia uma fila grande e foi onde perdi um pouco mais de meia hora. Grande coincidência, voltei a ficar junto do Nuno na fila e passou-se bem. Assina-me o Pride of Baghdag (já estava assinado pelo Niko) e o Y. Estou despachado de assinaturas. Uma última volta pelo espaço e está na hora do painel com o BKV a Pia e o Marcos. O BKV é claramente o mais comunicativo, os outros dois foi mais a conta-gotas e saca-rolhas :-)

Está na hora de ir para o Aeroporto, "devia ter visto os horários do 601" e acabo por ter que esperar uns 20/25 minutos.
15 minutos até ao aeroporto e a Ryanair atrasa a partida mais de meia hora. Ainda dá para comer um Whooper e 35 minutos depois estou em Lisboa.

Escrevi muito porque a minha experiência foi completamente diferente da do Nuno, embora a minha preparação tenha sido bastante idêntica.

Fala-se em 20000 e em 30000, mas é preciso clarificar que isto era durante o evento e não por dia. O que se passou foi que claramente no Sábado estiveram muito mais pessoas que no Domingo e isso fez muita diferença na forma como se percepciona o evento.

Concordo com algumas das críticas do Nuno.
- deveria de haver reforço de autocarros.
- deveria de haver reforço de funcionários nos restaurantes
- deveria ser agilizada a forma de entrada. E aqui tenho a dizer que discordo completamente do argumento "há fila na Disneylândia" ou "há filas na Expo" ou noutro sítio qualquer. Se há filas, ESTÁ MAL. Seja na Dineylândia, no Estádio da Luz ou na Comic Con. Será que vai haver sempre fila para certas actividades? Talvez, mas isso não quer dizer que a solução seja dizer "há filas na Disneylândia, por isso aguenta". Tem que se pensar se haverá alguma acção a ser tomada para diminuir as filas. E, de facto, colocar as pulseiras só a quem pretende sair e reentrar parece-me uma boa sugestão, até porque isso era prática em alguns concertos onde fui (long time ago).
- parece-me ainda que a distribuição do espaço não estava bem conseguida. Havia zonas desertas e zonas apinhadas. A melhor organização do espaço contribuiria para facilitar a circulação.

Ah e estou contente que a Comic-Con seja feita no Porto. Desde os tempos do Mercado Ferreira Borges (onde ainda fui uma ou duas vezes) que o Porto não tinha um evento desta envergadura ligado à BD.

Para o ano é possível que volte ao Porto para um dia de CC e 2 de cidade. Dada a minha experiência de Domingo e o que relatam do Sábado optarei por ir outra vez apenas no Domingo. Isto depende também dos actores que venham em cada um dos dias porque são eles que enchem a Exponor e não os autores de BD. Se for uma configuração de nomes como este ano, levo a família para passear pelo Porto no Sábado e no Domingo vou à festa!

E espero ir e vir de avião, assim arranje bilhetes a 36€ que não seja de ida e “volta imediata” :-)

João Figueiredo disse...

Eu não comentei ainda nada sobre isto, porque vou fazer um artigo de opinião próprio e muitas destas questões serão abordadas. E, também, porque depois de muita porcaria que se escreve nos blogs da BD ultimamente (e nem sequer estou a falar do Notas Bedéfilas), desisti de participar em blogs. Mas apenas quero aqui deixar uma experiência sobre eventos desta natureza: Num evento em que eu participo anualmente, que é, de longe, aquele que mais gente tem todos os anos (estamos a falar de médias diárias de 100 mil pessoas), existe uma centena de espaços de restauração que têm sempre filas; Por outro lado, as filas para entrar não ultrapassam os 5-10 minutos; a reentrada é feita por carimbo no braço visivel por ultra-violeta (ou quando falha, pela entrega a cada visitante de um cartão comprovativo numerado que é devolvido pelo visitante aquando da reentrada); a reentrada é feita por entrada própria.

Nuno Neves disse...

Olá Luis, 5 estrelas esse teu Domingo! Ainda bem que correu tudo pelo melhor. Tambem gostava de ter aproveitado tudo o que havia, mas o sacana do Murphy tem razão: quando uma coisa corre mal... Grande Abraço

Nuno Neves disse...

Chaka, vamos só lá esclarecer dois ou três pontos.

Primeiro, eu não sou divulgador de nada Nem aspiro. Sou um gajo que tem um blogue pessoal e no qual escreve sobre matérias relacionadas com a banda desenhada, matérias essas que eu gostaria de encontrar numa pesquisa que fizesse na internet. Escrevo sobre o que quero e sobre o que me interessa e mais umas coisas ainda que a minha alma me dita. É por isso que se trata de um blogue pessoal.

Adicionalmente, algumas editoras, tem a atenção em me enviarem alguma informação acerca dos seus lançamentos, e eu retribuo a atenção fazendo essa publicação no blogue. Sem compromissos. Agora não corro atrás de ninguém, não peço nada a ninguém, não faço fretes a ninguém. Agora eu pedir acreditações para entrar de borla nos eventos??? Não estamos definitivamente no mesmo patamar e tu deves andar a fumar umas coisas muitas malucas.

Relativamente às pulseiras, faz lá o trabalhinho de pesquisar informação complementar, e depressa descobrirás que grandes eventos há em que troca até é feita dentro do próprio recinto. Ou seja, nem à entrada nem à saída.

E dou por encerrada a matéria acerca de Comic-Com. Já nem atendo para as notícias que por aí ainda populam. Não tenho qualquer interesse. Quem gostou, gostou; quem não gostou, não gostou. Tão simples quando isso.

Nuno Neves disse...

João, fico à espera desse artigo de opinião que promete limpar a porcaria que se escreve nos blogues de BD. Confesso alguma curiosidade.

Miguel Ardan disse...

Nuno se não és divulgador de nada nem aspiras, devias informar as pessoas que pensam que tu és de tal facto. Faz uma pesquisa por Nuno Neves divulgador de BD, ou Nuno Neves (divulgador) e vais ver surgirem resultados, parece que nos PPBD, AmadoraBD e Beja consideram que tu és divulgador!

Nunca pediste nenhuma acreditação para nenhum evento? Eu era capaz de julgar que já te tinha visto entrar em eventos com acreditação de imprensa, posso estar equívocado!

Um blog pessoal, implica uma pessoa estar a emitir uma opinião pessoal e não a republicar textos alheios (com poucas ou nenhumas alterações) e depois assinar. A menos que compartilhes da adjectivação utilizada por quem escreveu o press release!

Se tu não tens interesse na Comic Con Portugal, é um problema teu! Ninguem te obriga a leres ou a escreveres sobre o evento, ainda por cima no teu blog!

João Figueiredo disse...

Como te disse, nem sequer estava a falar do notas bedéfilas. E o artigo não pretende limpar nada, pretende dar apenas a minha opinião. Mais um contributo, apenas. Abraços.

http://odivelastv.pt/2014/12/14/comic-con-portugal-a-vez-em-que-san-diego-atracou-no-porto-de-leixoes/