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10 outubro, 2020

Colecção Novela Gráfica VI: Volume 8 - Bordados

Chega-nos hoje no volume 8 da Colecção «Novela Gráfica VI» o livro mais intimista de Marjane Satrapi, a mesma autora de «Persépolis» e «Frango com Ameixas»

Em  «Bordados» Satrapi volta às histórias de família e à sua Teerão natal e relata como no fim dos almoços na casa da sua avó, o ritual era sempre o mesmo: enquanto os homens iam fazer a sesta, as mulheres arrumavam tudo. Seguia-se uma sessão de conversas entre as mulheres da família, onde as frustrações, o amor e temas como o casamento, o divórcio e as contradições da convivência eram partilhadas. 

Confesso que não sou grande apreciador da obra de Mahane Satrapi, nem relativamente às temáticas (aborrecidas) e muito menos ao desenho (básico). Mas dizia-me hoje alguém que o livro, não obstante a sua narrativa gráfica básica apresenta no texto a sua maior riqueza. E que dava uma excelente peça de teatro se assim fosse adaptado. A Joana Fernandes escreve no prefácio: “Bordados é um livro sobre mulheres, as suas máscaras, as suas contradições, os seus medos e a forma como se afirmam perante as expectativas da sociedade que as rodeia. Um relato de tom universal, intimista, que inclui homens e mulheres numa reflexão sobre o que, como sociedade, ainda temos de desmistificar e reparar para que as mulheres percebam, de uma vez por todas, que o seu contributo é muito mais do que ser só esposa e mãe.”

Ficha técnica:

BORDADOS
Colecção Novela Gráfica (6ª série) - Volume 8 (de 14) 
De Marjane Satrapi
Capa dura, formato 170x240 mm, p/b, 144 págs.
PVP: € 10,90  |  Editora LEVOIR

11 julho, 2019

Colecção BD Novela Gráfica V - Vol. 2: Frango com Ameixas

Chegou esta Quintas às bancas o segundo volume da 5ª série da Colecção Novela Gráfica. «Frango com Ameixas» da mesma autora de «Persépolis», Marjane Satrapi, é um melodrama tingido de humor. Uma história de amor de um homem pelo tar, o seu instrumento musical, que o celebrizara como um dos maiores músicos do país e que numa discussão com a sua mulher esta o quebra.

Confesso que de todos os títulos já anunciados para esta colecção da Levoir, este é aquele que me desperta menor interesse. Não me identifico com o estilo de desenho e uma narrativa muito parada, característica desta autora. Não se pode agradar a todos.

FRANGO COM AMEIXAS
Nasser Ali Khan, tio-avô de Marjane, vivia em Teerão, 1958, inicia a busca por um novo instrumento, mas nenhum tem o som tão perfeito como o que ele herdara na juventude, durante a sua formação. A angústia, o desespero e a perda de esperança levam a que este homem desista de viver e morra de tristeza. Uma história para reflectir sobre o que acontece quando o ser humano se condena a viver no passado e não segue em frente.

Ficha técnica:
FRANGO COM AMEIXAS
Colecção Novela Gráfica (5ª série) - Volume 2
De Marjane Satrapi
Capa dura, formato 170x240mm, p/b, 88 páginas.
PVP: € 10,90
Editora LEVOIR




10 outubro, 2012

Autobiografia na Banda Desenhada

Cartaz oficial da autoria de Paulo Monteiro
Já andava para escrever sobre a edição de autobiografias em BD aqui no blogue. Numa altura que se está em contagem decrescente para o 23º Amadora BD, a propósito da última newsletter recebida do festival, dá-se a feliz coincidência. O tema central da edição deste ano Amadora BD é a Autobiografia na Banda Desenhada

Numa altura que o mercado da edição de banda desenhada em Portugal tem assistido nos últimos tempos à publicação de várias obras relacionadas, cujo público-alvo vai para além daquele tradicional consumidor dos super-heróis americanos ou da produção franco-belga, a temática escolhida para o festival deste ano justifica-se tanto pelo seu interesse como pela oportunidade.

