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10 outubro, 2015

26º Amadora BD: Nomeados aos Prémios Nacionais de Banda Desenhada - PNBD 2015

Estão apurados os nomeados aos Prémios Nacionais de Banda Desenhada (PNBD) da edição deste ano do AMADORA BD, a serem entregues aos autores dos melhores álbuns de 2015, na noite de 31 de Outubro.

Relativamente aos nomeados, o júri - constituído por Nelson Dona, diretor do Amadora BD, Pedro Massano, autor de BD, Bruno Caetano, colecionador de BD, Luís Salvado e Sara Figueiredo Costa, jornalistas e comissários da exposição do Ano Editorial Português - destaca “a quantidade e qualidade artística e editorial dos álbuns a concurso, o que justifica que em algumas categorias tenham sido nomeados mais álbuns do que o habitual, de modo a representar esta pluralidade e acesso ao público”. Em relação ao Prémio Clássico da 9.ª Arte, o júri refere ainda que “tendo em conta a coleção extraordinária de obras-primas do mundo da banda desenhada editada este ano, justificou-se destacar e sugerir ao público mais obras do que o habitual”.

Reflexo desta pluralidade, mas especificamente em relação aos livros de ilustração infantil, o Amadora BD decidiu acrescentar um novo prémio, dividindo a categoria já existente relativa à Melhor Ilustração de Livro Infantil em duas categorias: Autor Português e Autor Estrangeiro.



Assim, são estes os candidatos aos Prémios Nacionais de Banda Desenhada de 2015:

PNBD – Melhor Álbum Português
  • Erzsébet, de Nunsky (Chili com Carne)
  • Deixa-me entrar, de Joana Afonso (Polvo)
  • Sepulturas dos Pais, André Coelho (des.) e David Soares (arg.) (Kingpin Books)
  • O Livro dos Dias, Diniz Conefrey (Pianola/Quarto de Jade)
  • Volta - O Segredo do Vale das Sombras, de André Oliveira (arg.) e André Caetano (des.) (Polvo)
  • Zombie, de Marco Mendes (Turbina/Mundo Fantasma)

PNBD – Melhor Argumento para Álbum Português
  • Álvaro, Balcão Trauma Vol. 2 (Insónia)
  • André Oliveira, Volta - O Segredo do Vale das Sombras (Polvo)
  • David Soares, Sepultura dos Pais (Kingpin Books)
  • Diniz Conefrey, O Livro dos Dias (Pianola/Quarto de Jade)
  • Marco Mendes, Zombie (Turbina/Mundo de Fantasma)
  • Nunsky, Erzsébet (Chili com Carne)

PNBD – Melhor Desenho para Álbum Português
  • André Caetano, Volta - O Segredo do Vale das Sombras (Polvo)
  • André Coelho, Sepultura dos Pais (Kingpin Books)
  • Diniz Conefrey, O Livro dos Dias (Pianola/Quarto de Jade)
  • Marco Mendes, Zombie (Turbina/Mundo de Fantasma)
  • Nunsky, Erzsébet (Chili com Carne)
  • Ricardo Cabral, Pontas Soltas - Lisboa (Asa)

PNBD – Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira
  • Crumbs, de Afonso Ferreira, Ana Matias, André Caetano, André Oliveira, André Pereira, Bernardo Majer, David Soares, Fernando Dordio, Francisco Sousa Lobo, Inês Galo, Joana Afonso, Mário Freitas, Nuno Duarte, Osvaldo Medina, Pedro Cruz, Pedro Serpa, Ricardo Venâncio, Sérgio Marques, Zé Burnay (Kingpin Books)
  • Gentleman, de André Oliveira (arg.) e Ricardo Reis (des.) (Ave Rara)
  • I like your Art Much, de Francisco Sousa Lobo (Edição de Autor)
  • Living Will 3, de André Oliveira (arg.) e Joana Afonso (des.) (Ave Rara)
  • Space, de Afonso Ferreira (El Pep)

PNBD – Melhor Álbum Estrangeiro de Autor Português
  • Figment, de Filipe Andrade (Marvel/Disney)
  • Loki - Agent of Asgard, de Jorge Coelho (Marvel)

PNBD – Melhor Álbum de Autor Estrangeiro
  • A Arte de Voar, de Altarriba (arg.) e Kim (des.) (Levoir/Público)
  • Cachalote, de Daniel Galera (arg.) e Rafael Coutinho (des.) (Polvo)
  • Finalmente o Verão, de Jillian Tamaki (des.) e Mariko Tamaki (arg.) (Planeta Tangerina)
  • Habibi, Craig Thompson (Devir)
  • Papá em África, de Anton Kannemeyer (MMMNNNRRRG)
  • O Árabe do Futuro, Riad Sattouf (Teorema)

PNBD - Melhor Álbum de Tiras Humorísticas
  • As Crianças são Muito Infantis, de Fernando Caeiro (arg.) e Filipa da Roda Marques (des.) (Bertrand Editora)
  • Baby Blues 31 - Cama Supra, de Rick Kirkman (des.) e Jerry Scott (arg.) (Bizâncio)
  • Toda a Mafalda, de Quino (Verbo)
  • Psicopatos, de Miguel Montenegro (Arcádia)

PNBD – Melhor Ilustração de Livro Infantil (Autor Português)
  • António Jorge Gonçalves, Barriga da Baleia (Pato Lógico)
  • Bernardo P. Carvalho, Daqui Ninguém Passa! (Planeta Tangerina)
  • Bernardo P. Carvalho, Verdade?! (Pato Lógico)
  • João Fazenda, Dança (Pato Lógico)
  • Marta Monteiro, Amores de Família (Caminho)
  • Yara Kono, Com 3 Novelos (O Mundo Dá Muitas Voltas), (Planeta Tangerina)
  • Susana Matos, Onde Dormem os Reis? Uma Visita ao Panteão (Verbo)

PNBD – Melhor Ilustração de Livro Infantil (Autor Estrangeiro)
  • Amigos do Peito, de Violeta Lópiz (Bruaá)
  • As Aventuras de Pinóquio, de Roberto Innocenti (Kalandraka)
  • O Mundo ao Contrário, de Atak (Planeta Tangerina)
  • O que está Lá Fora, de Maurice Sendak (Kalandraka)
  • O Tempo do Gigante, de Manuel Marsol (Orfeu Negro)

