12 setembro, 2006

O Estado da BD

Chegado ao centésimo post do blogue, resolvo fazer uma breve análise sobre o estado da BD em Portugal. Na minha condição de bedéfilo comprador, leitor e coleccionador, defino numa única palavra: DESOLADOR!

Em termos gerais, não há grandes novidades nas bancas (para mim a grande excepção foi a excelente surpresa com o regresso de Blueberry), há poucas séries novas, abundam as reedições e as séries descontinuadas. Com lançamentos regulares, apenas existe UMA editora em Portugal, a ASA, o que apesar de insuficiente é meritório, até porque este género de publicação nem é o seu principal negócio. Em termos de números de lançamentos, fala-se num decréscimo de 65% quando comparado com o ano de 2005. Depois soma-se meia-dúzia de revistas marginais, que já se sabe de vida curta, até porque também não há apoios oficiais e o temos o BDjornal, agora em versão renovada e com a aposta na divulgação de autores portugueses mas sempre dependente dos números das vendas. E é tudo. E assim vai o mercado português.

A verdade é que a BD vive também debaixo do estigma de ser uma forma de expressão marginal. A sua falta de classificação como “cultura”, impede-a se calhar de estar na linha da frente, ao lado de outras formas de expressão cultural, na altura de receber apoios do Estado. Aqui estamos com um problema de mentalidades!

Um leitor deste blogue comentou um dia que "nunca tinha visto nenhum editor de BD preocupado em saber o perfil do leitor de BD português”. O problema e se calhar a solução também passam por aqui. As consequências são óbvias, por se editar pouco em Portugal, edita-se mal e o resultado traduz-se na dificuldade em conquistar e (re)conquistar leitores. E não há festivais de BD que valham! E aqui continuamos com um problema de mentalidades!

A quase um mês de distância do FIBDA’2006, surgem rumores que este festival possa marcar um ponto de viragem neste marasmo bedéfilo em que vivemos. Vamos esperar para ver as surpresas, que começam logo pela nova localização. Mas verdade seja dita, pior que a escola Intercultural ou a estação de metro da Falagueira, deve ser difícil. Depois, ao nível das editoras, parece que a PANINI (agora com Maurício de Sousa) vai-se mostrar e a DEVIR vai aproveitar para um segundo fôlego. Esperemos que seja um longo fôlego e de preferência sem os erros do passado. Fala-se na edição da “A Agência de Viagens Lemming” ou o 6º volume de “A Pior Banda do Mundo”, ambos de José Carlos Fernandes, o que me parece bem até porque o JCF é uma aposta ganha (opinião pessoal).

Em termos de organização de festival, apesar do debate, aqui não deve haver surpresas, até porque os editores há muito que andam arredados destas organizações. Apesar de tudo e como sempre (tonto!) mantenho as minhas expectativas altas, mas não elevadas (até porque já se sabe quanto mais alto se sobe….).

Só me resta desejar que estes últimos quatro meses de 2006 sejam bastante mais produtivo em termos qualitativos e quantitativos e que tudo aconteça durante o FIBDA. E já agora tambem desejo uma mudança de mentalidades em Portugal.

Saudações bedéfilas


PS: entretanto por estes dias, este blogue recebeu a sua visita 10.000. Um redondo número que fica associado a um leitor oriundo de Cabo Verde. A partir de agora o contador das visitas passa a marcar cinco dígitos.

26 agosto, 2006

FIBDA'2006 (4)

O FIBDA já abriu as inscrições para os concursos de banda desenhada e de cartoon da edição deste ano. O tema definido para os concursos é: "Um Olhar sobre o Resto do Mundo", tendo em conta que o tema deste ano do FIBDA "17 Graus Periféricos e o Resto do Mundo" quer dar a conhecer autores inéditos ou pouco conhecidos na Europa.
Quer para o concurso de banda desenhada quer para o de cartoon, o prazo limite de entrega dos trabalhos é o dia 25 de Setembro. No final desse mês, o júri reúne para efectuar a pré-selecção, decidir e ordenar os trabalhos premiados.

Para o concurso de BD, as normas de participação definem dois escalões etários: dos 17 aos 30 anos, escalão A e dos 12 aos 16 anos, escalão B. Para o concurso de Cartoon, apenas está definido um escalão, entre os 16 e os 30 anos.

Para que possa ler e imprimir as normas de participação, clique aqui.

20 agosto, 2006

As minhas BD preferidas #7: Fantasma

De volta aos clássicos, desta vez para falar de uma das mais extraordinárias bandas desenhadas que conheço. O Fantasma, criação imortal do autor americano Lee Falk (1911-1999), foi uma personagem inovadora, por ter sido o primeiro herói a apresentar-se com uma identidade secreta, inaugurando assim a longa tradição na bd americana dos heróis mascarados. A história do Fantasma é, na realidade, a saga de uma família, que de geração em geração, através de um juramento (da caveira), renova a promessa de dedicar a sua vida a combater o mal.

Esta estrutura delineada pelo autor, conseguia dar profundidade à personagem, permitindo explorar várias facetas do Fantasma, ao variar a acção e a época das histórias, sendo o leitor, por vezes, “transportado” alguns séculos atrás para acompanhar as aventuras de um outro Fantasma de uma outra geração. A renovação da personagem, através da sua sucessão, para além de humaniza-la permite evitar aqueles desfasamentos temporais tão característicos dos heróis modernos. O Fantasma vive e morre no seu tempo mas ao mesmo tempo é imortal, porque alguém tomará sempre o seu lugar. Nas histórias, a ideia da imortalidade está vincada sob a forma de lendas de “O Espírito-Que-Anda” ou o "Homem-que-nunca-morre" que é sussurrada e provoca terror nos adversários.

O ambiente natural do Fantasma é a região selvagem onde vive. Aqui desenrola-se a maior parte das suas aventuras. No coração da selva, vive numa gruta em forma de caveira. Numa das salas guarda os registos escritos em forma de crónicas das várias gerações e noutra, a sala do Tesouro, encontra-se cheia objectos históricos recolhidos ao longo dos tempos por vários Fantasmas. Depois, existem ainda lugares exóticos como a espantosa praia dourada de Keela Wee com as suas areias de ouro ou a extraordinária Ilha de Éden, onde animais selvagens convivem amistosamente com monstros pré-históricos.
O Fantasma é também o Comandante da Patrulha da Selva, um corpo policial criado por um dos primeiros Fantasma, que tem como missão assegurar a Lei e Ordem na selva, sendo normal a intervenção destes nas histórias. Curiosamente o elemento “civilização” encontra-se muitas vezes ausente, ficando mesmo inexpressivo na narrativa, mesmo quando a acção se desloca para a cidade. Geralmente quando viaja, o Fantasma age de forma anónima, usando sempre uma gabardina, óculos escuros e chapéu.

Rezam as crónicas que o primeiro Fantasma foi Sir Christopher Standish, filho de um antigo marinheiro da frota de Cristóvão Colombo. No século XVI, numa das viagens, o navio que o seu pai era comandante, foi atacado por piratas Singh ao largo da costa de Bengala, país imaginário situado algures no continente africano, sendo o jovem Kit (diminutivo de Christopher) o único sobrevivente. Socorrido pelos pigmeus Bandar da selva africana, faz pela primeira vez o juramento, sobre a caveira do assassino de seu pai, dando assim origem à linhagem do Fantasma. Desde então, os habitantes da selva (excepto os pigmeus Bandar) acreditam que ele seja eterno, quando na verdade o actual Fantasma pertence à 21º geração.

Além da máscara, que nunca tira, e do trajo (curiosamente, o seu autor tinha previsto um trajo cinzento, mas quando a primeira edição a cores foi impressa, em 1939, por problemas na gráfica, a cor que saiu foi roxa, e assim foi mantida), Lee Falk dotou este herói de outros símbolos. O símbolo do Fantasma é uma caveira. Para além da já referida gruta da caveira, usa na sua mão direita o anel da caveira ou a marca do mal, utilizado frequentemente para marcar a face dos seus inimigos, quando utiliza os punhos; na mão esquerda, usa outro anel, cujo símbolo significa a marca do bem, que garante a quem usar que estará sempre sob sua protecção.

Propriedade da King Features Syndicate, o Fantasma fez a sua estreia a 17 de Fevereiro de 1936, com a história The Singh Brotherhood, nas páginas do “New York American Journal”, sendo o seu primeiro desenhador Ray Moore (1905-1984). Mais tarde, este foi substituído por Wilson McCoy (1902-1961) e, a partir de 1963, foi Sy Barry quem se encarregou dos desenhos durante cerca de três décadas. Mais recentemente, foi um seu assistente, George Olesen, que tomou conta dos desenhos, bem como Graham Nolan. De referir, que foi o próprio Lee Falk que ao longo de sessenta anos ininterruptos se encarregou de escrever os argumentos das histórias, ostentando por isso o título de autor de banda desenhada com maior longevidade.

