03 abril, 2006

II Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja

O Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja volta a tomar conta da planície, desta vez entre os dias 8 e 29 de Abril, com a sua segunda edição.
 
Agora com a particularidade de ter alargado os seus limites. Além da Casa da Cultura, que constitui o núcleo principal do evento, o Festival espraia-se pelas Casa das Artes - Museu Jorge Vieira e pelo Museu Regional de Beja.
 
E estende a sua programação paralela ao Teatro Municipal Pax Julia. No total repartem-se pela cidade 11 exposições individuais e 3 exposições colectivas.
 
Uma vista de olhos pelo programa do festival e permite-me destacar a presença de numerosos autores de banda desenhada para novos lançamentos e sessões de autógrafos.
 
Todas e quaisquer informações podem ser obtidas através no site oficial do festival [link].

02 abril, 2006

DVD "Sin City": edição coleccionador

Já se encontra disponível em venda directa no mercado português, o dvd na edição coleccionador do filme “SIN CITY - A Cidade do Pecado” baseado na graphic novel com o mesmo de Frank Miller, que se surge na ficha técnica creditado como realizador. O filme não se trata de uma adaptação de uma bd ao cinema, mas sim a adaptação do cinema à bd. É provavelmente a mais fiel transposição de sempre de uma banda desenhada.

Editado em caixa metálica, contem dois discos cheios de interessantes extras relacionados com a produção do filme, todos legendados em português. A edição portuguesa traz incluído com o dvd, uma pequena publicação (formato livro de bolso 12x18) que inclui a história de três páginas “O Cliente Tem Sempre Razão”, que foi utilizada como cena de abertura do filme, originalmente publicada em Portugal na extinta revista Comix.

Lamentável é o facto da editora, a LNK, não ter considerado incluir nesta edição, a versão alargada do filme (com 147 minutos), tendo optado antes pela versão “cinema”, aqui creditada com 119 minutos. Também não se compreende o porquê de no primeiro disco (com o filme) o som ser DD 5.1 e no segundo disco (com os episódios separados) apenas DD 2.0. Mesmo assim, apesar da edição nacional se encontrar abaixo do patamar de qualidade da edição americana - SIN CITY: Recut & Extended Edition - o filme é digno de figurar na videoteca de qualquer bedéfilo que se preze, afinal trata-se de pura banda desenhada “em movimento”. Resta-me referir que a minha cópia custou € 21,95 na FNAC, mas posteriormente já encontrei à venda por € 20,50 na Valentim de Carvalho.

01 abril, 2006

“Ideias Feitas Em Lugares Comuns”

(Re)nasceu um novo blogue dedicado à banda desenhada. O seu autor, que anteriormente já havia feito uma incursão na blogosfera com os “Meus Trabalhos”, regressa de novo, desta vez com um novo blogue. “Ideias Feitas Em Lugares Comuns” é o novo sítio de José Abrantes, autor nacional de banda desenhada, com 30 de anos de carreira – foi-lhe dedicada uma exposição no FIBDA’05 - que promete “regularmente apresentar ideias, estudos e apontamentos sobre bandas desenhadas, filmes e outras artes”. Ao novo blogue, já com link aqui na coluna do lado direito, e ao seu autor, os votos de muita inspiração para escrever e para desenhar!

"Spider-Man 3": ACTUALIZAÇÃO

Afinal a fotografia do novo uniforme negro do Homem-Aranha, que corria na internet e foi aqui publicada, revelou-se uma "montagem" de uma imagem retirada do filme "Spider-Man 2". Apesar de falso, considero que o uniforme proposto tinha um excelente aspecto, e na minha opinião, até podia ser tomado em consideração para o novo filme do Aranha. Afinal os fans têm sempre razão ou não?