PNBD – Prémio Clássicos da 9.ª Arte
  • Foi Assim a Guerra das Trincheiras, de Tardi (Levoir/Público)
  • Marvels, de Kurt Busiek (arg.) e Alex Ross (des.) (Marvel/Levoir/Público)
  • Mort Cinder, de Oesterheld (arg.) e Breccia (des.) (Levoir/Público)
  • Na Cozinha da Noite, de Maurice Sendak (Kalandraka)
  • O Diário do Meu Pai, de Jiro Taniguchi (Levoir/Público)
  • O Livro do Mr. Natural, de Robert Crum (Levoir/Público)
  • Sharaz-De: Contos das Mil e Uma Noites, de Sergio Toppi (Levoir/Público)
  • Pyongyang - Uma Viagem à Coreia do Norte, de Guy Delisle (Devir)
  • Um Contrato com Deus, de Will Eisner (Levoir/Público)

PNBD – Fanzine
  • Carne e Osso, Coordenação de Marco Mendes e Sofia Neto (Edição de Autor)
  • É Fartar Vilanagem Nº 10, Coordenação de Alexandre Esgaio (Maria Macaréu)
  • Malmö Kebab Party, de Amanda Baeza, Hetamoé, Sofia Neto, Afonso Ferreira, Rudolfo (Chili com Carne/Ruru Comix)
  • QCDI 3000 - Fear of a Capitalist Planet, de André Pereira, Astromanta, Hetamoé e Mao (Chili com Carne)
  • ohZona, de Asja Wiegand, Caroline Ring, Christoph Mathieu, Fil, Miguel Santos, Gabriel Martins, Lew Bridcoe, Rui Alex e
  • Yi (Zwerchfell, Zona BD, Oh Magazin)


Nota às nomeações:
Deixo aqui o meu aplauso à decisão do júri em nomear para as várias categorias um maior número de obras do que as cinco previstas no regulamento, fazendo assim reflexo de um ano editorial muito bom, de grande diversidade e qualidade. E uma nota também para as merecidas 8 nomeações da Levoir, a editora que reúne o maior número de nomeações, premiando o seu excelente trabalho editorial nas várias colecções de bd que tem oferecido aos leitores portugueses. Quaisquer que sejam os vencedores estão de parabéns os PNBD.

17 agosto, 2015

Os PNBD, a taxa de candidatura e uma petição

O Clube do Inferno, um colectivo de banda desenhada, lançou esta semana uma petição com uma proposta de alteração dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada (abreviadamente PNBD). A discussão sobre o regulamento destes PNBD, também chamados pelo seu director do festival AMADORA BD que os organiza como os "óscares da BD",  já não é nova, e é talvez uma das grandes criticas que se faz ao festival. Eu próprio me incluo no lado dos críticos.

Recordo a responsabilidade dos PNBD no panorama nacional é derivada da notoriedade que o AMADORA BD lhes transmite, na qualidade de maior festival de banda desenhada que se realiza em Portugal, e segundo dizem, um dos maiores da Europa.

Assim, uma das maiores ou mesmo a principal critica incida sobre uma famigerada «taxa de candidatura» (vamos chama-la assim por simplificação) que festival impõe às editoras nacionais para que as suas obras sejam elegíveis aos prémios. Esta taxa de candidatura consiste na entrega de seis exemplares de cada livro acompanhadas por uma biografia do autor e por uma listagem que defina a que prémios cada publicação concorre e se são novidades ou reedições. As obras são depois distribuídas por um júri de cinco elementos que procederá à nomeação e posterior escolha do vencedor. Ainda que esta taxa não seja condição obrigatória, uma vez que o próprio regulamento dos PNBD prevê que “os membros do júri possam nomear outros álbuns que não constem da listagem” a verdade é que a entrega dos seis exemplares tem um peso determinante. Mais não seja porque de uma assentada corta parte da produção nacional de banda desenhada produzida por pequenas editoras, que não podem, ou podendo não querem, satisfazer este “capricho” do júri. É que para o júri é determinante conhecer todas obras apresentadas a concurso, mas pouco releva que este seja constituído por pessoas ligadas ao meio bedéfilo, a quem se exige, digo eu, algum conhecimento geral prévio do que por aí se vai publicando, e na falta dele, porque não comprar a obra e ajudar o autor, a editora, a edição nacional.

Uma das grandes consequências é do «esquecimento» de algumas boas obras, que mereciam pelo menos a nomeação, e a título do «esquecimento» recordo assim de repente as publicações do Manuel Caldas como o Príncipe Valente ou Lance ou uma imensa minoria de edições de pequenas editoras ou de autores individuais, que dificilmente verão reconhecido o seu trabalho, em prémios ditos nacionais, é que estoira a representatividade dos PNBD. Depois temos categorias que são dominadas por obras da mesma editora, o que dá cabo de qualquer pluralidade que os PNBD admitem ter.

E é justamente por isto que o Clube do Inferno lançou uma petição com proposta de alteração aos Prémio Nacionais de Banda Desenhada. O foco principal é “porque devem ser os editores de BD a acorrer em bicos de pés ao concurso de publicações, enviando à organização seis (6) cópias dos seus livros? Porque não pode a organização realizar uma prospecção atenta do ano editorial português? Que sentido faz obrigar os pequenos editores e artistas autopublicados a enviar igual número de cópias sem retorno? Os resultados estão à vista: os PNBD repetem anualmente os mesmos nomes, repudiando qualquer ideal de representatividade da cena portuguesa.”

Ainda que duvide da eficácia do meio proposto, concordo com o objecto da mesma, ou seja, o fim da «taxa de candidatura». As grandes mudanças muitas vezes começam por simples actos. Fica aqui o convite aos leitores deste blogue a manifestarem-se.

Deixo o link da petição aqui



02 novembro, 2014

Já há vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada - PNBD 2014

Já são sonhecidos os vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada da edição deste ano do AmadoraBD. Com surpresas (zona de desconforto?) ou talvez não, os «responsáveis» pela sua atribuição são foram: Nelson Dona, diretor do AmadoraBD e em representação da Presidente da Câmara Municipal da Amadora, Carla Tavares, Joana Afonso, autora de BD, Luís Salvado, jornalista e especialista bedéfilo (e comissário da exposição central), António Dâmaso Afonso, colecionador de BD e Sara Figueiredo Costa, comissária da exposição central. Para a história:

Prémio Nacional de Banda Desenhada – Melhor Álbum Português


Zona de Desconforto, de Amanda Baeza, André Coelho, Cristina Casnellie, Daniel Lopes, David Campos, Francisco Sousa Lobo, José Smith Vargas, Júlia Tovar, Ondina Pires e Tiago Baptista (Chili com Carne)