Actualmente, através da King Features, continuam a ser publicadas tiras diárias em jornais de todo o mundo, as aventuras do 21º Fantasma, que é casado com Diana Palmer, funcionária da ONU, e pai de um casal de gémeos, Kit e Eloise. Em formato comic, a editora americana Moonstone publica um título regular desta personagem, “The Phantom”, que não tem qualquer ligação com as tiras publicadas nos jornais.

O FANTASMA EM PORTUGAL

Ao longo dos anos, o Fantasma surgiu em inúmeras publicações e reedições nos Estados Unidos e noutros países, incluindo o Brasil, onde foi publicado em revista própria durante longos anos. No nosso país, foi principalmente no saudoso Mundo de Aventuras que o divulgou e popularizou, havendo no entanto outras publicações (ex: Selecções do Mundo de Aventuras) que também publicaram histórias soltas deste herói. Infelizmente, não há registo de qualquer título de carácter regular inteiramente dedicado ao Fantasma.

No ano em se comemora os 70 anos da sua primeira publicação, a editora brasileira Opera Graphica aproveitou para lançar uma edição comemorativa, "O Fantasma - Sempre aos Domingos", que reúne todas as histórias do Fantasma escritas por Lee Falk e desenhadas por Ray Moore, que foram publicadas originalmente entre Maio de 1939 e Outubro de 1942, cuja capa reproduzo aqui ao lado. Um autêntico tesouro!

Pena é que as editoras portuguesas andem distraídas!



Sites relacionados:
- Fantasma News (Brasil)
- Os Amigos do Fantasma (EUA)

Consultas efectuadas:
- post “The Phantom, O Fantasma” no blogue MANIA DOS QUADRADINHOS
- “Mandrake & Fantasma” na colecção OS CLASSICOS DA BANDA DESENHADA
- “Fantasma (banda desenhada)" na Wikipédia.org

14 agosto, 2006

Site (oficial) "The Dark Knight"

Photobucket - Video and Image Hosting

O regresso de Batman ao cinema, depois de “Batman Begins”, começa a tomar forma. O novo filme “The Dark Knight”, realizado por Christopher Nolan, marca o regresso de uma das mais espantosas personagens do universo Batman e um dos seus piores inimigos, o Joker, interpretado pelo actor Heath Ledger. Agora foi disponibilizado aquele que aparenta ser o site oficial do filme. Por agora apenas podemos visualizar o emblema do morcego sobre um fundo negro. O filme tem estreia agendada para 2008.

11 agosto, 2006

FIBDA’2006 (3)

Maurício de Sousa, o mais conhecido autor de banda desenhada brasileiro, que recentemente se mudou de “armas e bagagens” para a PANINI, editora que ganhou assim a exclusividade para Portugal e Brasil (a partir de 1 de Janeiro de 2007) das revistas da TURMA da MÓNICA, é um dos autores cuja presença já está confirmada para a edição deste ano do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. Depois da sua passagem pelo Festival em 2003, Maurício de Sousa certamente não deixará de aproveitar esta ocasião para nos apresentar a sua nova personagem, o Ronaldinho, inspirada no famoso jogador do Barcelona, com o mesmo nome.


Ler também:
- FIBDA’2006 (2)
- FIBDA’2006 (1)

Cinema: "Super-Homem: O Regresso"

Em “Superman Returns” o sabor da frustração começa logo com as cores do novo uniforme do Super-Homem. O vermelho dá lugar a um bordeuax, que visualmente desbota. Há cores que não se mudam. Depois temos um argumento fraco, básico, sem desenvolvimento e por vezes sem nexo, cheio de personagens secundárias inúteis (Martha Kent, Jimmy Olsen ou Richard White) e nem os salpicos de uns bons efeitos especiais se mostram suficientes para justificar a expectativa que este “regresso” criou. Três ou quatro bons momentos no filme não são suficientes. Aliás nem se percebe porque que o filme tem a duração de duas horas e meia, quando não afinal não há muita história para contar. Está bem que houve a necessidade de recuperar o herói e criar condições para as sequelas, mas também é verdade que Bryan Singer já nos habituou a muito melhor e tinha a “obrigação” de cumprir. Afinal tem o talento, havia os meios e o Super-Homem tinha o potencial. Infelizmente falhou. Ao nível dos actores principais cumpririam com o exigido, tendo pessoalmente gostado da interpretação de Kevin Spacey como Lex Luthor. Mas isto sou eu que sempre gostei dos vilões.

Recomendo apenas a fans do Super-Herói (o que manifestamente não é o meu caso).

As minhas estrelas: 2 em 5

Posters de 300

Aqui estão os primeiros posters promocionais do filme «300», uma adaptação da magnífica obra de banda desenhada da autoria de Frank Miller, que se encontra publicada em Portugal, numa edição da Norma Editorial e que foi vencedora do prémio para o «Melhor Desenho Estrangeiro» na última edição dos Troféus Central Comics.
 
Site oficial do filme [link] 
 

09 agosto, 2006

O Regresso do Super-Homem

Chegado o mês de Agosto, torna-se normal a ausência de novidades em matéria de banda desenhada, pelo que a principal noticia nos tempos que correm, é mesmo o regresso do Super-Homem .....mas no cinema.

Apesar de, pessoalmente, não ser grande entusiasta deste super-herói, estou bastante curioso em relação ao novo filme, intitulado “Superman Returns” (no seu titulo original), não só por se tratar da adptação de uma banda desenhada mas também devido à sua longa ausência dos cinemas e por ser realizado pelo excelente Bryan Singer (o realizador de “X-Men” e “X2”).

Em termos cronológicos, esta nova aventura, encaixa-se depois do “Superman 2 – A Aventura Continua”, uma vez que o realizador optou, e na minha opinião muito bem, por recuperar o espírito dos dois primeiros filmes da saga, “Superman” (1978) e o referido “Superman 2” (1980), ambos realizados por Richard Donner e ignorar positivamente os restantes (3 e 4), de cujos títulos já nem me recordo.

De forma resumida, a história do filme conta o regresso do Super-Homem (Brandon Routh) à Terra, depois de uma ausência de vários anos. Lois Lane (Kate Bosworth) entretanto casou e Lex Luthor (Kevin Spacey) saído da prisão, aproveita para preparar (mais um plano) para destruir o seu arqui-inimigo. O habitual nos (re)lançamentos. Não alterar muito a fórmula original. Para os interessados aqui fica o link do site oficial do filme.

Para além de todo o marketing associado ao filme, a DC Comics aproveitou a ocasião para fazer o lançamento de quatro edições especiais "Superman Returns" (uma por personagem), escritas por Bryan Singer, que servem de lançamento do filme, e basicamente fazem a ligação entre o final de “Super-Homem 2” e o este novo filme, contando ao que se passou durante a ausência do Super-Homem. “Krypton to Earth”, “Ma Kent”, “Lex Luthor” e “Lois Lane” são os títulos desta colecção, existindo ainda uma "quinta edição", totalmente digital, que pode ser lida aqui.

O filme tem feito uma boa bilheteira no box-offce americano, com ganhos no valor de 190 milhões de dólares, em seis semanas de exibição, sendo o filme do Super-Homem com maior sucesso, ocupando actualmente a 8ª posição no top das adaptações de banda desenhada mais rentáveis de sempre (fonte box-office Mojo). Já se fala numa sequela para 2009.

Estreia em Portugal na próxima Quinta-Feira, 10 de Agosto.

31 julho, 2006

1º Aniversário

Faz hoje um ano que iniciei este blogue. Move-me o gosto pela Banda Desenhada. É este um dos propósitos deste blogue, contribuir para a sua divulgação, dar a conhecer novos mundos ao Mundo.

Um ano depois, o saldo é bastante positivo. Não só pelo número de visitas mas tambem pelos "feedbacks". Apesar de não ter quaisquer objectivos estabelecidos ou metas a alcançar, “alimentar” este blogue não deixou de ser uma experiência bastante gratificante, pelo que estes últimos 365 dias, apesar de trabalhosos, foram bastante frutuosos, que serviram para dar e também para receber. Assim, a todos os leitores que por aqui vão passando, OBRIGADO pelo vosso tempo.

Da minha parte, prometo continuar a "trabalhar"!

Que a Banda Desenhada em Portugal nunca se perca!

Saudações bedéfilas

O Mundo Lusitano das HQ's

Do outro lado do Oceano, Sónia Luyten, investigadora e autora brasileira que resolveu fazer o caminho inverso de Cabral e descobrir o que está por detrás do mundo lusitano das HQs. Publicou um interessante artigo sobre a "nossa" banda desenhada, que eu tomo a liberdade de o republicar aqui.
 

