12 agosto, 2008

Polémica sobre o Principe Valente

Esta é para mim talvez uma das noticias bedefilas mais negativas do ano, apesar de ter passado quase despercebida e de poucas reacções ter suscitado neste nosso meio, para grande espanto meu ou não se tratasse de uma das melhores colecções que tem sido publicadas entre nós nos últimos anos e, da qual, eu era grande apreciador. Quando finalmente sai o sétimo álbum (ver imagem) da colecção integral do Príncipe Valente surge a polémica, com uma história mal explicada entre os editores Manuel Caldas e José Vilela que culminou no afastamento do primeiro do excelente projecto que tinha vindo a desenvolver. O portal Central Comics - único sítio onde encontrei uma referência a esta noticia, publicou mesmo uma carta aberta de Manuel Caldas, que tomo a liberdade de transcrever de seguida na integra:

"Estimados seguidores do Príncipe Valente:

Alguns já o sabem, mas outros não: apareceu este mês nas livrarias um novo volume da edição da obra de Hal Foster por mim concebida e a cujos volumes antes publicados dediquei anos de trabalho. No entanto, com o novo volume, o sétimo (1949-50), EU NÃO TENHO ABSOLUTAMENTE NADA A VER. É muito importante que todos compreendam isto, pois, apesar de o meu nome não estar na ficha técnica, há ainda quem tenha dúvidas, sendo para esses que estou a escrever.

Não devia haver razões para dúvidas: o novo volume é mau, muito mau, desde a capa à contracapa; um absoluto arremedo da qualidade e do espírito dos seis anteriores; uma edição que deveria envergonhar todos os que a tornaram possível, mesmo que, com o devido bom-senso, não se tenham arvorado em restauradores das páginas de Hal Foster. Em qualquer parte do mundo, edições assim tão más do PV, com aspecto de fotocópias em sétima ou oitava mão, já não se faziam desde os anos 80 do século XX.

E por que motivo apareço eu agora desligado dum projecto editorial que fora por mim concebido e só graças ao meu trabalho aturado e apaixonado transformou finalmente em êxito comercial uma edição do PV em Portugal? Tinha o actual editor (que anteriormente foi comigo co-editor) poder para me "despedir"?

Era ele o verdadeiro e único editor, apesar de na ficha técnica aparecermos os dois como editores?

Não, ele não tinha poder para me excluir e éramos mesmo ambos os editores. E nem ele era, como muitos pensam, o sócio capitalista, aquele graças a cujo dinheiro fora possível iniciar a edição; não: TODAS as despesas para publicar cada um dos primeiros seis volumes foram suportadas em PARTES IGUAIS pelos dois. Mas, sim, o contrato para a obtenção, da King Features, dos direitos de publicação da obra foi tratado por ele e só por ele assinado.

Não que assim tivesse de ser, mas apenas porque eu vivo na Póvoa de Varzim e ele em Lisboa, onde se situa a agência que representa a King Features em Portugal. No entanto, se os direitos de publicação do PV em Portugal estão na mão dele, entre nós dois foi feito (não logo no início, mas mais tarde, na altura em que resolvemos sanar conflitos que haviam surgido) um contrato que me consagrou como fazedor da edição. E então, porque é que, mesmo assim, resolveu arrumar comigo? Porque, publicados os volumes que implicavam mais trabalho de restauro, considerou ele que a partir do sétimo já qualquer pessoa seria capaz de me substituir, permitindo-lhe a ele ganhar mais dinheiro.

O resultado está à vista nas livrarias e o tribunal decidirá qual a extensão dos direitos de cada um de nós.

Para muitos, a ideia de que, apesar de tudo, eu esteja por trás de tão execrada edição dever-se-á ao facto de nas badanas do livro os textos serem os mesmos dos volumes anteriores. Sim, são os que eu escrevi, mas foram usados sem a minha autorização e, pior ainda, desacreditando-me junto de qualquer pessoa quando a certa altura neles se lê, a propósito da edição: "os 22 volumes que a formarão constituirão a edição a preto e branco definitiva do 'Prince Valiant' de Hal Foster." Que arrojo sem escrúpulos: usar as minhas palavras para impingir gato por lebre! Também disto terei de pedir contas. No entanto, elucidados, só comerão o que é mau os que com tal não se importarem.