As obras que falo, são edições que se destacam por transmitirem as vivências e pensamentos mais intimistas do seus autores sob a forma de narrativas gráficas de registo autobiográfico. Livros como Persepolis, de Marjane Satrapi, FunHome, de Alison Bechdel (ambos da Contraponto) ou Blankets, de Craig Thompson (da Devir), ou de autores nacionais, como O Amor Infinito que Te Tenho, de Paulo Monteiro (da Polvo) ou os diários gráficos Israel, Newborn e Pontas Soltas, de Ricardo Cabral (da ASA), que tem merecido inclusivamente a atenção de jornais, no interesse que cativam, mostram sem dúvida uma maturidade do nosso mercado, que muito me agrada. Quando tantas vezes se fala na questão de atrair novos públicos para a BD e dá-se o enfoque nas novas gerações, eu aplaudo este outro caminho de conquistar um público diferente, mais adulto e sem dúvida mais exigente.

E assim, a organização do festival da Amadora que tantas vezes acerta ao lado, e aqui recordo escolhas recentes como O Grande Vigésimo (na edição de 2009) ou o Centenário da República (em 2010), este ano dá um significativo contributo para a promoção da banda desenhada numa temática que tem vindo a elevar o nível da edição bedéfila em Portugal. Resta agora saber se as opções ao nível das exposições centrais estarão ao nível qualitativo das obras. Mais isso já será outra história!

14 julho, 2021

Lançamento BERTRAND: O Fruto Proibido - Uma história cultural da vulva

A partir de hoje disponível nas livraria encontramos este "fruto proibido" com a chancela da Bertrand Editora. A autora sueca Liv Strömquist aborda nesta «história cultural da vulva» sem qualquer tabu, os tabus culturais, sociais associados ao clitóris, à menstruação, entre outros, tudo servido sob a forma de um humor corrosivo e descomplexado. 
 
O Fruto Proibido - Uma história cultural da vulva
Desde os tempos de Adão e Eva que a vulva, a vagina, o clítoris, a menstruação e o orgasmo feminino têm vindo a ser punidos, exaltados, patologizados, politizados, controlados, delimitados. Liv Strömquist mostra-nos como diferentes culturas, ao longo da História, moldaram a saúde das mulheres, os seus direitos e as suas liberdades. Na tradição de cartunistas como Art Spiegelman (Maus), Marjane Satrapi (Persépolis), Alison Bechdel (Dykes to Watch Out For) e Kate Beaton (Hark! A Vagrant), Strömquist usa a novela gráfica como meio artístico para expor verdades desconfortáveis e revelar o quão pouco o mundo muda.
 
Ficha técnica:
O Fruto Proibido - Uma história cultural da vulva
De Liv Strömquist
Capa mole, dimensões 165x240 mm, p/b, 144 págs.
ISBN: 9789722539524
PVP: € 15,50
Edição BERTRAND EDITORA

 

04 janeiro, 2013

O ESTADO DA ARTE EM 2012

Como já o tenho feito em anos anteriores, abro o ano novo aqui no blogue para falar do ano velho. E começo por resumir. Numa escala de mau a excelente, classifico 2012 como um ano muito bom para a banda desenhada em Portugal. A análise é feita dentro de um cenário de crise económica real que a todos afecta e que veio para ficar. E no entanto, em 2012 houve arte e engenho para se realizar quatro festivais de banda desenhada em Portugal, houve coragem para fazer surgir no mercado uma nova editora especializada, houve ambição noutras editoras em abrirem o seu catalogo à banda desenhada, houve trabalho de qualidade na edição de obras de referência, houve reconhecimento do talento de autores portugueses por parte de editoras estrangeiras e houve o regresso das revistas Disney aos quiosques nacionais. Convenhamos que para um mercado periférico como o nosso, onde escasseiam novos leitores, onde a banda desenhada tem tão pouca visibilidade, com culpas repartidas entre editores e lojistas, mais a crise instalada, tudo o que aconteceu e que se fez em 2012 foi de facto muito bom.

É verdade que não se editou muito. Uma consulta às entradas aqui no blogue, e ressalvo que não regista todas as novidades, e contabilizo cerca de 80 novos lançamentos, incluindo as colecções Thorgal (16 volumes) e Heróis Marvel I e II (25 volumes no total). Admito que no total a edição de livros e álbuns de banda desenhada ultrapasse a centena e se aproxime dos números de 2011 (cerca de 140 obras). Não é muito quantitativamente. Mas o que faltou em quantidade sobejou em qualidade. E exemplos não faltam.