Restantes nomeados:
A Batalha 14 de Agosto de 1385, de Pedro Massano (Gradiva)
O Desenhador Defundo, de Francisco Sousa Lobo (Chili com Carne)
Hawk, de André Oliveira, Osvaldo Medina e Inês Falcão Ferreira (Kingpin Books)
Super Pig: O Impaciente Inglês, de Mário Freitas, André Pereira e Bernardo Majer (Kingpin Books)


Prémio Nacional de Banda Desenhada – Melhor Argumento para Álbum Português


André Oliveira, Hawk (Kingpin Books)

Restantes nomeados:
Filipe Melo, Dog Mendonça e Pizzaboy III – Requiem (Tinta da China)
Francisco Sousa Lobo, O Desenhador Defundo (Chili com Carne)
Mário Freitas, Super Pig: O Impaciente Inglês (Kingpin Books)
Nuno Duarte, F(r)icções (El Pep)
Pedro Massano, A Batalha 14 de Agosto de 1385 (Gradiva)


Prémio Nacional de Banda Desenhada – Melhor Desenho para Álbum Português


Pedro Massano, A Batalha 14 de Agosto de 1385 (Gradiva)

Restantes nomeados:
André Pereira, Super Pig: O Impaciente Inglês (Kingpin Books)
Diniz Conefrey, Os Labirintos da Água (Quarto de Jade)
Francisco Sousa Lobo, O Desenhador Defundo (Chili com Carne)
João Sequeira, F(r)icções (El Pep)
Osvaldo Medina, Hawk (Kingpin Books)


Prémio Nacional de Banda Desenhada – Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira


Safe Place, de André Pereira e Paula Almeida (Kingpin Books)

Restantes nomeados:
Living Will nº 1, de André Oliveira e Joana Afonso (Ave Rara)
The Mighty Enlil, de Pedro Cruz (El Pep)
Propaganda, de Joana Estrela (Plana Press)
The Untold Tales of Dog Mendonça and Pizzaboy, de Filipe Melo (Dark Horse Comics)


Prémio Nacional de Banda Desenhada – Melhor Álbum de Autor Estrangeiro


As Serpentes de Água, de Tony Sandoval (Kingpin Books)

Restantes nomeados:
Ardalén, de Miguelanxo Prado (Asa)
Duas Luas, de André Diniz e Pablo Mayer (Polvo)
Eu Mato Gigantes, de Joe Kelly e JM Ken Niimura (Kingpon Books)
Jim Curioso: Viagem ao Coração do Oceano, de Matthias Picard (Polvo)


Prémio Nacional de Banda Desenhada - Melhor Álbum de Tiras Humorísticas


No Presépio, de Álvaro e José Pinto Carneiro (Insónia/Álvaro Santos)

Restantes nomeados:
Há Piores 3 – Até ao Âmago!, de Geral e Derradé (Polvo)
Tiras do Baralho, de André Oliveira e Pedro Carvalho (El Pep)


Prémio Nacional de Banda Desenhada – Melhor Ilustração de Livro Infantil


Vera Tavares, Lôá Perdida no Paraíso (Tinta da China)

Restantes nomeados:
Afonso Cruz, Capital (Pato Lógico)
Catarina Sobral, O Meu Avô (Orfeu Negro)
João Fazenda, Histórias Tradicionais Portuguesas (Caminho)
Madalena Matoso, Com o Tempo (Planeta Tangerina)
Nuno Saraiva, Aníbal Milhais, Um Herói chamado Milhões (Pato Lógico/Imprensa Nacional Casa da Moeda)


Prémio Nacional de Banda Desenhada – Prémio Clássicos da 9.ª Arte


Maus, de Art Spiegelman (Bertrand Editora)

Restantes nomeados:
Crise nas Terras Infinitas vol.1 e 2, de Marv Wolfman e George Pérez (Panini/Levoir)
Naruto vol. 1, de Masashi Kishimoto (Devir)
A Pior Banda do Mundo vol. 1, de José Carlos Fernandes (Devir)
Portugueses na Grande Guerra, de Carlos Baptista Mendes (Arcádia)


Prémio Nacional de Banda Desenhada – Fanzine


Espaço Marginal, de Marco Silva (Instituto Politécnico de Beja)

Restantes nomeados:
BDLP nº 4, de João Mascarenhas (Extractus/Olindomar Estúdio)
Juvebêdê, de Carlos Cunha (Associação Juvemedia)


Prémio Nacional de Banda Desenhada – Troféu de Honra


Carlos Baptista Mendes

03 novembro, 2013

24º Amadora BD: Vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada - PNBD 2013

Já são conhecidos os vencedores da edição deste ano dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada (PNBD) atribuídos pelo festival Amadora BD. Sem grande surpresas, O Baile (Kingpin Books), já vencedor dos PPBD, junta agora o prémio para Melhor Álbum Português. Recompensa merecida para a Joana Afonso porque é o seu álbum de estreia, para o Nuno Duarte porque vence na categoria de Melhor Argumento para Álbum Português e para a Kingpin Books, a editora porque vê reconhecida sua aposta em editar autores portugueses. Merecido, digo eu, é tambem o prémio para o Osvaldo Medina, na categoria de Melhor Desenho, pelo seu magnifico trabalho, para mim um dos mais bem conseguidos até à data, no álbum Roleta Nipónica. A manter-se a tradição e o Osvaldo é o autor convidado para desenhar o cartaz da edição Amadora BD 2014. Só pode vir coisa boa.

Feitas as contas e a Kingpin é a grande vencedora do ano. Vê os seus autores e os seus livros premiados. Pode-se dizer que a concorrência tambem não era muita e era quase toda "da casa", mas isso não é um problema dos que ganham, mas sim dos que organizam os PNBD.

Na categoria de Melhor Álbum Estrangeiro o vencedor foi Fun Home - Uma Tragicomédia Familiar (Contraponto), de Alison Bechdel. A concorrência era de qualidade e esta não seria a minha escolha. Rugas, de Paco Roca é para mim um dos álbuns do ano. Enorme, Brutal e Colossal 2012 (ASA), de Henrique Monteiro ganhou para Melhor Álbum de Tiras Humorísticas. E nos Clássicos da 9º Arte, Moebius, John Buscema e Stan Lee merecidamente levaram a melhor com Surfista Prateado: Parábola (Levoir/Público), um verdadeiro clássico que integrou a colecção Heróis Marvel.

O prémio para Melhor Fanzine foi para BDLP#3, coordenado por João Mascarenhas, editado pelo Grupo Extractus (Portugal) e Estúdios Olindomar (Angola). Na categoria de ilustração, o prémio de Melhor Ilustração de Livro Infantil coube a Catarina Sobral, com o álbum Achimpa (Orfeu Negro).