Para terminar: que todos saibam também que nada tenho a ver com a actual edição do 'Tarzan' do Russ Manning nem com a futura (e de qualidade muitíssimo duvidosa) edição do 'Flash Gordon' do Alex Raymond. Neste momento, o que eu publico é o 'Hagar', o 'Lance' (segundo volume em preparação) e uma edição em espanhol para venda só por correio do 'Príncipe Valente' (cinco volumes saídos); e preparo o primeiro volume de 'Ferd'nand', com as primeiras tiras (de 1937) da série.

Para todos, saudações cordiais do Manuel Caldas"

Apesar de ainda só conhecermos a versão de uma das partes, quer-me parecer a mim, até pelo conteúdo duro da carta, que esta confusão não terá um final feliz, sendo certo que já existe um lado perdedor e esse é de certeza os leitores e coleccionadores desta colecção. Já tinha adquirido o sétimo volume, bem antes de ter conhecimento desta polémica, apesar de ainda não o ter lido. Agora que folheei algumas páginas, nota-se efectivamente um decrescente de qualidade, não só ao nível da legendagem que se apresenta agora um tipo de letra menos harmonioso com o desenho, como o próprio desenho em algumas das pranchas a não se apresenta tão nítido e com tanto detalhe como nos volumes anteriores.

Já aqui por vezes tinha elogiado esta colecção, não só pela sua ambição - a publicação integral das aventuras do Príncipe Valente, em 22 volumes, mas também pelo nível qualitativo a que se propunha, ou não estivesse Manuel Caldas, reconhecido especialista da obra de Hal Foster, por detrás deste projecto, defendendo mesmo como a edição do ano.

Uma vez alterados os pressupostos qualitativos, da minha parte a colecção termina aqui e lamento que num meio tão pequeno como o nosso, os entendimentos sejam tão difíceis e que projectos válidos raramente chegam ao fim porque valores (egoístas) se sobrepõem ao amor pela banda desenhada!

05 agosto, 2008

E os vencedores são...

Bem sei que este tema não é dos mais actuais, até porque a festa já se realizou (no passado dia 26 de Julho) e já foi falada e discutida noutros blogues, nomeadamente aqui, mas no entanto não posso deixar de registar aqui os vencedores do VI Troféus Central Comics, até por uma questão de arquivo e memória futura deste blogue.

Organizados, desde sempre, pelo portal Central Comics, os troféus destinam-se a eleger, com o voto dos leitores, os melhores autores e obras publicados no ano anterior.

E a lista completa dos vencedores deste ano é a que se segue:

- Melhor curta não editada em álbum: Adeus tristeza de Suza Monteiro (Venham+5)

- Melhor projecto em BD: Série Documental VerBD (Pedro Moura)

- Melhor Fanzine: Venham+5 (Bedeteca de Beja)

- Melhor Revista: BDjornal (Pedranocharco)

- Melhor Livro Técnico: Hergé, Filho de Tintim (Verbo Difusão)

- Melhor Argumento Estrangeiro: Mike Mignola (Hellboy 4)

- Melhor Argumento Nacional: José Carlos Fernandes (A Pior Banda do Mundo 6)

- Melhor Desenho Estrangeiro: Frank Miller (Elektra – O Regresso)

- Melhor Desenho Nacional: Luís Louro (O Corvo v3)

- Melhor Cartoon Estrangeiro: Peanuts – Obra Completa 1957-1958 (v4) (Afrontamento)

- Melhor Cartoon Nacional: Os Portugas no Dakar 2 (Plátano Editora)

- Melhor Publicação Estrangeira: HellBoy 4 – A Mão Direita do Apocalipse (Devir/G-Floy)

