27 dezembro, 2018

O Fim da Goody!

2018 fica indubitavelmente marcado pelo fim das operações da editora portuguesa GOODY. No último mês, os rumores começaram a circular, e a falta de notícias por parte da editora, outrora tão comunicativa, acentuaram a ideia que algo estava a correr mal. E o pior cenário confirmou-se agora em Dezembro. A revista PatoAventuras #4 (na imagem) fica como a última publicação da GOODY.

Com a sua insolvência é o fim, outra vez, das edições regulares da Disney e da Marvel em português. Consta que as razões deste triste desfecho prendem-se mais com o “buraco” nas contas da editora que a falência da distribuidora Distrinews II provocou do que com as vendas de revistas em banca. Mas a verdade é que não tem sido fácil a vida do Patinhas e do Homem-Aranha em Portugal!

A GOODY foi uma bela surpresa quando surgiu em Dezembro de 2012 com a «Comix». Após um longo interregno as revistas Disney portuguesas voltavam a surgir no mercado nacional. Atrás da «Comix» veio a «Hiper», a «Big», a «Disney Especial», e com as colecções do jornal Público, a banda desenhada desenhada estava de volta às bancas. Em 2013 fecha o ano com um total de 77 lançamentos.

Em 2014 alargou a sua oferta com a publicação da revista «Os Simpsons» e deu uma especial atenção ao público feminino com títulos como «Violetta» e «Real Life» e até a própria Minnie ganhou um título próprio como «Minnie e Amigos». Mas estas aventuras não foram bem-sucedidas e todos estes novos títulos foram cancelados no ano seguinte. Não obstante, 2014 fica como o seu melhor ano editorial com um total 99 revistas editadas.

Em 2015 é a vez da «Big» ficar pelo caminho com um total de 10 números.

Em meados de 2017, a GOODY procede a uma reorganização das suas publicações. São cancelados todos os títulos Disney, inclusive a «Comix» que tem a sua última edição no n.º 200. A diminuição das tiragens, os atrasos na publicação e as alterações das periodicidade da revista traçaram o fim desta rara longevidade. A oferta Disney passa a estar centrada em três revistas: «Mickey», «Donald» e «Tio Patinhas».  Mas a maior surpresa da GOODY será o anuncio do regresso das revistas Marvel ao mercado português, com os lançamento das séries «Homem-Aranha» e «Os Vingadores». O ano fecha com um total de 56 revistas.

E chegamos a 2018. A editora complementa a oferta mensal da Disney e da Marvel com a aposta em mini-séries, colecções de 3 a 5 revistas dedicadas a um única personagem ou série. As coisas aparentam estar a correr bem nas bancas. Surgem novos títulos da Marvel, como «X-Men» e «Marvel Especial». Todas as semanas havia uma a duas revistas novas. Chega Outubro, e sem aviso prévio todos os títulos da Marvel ficam suspensos. O primeiro número (de três) da mini-serie dedicada ao Demolidor fica com a última revista deste universo. As revistas Disney ainda continuaram a ir para as bancas até finais de Novembro. Até que a PatoAventuras n.º 4 fecha a bonita aventura desta editora. Foram 96 edições em 2018.

Para a história ficam os 6 anos de edição e as 462 publicações de banda desenhada, e previsivelmente um 2019 mais pobre nas bancas nacionais.

6 comentários:

Anónimo disse...

E foi um celebrado com uma bela jantarada na Marisqueira de Matosinhos pelos três compinchas do costume. A editora preferia dos bloggers estava a ter um ano muito dificil, principalmente por ter subvalorizado o impacto das "revistinhas" nas suas publicações e até no material que conseguia negociar. Nada como ter os três meses do ano em que mais se vende só por sua conta. Mas pronto, mais um coincidência dos diabos... A culpa não deixa de ser da Goody que permitiu, mesmo sob constantes avisos, que dois espiões se infiltrassem na editora. Um deles até foi de propósito à secção de revistas do continente tirar fotografias a denegrir publicamente os "amigos" (curioso, tendo em conta que esse menino nunca pagou pelo que recebia em casa e até o reembolso das 2 revistas que comprou antes de trabalhar para a goody exigiu só para não falar mal no seu blog) e passou os últimos meses a correr papelarias do Porto a pedir-lhes para aconselharem os clientes a não comprar Goody "porque vai acabar". Com conhecimentos das fragilidades da editora foi fácil para eles atacar onde mais dano podiam causar. Pessoalmente, sempre pensei que a Levoir caísse primeiro, mas é provável que nesse caso a Goody se pudesse imiscuir nos ativos mais valiosos. Assim, fica uma autoestrada para a editora dos bots aquando da queda da Levoir, que pelos vistos está para breve. Avante Grande Irmão!

Paulo disse...

Nâo percebi nada, e nem vejo como centários públicos crípticos como este sirvam para alguma coisa. Até podem ter fundamento, mas se só as poucas pessoas que sabem do que se trata os podem entender, não vejo vantagem nenhuma em os deixar aqui em público, muito menos de forma anónima.

