Era expectável, mas não há nada como ter a confirmação. A LEVOIR irá fazer um lançamento exclusivo durante o próximo Amadora BD (que abre amanhã as suas portas) dos volumes 9 e 10 da série As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec, de Jacques Tardi, ficando assim a colecção da “Adèle de Tardi” integralmente editada em português. Devo acrescentar que estes álbuns só estarão depois disponíveis nas livrarias a partir do dia 4 de Novembro.
Criada por Jacques Tardi em 1976, Adèle é destemida, irónica, teimosa e anti-heroica, movendo-se numa Paris do início do século XX onde o absurdo, o fantástico e a crítica social se cruzam livremente. Com uma mistura única de mistério, política, humor negro e fantasia, a série conquistou leitores em todo o mundo e abriu caminho para personagens femininas independentes, sendo hoje considerada um clássico da BD europeia.
No volume 9, O Labirinto Infernal, Adèle Blanc-Sec escapa por pouco de uma tentativa de assassinato, depois de visitar a sua irmã nos subúrbios. Uma limusina aparece em frente à sinistra fábrica do Dr. Cube, para uma visita misteriosa, uma mão humana é encontrada num caixote do lixo, no bairro. Qual é a ligação entre todas essas pessoas e eventos?
Ficha técnica:
As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec vol. 9 - O Labirinto Infernal
De Jacques Tardi
Capa dura, dimensões 224x297, cores, 56 páginas.
ISBN: 9789896829537
PVP: € 23,90
Edição LEVOIR
No último volume da coleção, O Bebé de Buttes-Chaumont, Adèle Blanc-Sec volta às ruas de Paris e o caos instala-se à sua volta: uma estranha epidemia transforma seres humanos em bovinos, um grupo de clones percorre a cidade com intenções explosivas, todas as múmias do mundo participam num congresso internacional e todos os velhos amigos (e inimigos) de Adèle entram em cena pela última vez.
Ficha técnica:
As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec vol. 10 - O Bebé de Buttes-Chaumont
De Jacques Tardi
Capa dura, dimensões 224x297, cores, 72 páginas.
ISBN: 9789896829544
PVP: € 23,90
Edição LEVOIR
13 comentários:
Todos os outros volumes saíram a 16,95€ de PVP, estes dois últimos saem a 23,90€. Um aumento de 41% em 16 meses.
Sim, tem havido alguns aumentos subtis por parte de várias editoras nacionais, 1 euro aqui, dois euros ali. A Levoir sempre se esticou um bocado mais.
Aqui não é esticarem-se, antes deliberadamente inflacionar o preço dos dois últimos volumes para facturar na recta final do ano. Pior do esta prática é o terem, também aqui, deliberadamente atrasado a saída destes dois volumes e usarem-nos como “marca presença” na Amadora BD, ao invés de terem apostado em obra/s inéditas e não a continuação de uma coleção que já deveria estar fechada. Modus operandi á la Levoir.
Entre estes dois volumes e resto da coleção, já vão uns bons meses, pelo que se deduz que a Levoir na sua sapiência achou por bem, fazer esperar todos os clientes e faturar escandalosamente, para a completarem. E o aumento é simplesmente descarado, atendendo que não acrescentam à produção do livro.
Longe de mim ser o defensor da Levoir, mas, como já parece ser costume nos comentários deste blog, pululam comentários que em nada aderem à realidade.
"deliberadamente atrasado a saída destes dois volumes e usarem-nos como “marca presença” na Amadora BD, ao invés de terem apostado em obra/s inéditas e não a continuação de uma coleção que já deveria estar fechada."
Não sei se atrasaram deliberadamente, só sei que a Levoir vai marcar presença com 3 livros de autores convidados do AmadoraBD: O Profeta da Zeina Abirached (autora com exposição) em 2 volumes e A cor das coisas do Martin Panchaud.