- Melhor Publicação Nacional: Obrigado, Patrão (Asa Edições)

- Melhor Editora: Vitamina BD

- Troféu Especial do Júri: Manuel Caldas (editor da Livros de Papel)

Comentário: ao contrário do que sucedeu na edição do ano passado, onde na minha opinião alguns "vencedores" pouco fizeram para merecer esse estatuto, o que aliás motivou o meu desencanto e a minha abstenção na eleição deste ano, considero que os vencedores deste ano, apesar de alguns não coincidirem as com as minhas escolhas pessoais, reflectem de forma mais sóbria e fiel o que melhor se fez em termos bedéfilos durante o ano de 2007. Os votos de parabéns aos vencedores!

De regresso...

... a este espaço depois de umas (merecidas, digo eu) férias para carregar baterias! E entre tantos acontecimentos que houve, começo por assinalar o 3º aniversário de existência aqui das "notas" (em rigor foi no passado dia 31 de Julho). Acreditem que não é fácil manter um blogue, mas existe vontade em o manter. Olho para os números (de textos publicados) no último ano e admito que o blogue não foi tão activo como eu desejava, até porque a sua produção resultou mais "de transpiração do que de inspiração". Olho também para os números (de visitantes) e confesso que fico satisfeito por saber que há por ai quem ainda vá lendo o que por aqui (por vezes) escrevo.

Aliás, não posso deixar de valorizar os visitantes deste espaço, que a partir dos feedbacks obtidos, quer seja através de simples comentários, criticas, sugestões ou outros, contribuíram para novos olhares, novas descobertas (da minha parte) no mundo da BD, sendo talvez esta a principal mais-valia que retiro do blogue deste último ano.

Para este novo ciclo (o quarto) que agora se inicia (já se iniciou) renovo os objectivos traçados inicialmente, ou seja, falar de banda desenhada, nas suas mais diversas formas, contribuindo para uma sua maior divulgação e... de preferência com uma maior actualidade. Tenho previstos alguns ajustamentos e melhoramentos aqui no sitio, a começar por um novo topo. Pretendo ainda rever as listas dos links, recuperar algumas rubricas que se perderam no tempo e iniciar outras. A seu tempo, tudo se revelará.

Então, até já!

De regresso...

... a este espaço depois de umas (merecidas, digo eu) férias para carregar baterias! E entre tantos acontecimentos que houve, começo por assinalar o 3º aniversário de existência aqui das "notas" (em rigor foi no passado dia 31 de Julho). Acreditem que não é fácil manter um blogue, mas existe vontade em o manter. Olho para os números (de textos publicados) no último ano e admito que o blogue não foi tão activo como eu desejava, até porque a sua produção resultou mais "de transpiração do que de inspiração". Olho também para os números (de visitantes) e confesso que fico satisfeito por saber que há por ai quem ainda vá lendo o que por aqui (por vezes) escrevo.

Aliás, não posso deixar de valorizar os visitantes deste espaço, que a partir dos feedbacks obtidos, quer seja através de simples comentários, criticas, sugestões ou outros, contribuíram para novos olhares, novas descobertas (da minha parte) no mundo da BD, sendo talvez esta a principal mais-valia que retiro do blogue deste último ano.

Para este novo ciclo (o quarto) que agora se inicia (já se iniciou) renovo os objectivos traçados inicialmente, ou seja, falar de banda desenhada, nas suas mais diversas formas, contribuindo para uma sua maior divulgação e... de preferência com uma maior actualidade. Tenho previstos alguns ajustamentos e melhoramentos aqui no sitio, a começar por um novo topo. Pretendo ainda rever as listas dos links, recuperar algumas rubricas que se perderam no tempo e iniciar outras. A seu tempo, tudo se revelará.

Então, até já!

22 julho, 2008

O Batman já chegou?