Começo pela parceria ASA+Público, finalmente uma colecção como deve ser. Nada de reedições, de misturas de histórias e personagens. Thorgal foi exclusivo numa colecção com álbuns inéditos e de excelente apresentação. A ASA voltou ainda a brilhar com 12 de Schuiten, Portugal de Cyril Pedrosa ou Bouncer (vol. 6 e 7) de Boucq. Mas de Pedrosa, tivemos ainda a edição de Três Sombras, da Polvo. Trata-se de uma obra extraordinária, que para mim merece destaque nas melhores do ano. Outro destaque vai para o regresso dos super-herois da Marvel em português às bancas de jornais. A Levoir, uma empresa especializada na produção de conteúdos, em parceria com o jornal Público (que outro mais?) apresentou Herois Marvel, uma colectânea de histórias de vários super-heróis, cujo sucesso garantiu uma continuação. A coleçcão Herois Marvel II surpreendeu pelas excelentes escolhas, e finalmente vimos publicado em Portugal clássicos como Surfista Prateado: Parábola, Wolverine: Arma X ou Demolidor: Renascido. Espera-se agora que este sucesso se estenda aos super-heróis da DC Comics.

Depois entramos nas surpresas do ano. Editoras de géneros de literatura tão variados, como o romance ou o fantástico, começaram a editar banda desenhada. E foi ver a Saída de Emergência, a Contraponto ou a Planeta a acrescentar bd ao seu catalogo. E um género pouco divulgado em banda desenhada entre nós, as autobiografias, de repente ganham um importante peso pela edição de obras premiadas internacionalmente: Persepolis, de Marjane Satrapi, FunHome, de Alison Bechdel ou Comprimidos Azuis, de Frederik Peeters (sobre este último escreverei aqui amanha). A Autobiografia foi mesmo tema escolhido para a 23ª edição do Amadora BD. Apesar dos cortes orçamentais, tanto Beja como a Amadora, conseguiram montar os respectivos festivais, e na verdade, é que com pouco fez-se muito, e a qualidade das exposições e dos autores convidados foi mantida.
Continuando com as surpresas, surge a Netcom2, uma editora espanhola, especializada em banda desenhada franco-belga. Anuncia o lançamento de três novas séries, duas delas já disponíveis. Peca por uma distribuição limitada o que lhe retira alguma visibilidade. Pessoalmente ainda não consegui comprar qualquer dos álbum desta editora. E falar em (boa) distribuição é falar na Disney. Quiosques, hipermercados, livrarias, é só escolher. Após longa ausência (e aqui podemos "agradecer" à Edimpresa) os "patinhas" estão por todo lado, ocupando um espaço que precisava urgentemente de ser ocupado. A futura geração de leitores de banda desenhada começa aqui a sua escola.

E tivemos também autores portugueses a publicar em Portugal. Não foram muitos. E cito aqui só a Joana Afonso com o seu O Baile e o Marco Mendes e o seu Diário Rasgado. Porque foram os primeiros livros destes autores e exemplificam bem o muito talento que há na nossa arte. Mas continua a faltar qualquer coisa para haver uma explosão de edições. Entretanto, lá fora há reconhecimento e o André Araujo é o mais recente reforço da Marvel.

E termino falando da Devir. Esta editora merece toda a minha simpatia. Pequenos passos de cada vez. E só publica livros que gosto de ler. Entre outros, obras como The Walking Dead, uma série que explora, de forma viciante para o leitor, os limites da natureza humana como nenhuma outra. Ou os quatro volumes de Death Note, que me deixam ansioso pelo quinto. E eu que nunca me tinha interessado pela leitura de manga. E pelo Hobbit, pois então!

Mais havia para dizer, mas este testamento já vai longo. A ideia era fazer um apanhado geral do mais relevante. Para finalizar, deixo a minha escolha pessoal das cinco melhores de 2012. Como sempre só edições portuguesas. Move-me um gosto pessoal na selecção, e não existe qualquer critério na ordem apresentada. São estes os escolhidos:


Que o ano de 2013 nos traga muita e boas leituras bedéfilas!

19 agosto, 2020

As novas Novelas Gráficas (6ª Série)


É já neste Sábado, dia 22, que temos o regresso às bancas nacionais das «Novelas Gráficas», a colecção de sucesso resultante da parceria Público/Levoir, e que já vai para a sua sexta série.

A colecção deste ano comporta 14 volumes, e como sempre reúne os mais variados autores nos mais variados formatos, ligando dos clássicos a publicações mais recentes, da biografia à distopia, passando pela ficção científica, a adaptação literária ou a reconstrução histórica. Com excepção de «As Paredes têm ouvidos» todas as obras são inéditas em Portugal.

Dominam, mais uma vez os autores espanhóis. Uma legião composta por Tomás Guerrero, Paco Roca, Agustín Ferrer Casas, Guillem March, Hernán Migoya, Bartolomé Seguí e Nicolas Barral.