Sobre os preços, já é costume a Levoir "abusar" no preço dos livros que não edita em parceria com o Público. No entanto o preço desses livros fora da parceira em nada destoa do restante mercado. Basta fazer scroll para baixo neste mesmo blog e vemos:
Saga-23€
Undertaker-20€
Anais Nin-22€
A Bela Casa do Lago vol2-20€
Esta é a actual realidade do mercado. A nossa visão dos preços da Levoir é que está enviesada porque habituamo-nos a ter preços baixos com as parcerias dos jornais.
Falando mais concretamente dos preços da Adéle, a minha opinião é que subiram os preços para compensar potenciais baixas vendas e tiragens. Qualquer série vê melhores vendas nos volumes iniciais do que nos finais, especialmente em séries longas. Para uma série que só à 3ª ou 4ª vez é que fica completa, parece-me que a estratégia foi "subsidiar" os preços dos volumes iniciais (que muita gente já tinha de outras editoras) para compensar nos volumes finais. E nos volumes finais, apesar de terem subido de preço, não vejo abuso algum visto que o preço está em linha com as outras novidades do mercado.
Estamos a falar de álbuns formato europeu de 72 páginas a cor. Não, 23,90 não estão em linha com o que se tem feito desse tipo de produto. Se isto é uma "estratégia" comercial, é errada
Aliás, a maioria nesta coleção até são álbuns de 48 páginas.
48 páginas a 17€, fazendo regra de 3 simples um livro de 56 páginas dá 19.83€ e um livro de 72 páginas dá 25.5€. Os 2 livros custam 24€ num universo de títulos que custam o mínimo de 20€ (Undertaker a 72 páginas está a uns simpáticos 20€).
Meus caros, a realidade é triste e não há forma de negar. É verdade que os livros estão caros para a nossa realidade de baixos salários. E é também verdade que os preços dos livros em Portugal são artificalmente baixos para a nossa realidade de tiragens baixas (as editoras andam há anos a abdicar de margem para manterem os preços aceitáveis) e os preços nunca foram muito além dos preços das edições originais que contam com tiragens muito maiores. Onde antes os preços andavam nos 15+€ agora são 20+€ e estes Adele não fogem à regra.
Se a questão fosse essa, a de comercializar da melhor maneira o preço por página, haveria melhores opções como a de fazer álbuns duplos, ou triplos, ou um integral ou dois.
Dou os parabéns à Levoir por ter acabado esta coleção que é das minhas favoritas, mas este tipo de estratégia, chamemos-lhe assim, não produz amigos nem mais clientes e leitores.
A afirmação "subiram os preços para compensar potenciais baixas vendas e tiragens" é em si pouco credível, já que a circunstância de serem os últimos volumes da coleção e inéditos em PT, levará a que muitos interessados a comprem. A menos que a iniciativa da editora tenha sido mal orientada, este livros, deveriam ter sido editados á meses atrás e a preço mais comedido, mesmo com a inflação como desculpa.
Assino por baixo. Editar BD é um negócio mas não tem que ser extorsão ou falta de coerência na regularidade da edição e preço de venda ao público. Ao fim de todos estes anos no mercado a Levoir continua a dar tiros nos pés.
A Levoir sempre viu a edição de BD como um negócio puro e duro. Não há aqui qualquer paixão pelos livros. A ideia sempre foi “esticar” o potencial lucro ao máximo e tudo vale. Verifica-se pelas edições pouco cuidadas, da utilização de papel de baixa gramagem/qualidade, de obras “partidas em dois” quando que cabiam perfeitamente num único volume. Até esta última colecção das imagens, onde não existiram custos de tradução, legendagem, cor, o preço de venda por um livro de 30 páginas com histórias banais era estupidamente alto. Portanto não me espantava nada que este aumento de preço nos dois últimos volumes da Adele fizesse parte dessa estratégia malandra.
Eu gostei mais do filme que das bds da booktree que comprei numa promoção
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