Os Melhores dos PNBD de 2013


Melhor Álbum Português: O Baile
Melhor Argumento para Álbum Português: Nuno Duarte (O Baile)




Melhor Desenho: Osvaldo Medina (Roleta Nipónica)




Melhor Álbum Estrangeiro: Fun Home - Uma Tragicomédia Familiar (Contraponto)




Melhor Álbum de Tiras Humoristicas: Enorme, Brutal, Colossal 2012, de Henrique Monteiro




Clássicos da 9ª Arte: Surfista Prateado - Parábola (Levoir/Público)




Melhor Fanzine: BDLP#3




Melhor Ilustração de Livro Infantil: Catarina Sobral (Achimpa)

Parabens aos vencedores!

04 novembro, 2012

23º Amadora BD - Vencedores dos PNBD 2012

Foram ontem atribuídos os Prémios Nacionais de Banda Desenhada (PNBD) do 23º Amadora BD. Não me canso de aqui escrever que a leitura que se faz destes prémios, é obrigatoriamente um exercício condicionado. Os prémios dizem-se nacionais, mas na verdade não se premeia aqui os melhores autores e edições nacionais, mas apenas os melhores entre aqueles que cumpriram com o regulamento do PNBD que obriga que a candidatura aos prémios se faça acompanhar da entrega de seis exemplares de cada edição para análise do júri. Percebe-se perfeitamente que este requisito exclui a concurso parte da produção nacional de banda desenhada.
Assim, entre daqueles que se candidataram e dentro destes os que se encontravam nomeados, considero não ter existido grandes surpresas nos vencedores. Realçava talvez a vitória David Soares em O Pequeno Deus Cego (Kingpin Books) na categoria de Melhor Argumento sobre Filipe Melo com As Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy II - Apocalipse (Tinta-da-China), e na categoria de Melhor Desenho, Ricardo Cabral com Pontas Soltas - Cidades (ASA) ter levado a melhor a Rui Lacas e o seu Hän Solo (Polvo). Em ambas as categorias, a minha preferência iria para os que indiquei como vencidos. Quanto às restantes categoria, uma palavra só para a categoria de fanzines, onde me dividia entre o Efeméride n.º 5 Corto Maltese no Século XXI (ed. Geraldes Lino) e o Franco Caprioli, no centenário do desenhador poeta (Câmara Municipal de Moura), que considero edições de grande qualidade. Não venceu nenhum destes.

Os Melhores dos PNBD de 2012

BD PORTUGUESA - MELHOR ÁLBUM
Filipe Melo e Juan Cavia



BD PORTUGUESA - MELHOR ARGUMENTO
David Soares, “o pEQUENO dEUS cEGO” (Kingpin Books)



BD PORTUGUESA - MELHOR DESENHO
Ricardo Cabral, “Pontas Soltas - Cidades” (ASA)



MELHOR ÁLBUM ESTRANGEIRO
“Blankets” (Devir), Craig Thompson



MELHOR ÁLBUM DE TIRAS HUMORÍSTICAS
“Os nossos Mutts - vol. 5” (Devir), Patrick MacDonnel



MELHOR ILUSTRAÇÃO PARA LIVRO INFANTIL
Madalena Matoso, "Todos Fazemos Tudo" (Planeta Tangerina)



CLÁSSICOS DA 9ª ARTE
“Sangue Violeta e outros contos” (El Pep), Fernando Relvas



FANZINE
“Fábrica, baldios, fé e pedras atiradas à lama” (Oficina do Cego)
Coordenação de Tiago Baptista

31 outubro, 2011

22º Amadora BD - Vencedores dos PNBD 2011

Foram conhecidos neste fim-de-semana os vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada atribuídos pelo festival Amadora BD. Tenho sido bastante critico sobre a forma como se processam estes prémios, porque considero que ao excluírem parte da produção nacional de BD não se tornam representativos do melhor que por cá se vai editando, e apesar de todas as condicionantes não posso dizer que não gostei da lista dos vencedores deste ano.

Destaco sobretudo a vitória de O Amor Infinito que te Tenho como Melhor Álbum Português e de Blacksad O Inferno, o Silêncio como Melhor Álbum Estrangeiro.

Porque entre os nomeados, o livro de Paulo Monteiro era de longe o melhor; porque a par da serie Murena, a série Blacksad é uma das minhas favoritas. Depois os livros da série BD Pop Rock Português da Tugaland, não obstante gostar bastante do trabalho de alguns dos autores que colaboraram nesta colecção, convenhamos que estas edições estavam longe de serem o melhor que se editou entre Agosto do ano passado e Julho deste ano. Parabéns aos vencedores.

Os Melhores dos PNBD de 2011

Melhor álbum Português
O Amor Infinito que te Tenho - Editora Polvo
Paulo Monteiro


Melhor Argumento de Autor Português
Eternus 9 A Cidade dos Espelhos - Gradiva Publicações
Victor Mesquita


Melhor Desenho de Autor Português
Newborn 10 Dias no Kosovo - Edições ASA
 
Ricardo Cabral


Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeiro
Agencia de Viajes Lemming - Editora Astiberri (Espanha)
 José Carlos Fernandes


Melhor Álbum Estrangeiro editado em Portugal
Blacksad O Inferno, o Silêncio - Edições ASA
Guarnido (desenho) e Diaz Canales (argumento)


Clássicos 9ª Arte
Astro Boy #3 - Edições ASA
 Osamu Tezuka


Melhor Álbum de Tiras Humorísticas
Happy Sex - Edições ASA
 ZEP


Melhor Ilustração de Livro Infantil (Autor português)
Ana Afonso no livro O Lobo Prateado - Editorial Caminho



Melhor Ilustração Estrangeira de Livro Infantil
Marjorie Priceman no livro Paris na Primavera com Picasso - Gradiva Publicações


Fanzine
Venham+5 (nº 8) - Câmara Municipal de Beja / Bedeteca de Beja
Coordenador: Paulo Monteiro


Troféu de Honra
Atribuído a Zé Manel (José Manuel Domingues Alves Mendes)
Cartoonista, ilustrador e criador de banda desenhada


30 outubro, 2010

21º Amadora BD: Vencedores dos PNBD 2010


Melhor Álbum Português
"Asteroid Fighters" Tomo 1 - O Início, de Rui Lacas
Edições ASA

Melhor Argumento para Álbum Português
Filipe Melo - "As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy"
Tinta-da-China

Melhor Desenho para Álbum Português
Filipe Andrade - "BRK" Tomo 1, Edições ASA

Melhor Álbum Estrangeiro
Os Passageiros do Vento Tomo 6 – “A Menina de Bois Caiman” Livro 2, de Bourgeon,
Edições ASA

Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira
“Celibataíres", de Nelson Martins
Joker Editions

Melhor Álbum de Tiras Humorísticas
Zits, Paixão e outros Usos para Hormonas em Excesso, de Jerry Scott e Jim Borgman
Gradiva Publicações

Melhor Ilustração para Livro Infantil
O Homem que ia contra as Portas, de Richard Câmara
Everest Editora

Clássicos das 9ª Arte
Mú, A Cidade Perdida - Corto Maltese
Edições ASA

Melhor Fanzine
Cadernos Moura BD, Fernando Bento, de Carlos Rico e Luís Beira
Câmara Municipal de Moura

Troféu de Honra
António Gomes de Almeida

Prémio Juventude
Miguel Rocha - "Hans, O Cavalo Inteligente"
Polvo


Como seria de esperar a ASA ganhou nas principais categoria de BD. Destaco no entanto as surpresas nos PNBD deste ano. Se alguns dos nomeados já eram vencedores antecipados, que é o caso de Filipe Melo (Melhor Argumento), "Celibataires" (Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira), "Mú" (Clássicos da 9ª Arte) e Cadernos de Moura BD (Melhor Fanzine), outros vencedores surpreenderam-me, nomeadamente nas categorias do Melhor Álbum Português - o álbum do Rui Lacas não é das suas melhores obras e pessoalmente na ausência do "Pizzaboy" a minha preferência recaía sobre a "Fórmula da Felicidade"; na categoria de Melhor Desenho - gosto do traço de Filipe Andrade, mas este ano era merecido premiar a "Fórmula" e neste caso Osvaldo Medina e na categoria de Melhor Álbum Estrangeiro - considero a "Teoria" superior ao "Passageiros", mas nada se perde, porque a manter-se a tradição e temos Bourgeon presente na edição do próximo ano do Amadora BD! Parabéns aos vencedores!

05 outubro, 2010

21º Amadora BD: Nomeados aos Prémios Nacionais

Foram divulgados na página do Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI) os nomeados nas diferentes categorias, a saber: Melhor Álbum Português, Melhores Argumento e Desenho para Álbum Português, Melhor Álbum Estrangeiro editado em Portugal, Melhor Ilustração para Livro Infantil, Melhor Fanzine, Melhor Álbum de Tiras Humorísticas, Clássicos da 9ª Arte e Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira, para os Prémios Nacionais de Banda Desenhada atribuídos no festival Amadora BD.

Relembro que o regulamento impõem que podem concorrer aos Prémios Nacionais de Banda Desenhada, todos os álbuns / livros de BD publicados em português por uma editora portuguesa entre Setembro de 2009 e Julho de 2010 (inclusive). Assim, reunido o júri, são estes os nomeados:

MELHOR ÁLBUM PORTUGUÊS
21º Amadora BD Album Português

Nesta categoria não posso deixar de evidenciar duas ou três coisas. A primeiro comentário é que li todos os álbuns nomeados. Quero com isto dizer, que ao contrário do que aconteceu com os nomeados do ano passado, este ano todos os álbuns podem ser encontrados em livrarias. Ponto positivo. O segundo comentário vai para o (merecido, devo acrescentar) reconhecimento do trabalho de Mário Freitas, responsável pela editora Kingpin Books, na sua aposta em autores portugueses. O resultado são duas nomeações pelos álbuns A FÓRMULA DA FELICIDADE - Vol. 2 e MUCHA. Dois em cinco para uma pequena editora convenhamos que é obra feita!
O último comentário que estas nomeações me merecem é a inexplicável ausência do álbum AS INCRÍVEIS AVENTURAS DE DOG MENDONÇA E PIZZABOY, que só vai e registe-se na sua 3ª edição! No seu lugar temos um Rui Lacas num dos seus piores registos com o álbum ASTEROID FIGHTERS. Nota negativa!


MELHOR ARGUMENTO PARA ÁLBUM PORTUGUÊS
21º Amadora BD Argumento Português

Nesta nomeação já temos o PizzaBoy, que é para mim um vencedor antecipado!


MELHOR DESENHO PARA ÁLBUM PORTUGUÊS
21º Amadora BD Desenho Português

Dois apontamentos: depois da injustiça do ano passado, este ano espero que fique reparada a falta com Osvaldo Medina; considerar a concurso a prémios de banda desenhada um livro de ilustrações - ISRAEL - levanta-me algumas questões. Nada a apontar ao talento de Ricardo Cabral, mas ilustração não é BD!


MELHOR ÁLBUM ESTRANGEIRO
21º Amadora BD Album Estrangeiro

Sabem quem ganhou? A ASA. Esta categoria peca pela falta de verdadeira competição entre o melhor que se publicou em Portugal e está tudo dito!


CLÁSSICOS DA 9ª ARTE
21º Amadora BD Classicos Nona Arte

Fica de novo o registo do "esquecimento" do trabalho de Manuel Caldas!


MELHOR FANZINE
21º Amadora BD Fanzine

Não sendo uma das categorias que acompanhe de perto, só me oferece dizer que gostei bastante da versão de Fernando Bento, do clássico "Moby Dick" de Herman Melville, publicada no número especial dos Cadernos Moura BD.

Quanto às restantes nomeados, destaco o trabalho de Nelson Martins, com CELIBATAIRES, álbum publicado em França, na categoria MELHOR ÁLBUM DE AUTOR PORTUGUÊS EM LÍNGUA ESTRANGEIRA do qual é já o vencedor, uma vez que é o único trabalho que concorre nesta categoria.

E porque são géneros que não acompanho, indico aqui e apenas para memória futura, os nomeados nas categorias de Melhor Ilustração para Livro Infantil e Melhor Álbum de Tiras Humorística:

MELHOR ILUSTRAÇÃO PARA LIVRO INFANTIL
- Gaturro e o Mistério das Cinco Ágatas, de Nik, Gradiva Publicações
- O Homem que ia Contra as Portas, de Richard Câmara, Everest Editora
- Que grande Abóbora Mimi!, de Korky Paul, Gradiva Publicações
- Para que serve o Ouriço, de Raffaello Bergonse, Everest Editora
- Quem dá Prenda ao Pai Natal?, de Raquel Pinheiro, Gradiva Publicações

MELHOR ÁLBUM DE TIRAS HUMORÍSTICAS
- Dilbert, Cumprir Objectivos Vagos de Scott Adams Edições ASA
- Zits, Paixão e Outros Usos para , Hormonas em Excesso, de Jerry Scott e Jim Borgman, Gradiva Publicações

E fica feita a apresentação dos nomeados de uns prémios ditos nacionais que necessitam urgentemente de uma revisão do seu regulamento, sob pena de perca de credibilidade!