Entre muitas estreias, a minha curiosidade destaca o francês Christophe Chabouté, de quem se diz que é um extraordinário contador de histórias. De assinalar-se os regressos de nomes como Schuiten, Peeters, Hernán Migoya, Bartolomé Seguí e de Paco Roca, este último que reúne num único volume as crónicas que faltam em português da trilogia "Homem em Pijama".

«O Expresso do Amanhã» aqui publicado em dois volumes, encontra-se adaptado para serie televisiva e para o cinema em Snowpiercer. Pessoalmente espero que livro seja bastante melhor.


Fica a curiosidade de três obras desta colecção apresentarem uma ligação a Portugal, a saber «O Neto do Homem mais Sábio», o já referido «As Paredes Têm Ouvidos» e «Ao som do Fado».

Com distribuição semanal, entre 22 de Agosto e 21 de Novembro, todos os volumes da colecção apresentam-se em capa dura, com um preço de venda de € 10,90.

Calendário da Colecção:

Vol. 1 - O Expresso do Amanhã vol. 1 - Rochette, Jacques Lob, a 22/08
Vol. 2 - O Expresso do Amanhã vol. 2 - Rochette, Lob, Legrand, a 29/08
Vol. 3 - O Neto do Homem mais Sábio - Tomás Guerrero, a 05/09
Vol. 4 - Rever Paris - François Schuiten e Benoît Peeters, a 12/09
Vol. 5 - As Paredes Têm Ouvidos - Giorgio Fratini, a 19/09
Vol. 6 - The New Deal - Jonathan Case, a 26/09
Vol. 7 - Andanças e Confissões de um Homem em Pijama, Paco Roca, a 03/10
Vol. 8 - Bordados - Marjane Satrapi, a 10/10
Vol. 9 - Arde Cuba - Agustín Ferrer Casas, a 17/10
Vol. 10 - Karmen - Guillem March, a 24/10
Vol. 11 - A Solidão do Executivo - Migoya, Seguí, a 31/10
Vol. 12 - A vida é bela, se não desistires - Seth, de 07/11
Vol. 13 - Acender uma Fogueira - Christophe Chabouté, a 14/11
Vol. 14 - Ao som do Fado - Nicolas Barral, a 21/11



Ficam as capas dos volumes que compõem a colecção:








02 julho, 2019

A Nova Colecção de Novelas Gráficas (5ª Série)

É já na próxima Quinta-feira, dia 4 de Julho, que inicio mais uma nova colecção da «Novelas Gráficas», que na sua edição de 2019, que vai para a sua 5ª série, o que mostra a muito boa aceitação que esta colecção tem tido junto dos leitores portugueses, ou dito de outra forma, agradecemos muito boa qualidade de histórias e de autores.

Mais uma vez teremos à disposição uma variedade de histórias cuja temática vai desde a biografia, à história, à criação de novos mundos, reportagem de guerra, reinvenção de géneros clássicos e baseados em factos reais, e a possibilidade descoberta de novos autores que até agora em permanecido como ilustres desconhecidos aqui em Portugal.

É certo que olhando para a lista verifiacamos que predominam os autores espanhóis, situação que se pode considerar normal, atendendo que a editora LEVOIR é de origem espanhola, mas que não constitui qualquer prejuízo para a colecção, antes pelo contrário, atendendo à grande qualidade destes autores, conforme podemos confirmar com nomes como o nosso já conhecido Paco Roca (que só faz coisas boas) e que abre a colecção, ou Kim, Alfonzo Zapico, que assinou o surpreendente «Gente de Dublin», ou ainda Bartolomé Seguí, já conhecidos de outras colecções de novelas.

Esta é uma coleçcão constituída por 13 volumes, dos quais 12 são inéditos em português, e o 13º é o magnifico «A Febre de Urbicanda» de Benoit Peeters e François Schuiten, cuja edição portuguesa se encontra há muito esgotada, e que traz nesta reedição 18 páginas inéditas.

A colecção Novela Gráfica de 2019 chega às bancas semanalmente, entre 4 de Julho e 26 de Setembro, em distribuição com o jornal Público, todas as Quintas, no formato de capa dura e como um PVP de € 10,90.