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31 março, 2006

“Spider-Man 3”

Nos últimos dias, tem circulado na internet em sites especializados, boatos acerca do novo filme do Homem-Aranha. O primeiro, que causou grande excitação, trata de um suposto resumo do argumento oficial do filme. Apesar de não existir qualquer confirmação oficial, não deixa de apresenta uma certa coerência com o pouco que ainda se sabe. Confiram lá:

“No “Spider-Man 3” surgirão uma série de novos vilões e uma nova mulher entrará na vida de Peter Parker. Com o seu segredo agora revelado quer a Mary Jane quer a Harry Osborn, Peter tem que enfrentar as consequências das suas acções e a sua nova vida em conjunto com Mary Jane, depois de estes terem finalmente consolidado uma relação. Relação essa que trouxe uma série de resultados negativos, como o fúria do chefe de Peter, que parece determinado a fazer da vida deste um inferno, por causar problemas emocionais ao seu filho. Quem não ajuda é um jovem repórter de investigação chamado Eddie Brock, que Jameson contratou para descobrir a razão que levou Mary Jane a deixar o seu filho pelo Peter - quais os segredos do Parker?
Ao mesmo tempo, um prisioneiro evadido que se encontra escondido numa praia remota, é apanhado num acidente radioactivo e transforma-se numa criatura de areia capaz de mudar de aparência. As investigações de Peter ao passado deste "Homem de Areia", leva-o ao encontro de duas coisas que lhe vão inevitavelmente mudar a vida. A primeira é uma rapariga chamada Gwen Stacy, filha do novo chefe da polícia da cidade, que se apaixona por Peter. A outra, é uma substância negra, encontrada no local de um acidente, que se funde com o fato do Peter, e lhe dá novas habilidades.
As coisas complicam-se quando Harry Osborn, determinado a vingar a morte do seu pai, se equipa com uma nova variante do fato do Green Goblin, e faz equipa com o "Homem de Areia", provocando o caos, no qual várias vidas são perdidas, incluindo a de pessoas muito perto de Peter. A substância negra separa-se dele, e junta-se a Brock para formar algo inteiramente novo - uma criatura diferente de qualquer uma que ele enfrentou até agora. Um "Venon" que ele talvez não consiga parar.”

(via Cineblog)

Outro boato tem a haver com a fotografia acima publicada. Verdadeira ou falsa, digo-vos já que eu a acho a proposta para o novo uniforme excelente!!!

A estreia oficial do filme está marcada para o longínquo dia de 4 de Maio de 2007 e as novidades oficiais e a contagem decrescente podem ser acompanhadas aqui [site oficial]!

29 março, 2006

A capa que faltava...

A editora Marvel deve estar surpreendida e, confesso que eu também, com o inesperado e aparente sucesso que o novo uniforme do Homem-Aranha está a ter. A revista Amazing Spider-Man # 529, onde o Homem-Aranha aparece pela primeira vez com o seu absurdo e disparatado novo uniforme, esgotou a primeira e a segunda impressão.
Assim, como não há duas sem três, a editora resolveu fazer uma terceira edição, recuperando desta vez, a capa desenhada por Mike Wieringo para a saga The Other. Assim, para juntar à vasta colecção de uniformes, aqui e aqui, desta vez teremos o absurdo e disparatado unifome Aranha de Ferro!!!

O Porto tem mais um monumento...

Com a inauguração marcada para o próximo 1 de Abril, está uma nova loja de BD na cidade do Porto. Situada na Rua das Doze Casas, número 22, segundo parece, a loja física é o culminar de um sonho de Hugo Jesus, actual administrador do site Central Comics. Segundo o press release recebido, a nova loja, com o nome de Central Comics (só podia!!!) procura ser "uma real alternativa a lojas já existentes na cidade e no país, proporcionando preços competitivos (a par do que já vem sendo habitual através da loja on-line) e também uma vasta gama de produtos, que para além dos comics e livros, também inclui artigos de merchandising, decoração exclusiva, design de moda, importações, novidades e muito mais".
A abertura desta nova loja parece contrariar a crise aparentemente instalada no mercado bedéfilo português, pelo que seguem desde já aqui os votos de um próspero futuro. Também fica desde já agendada uma visita numa das minhas próximas idas à Inbicta!!!

23 março, 2006

IV Troféus CentralComics

O portal CentralComics já está a organizar os seus troféus. Na sua IV edição, os “Troféus CentralComics” destinam-se a reconhecer os autores e editores portugueses que fizeram ou lançaram banda desenhada na nossa língua durante o ano de 2005. O que se destaca nestes troféus é o facto de serem abertos ao público, ou seja, são os leitores de bd que escolhem os nomeados a escrutínio final. Aqui revela-se uma excelente oportunidade para os bedéfilos de dizerem de "sua justiça" relativamente ao que se tem vindo a publicar no nosso mercado. Não sei, se estes troféus dizem alguma coisa às "nossas" editoras, mas mensagem fica dada.