Portugal: das histórias aos quadradinhos às bandas desenhadas 

Por Sonia M. Bibe Luyten

No Brasil, falamos o idioma português. Também herdamos boa parte da cultura que Portugal trouxe após o descobrimento. Mas, em matéria de histórias em quadrinhos… mal nos conhecemos. Os fãs de HQ sabem mais sobre o Yellow Kid do que a respeito das Aventuras Sentimentais e Dramáticas do Senhor Simplício Baptista, publicado em 1850, muito antes do seu par norte-americano, em 1896.

As histórias aos quadradinhos ou bandas desenhadas portuguesas possuem uma riqueza e abundância de histórias e autores e uma bibliografia especializada no assunto tão grande, que é de fazer inveja para qualquer um que se dedique ao assunto. Por isso, em dois (ou mais) capítulos vamos fazer o caminho inverso de Cabral e descobrir o que está por detrás do mundo lusitano das HQs.

Dos pioneiros de 1850 aos artistas maduros da década de 1940

A produção das histórias aos quadradinhos, como eram denominadas em Portugal em seu primeiro século de existência, começa em 1850, com a publicação da primeira história de Aventuras Sentimentaes e Dramáticas do Senhor Simplício Baptista, assinada por Flora, provavelmente o pseudônimo de Antônio Nogueira da Silva, um dos mais importantes caricaturistas desta época.

Esta história em seqüência de quatro vinhetas, ou em tiras de duas vinhetas, apareceu no número 18 da Revista Popular, no dia 3 de agosto de 1850, atingindo todos os requisitos para se considerar uma HQ. 

No entanto, o maior artista gráfico português do século XIX e início do XX foi Raphael Bordallo Pinheiro (1846 – 1905). Ele pintou e bordou como ninguém em sua época. Chegou até a passar uma temporada no Brasil e, em 1875, tornou-se grande amigo de Angelo Agostini, o nosso grande pioneiro das HQs, com as Aventuras de Nhô Quim, em 1869. 

Raphael Bordallo, além de ilustrações, caricaturas, desenhos e quadrinhos, tinha também uma fábrica de cerâmica e seus artefatos neste campo ficaram tão famosos quanto suas obras gráficas. Entre 1870 e 71, ele iniciou sua revolução na ilustração gráfica portuguesa nas revistas A Berlinda e O Binóculo.

Já em 1872, ele transpôs as fronteiras com seu álbum Apontamentos de Raphael Bordallo Pinheiro sobre a Picaresca Viagem do Imperador Rasilb pela Europa. “Rasilb” é um anagrama de “Brasil” e o personagem principal era o próprio Imperador Dom Pedro II, que passou parte considerável de seu longo reinado viajando pelo mundo, o que o tornou um alvo de chacota do artista português, liberal e anti-monarquista.

Ao lado de Eça de Queirós, Raphael Bordallo Pinheiro foi uma das grandes figuras da famosa “Geração de Setenta” (anos 70 do século XIX), que é considerada a grande criadora de caricaturas nacionais. Da criatividade de Eça surgiu o famoso Conselheiro Acácio; e de Raphael, o Zé Povinho, criado nas páginas da revista Lanterna Mágica, em 1874, e que tornou-se o maior acontecimento de toda a produção satírica portuguesa.

O Zé Povinho, até hoje, é um personagem emblemático, uma representação simbólica – ainda que caricatural – da personalidade lusa, desde o século XIX até os dias atuais. Só a respeito de Raphael Bordallo, foram publicados inúmeros livros e artigos; e sua contribuição para as artes gráficas encanta até hoje. Os quadrinhos portugueses foram muito precoces também no segmento infantil, com publicações como O Amigo da Infância, editada pela Igreja Evangélica Portuguesa, de 1874 a 1840; e Recreio Infantil, de 1874 a 1876.

Outras revistas para crianças foram: Jornal da Infância (1883), O Gafanhoto (1903). Aliás, neste último caso, o personagem homônimo, que deu nome à revista, tornou-se o primeiro grande herói dos quadrinhos infantis portugueses.

Por outro lado, no mesmo período, também já apareciam quadrinhos eróticos como A Chacota (1882) e O Pimpão (1879). O período que vai de 1910 a 1940 é considerado a era artística do quadrinho português. Isso quer dizer que as produções do gênero eram fruto de um trabalho individual aprimorado. Como grande exemplo destes tempos, citamos Stuart Carvalhais (1887 – 1961). Ele é considerado o verdadeiro criador dos quadrinhos portugueses quando publica, em 1915, a história de Quim e Manecas, na revista Século Comico.

Tratam-se das peripécias de dois malandros, tipicamente anarquistas juvenis; e seu aparecimento coincide com a mudança política do autor, quando abandona seus ideais monarquistas e passa a apoiar a república. Stuart Carvalhais era polivalente. Trabalhou em todos os setores de artes gráficas e, na área de quadrinhos, em praticamente todas as revistas e jornais de sua época.

Na década de 1920, aparece uma revista decisiva no cenário português, o ABC-zinho. Lançada por Stuart Carvalhais, contou com a preciosa colaboração de Cotinelli Telmo (1897 – 1948) e virou uma referência obrigatória para todos os que se interessam pelo quadrinho lusitano. Ainda mais influente do que o ABC-zinho foi O Mosquito, criado em 1936, e que durou até 1977. Nesta revista colaborou uma plêiade de grandes artistas, como Eduardo Teixeira Coelho (E.T.Coelho), José Garcez e Jayme Cortez.

A vez do público juvenil

O sucesso da revista infantil ABC-zinho fez ver aos editores a viabilidade de uma imprensa periódica juvenil. E, entre as décadas de 1920 e 1930, inúmeros títulos, uns duradouros, outros não, chegavam às mãos da moçada lusitana. Revistas como O Carlitos, O Senhor Doutor, e suplementos encartados nos jornais como Có-Có-Ró-Có (do Diário de Notícias) e Tic-Tac, eram publicadas em diversas cidades de Portugal, trazendo os maiores desenhistas deste período.

Além disso, nos anos compreendidos entre as duas Grandes Guerras, os próprios portugueses diziam que houve tanta proliferação de revistas humorísticas, quanto o número de tendências e partidos políticos. Na década de 1930, aparece a revista O Papagaio, da imprensa católica infantil, por onde passaram outros bons nomes do desenho, como Tom (um carioca que imigrou para Portugal aos 20 anos), José de Lemos, Júlio Resende, Arcindo Madeira e muitos outros.

Houve ainda dois acontecimentos que fizeram com que a produção de quadrinhos portugueses tomasse um rumo ainda mais firme. O primeiro foi durante a Segunda Guerra Mundial, na qual Portugal manteve neutralidade absoluta, mas proibiu a publicação de quadrinhos estrangeiros. Desta maneira, o país se manteve livre da avassaladora influência norte-americana, o que motivou o aparecimento de novos artistas e séries e difundiram hábitos de leitura.

Logo depois da vitória dos aliados, com o fortalecimento da ditadura salazarista, aprovou-se uma lei exigindo que 75% das histórias em quadrinhos publicadas fossem de origem portuguesa. Dessa maneira, não é preciso perguntar por que as histórias aos quadradinhos tiveram tanta força em Portugal, apesar da censura. Aliás, sabemos nós, aqui no Brasil, que a censura política aguça ainda mais o espírito criador dos artistas.

Mas nem todos os desenhistas sentiam-se muito felizes com o regime ditatorial, e um dos mais importantes deles, Jayme Cortez, resolveu imigrar para o Brasil, em 1947. Aqui, ele se tornou um grande mestre para muitos artistas brasileiros e trabalhou em diversos órgãos, além de dar assistência para jovens da época como Mauricio de Sousa. Juntamente com Jayme Cortez veremos um grupo de desenhistas como Eduardo Teixeira Coelho, Fernando Bento, António Barata, José Rodrigues Neves, José Ruy, José Garcês e Vítor Péon, que consolidaram os quadrinhos em Portugal. O peso deles é tão forte, que a “Escola Portuguesa” das HQs começa aí.