Apesar do filme "Batman: o Cavaleiro das Trevas" estrear entre nós, só na proxima Quinta-Feira, corria o rumor que afinal o Batman já tinha chegado a Portugal. Diversos testemunhos juravam ter obervado um figura vestida de negro, com semelhanças a um morcego, em pose de vigilante no topo de um edificio em Lisboa. Bem, interrompi as minhas férias, peguei na maquina fotografica e fui confirmar se os rumores eram verdadeiros. E conforme se se pode observar nas diversas fotografias aqui reproduzidas, confirmo que o BATMAN ESTÁ EM PORTUGAL!

Brincadeira á parte e o boneco faz parte do marketing que o CC Monumental, no Saladanha, decidiu promover para a estreia do novo filme do Batman, que promete ser apenas “o” acontecimento cinéfilo do ano!


01 julho, 2008

Leitura: WANTED


Num dos lançamentos mais oportunos deste ano, a editora BdMania lançou agora para as bancas a edição portuguesa da “graphic novel” «WANTED» de Mark Millar (argumento) e JG Jones (desenho), apanhando, e muito bem, a boleia da estreia da adaptação cinematográfica entre nós já no próximo dia 10 de Julho.

«Wanted» é talvez das histórias mais alternativas e subversivas que já li, ou não decorresse a acção num mundo desequilibrado, de super-vilões sem super-herois. Como consequência, uma fraternidade de vilões pratica todo o tipo de crimes com uma total impunidade. E é neste cenário que vamos conhecer e acompanhar a vertiginosa “transformação” de um pacato vegetariano chamado Wesley Gibson, cuja existência é marcada pelas traições da namorada com o seu melhor amigo, pelas perseguições dos gangues do seu bairro e pelas humilhações da sua chefe afro-americana.

Mark Millar criou aqui um universo excessivo, com uma história critica, que não obstante a violência explicita, não só em termos de linguagem (onde a tradução portuguesa também não se poupou) mas também visualmente - sendo este último capitulo da exclusiva responsabilidade do excelente desenho de JG Jones - tem algum humor e o seu ritmo narrativo conduz a uma leitura bastante fluida. Apesar de não ter ficado seduzido com o final da história, talvez tivesse preferido que tivesse seguido outro rumo com diferentes desenvolvimentos, acho que o seu desfecho serve os fins a que se destina. No global uma história muito boa. Confio agora que a adaptação cinematográfica tenha talvez outra liberdade, apostando numa narrativa com continuidade.

Esta edição portuguesa, em softcover, vem bem recheada, pois para além da série completa (publicada originalmente em seis comics), inclui também um dossier das personagens principais ilustradas por grandes autores da bd americana, uma galeria das capas dos comics publicados, incluindo edições alternativas, e ainda os esboços e estudos iniciais da concepção de personagens e cenas suprimidas. Tudo isto por um preço a rondar os € 15 numa banda de jornais perto de si.


WANTED
De Mark Millar (argumento) e JG Jones (desenho)
Editora BDMania, 1ª edição, Dezembro de 2007

Nota de Leitura:

BOM (4 em 5)

24 junho, 2008

Cinema: “O Incrivel Hulk” (2008)

Este novo despertar do gigante verde peca, a meu ver, pela sua narrativa algo simplista. Não que isto seja mau, significa apenas que se optou por seguir um caminho diferente do seu antecessor.

Enquanto que no “Hulk” de Ang Lee assistíamos a uma interessante luta emocional e psicológica de Bruce Banner com o seu alter ego, no “Incrível Hulk” de Louis Leterrier temos uma verdadeira demonstração de força bruta do monstro, com obvias vantagens ao nível do impacto visual e da acção do filme. Com o reformular da origem do Hulk, logo no genérico do filme, e ainda não foi desta que a verdadeira história foi contada, apaga-se definitivamente o Hulk de Ang Lee e apresenta-se o novo Hulk da Marvel, sendo que a diferença passa por deixar de centrar toda a lógica do filme no desenvolvimento da(s) personagem(s) para ser pensada em termos de êxito nas bilheteiras. Pode ser discutível esta opção, mas sente-se que já imperam as “Marvel Rules”!