As categorias a concurso são:

- MELHOR EDITORA
- MELHOR ÁLBUM NACIONAL
- MELHOR ARGUMENTO NACIONAL
- MELHOR DESENHO NACIONAL
- MELHOR ÁLBUM ESTRANGEIRO
- MELHOR ARGUMENTO ESTRANGEIRO
- MELHOR DESENHO ESTRANGEIRO
- MELHOR ÁLBUM DE TIRA OU PRANCHA CÓMICA/CARTOON/CARICATURA ESTRANGEIRA
- MELHOR ÁLBUM DE TIRA OU PRANCHA CÓMICA/CARTOON/CARICATURA NACIONAL
- MELHOR BD CURTA/CARTOON/TIRA CÓMICA NACIONAL NÃO PUBLICADA EM ÁLBUM
- MELHOR EDIÇÃO DE BANCAS
- MELHOR EDIÇÃO INVESTIGAÇÃO/ESPECIALIZADA

O processo de votação já começou. Mais informações, detalhes das publicações a concurso e boletim de voto podem ser encontrados aqui. Eu já votei e o leitor?

21 março, 2006

Novo portal de BD

Inaugurado hoje, o BDesenhada.com é um novo portal português sobre a Banda Desenhada que se produz a nível mundial. Segundo os seus mentores, entre os quais se encontram os autores do Blog da Utopia, este projecto visa preencher “a lacuna de não existir nenhum portal nacional com entrevistas, criticas e notícias da 9ª arte além fronteiras”. Não sei se o nascimento deste portal mata o blogue, mas sem dúvida, que é um projecto bastante ambicioso, o que vêm contribuir para enriquecer a comunidade bedéfila portuguesa on-line, que começa a contar com um número assinalável de sítios de interesse. As boas-vindas e os votos de maior sucesso!

17 março, 2006

Aparte

Por motivos técnicos (uma configuração mal executada) os últimos comentários a este blogue encontravam-se "suspensos". Não fosse um alerta do amigo Ferrão e a situação ameaçava eternizar-se. Desde já o meu agradecimento. Penso que agora a situação já está normalizada. Caros visitantes, o bar está aberto, desculpem..... a caixa de comentários está aberta!!!

15 março, 2006

A bd que estou a ler no momento...

Há uns meses atrás numa feliz pesquisa na Internet, descobri uma colecção com as aventuras completas de Torpedo. "Torpedo Obra Completa" de Jordi Bernet e E.S. Abuli é uma edição de luxo da espanhola Glenat. Já aqui tinha falado desta banda desenhada. Cinco estrelas!!! Actualmente, no topo da minha pilha de bd em leitura, tenho os cinco volumes que compõem essa colecção. Cansado de esperar que alguma editora portuguesa se decidisse publicar, optei pelos originais em espanhol e pelo excelente serviço de encomendas da FNAC (Cascais). Tirando os comics americanos, é a primeira vez que compro bd em lingua estrangeira. Começo a acreditar que a importação de bd será uma tendência (minha) para se manter!!!

12 março, 2006

Breve reflexão sobre a politica editorial da Devir!

O seguinte texto reflecte uma opinião pessoal de um leitor e coleccionador de banda desenhada, que assenta os seus pressupostos, na observação do mercado (não disponho de números) e da leitura que faço do que é escrito em publicações, fóruns de discussão e sites da Internet sobre o assunto.

O recente anúncio semi-oficial (não se encontra nada no site oficial da Devir) que José de Freitas (da Devir) fez no BDJornal de Fevereiro de 2006, relativamente ao cancelamento das edições regulares da Marvel não me surpreendeu. Afinal este desfecho já era esperado. A “evolução” estava em marcha: primeiro os atrasos, depois os adiamentos até que finalmente chegaram os cancelamentos.

Aparentemente, os cerca de mil leitores/compradores mensais não eram suficientes para a viabilização dos títulos. Diz José de Freitas que precisavam de mais de 3000!!!! No entanto, refere (e passo a citar) que “existem alguns títulos com vendas regulares e constantes, que apesar de não atingirem grandes números não representam no entanto grande risco. A maioria dos títulos da Marvel entra nessa categoria”. Pergunta: então porquê o cancelamento?