 

27 julho, 2006

Licenciatura em BD

A Escola Superior de Artes do Porto - ESAP Guimarães resolveu criar uma inédita Licenciatura em Artes BD/Ilustração. Segundo os objectivo do curso, “os diplomados com esta Licenciatura estarão habilitados para a criação, quer por iniciativa própria quer por solicitação profissional de trabalhos na área da Banda Desenhada e da Ilustração nas suas várias vertentes (comercial, publicidade, científica, artística, centrada em públicos amplos ou específicos, criando conteúdos originais ou adaptando material prévio), e ainda a serem capazes de relacionar a sua produção efectiva com o mercado existente”. Para os interessados, mais informações podem ser obtidas através do site da escola em www.esap-gmr.com

24 julho, 2006

Leitura: Mister Blueberry - Dust

Três anos após o último álbum publicado em Portugal pela extinta Meribérica, Blueberry está de regresso ao mercado nacional. O novo álbum, “Dust”, agora sob a chancela da editora ASA, constitui o 28º título (devidamente assinalado na lombada) da série.

Escrito e desenhado por Jean Giraud, este álbum vem encerrar o ciclo “Mister Blueberry” (ver “Mister Blueberry”, “Sombras sobre Tombstone”, “Gerónimo, O Apache” e “OK Corral”). A acção desenrola-se em Outubro de 1881, na cidade de Tombstone, onde encontramos Blueberry a recuperar dos graves ferimentos que sofreu após ter sido alvejado pelas costas (ver álbum "Mister Blueberry"). O relato final das suas histórias ao escritor Campbell, incluindo o episódio que dá o nome ao álbum, bem como as situações que se desenrolam nos intervalos desta narrativa, confirmam a singular natureza deste herói. Entretanto, toda a sucessão de acontecimentos e histórias desencontradas ocorridas anteriormente têm agora aqui o seu desenlace final. O autor, com mestria, aproveitou e soube enquadrar na trama, o histórico duelo em "OK Corral", que opôs os irmãos Earp/Doc Holliday aos irmãos Clanton/McLaury, melhorando um argumento que por si só já é rico por natureza, tal as histórias e a singularidade das suas personagens. No final, assistimos ao renascimento de Blueberry, “teso mas vivo”, nas suas palavras, e preparado para novas aventuras.

Toda a narrativa de “Dust” encontra-se bem estruturada, que conjugada com a perfeição do desenho consegue transmitir uma sensação de movimento ao leitor, que facilmente o cativa, no entanto, não posso deixar de recomendar uma leitura prévia dos álbuns que o antecedem para um refrescar de memória e/ou melhor entendimento da história. Aconselho os saldos da FNAC, onde se podem comprar os álbuns anteriores com preço a partir de €2,90.

Dust” marca o regresso de uma excelente BD ao mercado nacional, e quando se trata provavelmente do melhor "western" em banda desenhada do mundo (desculpem a minha parcialidade), a recomendação que deixo é que é de LEITURA OBRIGATÓRIA. Por todos os motivos, considero-a a edição do ano!

A minha nota:

Edição: ASA, 1º edição de Maio de 2006.

22 julho, 2006

FIBDA’2006 (2)

Depois de escolhido o tema para a edição deste ano, chegou agora a vez das instalações. Assim, após dois anos na estação de Metro da Falagueira, local que não deixa saudades, a 17ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, a decorrer entre os dias 20 de Outubro e 5 de Novembro, vai mudar mais uma vez de casa, transferindo-se para o novo Fórum Luís de Camões, localizado na freguesia da Brandoa.
Depois da Fábrica da Cultura, da Escola Intercultural e da estação do Metro da Falagueira, esperemos que seja desta que o FIBDA encontre umas instalações que dignifiquem o evento. Para confirmar em Outubro.

Ler também FIBDA’2006 (1).

20 julho, 2006

Civil War

De regresso. Bem mais ou menos, estou dependente do estado de humor do meu computador. Para já está a funcionar. Mas falemos de coisas importantes. Já vêm um bocado fora de tempo, mas não posso deixar de falar na novidade bedefila que maior impacto me causou no período pós-férias.


Havia necessidade? Afinal o Homem-Aranha é um dos meus personagens preferidos.

À primeira vista parece-me o fim do Homem-Aranha. Agora que se revelou publicamente faz algum sentido voltar a andar mascarado? Sempre desconfiei destes grandes eventos, tanto da Marvel como da DC, e esta Civil War (CW) também não me inspira confiança. Sei bem que o objectivo final é o $$$ e para isso pouco interessa se a natureza das personagens é desvirtuada, mas haja limites e bom senso!

No ínicio desta história (CW), as necessidades invocadas para o registo dos super-heróis e dos super-vilões são ridiculas e no primeiro número apenas achei interessante a posição de confronto assumida pelo Capitão América, mas agora depois da revelação do Homem-Aranha, confesso que a história piorou em todos os sentidos. As primeiras consequências, os processos legais têm tanto de estúpido como de absurdo. Pergunto só se não bastava ao Homem-Aranha registar-se sem se revelar publicamente? Gostava de saber com o irão resolver esta trapalhada?

Lá continuarei a acompanhar toda esta “tanga”, via Amazing, com esperança que no final desta história, um "passe de mágica" volte a colocar tudo como era, ou seja, antes antes de CW!!!

Haja paciência para estas invenções!!!

17 julho, 2006

Aviso à navegação...

É só para dizer que este blogue NÃO acabou! Promete retomar a sua actividade normal assim que o computador recupere da insolação que apanhou e dê sinais de vida!!!

10 junho, 2006

Novo "Sin City"

São estas as primeiras imagens de ”Sin City – Balas, Garotas e Bebidas" de Frank Miller, o novo volume que a Devir se prepara para lançar no final do mês……… no Brasil. Por cá, continuamos à espera de melhores dias!!!

09 junho, 2006

Notas Soltas

- (regresso!) Começo por destacar o regresso do BDjornal, após a interrupção por um mês para balanço. O Jorge Machado-Dias anuncia no seu blogue, que a partir do próximo dia Sábado, 10 de Junho, o BDjornal (2º ano) já pode ser comprado, por exemplo, no Stand da Devir da Feira do Livro em Lisboa. Felizmente que o projecto não morreu!!!

- (novidade!) O jantar comemorativo do 21º aniversário da Tertúlia BD de Lisboa, uma iniciativa do incansável Geraldes Lino, que de forma ininterrupta se reúne todos os meses na primeira Terça–Feira do mês, foi aproveitado por Daniel Maia para fazer a apresentação do novo site Tertúlia BDzine (TBDZ), um sitio que para além de dar a conhecer o fanzine de BD, serve também de arquivo para consulta on-line, para além de ser um local de discussão através do fórum. Resumindo e parafraseando o autor, "uma tertúlia virtual"! Para aceder ao TBDZ basta clicar aqui!

- (desabafo!) Chegados a Junho e apesar de constar no press-release das novidades na banda desenhada agendadas para Maio, as Edições ASA continua sem publicar “Dust”, o último do “Blueberry”! Está mal!!!

- (critica!) A Devir continua sem dar sinais de vida (ou de morte). Não há comunicados oficiais da editora, não há publicações novas. Que se lixem os leitores assíduos cujas colecções ficaram incompletas. Que se lixem aqueles que gostam do José Carlos Fernandes. Raios partam as “evoluções”!!!

- (partida!) mais dois dias e este autor dá férias aos seus leitores e vai de férias três semanas!!!

06 junho, 2006

"24h # Volta a Portugal em BD"

Acabei de receber e ler as “24h Volta a Portugal em BD”, uma iniciativa inédita da responsabilidade das edições DrMakete, que através de um original desafio lançado a autores portugueses, conseguiu reunir vários estilos e tendências do panorama da BD portuguesa. O resultado foi um livro de Banda Desenhada com 24 histórias diferentes, em 24 horas em 24 locais diferentes.
Confesso que fiquei surpreendido pelo excelente resultado final. Excluindo o "mestre" JCF, temos grandes talentos. Pena é, que por falta de apoios, a iniciativa se tenha ficado por um livro único com uma tiragem limitadíssima (300 ex.) até porque autores e material não deve faltar por esse país fora.
Espero que tenha sido lançada a semente, até porque a “nossa” Banda Desenhada bem precisa de divulgação!

Entre todas as histórias, as minhas três preferidas vão para “Matosinhos” de Nuno Sarabando/Hugo Jesus, “Vilamoura” de José Carlos Fernandes e “Olhão” de Rocha. Excelentes traços e humor q.b.

Também aqui fica aqui o meu agradecimento à DrMakete pelo exemplar que me enviaram.