Calendário da Colecção:
  1. O Tesouro do Cisne Negro, de Paco Roca e Guillermo del Corral Van Damme, a 4 de Julho
  2. Frango com ameixas, de Marjane Satrapi, a11 de Julho
  3. A Febre de Urbicanda, de Benoit Peeters e François Schuiten, a 18 de Julho
  4. O rasto de García Lorca, de El Torres e Carlos Hernández, a 25 de Julho
  5. Monika, de Guillem March e Thilde Barboni, a 1 de Agosto
  6. Gorazde: Zona Protegida, de Joe Sacco, a 8 de Agosto
  7. Flex Mentallo: Herói do Mistério, de Grant Morrison e Frank Quitely, a 15 de Agosto
  8. Dias sombrios, de Juan Escandell e Lluís Ferrer Ferrer, a 22 de Agosto
  9. Como uma luva de veludo moldada em ferro, de Daniel Clowes, a 29 de Agosto
  10. As Serpentes Cegas, de Bartolomé Seguí e Felipe Hernández Cava, a 5 de Setembro
  11. O Número: 73304-23-4153-6-96-8, de Thomas Ott, a 12 de Setembro
  12. Neve nos bolsos, de Kim, a 19 de Setembro
  13. Café Budapeste, de Alfonso Zapico, a 26 de Setembro






29 junho, 2013

Os XI Troféus Central Comics

Desenho do cartaz da autoria de Carla Rodrigues

Já se encontra a decorrer a eleição para encontrar os vencedores da edição deste ano dos Troféus Central Comics. É de louvar a longevidade deste evento, de iniciativa privada, que tem sabido adaptar-se às mudanças, e chega agora à sua 11ª edição dos prémios. Trata-se de eleger as melhores obras e autores de banda desenhada publicados no ano passado em Portugal, sendo as escolhas finais feitas pelo público leitor em nove categorias: Melhor Publicação Nacional, Estrangeira, Clássica, Humor, Independente, Técnica, Melhor Arte e Argumento, e Melhor Obra Curta. Dos nomeados, resultado de uma pré-selecção feita antecipadamente por um júri convidado, destaco sobretudo uma boa diversidade e representatividade nas escolhas. Algo que considero que falhou nos recentes Prémios Profissionais de Banda Desenhada, muito por culpa dos condicionalismos impostos pelo regulamento próprio.

A votação para os IX Troféus Central Comics já está aberta ao público e decorre até ao próximo dia 11 de Julho, no boletim disponível no portal (http://www.centralcomics.com/trofeus/survey.php?uid=651c5dc1a1a617). Os vencedores são revelados a 14 Julho, no 2º dia do evento Central Comics-Con, no auditório principal do Hard Club, do Porto (no antigo Mercado da Ribeira).

Em síntese, foram nomeados os livros Diário Rasgado e o autor Marco Mendes, Han Solo e o autor Rui Lacas, O Baile e os autores Nuno Duarte e Joana Afonso, Sobrevida e o autor Carlos Pinheiro, mais a mega-antologia Mesinha de Cacebeira – Inverno, que marca o 20º aniversário desta série, donde é igualmente eleita a BD “Framed Winter” e o seu autor, João Fazenda. Foram ainda eleitos os autores António Gomes de Almeida e Zé Burnay, e as suas edições O País dos Cágados e Doom Mountain, respectivamente.

Outras obras nacionais constam nos finalistas: os álbuns Amor, de Pepedelrey; Autobiografia sem Factos, de Tó Pedro; Há Piores! 2, de Geral e Derradé; Magical Otaku #1, de Rudolfo; Sangue Violeta e outros contos, de Fernando Relvas; e as antologias Bem dita Crise!, pela Documenta; Efeméride #5, por Geraldes Lino; e Zona Desenha, pela Associação Tentáculo. E as BDs “O Desenho e Eu”, de Jorge Coelho, “Sem título”, de Filipe Abranches, “Sem título”, de João Chambel, e “Tao”, de Bruno Bispo e Victor Freucht.

Ainda em publicações nacionais, os seguintes livros técnicos foram nomeados: o catálogo 23º Amadora BD – Autobiografia, BDjornal #29, O Jogo da Glória – O Século XX malvisto pelo Desenho de Humor, e compilação do World Press Cartoon 2012; e vários álbuns humoristicos: Mutts 5 – Os nossos Mutts, O Mundo de Garfield, e Pequenos Prazeres 1.

Por último, relativamente a publicações estrangeiras, surgem a votos algumas das melhores novidades e obras clássicas, tais como Comprimidos Azuis, de Freedrik Peeters, Demolidor: Renascido, de Frank Miller e David Mazzucchelli, Fun Home: Uma Tragicomédia Familiar, de Alison Bechdel, Persépolis, de Marjane Satrapi, Portugal, de Cyrill Pedrosa, Spirou – QRN sobre Bretzelburgo, de Franquin, Três Sombras, de Cyrill Pedrosa, e Wolverine: Arma X, de Chris Claremont e Barry Windsor-Smith.