Curiosamente o anúncio dos cancelamentos coincide com os lançamentos do mês de Janeiro/Fevereiro, onde títulos como “Talismã”, “Freaks”, “Inumanos” ou “30 dias de noite” que me parecem destinados a um público-alvo bastante restrito. Pergunta: será que cada uma destas histórias venderá os 2000 e tal exemplares necessários para justificar a sua publicação?

A Devir propõe agora trocar as várias revistas regulares por um “volume mensal de 120 a 144 páginas”. Pergunto se um volume-um peronagem ou um volume-vários personagens? Eu coleccionador confesso dos títulos do “Homem-Aranha” não me agrada nada fazer uma colecção que não seja inteiramente dedicada a este personagem. Muito provavelmente, a minha relação de coleccionador das revistas da Devir morreu com o n.º 34 do Homem-Aranha!

De registar, que pelo meio, um grupo de leitores da Devir revolveu fazer uma contra-evolução, ou melhor, uma (r)evolução. Apesar de pessoalmente não concordar com o modelo proposto (flip), não posso deixar de aplaudir esta iniciativa, que apesar de aparentemente condenada ao fracasso, não deixou de exprimir o descontentamento dos leitores com as recentes politicas editoriais da Devir.

A Devir que durante alguns anos se mostrou como uma das mais dinâmicas produtoras de banda desenhada em Portugal, começa agora a dar os primeiros sinais de fraqueza. Na minha opinião, algumas situações contribuíram para o actual estado de coisas, senão vejamos:

- A Devir nos últimos anos dedicou-se a “inundar” o mercado de títulos, sendo que muitos deles foram histórias únicas, sem continuidade, de personagens e autores pouco conhecidos. Provavelmente muitos destes títulos não atingiram o limiar da sobrevivência. A aposta em super-herois conhecidos do grande público de forma a consolidar a sua base de leitores foi preterida por apostas no desconhecido. O resultado está à vista. Agora fala-se em “canibalização de títulos”!!!

- a Devir nunca seguiu a mesma linha na publicação de histórias nas revistas regulares. A título de exemplo, a revista “Homem-Aranha” nunca seguiu uma linha de continuidade. Ora publicava histórias da “Marvel Kinghts” ora da “Spectacular Spider-Man” ora da “Amazing Spider-Man”. Obviamente que histórias soltas não fidelizam leitores!!!

- a Devir descuidou um aspecto importante em qualquer publicação desta natureza: a falta de publicidade no interior das revistas. Confesso que nunca percebi porque numa revista com 50 páginas, não existia publicidade. A mim não me chocava nada, ter algumas páginas de publicidade inseridas no meio da revista, aliás, a exemplo do que fazem as editoras americanas, tanto a Marvel como a DC, nos seus títulos, se isso ajudasse a suportar os custos de publicação e manter viável a revista.

- a Devir nunca apostou em produtos complementares como incentivo à compra. Por exemplo, a criação de uma colecção de bonecos, cuja entrega acompanharia a revista, tal como se passa agora em França com a colecção “Marvel Super Heroes Figurine Collection”.

- a Devir lamenta-se que em 2006 não há filmes para potenciar as vendas de bd. Sugestão: e que tal aproveitar a estreia nas salas de cinema de “Uma História de Violência” e de “V de Vingança” para publicar as bandas desenhadas com o mesmo nome, que apesar de serem clássicos da banda desenhada, continuam incrivelmente continuam inéditos em Portugal?

E já agora, José Carlos Fernandes um dos autores portugueses que mais vende, afirma em entrevista, que o volume 6 da "Pior Banda do Mundo" (pronto há dois anos) será provavelmente lançado em Outubro deste ano. Se as coisas estão más, porquê Outubro e não em Junho, aproveitando a realização das Feiras do Livro de Lisboa e do Porto, que tem sempre uma ampla divulgação nos meios de comunicação social? E porque não aproveitar as feiras e o novo livro, para a reedição do esgotadíssimo volume 2 “O Museu Nacional do Acessório e do Irrelevante”?

Muito sinceramente, espero que a Devir continue por muitos e muitos anos a publicar bd no mercado português. Mas depois disto, não sei que caminho vai tomar, só sei que que eu não iria por aí, porque a continuar assim, respondo já ao apelo de José de Freitas para comprar banda desenhada, com uma pergunta: qual banda desenhada?