31 maio, 2006

Ainda a propósito dos troféus Central Comics

No seguimento de vários comentários deixados ao post “Vencedores dos troféus Central Comics” de 30 de Maio, entro aqui numa saudável discussão sobre os mesmos. Considero que apesar dos “Sin Citys” e ”A Pior Banda Mundo” editados, a DEVIR, no ano passado, poucas edições teve que justificasse o prémio como a “Melhor Editora” com 39% dos votos(!), antes pelo contrário, os dedos das duas mãos não chegavam para contar os lançamentos errantes. A minha primeira escolha tinha sido a editora LIVROS DE PAPEL pela sua arriscada e bem sucedida aposta de qualidade no “Príncipe Valente”. Também desconfio do segundo lugar da VITAMINA BD, porque até considero alguns dos lançamentos da editora ASA bastante superiores, nomeadamente “Bouncer, “O Vôo do Corvo” ou “Blacksad”. Também não nos podemos esquecer que o papel de uma editora não se limita à edição mas também inclui a promoção de banda desenhada, e a ASA, trabalhou bem nesta área, nomeadamente através dos convite feitos a importantes autores para participarem no FIBDA. Quanto a Frank Miller, perante a short-list a concurso na final, acho que os prémios foram bem entregues, apesar de preferir como "Melhor Desenho" o trabalho de Juanjo Guarnido em "Blacksad 3 – Alma Vermelha". Enfim, gostos!

30 maio, 2006

Nova revista de BD

Chega agora ás bancas e chama-se HL Comix. “O HL deriva de herpes labial que quando se apanha é para a vida e assim espero que o mesmo aconteça com a HL Comix”. É assim que é anunciada pelo seu autor (Derradé) esta loucura: uma revista de BD, Humor e Cultura Alternativa. Convenhamos que não deixa de ter uma certa razão, afinal estamos a falar de uma revista portuguesa de bd. Assim, bimestralmente, nas bancas de todo o país, são 36 páginas b&w e capa a cores por apenas 2 €. Caem bem estas iniciativas, nem que sirvam para abanar as “águas estagnadas” do panorama bedéfilo português. Ao novo projecto em prol da banda desenhada, os votos de maior sucesso! Amanhã já vou ver se a descubro numa banca perto de mim!

A acompanhar a revista, o seu autor criou um blogue onde anuncia as novidades no que respeita à HL Comix. É só clicar aqui.

Vencedores dos Troféus Central Comics

Realizou-se no passado Sábado, a entrega dos IV Troféus Central Comics, numa iniciativa do portal Central Comics, cuja participação dos leitores de banda desenhada é fundamental. Numa análise sintética dos resultados, direi que a votação, pautada pelo equilíbrio, destacou desde logo José Carlos Fernandes (2 prémios) e de Frank Miller (3 prémios) como os autores nacional e estrangeiro, respectivamente, preferidos dos leitores. Gostei do troféu para a “Melhor Edição de Bancas” atribuído ao “BDJornal” (a minha escolha) e confesso que fiquei surpreendido com a escolha, de novo, da Devir como “Melhor Editora” (quanto mais me bates…). Quanto ao Daniel Maia como autor do “Melhor Desenho Nacional” é merecido, mas é pena não existir actualmente nenhuma publicação de carácter regular com a sua arte. Face ao panorama bedefilo em Portugal, em especial no que se refere ao ano de 2005, penso que melhores opções não havia.

Segue-se a lista completa dos vencedores deste ano, nas várias categorias:

- Melhor Editora Devir – 39% dos votos

- Melhor Álbum Nacional Série Ouro – José Carlos Fernandes (Correio da Manhã) - 39%

- Melhor Argumento Nacional José Carlos Fernandes ("O Depósito de Refugos Postais") – 36%

- Melhor Desenho Nacional Daniel Maia (Sketchbook #1) – 45%

- Melhor Álbum Estrangeiro Frank Miller’s 300 (Norma) – 34%

- Melhor Argumento Estrangeiro Frank Miller (Sin City) – 31%

- Melhor Desenho Estrangeiro Frank Miller ("300") – 27%

- Melhor Álbum de Tira ou Prancha Cómica/Cartoon/Caricatura Estrangeira Mutts 3 – Mais Coijas! (Devir) – 44%

- Melhor Álbum de Tira ou Prancha Cómica/Cartoon/Caricatura Nacional "Há Vida em Markl" (Gradiva) – 33%

- Melhor BD Curta/Cartoon/Tira Cómica Nacional Não Publicada em Álbum Arquivo 20 - Marte 2205 – 29%

- Melhor Edição de Bancas "BDJornal" – 34%

- Melhor Edição de Investigação/Especializada "Tintim – O Sonho e a Realidade" (Verbo) – 31%

27 maio, 2006

76ª Feira do Livro de Lisboa

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Assim que passar esta hora de calor, tenciono dar um salto até à Feira do Livro. Apesar de constituir um palco privilegiado para novos lançamentos, a verdade é que no que respeita à banda desenhada é raro isso acontecer. O normal é mesmo as editoras aproveitarem a feira para escoar stocks, mas nem sempre a preços de feira. Para hoje, segundo o site oficial da feira, são estes os livros do dia (não sei a que preços):

Edições Devir:
- “A Grande Matança”, de Frank Miller
- “O Depósito de Refugos Postais”, de José Carlos Fernandes

Asa Editores:
- “Capturem um Marsupilami”, de Franquin

O que eu gostava era ser surpreendido com o lançamento de “Dust” por parte da Asa ou os lançamentos de "A Agência de Viagens Lemming" ou o primeiro volume do projecto “Black Box Stories” ou ainda o sexto volume da “A Pior Banda do Mundo" por parte da editora Devir. Segundo o portal BDesenhada.com, o autor José Carlos Fernandes, vai estar presente hoje numa sessão de autógrafos entre as 16h e as 19h30 no stand da Devir. Poder ser que haja novidades, senão lá terei de me contentar com “dois dedos de conversa” e mais um autógrafo. Certa é a minha passagem pelos stands de alfarrabistas. No ano passado comprei a bons preços (negociados) colecções completas de banda desenhada. É eventualmente o único sitio da feira onde gasto dinheiro a comprar bd. Pode ser que este ano repita a dose!

24 maio, 2006

A 24 horas de X-Men 3

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Estreia amanhã (finamente!) "X-Men 3". Correm uns zuns-zuns por ai que se trata “apenas” do melhor filme da saga. Quero acreditar que sim! Não só porque se trata de uma adaptação de uma banda desenhada (e os riscos de descaracterização que isso comporta) mas também porque significa que depois do abandono de Bryan Singer (“Superman Returns” oblige) o projecto ficou bem entregue, senão melhor, a Brett Ratner. Também se fala neste filme como o último da série. No futuro, a aposta passa pelo desenvolvimento da personagem Wolverine. O que me parece bastante mais interessante.
O argumento de “X-3” baseia-se na descoberta de uma ‘cura’ para os mutantes e na escolha destes: abdicarem dos seus poderes e terem uma vida normal ou continuarem mutantes e serem perseguidos. Os pontos de vista opostos do Professor Xavier e de Magneto resultam numa guerra aberta, amplificada pelos poderes descontrolados de Fénix Negra (a ressuscitada Jean Grey). A luta pelo direito à diferença é o mote para “X-Men 3: O Confronto Final”. E a avaliar pelos sete minutos de duração deste trailer está prometida muita acção e muita destruição. Já só faltam 24 horas! Corre por ai o aviso importante para não sair da sala antes dos créditos finais… (quem avisa….)

06 maio, 2006

Imagem do dia: Férias

As minhas BD preferidas #6: Calvin & Hobbes

Era uma vez uma criança e o seu tigre de peluche. Poderia ser este o início para uma das mais divertidas histórias em tiras de banda desenhada que alguma vez li (e continuo a reler). A criança chama-se Calvin e têm 6 anos e o seu companheiro é um tigre de peluche chamado Hobbes e as suas aventuras imaginárias têm a extraordinária capacidade de sintetizar toda a lógica de um universo infantil, bem construído onde não falta nenhuma das suas referências, desde dos pais até à professora, passando pela ama e pelos colegas da escola, desde dos monstros debaixo da cama, até às naves espaciais, passando pelos dinossauros e pelas viagens no tempo, onde as todas as situações são possíveis e a filosofia infantil prevalece. É um universo com que facilmente nos identificamos, que nos contagia, delicia e principalmente nos faz rir.

Todo este trabalho é fruto do génio de Bill Watterson, um desenhador americano avesso a entrevistas e fotografias, onde o desenhos e os diálogos são o reflexo perfeito, em forma de humor, dessa mistura inocente de sentimentos que é a infância. Uma das principais características que mostra a genialidade do autor, é o pormenor das expressões faciais das várias personagens quando confrontados com as variadas situações. Simplesmente delicioso!

Infelizmente, Bill Watterson deixou de desenhar as histórias de "Calvin & Hobbes" em 1996, na sequência de desentendimentos com a editora, detentora dos direitos de publicação da sua obra, tendo a última tira inédita sido publicada em 31 de Dezembro de 1995. Apesar disso, as aventuras de "Calvin & Hobbes" continuam ainda a ser publicadas e republicadas em jornais de todo o mundo, sendo que em Portugal, as tiras diárias destas personagens são asseguradas pelo jornal “Público”, desde do seu inicio.