31 outubro, 2009

20º Amadora BD – Vencedores dos PNBD 2009

Numa cerimónia que decorreu nos Recreios da Amadora, foram hoje anunciados os vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada. Destaco talvez aquela que foi para mim uma grande surpresa, não obstante a grande admiração que tenho pelo trabalho de JC Fernandes, mas desculpem-me a franqueza que me custa a “engolir” o álbum “A Metrópole Feérica – Terra Incógnita” como um álbum de BD, muito menos como o “Melhor Álbum Português”. Já aqui tinha escrito. Apostava claramente na “Fórmula da Felicidade”, mas a votação oficial assim não o considerou. O mesmo se aplica para as categorias de “Melhor Argumento” e “Melhor Desenho”. Na categoria de “Melhor Álbum Estrangeiro”, confirmou-se a vitória de "A Teoria do Grão de Areia", de Schuiten e Peeters. De resto pouco há a assinalar de relevante. Ficam então aqui a listagem dos vencedores:

MELHOR ÁLBUM PORTUGUÊS
A Metrópole Feérica – Terra Incógnita vol 1, de José Carlos Fernandes e Luís Henriques, Tinta da China

MELHOR ARGUMENTO PARA ÁLBUM PORTUGUÊS
José Carlos Fernandes, A Metrópole Feérica – Terra Incógnita vol 1, Tinta da China

MELHOR DESENHO PARA ÁLBUM PORTUGUÊS
Luís Henriques, A Metrópole Feérica – Terra Incógnita vol 1, Tinta da China

MELHOR ÁLBUM DE AUTOR ESTRANGEIRO
Teoria do Grão de Areia, Schuiten e Peeters, Edições ASA

MELHOR ÁLBUM DE TIRAS HUMORÍSTICAS
Cão Fedorento, Mike Peters, Gradiva Publicações

MELHOR ILUSTRAÇÃO PARA LIVRO INFANTIL
Canta o Galo Gordo, Cristina Sampaio, Editorial Caminho

CLÁSSICOS DA 9ª ARTE
A Marca Amarela, Edgar P. Jacobs, Edições ASA/Jornal Público

FANZINE
Venham + 5, Paulo Monteiro, Bedeteca de Beja

02 outubro, 2009

E o que dizer sobre os PNBD....

Começo com uma declaração de interesses: sou um comprador, leitor e coleccionador compulsivo de BD, com principal interesse em livros e álbuns publicados em português. Excluo daqui o universo de “ilustração” porque tal como o nome indica não se trata de BD e o universo de “tiras humorísticas” porque salvo raros exemplos não compro este género de publicação. Escrevo este blogue por paixão à 9ª arte. Fica o aviso: o texto que se segue é longo!

(Re)começemos então. No post que antecede este, escrevi sobre a apresentação do 20º Amadora BD, e não referi, propositadamente, acrescento agora, os candidatos aos Prémios Nacionais de Banda Desenhada (PNBD) deste ano. Não falei antes porque queria falar agora. Se anos há que a coisa passa despercebida porque a produção bedéfila não foi qualitativamente suficiente, noutros anos há lugar a graves omissões que em nada contribuem para o prestigio de um festival. As nomeações para os PNBD deste ano são o reflexo desta última situação. O tema é recorrente aqui no blogue, mas este ano penso que se justifica fazer uma reflexão mais a aprofundada sobre o funcionamento dos PNDB.

Nelson Dona, director do Amadora BD, na apresentação que fez no passado dia 30, classificou os PNBD como os “óscares” da BD em Portugal. Poderá parecer exagero, mas se atendermos que se intitulam de “prémios nacionais” e que o seu universo são “todos os álbuns / livros de BD publicados em português por uma editora portuguesa” editados num determinado período, até poderíamos concordar com tal epíteto. Aqui abro um parêntesis, para fazer um mea culpa, pela oportunidade que perdi (por esquecimento) em abordar a questão do PNBD, com o director do festival na conversa que tive com ele a seguir à apresentação do festival. Porque na verdade, entendo que os PNBD, pela sua falta de pluralidade, pouco merecem o prestígio e o mérito que geralmente associamos aos “óscares”. Eu, no máximo, chamar-lhes-ia, vá lá uma espécie de “globos de ouro”, uma vez que tal como no programa televisivo, também aqui, em algumas categorias, há vencedores antecipados.

A atribuição dos PNBD é feita em três fases: Candidatura, Nomeação e Votação.

O problema, a meu ver, dos prémios, reside logo na primeira fase, na candidatura.

De acordo com as normas de participação, o processo “obriga” a cada editora e/ou autor(es) a enviar seis exemplares da sua obra, para leitura do júri de nomeação. Ora o não cumprimento deste formalismo tem como consequência imediata a não inclusão da obra no concurso. Atente-se que a edição não chegou sequer a ser objecto de qualquer avaliação, foi excluída pela simples preterição de uma mera formalidade que, a meu ver, poderia ser facilmente suprida se o próprio júri, sabendo da existência de uma obra que valorize a produção bedéfila nacional tomasse a iniciativa de adquirir pessoalmente a obra em questão e de a nomear à votação.

Está identificado o problema. O universo elegível dos PNBD deixou de ser “todos os álbuns / livros de BD publicados em português por uma editora portuguesa” para passar a ser “todos os álbuns / livros de BD publicados em português por uma editora portuguesa que tenham sido objecto de envio ao júri (são seis exemplares, sff)”. Uma pequena alteração que faz toda a diferença. Como nem todas as (pequenas) editoras estão para satisfazer este capricho, de uma assentada, a edição nacional que já é curta, é reduzida, para efeitos de concurso, a uns prémios nacionais, a menos de metade. A pluralidade e representatividade dos PNBD desapareceram. Pergunto a quem interessa uns prémios assim?

Claro está que pode argumentar, que o douto júri necessita de conhecer profundamente todos os álbuns a concurso para que possa prenunciar em consciência. Curioso que o mesmo não se exige a quem decide, ou seja, quem vota para o vencedor. Mas atente-se à constituição do júri de nomeação, e pego só em dois nomes num total de cinco: Luís Salvado (jornalista e especialista bedéfilo) e Carlos Gonçalves (coleccionador e amante da 9º arte). Basta ver as credencias destes dois elementos do júri – um jornalista especialista e outro coleccionador – para que se possamos concluir que não serve de desculpa, o simples facto de um editora ou autor não ter enviado um exemplar da sua obra, para que o Júri possa alegar não ter conhecimento da mesma e por esse facto a nomear a concurso. Lembro que na realidade portuguesa, infelizmente, a produção bedéfila não é assim tão abundante que seja difícil saber o que se vai publicando por ai. Se eu, que sou um simples leitor de BD, conheço não só as obras que estão nomeadas mas também muitas que não estão, então o que dizer de um jornalista especialista ou de um coleccionador?!