26 fevereiro, 2006

As minhas BD preferidas #4: Batman

Foi a leitura da extinta ‘Revista dos Super-Heróis’, uma publicação da Agência Portuguesa de Revistas que me despertou o gosto por uma das mais interessantes personagens do universo da banda desenhada americana: o BATMAN, o Homem-Morcego.

Criado pelo desenhador Bob Kane (1916-1998), o visual deste novo super-herói foi inspirado em heróis da época, tais como o "Zorro" ou "The Shadow". A sua primeira aparição dá-se em Maio de 1939, na história “The Case of the Chemical Syndicate” publicada então na edição n.º 27 da revista “Detective Comics” da editora National Publications, actualmente DC Comics.

BATMAN é super-heroi humano. Desprovido de quaisquer poderes especiais, faz uso das técnicas de luta que aprendeu com vários professores, para se assumir como um justiceiro que combate o crime em Gotham City, a coberto da noite, seu território por excelência. É também da noite o animal cujo símbolo adoptou, o morcego, que lhe confere assim através da imagem (capa e máscara) uma identidade misteriosa, sinistra e simultaneamente aterradora.

BATMAN é o alter-ego de Bruce Wayne, um fútil playboy milionário, que vive constantemente em conflito consigo próprio, atormentado pela recordação do assassinato dos pais num assalto – que assistiu quando jovem. Jurando vingar a morte dos pais, faz a promessa de combater o crime, criando assim uma nova identidade, o Homem-Morcego. A tecnologia fornecida pelas indústrias Wayne, permite-lhe dispor dos meios suficientes para desenvolver as suas actividade de investigação e luta contra o crime. Actua muitas vezes à margem da lei, movido por um sentido de justiça muito próprio, contando para isso com a complacência do Comissário James Gordon, um dos seus principais aliados, o apoio de Robin, um parceiro que já teve várias identidades – primeiro Dick Grayson, depois Jason Todd e actualmente Tim Drake – e a cumplicidade de Alfred Pennyworth, o mordomo da Mansão Wayne.

No universo de BATMAN, a galeria de criminosos é extremamente rica em personagens trágicos, psicopatas fascinantes, que interagem bem com toda a loucura que rodeia Gotham City. Entre todos, destaca-se obviamente Joker. Estreou-se na edição 1 da revista "Batman" e é talvez a mais genial de todas as personagens. É tambem a mais perigosa e seguramente a mais imprevisível. Joker assume a representação pura do mal. Goza do estatuto de inimigo natural de BATMAN, por ter morto(*) um Robin e colocado Barbara Gordon (a filha do Comissário Gordon) numa cadeira de rodas. O facto de BATMAN nunca ter feito ‘justiça pelas próprias mãos’, permitindo que Joker continue a espalhar sua insanidade pelas ruas de Gotham City, entra em linha de conta com o natural equilíbrio existente no mundo dos super-herois: um super-vilão por oposição a um super-heroi, a dicotomia Bem/Mal. Depois somam-se criminosos como Ra's Al Ghul (um génio da medicina imortal, líder de uma organização criminosa internacional conhecida como Liga dos Assassinos, cujo sonho é dizimar parte da população mundial de forma a restabelecer o equilíbrio no planeta), Enigma (um criminoso obcecado por charadas), Duas-Caras (um ex-procurador que após ter sofrido um ataque com ácido, enlouqueceu e desenvolveu uma dupla personalidade assente no conceito de dualidade), Pinguim, Espantalho, Hera, Bane (destaca-se por ter sido dos poucos que conseguiu derrotar o BATMAN), Black Mask (o actual senhor do crime em Gotham City) e mais recentemente surgiu Hush, entre outros.

* Em 1986, numa controversa decisão da editora DC Comics, que envolveu os próprios leitores que podiam participar através de uma votação via telefone no desfecho final, assistimos à morte de Robin/Jason Todd às mãos do Joker, numa das mais violentas sequências em banda desenhada, no desenho de Jim Aparo e publicada na história “Death in the Family” (Batman #426-429). Mas recentemente a história “Hush” (Batman #608-619), somos confrontados com o aparecimento de um novo criminoso em Gotham City, que dá pelo nome de Red Hood. Mais tarde revela-se como sendo o ‘falecido’ Jason Todd!!! Confusos? A DC promete explicar como afinal Jason Todd não morreu, na edição “Batman Annual #25" com data prevista de lançamento para Março deste ano.