“Calvin & Hobbes” em Portugal:

Em Portugal, as aventuras de "Calvin & Hobbes" foram introduzidas pelo jornal "Público", desde da sua primeira edição, com a publicação de uma tira diária na última página. Actualmente, as aventuras completas de "Calvin & Hobbes" podem ser encontradas nos 17 álbuns publicados pela editora Gradiva. A saber:

- "Páginas de Domingo"
- "CALVIN & HOOBES - A última antologia"
- "O Indispensável de CALVIN & HOBBES"
- "O Essencial de CALVIN & HOBBES"
- "É Um Mundo Mágico"
- "Há Tesouros por toda a parte"
- "Patabéns, CALVIN E HOBBES"
- "O Tigre Assassino Ataca de Novo"
- "Que Dias Tão Cheios!"
- "O Ataque dos Demónios da Neve"
- "Progresso Científico...Uma Treta!"
- "A Noite da Grande Vingança"
- "Monstros de Outro Planeta"
- "Viva o Alasca!"
- "Plácidos Domingos"
- "Há Monstros Debaixo da Cama?"
- "CALVIN & HOBBES"

Recomendo sem reservas esta banda desenhada, garantindo que o dinheiro gasto na sua compra é devolvido pelo prazer que retiramos da sua leitura.

Sites de consulta:

- Gradiva [link]
- Tiras publicadas no jornal Público [link]
- Página não-oficial de "Calvin & Hobbes" em portugês [link]

02 maio, 2006

Cinco Sugestões De Leitura 3

O desafio aqui deixado é simples. Dar cinco sugestões de leitura de revistas ou álbuns de banda desenhada. Desta vez, foi o Blog da Utopia que alinhou e as sugestões dos seus (dois) autores podem ser lidas aqui e aqui.

01 maio, 2006

BDjornal

Maio. Este mês o BDJORNAL não sai para as bancas.

Com a publicação do seu n.º 12 no mês de Abril de 2006, o BDjornal fez um ano de existência. Atente-se que se trata de uma publicação que só trata de Banda Desenhada, pelo que a sua duração foi um feito notável. Nas palavras do seu director Jorge Machado-Dias, irá agora sofrer uma necessária reestruturação, visível a partir do n.º 13 que sairá em apenas em Junho. O jornal reduzirá o seu formato, aumentará o número de páginas, de 32 para 48, das quais 16 a cores, passará (temporariamente) de mensal a bimestral e o preço subirá de €2,00 para €3,00.

Eu, confesso-me um comprador/leitor/coleccionador do BDjornal desde do seu início. Isto porque o considero um projecto válido que veio colmatar, e bem, um espaço que se encontrava vazio no que se refere à divulgação da temática da BD em Portugal. Afinal trata-se da única publicação regular onde podemos ler sobre reportagens de festivais bedéfilos, entrevistas a editores e a autores, uma secção de criticas, novos lançamentos e pequenos apontamentos bedéfilos. Apresentava ainda um caderno destacável de BD inteiramente produzida por autores portugueses. A colaboração de várias pessoas, ligadas à BD, entre os quais alguns autores de blogues, enriqueceu o projecto e fizeram do BDjornal uma referência.

No entanto, não posso deixar de emitir algumas considerações sobre as mudanças anunciadas. A primeira passa logo pela periodicidade. Espero que esteja redondamente enganado, mas a passagem a bimestral parece-me que “mata” a publicação. Em dois meses, "muita água corre debaixo da ponte". A título de exemplo, a reportagem sobre os acontecimentos do II Festival Internacional de Beja de BD só poderá ler lida em Junho. Uma eventual reportagem sobre os lançamentos nas Feiras do Livro de Lisboa ou Porto só poderá ser lida em Agosto. Convenhamos, a principal mais-valia do jornal, a actualidade da informação, desaparece. A própria natureza do projecto e, atente-se ao título, fica afectada.

Depois temos que das 48 páginas anunciadas, 32 serão só de banda desenhada. Não que não goste de ler BD e descobrir novos autores, mas o que procurava no BDjornal desaparece. O jornal informativo dá lugar a uma nova revista de banda desenhada, quiçá concorrente directa da SKETCHBOOK. Num mercado de reduzida dimensão como o português, não vejo a racionalidade disto.

Pela entrevista que Machado Dias deu ao BDesenhada.com percebo perfeitamente que são questões económicas e de distribuição que forçam estas mudanças, mas também parece-me que o caminho a seguir também não é este. Não pelo aumento do preço de capa, porque até concordo - afinal o que são 3 ou mesmo 4 euros por mês por um produto único? - mas pelas razões atrás referidas.

Preferia que as alterações se centrassem em termos qualitativos, no conteúdo da informação, na existência secções fixas (por exemplo de entrevistas a autores, criticas de novos lançamentos), na criação de novas rubricas (por exemplo a criação de um espaço para anúncios para compra e venda de BD), etc. Afinal é o próprio director do jornal que afirma que existe material suficiente para garantir edições mensais.

Como leitor, resta-me esperar que o meu pessimismo vá dar uma volta, e que as anunciadas alterações resultem, que as vendas melhorem e que o JORNAL volte rápido e em força e, se possível na periodicidade mensal!

27 abril, 2006

Cinco Sugestões De Leitura 2

Para além do leitor Grimlock, que deixou as suas sugestões na caixa de comentários, também o blogue Área BD resolveu responder ao desafio lançado e através dos seus autores divulgou as suas cinco sugestões de leitura. Estas podem ser lidas aqui e aqui.

FIBDA'2006 (1)

O Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA) reunirá em Outubro autores «periféricos» da Nona Arte criada além das fronteiras franco-belgas e norte-americanas, revelou à Lusa o director do evento, Nelson Dona.

«A Banda Desenhada franco-belga e norte-americana tem uma importância incontornável, mas há o resto do mundo que queremos dar a conhecer».

Sob o lema «17 graus periféricos e o resto do mundo», o FIBDA decorrerá entre 20 de Outubro e 5 de Novembro em vários espaços da cidade.

«Tendo em conta a situação periférica de Portugal e da própria cidade da Amadora, a ideia é que todas as periferias juntas consigam criar uma centralidade», defendeu Nelson Dona.

O objectivo é apresentar autores inéditos no FIBDA, resultado de um trabalho de pesquisa que começou o ano passado e está na fase de negociação entre a organização do evento e autores e comissários.

A FIBDA contará com uma exposição sobre a BD portuguesa contemporânea, concebida a pensar na itinerância pelo país, e exposições de BD Lusófona, da América Latina, da Ásia, África e da Europa não-francófona.

A intenção de divulgar «a BD do Mundo» foi sublinhada à Lusa pelo vereador com o pelouro da Cultura, António Moreira, que anunciou também a compra de espólio do autor Eduardo Teixeira Coelho.

«As negociações com a família para a compra de um conjunto muito significativo de pranchas, que vão juntar-se à grande colecção que já temos, estão praticamente concluídas», afirmou o autarca.

As actividades do FIBDA vão desdobrar-se em dois núcleos de exposições, o maior dos quais formado pelo Fórum da Amadora e a estação de metro, e o segundo distribuído pela Galeria Artur Bual, Casa Roque Gameiro e Recreios da Amadora.

24 abril, 2006

Cinco Sugestões De Leitura 1

Aproveito a ocasião da comemoração do Dia Mundial do Livro, para lançar aqui um desafio a toda a comunidade nacional bedéfila, para que apresentem, nos seus blogues cinco sugestões de leitura, da sua preferência, seja de uma revista ou álbum, nacional ou estrangeiro, mas obrigatoriamente de banda desenhada e acrescentar um pequeno texto sobre a escolha. A ideia é contagiar os leitores para a descoberta de outros autores, outras personagens. Confesso que a ideia não é original, mas sim adaptada de uma iniciativa do blogue (espanhol) La Carcel de Papel. Mas as boas ideias copiam-se. :)

Assim, numa escolha nem sempre fácil, aqui ficam as minhas cinco sugestões de leitura:

OK Corral” de Charlier/Giraud da Meribérica. A acreditar no press-release da editora Asa, divulgado aqui e a série “Blueberry”, após prolongada ausência, está finalmente de regresso a Portugal. Com o novo álbum “Dust” a ser publicado em Maio, recomendo a leitura do álbum que o antecedeu e se possivel todos os anteriores, ou não fosse esta série, a minha banda desenhada preferida.