Repare-se que não reprovo as editoras/autores que remetem os seus seis exemplares ao júri, considero apenas que esta obrigação se devia transformar numa mera opção do editor, digamos uma “espécie” de marketing junto do Júri. Os PNBD, podiam e deviam, até porque usufruem da notoriedade que o FIBDA lhe empresta, na qualidade de maior festival de banda desenhada que se realiza em Portugal, e segundo dizem, um dos maiores da Europa, servir para premiar tudo o que de melhor se edita em Portugal, e não para serem usados como promoção de algumas obras de algumas editoras em detrimento de outras, estas por omissão.

Consequência do exposto anteriormente é o júri dos PNBD não ter considerado a concurso, edições que pela sua omissão, em nada credibilizam, não só o próprio júri, mas também os prémios e por arrastamento os seus vencedores. Decerto que outras obras de qualidade haverá em iguais circunstâncias, mas da minha parte, escolhi três exemplos, a meu ver flagrantes, que ilustram bem a falta de bom senso com que se revestem os PNBD.

Nas categorias de Melhor Álbum, Melhor Argumento e Melhor Desenho para álbum português, não tenho nada a referir porque penso que o pouco que se editou de autores portugueses, encontra-se nomeado. Fico apenas com a dúvida se o álbum “Camões - De vós não conhecido nem sonhado?”, de Jorge Miguel, da editora Plátano, não consta nas nomeações:
1. Porque não enviou os exemplares da ordem?
2. Porque a data do depósito legal é de Agosto de 2008?
3. Porque foi considerado que não tinha qualidade suficiente?

A categoria de Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira, é por ordem de arrumação, a primeira vítima da política de candidaturas aos PNBD. Na comunicação distribuída pela organização, surge a indicação de um lacónico “não houve livros a concurso”.

À primeira vista, poderia-se pensar que: não houve autores portugueses a publicar no estrangeiro? Houve, felizmente que houve autores portugueses que publicaram obra no estrangeiro, mas o problema foi que a MARVEL americana esqueceu-se de enviar seis exemplares de “Avengers Fairy Tales” do Ricardo Tércio, para apreciação do Júri. E assim o Tércio falha a nomeação e o FIBDA falha clamorosamente na divulgação que era merecida, e que lhe competia, da obra de um talento português que singrou num dos maiores e mais competitivos mercados bedéfilos do mundo. Tudo porque o júri não tinha conhecimento! A ironia das ironias é que o editor americano de Ricardo Tércio, C.B. Cebulski é um dos convidados deste ano do FIBDA!

Já não quero aqui falar das obras de JC Fernandes publicadas em França e na Polónia, até porque o autor já não deve ter espaço para mais prémios, e decerto que concordará que os mais novos também merecem um “lugar ao sol”.

Na categoria de Melhor Álbum de Autor Estrangeiro, para mim a categoria-rainha dos PNBD, porque se trata daquela, que reúne talvez o maior número de publicações, é onde considero haver uma das maiores injustiças deste ano dos PNBD. O júri nomeou os seguintes álbuns:

+ Câncer Vixen, Marisa Acocella Marchetto, Edições ASA
+ O Cachimbo de Marcos, Javier Isusi, Edições ASA
+ O Homem de Washington, Achdé e Gerra, Edições ASA
+ O Principezinho, segundo a obra de Antoine Saint-Exupery, Johann Sfar, Editorial Presença
+ Teoria do Grão de Areia, Schuiten e Peeters, Edições ASA

Numa primeira análise, verificamos que 80% das obras nomeadas são de uma única editora. Pluralidade? Não existe. Poder-se ia então pensar que só existe a ASA como editora de BD no mercado português. Não, felizmente que não. Então o que se passou para “Matteo” da Vitamina BD, que foi reconhecido pela critica estrangeira como uma excelente obra, não figurar ao lado de “A Teoria do Grão de Areia” (este sem oposição um verdadeiro vencedor antecipado) como obras do ano? Aconteceu que a VitaminaBD falhou a entrega dos seis exemplares e por isso foi alvo da política da omissão que reveste estes prémios. Mas então o álbum não presta? Não, o álbum é excelente!

Relativamente às categorias de Melhor Álbum de Tiras Humorísticas e Melhor Ilustração para Livro Infantil, não me prenuncio. Leiam a minha declaração de interesses no inicio deste texto.

Na categoria de Clássicos da 9ª Arte, repete-se a história há anteriormente contada: 80% das obras nomeadas são de uma única editora. Pluralidade? Não existe. Poder-se ia então pensar que só existe a ASA como editora de clássicos da BD no mercado português. Não, felizmente que não. Então porque razão o clássico Lance, do editor Manuel Caldas não se encontra entre os nomeados, sabendo-se do excelente trabalho que foi efectuado no sentido de recuperar e editar integralmente todas as pranchas dominicais, publicadas entre 1955 e 1960, devidamente restauradas? A razão foi que o júri considerou que "Clorofila", de Raymond Macherot é de longe um clássico superior ao "Lance", de Warren Tufts (passe a ironia!). Agora a sério, o "Lance" foi também objecto da política absurda de candidatura para os PNBD.

Quanto à categoria de Fanzine, também aqui pouco se me oferece dizer, porque se trata daquelas publicações que dificilmente chegam ao conhecimento do grande público, eu incluído. Dos cinco nomeados, apenas conheço dois. E está tudo dito.

Resumindo, é sabido que se publica pouco em Portugal, o que não impede que por vezes se publique material de qualidade. Mas isso não interessa absolutamente nada para o FIBDA. Num acto, que eu quase classifico de censura, parte da (pouca) edição de BD em português é ignorada porque há um regulamento de uns prémios ditos nacionais que assim o diz.

Pronto, da minha parte fica o contributo com esta reflexão, se numa altura que o FIBDA aposta tudo na consolidação da sua imagem como um grande festival de BD, pergunto se se justifica uma mudança no regulamento dos PNBD, se o modelo actual contribui para uma divulgação do melhor que se publica em Portugal, se os vencedores dos prémios são justos vencedores, se os prémios não seriam de facto "óscares" se não existissem os condicionalismos prévios castradores?

É certo que é a organização do festival, o seu júri, os votantes a atribuírem os prémios, mas também vos digo, não há ninguém que faça melhor juízo do que nós próprios enquanto compradores e leitores de bd, porque no definitivo acto de comprar somos nós em ultima instância que decidimos se o livro ou álbum vale ou não o dinheiro que custa. E aqui não há prémios que valham!