Apesar dos seus altos e baixos, a renovação constante da personagem e do seu universo, através da criação de histórias como “Death in the Family”, “Batman: Ano Um”, “O Regresso do Cavaleiro das Trevas”, “Piada Mortal”, “The Long Halloween, “O Homem que Ri” ou ”A Queda do Morcego”, complementado com o sucesso da aposta no (re)lançamento de Homem-Morcego no cinema, com “Batman Begins” (2005), contribuiu para o desenvolvimento e enriquecimento de BATMAN no mundo da banda desenhada, consolidando como um herói de longevidade, na medida em que o comic "Batman" é o único de publicação mensal regular, que nunca foi objecto de qualquer interrupção, desde do seu primeiro número.

Actualmente em Portugal, não existe qualquer revista que publique regularmente as aventuras de BATMAN. O pouco que existe, vêm da Devir que, episodicamente, publica uma história completa e pouco mais. Felizmente, para mim, que há muito que compro o original americano. Garanto todos os meses a minha dose de aventuras. Deixo agora aqui, em jeito de ‘memória futura’, o historial de todas as publicações de BATMAN em língua portuguesa.

"BATMAN" em Portugal:

- A estreia das aventuras de BATMAN em Portugal, aconteceu em Janeiro de 1972, através de tiras publicadas nas páginas do já desaparecido jornal Diário Popular.

- No formato de revista, a primeira publicação dá-se no "Jornal do Cuto", com uma história dividida em oito fascículos, do número 158 ao 166.

- Entre 1982 e 1986, surge a colecção “A Revista dos Super-Herois” da Agência Portuguesa de Revistas, com um total de 42 números, onde Batman alternava com as aventuras do Super-Homem.

- entre 1995 e 1997, inicia-se a fase da Abril/ControlJornal, que adoptou o formato brasileiro e publicou a revista “Liga da Justiça e Batman”, numa colecção com um total de 26 números.

- seguiu-se “Batman (1ª série)", com 19 números publicados; Batman (2ª série)" com 45 números e “Batman Vigilantes de Gotham City”, também numa colecção com 45 números.

- regista-se ainda a publicação de diversos números únicos e mini-séries, tanto da Abril/ControlJornal como da Meribérica.

- a partir do ano de 2000, a editora Devir deu início à publicação (irregular) da colecção “Clássicos Batman” (num total de 5 volumes, até à data) que inclui algumas das melhores histórias de Batman, nomeadamente a fase Frank Miller. Posteriormente também deu inicio à colecção “Universo DC”, actualmente com oito números publicados, onde se destaca o arco “Batman: Silêncio” da dupla Jeph Loeb-Jim Lee.

- em 2004, na colecção “Os Clássicos da Banda Desenhada” do Correio da Manhã, o volume n.º 16 é inteiramente dedicado a Batman.

- em 2005, Batman é de novo escolhido para integrar a colecção ”Série Ouro” do Correio da Manhã, no volume n.º 2.

- a edição em álbuns de luxo da história “Kingdom Come”, com desenhos de Alex Ross e argumento de Mark Waid, pela editora Vitamina BD.

Sites de consulta:

- Site oficial da DC Comics [link]
- The Dark Knight [link]
- Site oficial do filme "Batman Begins" [link]

23 fevereiro, 2006

Traços da personalidade bedéfila

Aproveito a corrente do amigo Ferrão para regressar a este espaço (e espero que com maior assiduidade do que nos últimos tempos) e escrever sobre cinco “traços da (minha) personalidade bedéfila”. A tarefa não se mostrou dificil, afinal estou a falar de uma das minhas maiores paixões. Então aqui fica o meu perfil:

1) Tal como o Ferrão, também sou extremamente obsessivo com o estado de conservação da minha colecção de bd. E não são raras as vezes que já comprei segundos álbuns/revistas por considerar que o estado de conservação dos primeiros não se encontra em conformidade. Só para arquivo dos comics gasto ‘fortunas’ em comprar acessórios, nomeadamente “plastic bags”, “backing boards” e caixas de cartão para arquivo. Os álbuns, mais faceis de artumar, encontram-se devidamente alinhados nas prateleiras. À conta desta obsessão a pilha de repetidos começa-me já a ocupar algum espaço. Mal tenha tempo e paciência....eBay!