Depois a história é básica, o cientista que procura a cura para a sua “doença” ao mesmo tempo que é perseguido pelo exército americano e pelo meio lá surge o inevitável vilão para o inevitável confronto final. Tudo isto apresentado em duas horas, com momentos de grande intensidade, onde por vezes “Hulk esmaga”, excelentes efeitos especiais (que verdade seja dita, já é trivial no cinema actual) e grandes interpretações, nomeadamente de Edward Norton/Bruce Banner e William Hurt/Gen. Thaddeus “Thunderbolt” Ross.

Face às minhas reticências iniciais, devo dizer que fiquei bastante agradado com o resultado final, não obstante pensar que o filme ideal seria uma mistura dos dois “Hulks” já realizados, da densidade emocional do primeiro com a acção do segundo, mas a perfeição é uma utopia!

Aguarda-se agora com expectativa os “crossovers” que se adivinham!

As minhas estrelas: 4 em 5

01 junho, 2008

Desenhos autografados (3): Mulher


De um encontro casual no aeroporto resultou um interessante troca de palavras sobre o estado da bd portuguesa feita por autores portugueses para a conclusão que faltam autores e obras com contéudo. Mas o que falta aos outros, sobra ao talentoso José Carlos Fernandes, que confirmou o lançamento ainda este ano de "Terra Incógnita", do 2º volume das "Black Box Stories" (pela Devir) e o 1º volume da "Agencia de Viagens Lemming" (Devir). O seu desenho de uma mulher, acima reproduzido, foi feito a aguarela em Outubro de 2004, aquando da realização do 15º FIBDA.

27 maio, 2008

A colecção "Clássicos Disney em BD", pelo Público

Dando um forte abanão neste marasmo em que se encontra a publicação de BD em Portugal, o jornal Público continua a sua excelente aposta na promoção e distribuição de BD. Depois do anúncio da colecção "Blueberry", prepara-se agora para lançar nova colecção, desta vez pensada para os mais novos. Vai reunir os grandes clássicos da Disney, desde dos mais antigos até aos mais recentes, numa única colecção intitulada "Clássicos Disney em BD". São no total 20 volumes, com distribuição todos os Sábados e Domingos, entre 7 de Junho próximo e 10 de Agosto, com um preço de € 2,90 cada. O primeiro volume "Branca de Neve e os 7 anões" é grátis.

Aqui fica o anuncio da colecção, com indicação das histórias a publicar e respectivas datas de lançamento (clicar na imagem para uma melhor visualização).

26 maio, 2008

A colecção "Blueberry" da ASA/Público

Conforme já havia referido no post anterior, é já no próximo dia 4 de Junho, que o jornal Público em colaboração com a editora ASA, dará inicio à Colecção Blueberry.

Todas as Quartas-feiras, ao longo de 18 semanas, serão publicados os álbuns da melhor banda desenhada alguma vez feita sobre o Oeste americano, com a assinatura de Charlier e desenho de Giraud, pelo preço unitário de € 5,90.

Logo à partida, umas das mais-valias desta colecção é a publicação, logo no 1º volume, de uma historia inédita em Portugal. Trata-se de "Apaches" (ver imagem ao lado), um álbum fora da colecção, dedicado ao chefe índio Gerónimo, que inclui além de pranchas inéditas, a história completa de quando Blueberry o conheceu, e que já nos tinha sido dado a conhecer, em flashbacks durante o arco "Tombstone".

De destacar também, finalmente a re-publicação de alguns álbuns à muito esgotados, nomeadamente os nºs 13, 14 e 15 desta nova colecção, e que andavam a ser vendidos a preços de um barril de petróleo (passe o exagero!)


Assim, para os (muitos, espero eu) interessados deixo aqui o calendário completo da colecção:



E para quem quiser conhecer melhor esta magnifica colecção, deixo aqui também o excelente site oficial (em francês).

Boas leituras!