Murena” de Jean Dufaux/Philippe Delaby da Edições Asa. Uma das mais agradáveis surpresas que tive este ano. A acção passa-se na Roma Antiga e no meio de intrigas palacianas e bastante veneno assistimos à ascensão de Nero a Imperador. Com um desenho sóbrio e um argumento baseado em acontecimentos históricos, é uma colecção a descobrir e a acompanhar com bastante interesse. Brevemente dedicarei um post a esta colecção.




V for Vendetta” de Alan Moore/David Lloyd da Vertigo. Um clássico da banda desenhada internacional que infelizmente ainda se encontra inédito em Portugal. Leiam o livro e aproveitem para ver o filme, baseado na obra, que ainda se encontra em exibição numa sala de cinema perto de si.







Vincet e Van Gogh” de Gradimir Smudja da Witloof. Van Gogh, numa noite em Arles, salva a vida de um misterioso gato chamado Vincent. Este é o ponto de partida de um álbum que é uma deliciosa mistura de desenhos e cores, que constitui um prazer para a visão, ou não fosse esta banda desenhada uma homenagem ao pintor Van Gogh e à pintura impressionista. Altamente recomendável.






Calvin & Hobbes” de Bill Waterson numa qualquer edição da Gradiva. As aventura e desaventuras de Calvin e do seu tigre de peluche Hobbes nas provavelmente mais belas e as mais bem-humoradas tiras de todos os tempos. De leitura obrigatória porque são horas de puro prazer. "Calvin & Hobbes" são mesmo as próximas personagens objecto de referência na secção das "Minhas BD preferidas".

19 abril, 2006

IV Troféus Central Comics


Encontra-se a decorrer até ao próximo dia 7 de Maio, o processo de votação final da IV edição dos Troféus Central Comics. Com base nos resultados da primeira fase, foram agora elaboradas “short-lists” para cada uma das categorias, sendo estes os nomeados:

MELHOR EDITORA
Asa
Bizâncio
Devir
Gradiva
VitaminaBD

MELHOR ÁLBUM NACIONAL
Borda d´Água – O Tempo das Papoilas (Rui Brito Edições)
LX Comics 17 - Metamorfina (Bedeteca de Lisboa)
Menino Triste 2 - Os Livros (Ciber Extratus)
Pior Banda do Mundo 5 - O Depósito de Refugos Postais (Devir)
Série Ouro: José Carlos Fernandes (Correio da Manhã)

MELHOR ARGUMENTO NACIONAL
João Mascarenhas (Menino Triste 2 - Os Livros)
José Abrantes (Morgana e o Poço Misterioso)
José Carlos Fernandes (Pior Banda do Mundo 5 - O Depósito de Refugos Postais)
Miguel Mocho (LX Comics 17 - Metamorfina)
Miguel Rocha (Borda d´Água – O Tempo das Papoilas)

MELHOR DESENHO NACIONAL
Daniel Maia (Sketchbook #1)
Eliseu "Zeu" Gouveia (Cloudburst - Dilúvio Mortal)
José Carlos Fernandes (Pior Banda do Mundo 5 - O Depósito de Refugos Postais)
Miguel Rocha (Borda d´Água – O Tempo das Papoilas)
Ricardo Cabral (Blast/Blazt)

MELHOR ÁLBUM ESTRANGEIRO
Arrowsmith - A Guerra da Magia (Devir)
Blacksad 3 - Alma Vermelha (Asa)
Frank Miller's 300 (Norma)
Loki (Devir)
Série Ouro: Arte de Taniguchi (Correio da Manhã)

MELHOR ARGUMENTO ESTRANGEIRO
Enki Bilal (Trilogia Nikopol)
Frank Miller (Sin City)
Grant Morrison (Série Novos X-Men)
Neil Gaiman (Sandman 2 - Nocturnos)
Will Eisner (A Conspiração - A História Secreta dos Protocolos Sábios de Sião

MELHOR DESENHO ESTRANGEIRO
Alberto Breccia (Mort Cinder - Olhos de Chumbo)
Civiello (Semente da Loucura 4 – O Rei sem Coração)
Esad Ribic (Loki)
Frank Miller (300)
Juanjo Guarnido (Blacksad 3 - Alma Vermelha)

MELHOR ÁLBUM DE TIRA OU PRANCHA CÓMICS/CARTOON/CARICATURA ESTRANGEIRA
Baby Blues 16 - 100% Papá (Bizâncio)
Mutts 3 - Mais Coijas! (Devir)
Red & Rover 2 - Cauda e Efeito (Gradiva)
Wood & Stock - Psicodelia e colesterol (Devir)
Zits 9 - Fossa Nova (Gradiva)

MELHOR ÁLBUM DE TIRA OU PRANCHA CÓMICA/CARTOON/CARICATURA NACIONAL
António - Traços Continuos (Assírio & Alvim)
Cartoons do Ano 2004 (Assírio & Alvim)
Cravo e Ferradura (Gradiva)
Há Vida em Markl (Gradiva)
VII PortoCartoon – Humor e Sociedade (Asa)

MELHOR BD CURTA/CARTOON/TIRA CÓMICA NACIONAL NÃO PUBLICADA EM ÁLBUM
Arquivo 20: Marte 2205 (de Cris Lou/ J. Mascarenhas/ G. Travado, em Tertúlia BDzine especial)
Barba e Cabelo (de Luís Afonso, em A Bola)
Bartoon (de Luís Afonso, em O Público)
Bedéfilos Irredutíveis (de Nelson Santos, em BDJornal)
O Careto (de Ricardo Cabral, em Blazt #1)

MELHOR EDIÇÃO DE BANCAS
BDJornal
Blazt
Homem-Aranha
Obras-Primas Disney
Ultimate Homem-Aranha

MELHOR EDIÇÃO INVESTIGAÇÃO/ESPECIALIZADA
Catálogo Fibda 2005 (CNBDI)
Catálogo Salão Lisboa 2005 (Bedeteca de Lisboa)
Corto Maltese no Público (Público)
Hugo Pratt – O Desejo de ser Inútil (Relógio d´Água)
Tintim - O Sonho e a Realidade (Verbo)

O processo de votação é simples, basta passar por aqui e votar nos eleitos. Participem!

15 abril, 2006

Adapatção de "V de Vingança"

Em exibição nas salas portuguesas, encontra-se a adaptação ao cinema de “V for Vendetta”, no original de 1982, uma ‘graphic novel’ de Alan Moore (argumento) e David Lloyd (desenho), ainda inédita em Portugal. Realizado num registo simples, bem conseguido, o filme respeita o espírito mas não a forma, da obra que lhe dá o nome. “V de Vingança” (na tradução feita para português), produzido pelos irmãos Wachowski (de “Matrix”), simplifica a bd, principalmente porque omite as referências à anarquia, ideologia sempre presente na obra original. A vingança impera. O filme, contando com um conjunto de excelentes interpretações, entre os quais se destaca Natalie Portman/"Evey" e Hugo Weaving/"V", triunfa ao conseguir condensar uma história com uma forte carga politica e manter ainda assim, a identidade da obra original, o que cria um filme que vale por si só. 
 
 
A acção desenrola-se numa Londres, centro de um regime totalitário onde as liberdades individuais estão condicionadas, e onde um misterioso personagem solitário usando uma máscara de Guy Fawkes (personagem verídica, conspirador que no dia 5 de Novembro de 1605, tentou fazer explodir o edifício do Parlamento inglês), identificado como “V”, desencadeia uma série de acontecimentos tendo em vista o derrube do regime pelos cidadãos. Apesar de espectacular, o filme funciona como um bom complemento da história em banda desenhada, mas claramente não a substitui. As minhas estrelas: 4 em 5
Pagina oficial do filme [link]

14 abril, 2006

Spider-Man by James Cameron


Em 1992, um jovem realizador e fã do mais famoso personagem da Marvel, chamado James Cameron pegou numa caneta e escreveu um argumento para um filme do Homem-Aranha. O entusiasmo era tão grande, que inclusive foi desenhado um storyboard completo. Mas questões envolvendo direitos de autor, impediram que este projecto avançasse e quando resolvidas, a realização do filme foi entregue a outro realizador. Fica para a história uma boa estória, que incluía o Homem-Areia e o Electro como os “vilões de serviço”. O argumento e o storyboard originais podem agora ser lidos aqui. Recomendo uma leitura!

13 abril, 2006

Atchim!!!