2) Capas alternativas. Pode parecer “doença” mas a verdade é que sou “viciado” em capas alternativas. Para todas as minhas colecções de comics americanos, procuro adquirir todas as capas alternativas que sejam editadas. Se assim não fôr, a minha consciência não dorme descansada: a colecção está incompleta! A única limitação é o facto de ser um vício caro. Eu que o diga, sobretudo com a recente história “The Other” do Homem-Aranha!!!

3) Gosto enorme em perder-me em feiras de rua e alfarrabistas, à procura de álbuns e revistas de bd antigas. Ultimamente tenho-me dedicado a reconstruir a minha colecção de bd, que com o tempo se perdeu. Mas como é extraordinário que a visão de uma capa de um antigo “Mundo de Aventuras”, desperte em mim memórias dos meus 15, 16 anos.

4) A criação de listas de todas as minhas aquisições de bd. São folhas e folhas de Excel, mas tenho um registo actualizado de toda a minha colecção de bd e ao preço de custo.

5) Desenhos autografados. São “Monas Lisas” para mim. Não me importo de passar algumas horas em filas para conseguir um. Os que tenho guardo-os religiosamente. Para mais tarde emoldurar.

Seguindo a lógica e pedido desculpa por algum convite repetido, passo a “batata quente” aos seguintes bedéfilos, escolhidos da lista aqui do lado:

Mania dos Quadradinhos
Divulgando Banda Desenhada
Ler Comics

24 janeiro, 2006

No Omolete

pode ser lida uma entrevista com José Carlos Fernandes, datada de 24 de Janeiro mas que conforme se pode entender pelo seu conteúdo, foi realizada no ano passado.

“Fitas” de 2006

Depois de no ano passado termos sido bem tratados no que a adaptações de bd ao cinema diz respeito, leia-se o perfeito “Sin City” e o excelente “Batman Returns” (não considero na excelência os filmes “Fantastic Four” e “Constantine”), o ano de 2006 promete (aparentemente) mais qualidade. Para já, da minha parte, aguardo com bastante expectativa, as seguintes “fitas”, todas com estreia marcada para o 1º semestre de 2006:

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Sites oficiais:

22 janeiro, 2006

Actualizações

Deixo aqui o registo das quatro novas entradas aqui da coluna do lado direito. Como não podia deixar de ser estes novos sítios “só falam de bd”. Passem por lá!

19 janeiro, 2006

O ESTADO DA ARTE EM 2005

 
Escrevo tarde mas nunca é tarde para se fazer balanços. O tema justifica, o balanço do ano de 2005. Um ano marcado pelo marasmo que tomou conta do panorama bedéfilo português. Parece-me ter lido algures, que se publicaram mais títulos em 2005 do que em anos anteriores, mas a sensação que fica é de grande vazio!
 
Com o fecho da editora MERIBÉRICA, os principais títulos de bd franco-belga publicados em Portugal, pelo menos os meus preferidos, ficaram, aparentemente, sem editora, o que se traduziu em mais um ano sem novas aventuras de Blueberry ou XIII. A ASA, agora na condição da maior editora nacional de banda desenhada, aposta, infelizmente, em reedições ou títulos soltos. Bem, lembrava que há mais bd para além de Asterix ou Lucky Luke!
 
A DEVIR continua errante. Aposta demasiado na diversidade e os principais títulos ressentem-se tornando-se publicações irregulares. Obviamente nota negativa. O tão anunciado projecto "Evolução" desapareceu, provavelmente nas rotativas de uma gráfica, sem que deixasse perceber do que se tratava. As restantes editoras são praticamente marginais apenas com lançamentos esporádicos. Actualmente o mercado nacional está em lenta agonia!
 
A pedra no charco foi mesmo aquela que eu considero como a melhor publicação do ano: a saga do Príncipe Valente de Harold Foster numa edição da LIVROS DE PAPEL. Uma aposta arrojada, não só pelo compromisso da publicação integral da obra (cerca de 22 volumes), como pela qualidade do papel (excelente) e pelo próprio formato pouco habitual do livro (27cm x 35cm), mas uma aposta ganha! Uma autêntica lufada de ar fresco no que respeita a publicações. Uma valente colecção, sem dúvida a melhor publicação de 2005!
 