Para finalizar deixo então aqui, a lista que faltava, dos nomeados aos PNBD do 20º Amadora BD, que na minha opinião não será dos melhores, mas sim dos “eleitos” pelo júri deste ano:

* MELHOR ÁLBUM PORTUGUÊS
+ A Essência – O Menino Triste, de João Mascarenhas, Qual Albatroz
+ A Fórmula da Felicidade, de Nuno Duarte, Osvaldo Medina e Ana Freitas, KingPin Books
+ A Metrópole Feérica – Terra Incógnita vol 1, de José Carlos Fernandes e Luís Henriques, Tinta da China
+ Epifanias do Inimigo Invisível, de Daniel Lima, Ao Norte
+ Salúquia, a Lenda de Moura em Banda Desenhada, vários autores, Câmara Municipal de Moura

* MELHOR ARGUMENTO PARA ÁLBUM PORTUGUÊS
+ Daniel Lima, Epifanias do Inimigo Invisível, Ao Norte
+ João Mascarenhas, A Essência – O Menino Triste, Qual Albatroz
+ José Carlos Fernandes, A Metrópole Feérica – Terra Incógnita vol 1, Tinta da China
+ José Ruy, Mirandês, História de uma Língua e de um Povo, Âncora Editora
+ Nuno Duarte, A Fórmula da Felicidade, KingPin Books

* MELHOR DESENHO PARA ÁLBUM PORTUGUÊS
+ João Mascarenhas, A Essência – O Menino Triste, Qual Albatroz
+ Jorge Nesbitt, Sétimo Selo, Ao Norte
+ José Ruy, Mirandês, História de uma Língua e de um Povo, Âncora Editora
+ Luís Henriques, A Metrópole Feérica – Terra Incógnita vol 1, Tinta da China
+ Osvaldo Medina (cor: Ana Freitas, Gisela Martins e Jorge Coelho), A Fórmula da Felicidade, KingPin Books

* MELHOR ÁLBUM DE AUTOR PORTUGUÊS EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Não houve livros a concurso

* MELHOR ÁLBUM DE AUTOR ESTRANGEIRO
+ Câncer Vixen, Marisa Acocella Marchetto, Edições ASA
+ O Cachimbo de Marcos, Javier Isusi, Edições ASA
+ O Homem de Washington, Achdé e Gerra, Edições ASA
+ O Principezinho, segundo a obra de Antoine Saint-Exupery, Johann Sfar, Editorial Presença
+ Teoria do Grão de Areia, Schuiten e Peeters, Edições ASA

* MELHOR ÁLBUM DE TIRAS HUMORÍSTICAS
+ Cão Fedorento, Mike Peters, Gradiva Publicações
+ Dilbert, Ideias Luminosas, Scott Adams, Edições ASA
+ Pierced, Jerry Scott e Jim Borgman, Gradiva Publicações

* MELHOR ILUSTRAÇÃO PARA LIVRO INFANTIL
+ As Duas Estradas, Bernardo Carvalho, Planeta Tangerina
+ Sabes, Maria, o Pai Natal não existe, Luís Henriques, Editorial Caminho
+ Canta o Galo Gordo, Cristina Sampaio, Editorial Caminho
+ O Tapete Voador da Mimi, Korky Paul, Gradiva Júnior
+ O Livro Inclinado, Peter Newel, Orfeu Negro
+ A Incrível História da Menina Pássaro e do Menino Terrível, Susanne Janssen, OQO

* CLÁSSICOS DA 9ª ARTE
+ A Marca Amarela, Edgar P. Jacobs, Edições ASA/Jornal Público
+ Clorofila, Raymond Macherot, Edições ASA/Jornal Público
+ Eternus 9, Victor Mesquita, Gradiva Publicações
+ Jonathan, Cosey, Edições ASA/Jornal Público
+ Luc Orient, Greg e Eddy Paape, Edições ASA/Jornal Público

* FANZINE
+Venham + 5, Paulo Monteiro, Bedeteca de Beja
+All-Girlz Galore, Daniel Maia, Arga Warga,
+ É Fartar Vilanagem!, Paulo Lima e Xana, Maria Macaréu
+ Gambuzine #1, Teresa Pestana, Gambuzine
+ Zona Zero, Luís Lopes, FIL

05 novembro, 2008

Prémios Nacionais FIBDA 2008

O FIBDA atribuiu no passado Sábado os seus “prémios nacionais”. Não constitui surpresa para ninguém o domínio da editora ASA na lista de nomeações e naturalmente na lista de vencedores. É a consequência lógica de um concurso cujo regulamento exige às editoras o envio por cada álbum ou livro apresentado a concurso, de seis exemplares para serem distribuídos pelos elementos do júri. Uma simples mas obrigatória formalidade que condiciona e com isso fere logo á partida a “representatividade” de uns prémios que se dizem NACIONAIS e aos quais o FIBDA empresta o seu bom nome. Excluir parte da edição nacional de BD porque não cumpre com um formalismo não me parece prestigiante nem para os organizadores nem para os vencedores destes prémios! Até porque a credibilidade não se ganha, conquista-se! É certo que por cá poucas editoras de banda desenhada ainda subsistem, mas felizmente que há mais BD para além da ASA e como as distinções valem o que valem, somos nós os leitores de BD, no acto de comprar, os melhores juízes para dar valor às coisas que realmente merecem! Para a história aqui fica o registo dos vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada FIBDA 2008:
Melhor Álbum Português Obrigada Patrão – Rui Lacas – Edições ASA Melhor Argumento para Álbum Português Rui Lacas – Obrigada Patrão – Edições ASA Melhor Desenho para Álbum Português António Jorge Gonçalves – Rei – Edições ASA Melhor Álbum de Autor Estrangeiro Muchacho Tomo 2 – Lepage – Edições ASA Melhor Álbum de Tiras Humorísticas Amuado, Aluado, Tatuado – Jerry Scott e Jim Borgman – Gradiva Publicações Melhor Ilustração para Livro Infantil Madalena Matoso – O meu vizinho é um cão – Planeta Tangerina Clássicos da 9ª arte Blueberry: A Mina do alemão perdido + O Espectro das balas de Ouro – Charlier / Giraud – Edições ASA/Jornal Público Melhor Fanzine Venham + 5 nº5 – Bedeteca de Beja Prémio Juventude (atribuído por uma turma de Artes) Wanya, Escala em Orongo – Nelson Dias e Augusto Mota – Gradiva Publicações Troféu de Honra (atribuído pela CMA) Victor Mesquita