Boas Escolhas!

Lista Completa dos Nomeados:

Melhor Publicação Nacional (TCCN)

Diário Rasgado (Mundo Fantasma)
Han Solo (Polvo)
Mesinha de Cabeceira: Inverno (Chili Com Carne)
O Baile (Kingpin Books)
Sobrevida (Imprensa Canalha)

Melhor Publicação Estrangeira (TCCE)

Comprimidos Azuis (Devir)
Fun Home: Uma Tragicomédia Familiar (Contraponto)
Persépolis (Contraponto)
Portugal (Edições Asa)
Três Sombras (Polvo)

Melhor Publicação Clássica (TCCC)

Demolidor – Renascido (Levoir)
O País dos Cágados (Bertrand)
Sangue Violeta e outros contos (El Pep)
Spirou – QRN sobre Bretzelburgo (Edições Asa)
Wolverine – Arma X (Levoir)

Melhor Publicação Humor (TCCH)

Bem Dita Crise! (Documenta)
Há Piores 2 (Polvo)
Mutts 5 – Os nossos Mutts (Devir)
O Mundo de Garfield (Booktree)
Pequenos Prazeres (Contraponto)

Melhor Publicação Independente (TCCI)

Autobiografia sem Factos (TóPedro)
Doom Montain (Zé Burnay)
Efeméride #5 – Corto Maltese no Século XXI (Geraldes Lino)
Magical Otaku #1 (Ruru Comix)
Zona Desenha (Associação Tentáculo)

Melhor Publicação Técnica (TCCT)

23º Amadora BD – Autobiografia (CNBDI)
Amor (El Pep)
BDjornal #29 (Pedranocharco)
O Jogo da Glória (Quidnovi)
World Press Cartoon 2012 (WPC)

Melhor Obra Curta (TCCO)

Framed Winter, de João Fazenda (Mesinha de Cabeceira v.23)
O Desenho e Eu, de Jorge Coelho (Zona Desenha)
Sem Título, de Filipe Abranches (Mesinha de Cabeceira v.23)
Sem Título, de João Chambel (Mesinha de Cabeceira v.23)
Tao, de Bruno Bispo e Victor Freundt (Zona Nippon v1)

Melhor Argumento (TCCArg)

António Gomes de Almeida (O País dos Cágados)
João Fazenda (Mesinha de Cabeceira v.23)
Marco Mendes (Diário Rasgado)
Nuno Duarte (O Baile)
Rui Lacas (Han Solo)

Melhor Arte (TCCArt)

Carlos Pinheiro (Sobrevida)
Joana Afonso (O Baile)
Marco Mendes (Diário Rasgado)
Rui Lacas (Han Solo)
Zé Burnay (Doom Mountain)


24 junho, 2019

Começa-se a descobrir a 5ª série de Novelas Gráficas

A editora LEVOIR tem vindo, nas redes sociais, a levantar a ponta do véu relativamente à próxima colecção de Novelas Gráficas (5ª série), cujo primeiro volume estará nas bancas no próximo dia 4 de Julho. O nosso já conhecido e bastante apreciado Paco Roca será o autor que abre a colecção com o sua mais recente obra, O Tesouro do Cisne Negro. Uma aventura apaixonante de ficção baseada em factos reais, em torno da defesa do património histórico que permanece no fundo dos mares. A este juntam-se mais 7 títulos já conhecidos, que incluem igualmente bastante conhecidos dos leitores portugueses:

act1: foi adicionado o título «Como uma luva de veludo moldada em ferro», de Daniel Clowes
act2: foi adicionado o título «The Number 73304-23-4153-6-96-8», de Thomas Ott

  • O Tesouro do Cisne Negro - Paco Roca e Guillermo Corral
  • Frango com Ameixas - Marjane Satrapi
  • Gorazde Zona Protegida - Joe Sacco
  • Monika - Thilde Barboni e Guillem March
  • Neve nos Bolsos - Kim
  • O Rasto de Garcia Lorca - El Torres e Carlos Hernández
  • Flex Mentallo - Grant Morrison e Frank Quitely
  • A Febre de Urbicanda - Schuiten e Benoit Peeters
  • Como uma luva de veludo moldada em ferro - Daniel Clowes 
  • The Number 73304-23-4153-6-96-8