Cuidado! As imagens que se seguem contem linguagem capaz de ferir as susceptibilidades de alguns leitores...eheheh
Image hosting by Photobucket

(recebida por e-mail de autor desconhecido)

09 abril, 2006

As minhas BD preferidas #5: XIII

XIII aliás Jason Mullway aliás Jason Mac Lane aliás Jason Fly aliás Seamus O'Neil aliás Kelly Brian aliás Alan Smith aliás Jake Shelton aliás Steve Rowland aliás Ross Tanner aliás Jed Olsen aliás John Fleming aliás Hugh Mitchell aliás Karl Meredith aliás Reginald Wesson aliás "El Cascador” são as identidades de um herói, amnésico e dotado de qualidades atléticas impressionantes que o desenhador William Vance ("Blueberry") e o argumentista Jean Van Hamme ("Thorgal", "Blake e Mortimer") têm desenvolvido, de forma espectacular devo acrescentar, desde do início da sua publicação em 7 de Junho de 1984 na revista "Spirou”.

Um assassinato presidencial, uma conspiração, uma organização sinistra e um homem sem memória é o fio condutor desta banda desenhada franco-belga, que nos leva a acompanhar as longas e intrincadas diligências do herói em busca do seu passado e da sua identidade pessoal. Conhecido por XIII (treze) devido a uma tatuagem em numeração romana no pescoço, terá aparentemente pertencido a um departamento ultra-secreto de um serviço de contra-espionagem. É essa circunstância que explica a feroz perseguição de que é alvo por parte de múltiplas instâncias de poder, tanto civis como militares.

A excelente narrativa das histórias, onde segredos se escondem atrás de segredos, aliada à notável galeria de personagens que se cruzam na vida do herói, traduzem-se numa excelente obra de qualidade reconhecida, onde na sua edição original, em francês, a colecção já atingiu os 17 álbuns publicados.

“XIII” em Portugal

A editora Meribérica publicou, de forma bastante irregular, entre 1988 e 2004, um total de nove álbuns da série, sendo “Por Maria” o último título publicado. Os álbuns publicados em Portugal são os seguintes (entre parentesis o ano de publicação):

- “O Dia do Sol Negro” (1988)
- “Para Onde Vai o Índio” (1989)
- “Todas as Lágrimas do Inferno” (1990)
- “SPADS” (1997)
- “Alerta Vermelho” (1998)
- “O Dossier Jason Fly” (1999)
- “A Noite de 3 de Agosto” (2003)
- “Treze Contra Um” (2004)
- “Por Maria” (2004)

Actualmente, depois do desaparecimento da Meribérica, desconhece-se a quem pertence os direitos de publicação, pelo que se aguarda por novidades, com a esperança que esta excelente série não fique incompleta em Portugal. Para já fica feita a apresentação de uma das melhores colecções da banda desenhada franco-belga da actualidade e uma das minhas preferidas.

Sites de consulta:

- site oficial de XIII [link]
- site não-oficial de XIII [link]

03 abril, 2006

II Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja

O Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja volta a tomar conta da planície, desta vez entre os dias 8 e 29 de Abril, com a sua segunda edição.
 
Agora com a particularidade de ter alargado os seus limites. Além da Casa da Cultura, que constitui o núcleo principal do evento, o Festival espraia-se pelas Casa das Artes - Museu Jorge Vieira e pelo Museu Regional de Beja.
 
E estende a sua programação paralela ao Teatro Municipal Pax Julia. No total repartem-se pela cidade 11 exposições individuais e 3 exposições colectivas.
 
Uma vista de olhos pelo programa do festival e permite-me destacar a presença de numerosos autores de banda desenhada para novos lançamentos e sessões de autógrafos.
 
Todas e quaisquer informações podem ser obtidas através no site oficial do festival [link].

02 abril, 2006

DVD "Sin City": edição coleccionador

Já se encontra disponível em venda directa no mercado português, o dvd na edição coleccionador do filme “SIN CITY - A Cidade do Pecado” baseado na graphic novel com o mesmo de Frank Miller, que se surge na ficha técnica creditado como realizador. O filme não se trata de uma adaptação de uma bd ao cinema, mas sim a adaptação do cinema à bd. É provavelmente a mais fiel transposição de sempre de uma banda desenhada.

Editado em caixa metálica, contem dois discos cheios de interessantes extras relacionados com a produção do filme, todos legendados em português. A edição portuguesa traz incluído com o dvd, uma pequena publicação (formato livro de bolso 12x18) que inclui a história de três páginas “O Cliente Tem Sempre Razão”, que foi utilizada como cena de abertura do filme, originalmente publicada em Portugal na extinta revista Comix.

Lamentável é o facto da editora, a LNK, não ter considerado incluir nesta edição, a versão alargada do filme (com 147 minutos), tendo optado antes pela versão “cinema”, aqui creditada com 119 minutos. Também não se compreende o porquê de no primeiro disco (com o filme) o som ser DD 5.1 e no segundo disco (com os episódios separados) apenas DD 2.0. Mesmo assim, apesar da edição nacional se encontrar abaixo do patamar de qualidade da edição americana - SIN CITY: Recut & Extended Edition - o filme é digno de figurar na videoteca de qualquer bedéfilo que se preze, afinal trata-se de pura banda desenhada “em movimento”. Resta-me referir que a minha cópia custou € 21,95 na FNAC, mas posteriormente já encontrei à venda por € 20,50 na Valentim de Carvalho.

01 abril, 2006

“Ideias Feitas Em Lugares Comuns”

(Re)nasceu um novo blogue dedicado à banda desenhada. O seu autor, que anteriormente já havia feito uma incursão na blogosfera com os “Meus Trabalhos”, regressa de novo, desta vez com um novo blogue. “Ideias Feitas Em Lugares Comuns” é o novo sítio de José Abrantes, autor nacional de banda desenhada, com 30 de anos de carreira – foi-lhe dedicada uma exposição no FIBDA’05 - que promete “regularmente apresentar ideias, estudos e apontamentos sobre bandas desenhadas, filmes e outras artes”. Ao novo blogue, já com link aqui na coluna do lado direito, e ao seu autor, os votos de muita inspiração para escrever e para desenhar!

"Spider-Man 3": ACTUALIZAÇÃO

Afinal a fotografia do novo uniforme negro do Homem-Aranha, que corria na internet e foi aqui publicada, revelou-se uma "montagem" de uma imagem retirada do filme "Spider-Man 2". Apesar de falso, considero que o uniforme proposto tinha um excelente aspecto, e na minha opinião, até podia ser tomado em consideração para o novo filme do Aranha. Afinal os fans têm sempre razão ou não?

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31 março, 2006

“Spider-Man 3”

Nos últimos dias, tem circulado na internet em sites especializados, boatos acerca do novo filme do Homem-Aranha. O primeiro, que causou grande excitação, trata de um suposto resumo do argumento oficial do filme. Apesar de não existir qualquer confirmação oficial, não deixa de apresenta uma certa coerência com o pouco que ainda se sabe. Confiram lá:

“No “Spider-Man 3” surgirão uma série de novos vilões e uma nova mulher entrará na vida de Peter Parker. Com o seu segredo agora revelado quer a Mary Jane quer a Harry Osborn, Peter tem que enfrentar as consequências das suas acções e a sua nova vida em conjunto com Mary Jane, depois de estes terem finalmente consolidado uma relação. Relação essa que trouxe uma série de resultados negativos, como o fúria do chefe de Peter, que parece determinado a fazer da vida deste um inferno, por causar problemas emocionais ao seu filho. Quem não ajuda é um jovem repórter de investigação chamado Eddie Brock, que Jameson contratou para descobrir a razão que levou Mary Jane a deixar o seu filho pelo Peter - quais os segredos do Parker?
Ao mesmo tempo, um prisioneiro evadido que se encontra escondido numa praia remota, é apanhado num acidente radioactivo e transforma-se numa criatura de areia capaz de mudar de aparência. As investigações de Peter ao passado deste "Homem de Areia", leva-o ao encontro de duas coisas que lhe vão inevitavelmente mudar a vida. A primeira é uma rapariga chamada Gwen Stacy, filha do novo chefe da polícia da cidade, que se apaixona por Peter. A outra, é uma substância negra, encontrada no local de um acidente, que se funde com o fato do Peter, e lhe dá novas habilidades.
As coisas complicam-se quando Harry Osborn, determinado a vingar a morte do seu pai, se equipa com uma nova variante do fato do Green Goblin, e faz equipa com o "Homem de Areia", provocando o caos, no qual várias vidas são perdidas, incluindo a de pessoas muito perto de Peter. A substância negra separa-se dele, e junta-se a Brock para formar algo inteiramente novo - uma criatura diferente de qualquer uma que ele enfrentou até agora. Um "Venon" que ele talvez não consiga parar.”

(via Cineblog)

Outro boato tem a haver com a fotografia acima publicada. Verdadeira ou falsa, digo-vos já que eu a acho a proposta para o novo uniforme excelente!!!

A estreia oficial do filme está marcada para o longínquo dia de 4 de Maio de 2007 e as novidades oficiais e a contagem decrescente podem ser acompanhadas aqui [site oficial]!