Também em termos de publicações, não posso deixar de citar e atribuir uma menção honrosa a um projecto que nasceu durante o ano intitulado BD Jornal. Conta entre os seus colaboradores, com alguns autores de blogues bedéfilos e veio preencher um vazio que existia no mercado português. Mas sobre este jornal dedicarei uma nota exclusiva nos tempos mais próximos. 
 
Destaco também José Carlos Fernandes, não só pela sua simpatia e disponibilidade, mas também pela seu enorme talento e capacidade de trabalho. Não só teve um excelente ano de 2005, que culminou com a publicação de um volume, da colecção Série Ouro do Correio da Manhã, inteiramente dedicado à sua arte, como se avizinha outro excelente ano em 2006. Aguardo com expectativa a publicação da "A Agência de Viagens Lemming"", do primeiro volume do projecto “Black Box Stories” e do sexto volume da “A Pior Banda do Mundo". Manterá o título de melhor autor português da actualidade.
 
No que respeita a eventos, o FIBDA continua em morte assistida! Apesar da ligeira melhoria relativamente a 2004, sente-se a falta de entendimento entre editoras e organização, ao que acresce a aposta em autores pouco conhecidos do grande público, a péssima localização do festival, a fraca divulgação do evento, que tudo somado se reflecte na escassa afluência do público. A continuar assim, e o projecto FIBDA fica com os dias contados. Depois, temos um Salão de Lisboa a esbanjar dinheiro e um Salão do Porto que tornou virtual!
 
Resumindo, tirando alguns episódios e iniciativas, a regra tem sido deixar o tempo correr sem que nada aconteça. Muito pouco para um mercado que se pretendia cheio de histórias aos quadradinhos! 
 

13 janeiro, 2006

BD infantil no CNBDI

Aqui fica a divulgação do anúncio (recebido via e-mail) de uma exposição de Banda Desenhada infantil feita por autores portugueses, organizada pelo Centro Nacional de BD e Imagem (CNBDI):

“Em Traços Miúdos”, é a exposição que o Centro Nacional de BD e Imagem propõe a partir do dia 19 de Janeiro. Pedro Leitão, José Abrantes e Ricardo Ferrand mostram que há banda desenhada infantil em Portugal.


Durante quatro meses, esta mostra de banda desenhada infantil terá como público alvo os mais novos estando, desde já, previstas iniciativas de animação, como a Hora do Conto, baseada numa das histórias expostas.

A exposição, a inaugurar no dia 19 de Janeiro, pelas 19 horas, será dividida em dois núcleos distintos: o primeiro, que pretende abordar a importância e a história da banda desenhada infantil em Portugal, reunirá autores como Sérgio Luís, Tiotónio, Fernando Bento, ETC, Cottinelli Telmo, Stuart Carvalhais, José Ruy, Augusto Trigo e outros nomes importantes no panorama da BD nacional, nomeadamente infanto-juvenil. Neste primeiro núcleo, será dada, ainda, relevância às publicações que, a partir dos anos 20, fizeram as delícias da juventude. Quanto ao segundo nível, estarão expostos originais de Pedro Leitão, Ricardo Ferrand e José Abrantes, três dos mais importantes autores de BD Infantil portuguesa.
Neste último núcleo, além dos quadros, o espaço estará vocacionado, igualmente, para as actividades e brincadeiras que o CNBDI irá propor aos mais novos.

A exposição estará mais vocacionada, como referido, para um público mais novo. Assim, para marcação de visitas, as escolas interessadas devem contactar o CNBDI, através dos seguintes meios: 214998910 (telefone) ou bd.amadora@netcabo.pt (correio electrónico).

Horário da exposição: de 2ª a 6ª feiras, das 9.30h às 12h e das 14h às 17h.

10 janeiro, 2006

Tintim

A primeira nota bedéfila de 2006 serve para recordar que no longínquo dia de 10 de Janeiro de 1929 (faz hoje 77 anos), o mundo da banda desenhada conheceu um dos seus mais famosos personagens: Tintim e o seu inseparável cão Milou. A primeira aparição aconteceu nas páginas do n.º 11 do Le Petit Vingtiéme, um suplemento juvenil do jornal belga de inspiração católica Le Vingtiéme Siécle, com a publicação do primeiro episódio das aventuras de “Tintim no País dos Sovietes”. Seguiram-se mais 22 aventuras, interrompidas com a morte do seu autor, Hergé, em 1983.