Pinto disse...

As primeiras pessoas que lidaram com os leitores pareciam honestas,essas pessoas desapareceram....e meteram outros no lugar.A comunidade de leitores, começou a ser tratada de outra forma.
Ficaram a dever dinheiro aos leitores,muitos..como eu...foram enganados.

JoseFreitas disse...

Um daqueles comentários típicos de "anónimos" que ou acham que sabem da coisa (mas não percebem NADA), ou sabem que não sabem nada mas se escondem por trás de comentários crípticos para fazer parecer que sabem. Um tipo especial de narcisismo que tem a imbecilidade de nem sequer aproveitar ao próprio para nada; uma espécie de onanismo em frente ao ecrã, menos o sujar o ecrã de nhanha.

Como me parece que se está a referir claramente à G. Floy, adiantaria um par de coisas: nunca houve chatices entre G. Floy e Goody, e houve até uma divisão razoável de títulos. De qualquer modo, o nosso plano editorial está sempre muito condicionado pelo facto de an Polónia também não podermos editar muita coisa da Marvel (existe lá uma editora que edita quase tudo da cronologia). Os livros que editamos cá sozinhos e sem co-impressão com a Polónia são poucos e escolhidos a dedo, e de todas as escolhas e cedências que tivemos de negociar com a Goody só tenho pena de não ter insistido mais em ficar com o Visão do Tom King.

Na verdade, e embora houvesse uma concorrência entre G. Floy e a Goody pelo mesmo dinheiro de um grupo de clientes que eram em muitos casos comuns, nós G. Floy, beneficiámos bastante da entrada da Goody no mercado, até pelo impacto que ela teve nos pontos de venda, na criação de hábitos de compra, na visibilidade e criação de espaço de exposição de BD, etc...

A falência da Goody vai ter repercussões negativas em geral para toda a gente. Vai criar má imagem. Vai ser mais um momento de "crise" que vai levar pessoas a desistir de comprar Marvel, ou a passar-se para comprar em inglês, etc... momentos de que não é certo que alguma vez se possa recuperar (e se sim, leva anos de edições contínuas e de ganho de confiança dos leitores). Certamente é muito mau para a G. Floy, e razoavelmente mau para algumas outras editoras.

Quanto às outras inanidades aqui aventadas, diria que são todas imbecilidades. Se os três compinchas são quem eu suspeito que está a ser indirectamente (e cobardemente) referenciado aqui, diria que sim senhor, tinham motivos para dizer mal da Goody e celebrar a sua insolvência, dados os milhares e milhares de euros que tinham a receber da editora, e a total falta de resposta que encontravam do outro lado. Admira-me que fossem para Matosinhos gastar dinheiro em marisqueiras, para isso a Goody deveria ter-lhes pago o que lhes devia (a um deles, e dos mais próximos de mim, são uns 3000€ de dívida).

E para que conste, nós somos a editora preferida dos bloggers por dois motivos simples que qualquer editora pode replicar facilmente, algo que o Nuno Neves, que gere este site comprovará facilmente:

Mandamos livros aos blogues com regularidade, e mantemo-los bem informados dos nossos lançamentos e iniciativas; estamos disponíveis para responder e dar a cara pelo que editamos e pelo que dizemos (ao contrário de anónimos). É fácil, razoavelmente barato (umas dezenas de € orçamentados em cada livro que editamos para envio de amostras, etc...) e dá resultados.

Optimus Primal disse...

Na Disney é ate Irónico ser DuckTales comics usa a encerrar a linha depois de n material italiano,E na Marvel houve muito atropelo a linha de Mini Series/Marvel Especial que sao tpbs estava tudo bem material recente em tpbs com arcos fechados embora nos Guardioes da Galaxia deram um salto do inicio do Starllin para a fase Grounded e ja iam preparar o terreno para as Infinty Wars (saltando a run do Bunn toda) ja nas mensais almanaques fizeram n atropelos com Steve Rogers Capitao America,Jean Grey,Weapon x e claro Astonishing X-Men do Soule/Rosenberg.E editaram Guerra Civil 2 sem nenhum material dos comics issues de Iron Man e Capita Marvel os protagonistas.Simpson ate gostei.Empire para mim foi a revista que afundou as revistas de cinema,durou pouco e levou junto a Premiere.mais antiga.E faltou falar de Assasins Creed:

https://i2.wp.com/bandasdesenhadas.com/wp-content/uploads/2018/04/AC-02-capa.jpg?resize=800%2C1231

off topic ate hoje permanece inedito:

https://pictures.abebooks.com/isbn/9780785121596-uk.jpg

com a mesma arte do Edwards

Anónimo disse...

E um dos amigos já antes da Goody falir dizia que não fazia mal porque vinha substituta. Hoje lá celebrou outra vez afirmando que “já se falava por aí” de revistas mensais. Devem ser os “planos secretos” que se anunciam à boca pequena no Facebook. As más línguas vão ter muito com que se entreter realmente. Este escândalo está ao nível de uma mudança do Figo de Barcelona para Madrid.