25 maio, 2008

A publicação do ano... (eu sei que o ano ainda não acabou)

No regresso das férias, algures por cima do Oceano, olho nas páginas do jornal Público e não acredito no que estou a ler: anuncia-se uma nova colecção de BD, que se propõe publicar todas as aventuras editadas de Blueberry... e logo para abrir um álbum inédito!!!

Bem sei que ainda vamos entrar em Junho, mas para mim já está encontrada a publicação do ano, a colecção do ano, o melhor do ano!

Já nada mais me interessa, entrei em contagem decrescente para o dia 4 de Junho!


15 maio, 2008

este blogue encontra-se...

este blogue encontra-se...

Afrika

Tenho para mim que um dos melhores álbuns lançados no ano passado, em Portugal, foi "Afrika" de Hermann, da editora Vitamina BD.

Com a acção a desenrolar-se tendo por fundo a paisagem africana, este "Afrika" centra-se na figura de Dário Ferrer, um homem fechado e desencantado, ex-militar, agora responsável pela segurança de uma reserva natural da África Equatorial, com a missão de proteger os animais da caça furtiva.

Um dia, é contactado por Charlotte, uma jornalista que lhe solicita ajuda para fazer uma reportagem sobre caçadores furtivos e de forma inesperada, transformam-se ambos em testemunhas acidentais do massacre de uma aldeia organizado pelo exercito local com o apoio de uma empresa multinacional.

A partir daqui assistimos a uma fuga pela selva, numa luta pela sobrevivência, onde o maior predador é o próprio Homem, com um desfecho imprevisível mas obrigatoriamente trágico.

Uma história bem estruturada, auto-conclusiva, donde se destaca o traço extremamente fiel e realista de autor, nomeadamente no que respeita ao magnifico desenho de animais, transformando este álbum num dos melhores que já li de Hermann.

A minha nota:

Edição: Vitamina BD, 1ª edição de Outubro de 2007

09 maio, 2008

Desenhos autografados (2): Hunter

"Hunter"

Aproveitando a noticia que o desenhador português Daniel Maia foi um dos escolhidos num concurso internacional para a escolha de novos ilustradores, promovido pela editora americana Marvel, publico aqui um desenho autografado seu, da personagem "Hunter", feito em Outubro de 2005, aquando do 16º FIBDA.

08 maio, 2008

70 anos de Giraud

Nascido em Paris, a 8 de Maio de 1938, Jean Giraud é unanimemente reconhecido como um dos grandes nomes da bd franco-belga e uma referência incontornável da bd contemporânea, com uma vasta obra que ultrapassa fronteiras, abrange vários domínios, que vai desde da banda desenhada ao cinema.

Giraud também conhecido pelo pseudónimo de Moebius, teve o seu inicio de carreira em meados da década de 50, com a publicação de alguns trabalhos, nomeadamente "westerns" que serviram de antecâmara ao novo mundo que nos transporta para um Oeste selvagem, que se estende desde das pradarias dos Estados Unidos até ao Novo México, admiravelmente recriado em todo seu ambiente e paisagens, com todas as sua referências, algumas históricas, que iria ser criado, juntamente com Jean-Michel Charlier, em 1963, nas páginas da revista Pilote, daquela que tenho para mim, como a minha banda desenhada preferida, a série "Tenente Blueberry".

A partir de 1973, colabora na criação da revista Metal Hurlant, publicando aqui algumas das suas obras. Dono de um traço único, cria sob a assinatura de Moebius, universos ricos centrados essencialmente numa ficção científica delirante.

Na década de 80, regista-se a passagem pela Marvel americana, colaborando com Stan Lee numa história da personagem Surfista Prateado.

Do trabalho desenvolvido com Alexandro Jodorowsky na série Incal, surge a oportunidade de entrar no mundo do cinema, colaborando como argumentista ou desenhador de cenários, em filmes de ficção cientifica como "Alien", "Tron" ou o "Quinto Elemento", entre outros.

Pela obra já realizada, devemos estar gratos e neste dia dar os parabens ao extraordinário criador de histórias que é Jean Giraud aka Moebius!