15 abril, 2006

Adapatção de "V de Vingança"

Em exibição nas salas portuguesas, encontra-se a adaptação ao cinema de “V for Vendetta”, no original de 1982, uma ‘graphic novel’ de Alan Moore (argumento) e David Lloyd (desenho), ainda inédita em Portugal. Realizado num registo simples, bem conseguido, o filme respeita o espírito mas não a forma, da obra que lhe dá o nome. “V de Vingança” (na tradução feita para português), produzido pelos irmãos Wachowski (de “Matrix”), simplifica a bd, principalmente porque omite as referências à anarquia, ideologia sempre presente na obra original. A vingança impera. O filme, contando com um conjunto de excelentes interpretações, entre os quais se destaca Natalie Portman/"Evey" e Hugo Weaving/"V", triunfa ao conseguir condensar uma história com uma forte carga politica e manter ainda assim, a identidade da obra original, o que cria um filme que vale por si só. 
 
 
A acção desenrola-se numa Londres, centro de um regime totalitário onde as liberdades individuais estão condicionadas, e onde um misterioso personagem solitário usando uma máscara de Guy Fawkes (personagem verídica, conspirador que no dia 5 de Novembro de 1605, tentou fazer explodir o edifício do Parlamento inglês), identificado como “V”, desencadeia uma série de acontecimentos tendo em vista o derrube do regime pelos cidadãos. Apesar de espectacular, o filme funciona como um bom complemento da história em banda desenhada, mas claramente não a substitui. As minhas estrelas: 4 em 5
Pagina oficial do filme [link]

1 comentário:

Anónimo disse...

Penso que não posso deixar de concordar consigo, caro Verbal, quanto ao teor requintado da excelência do filme.
O cinema transcende a literatura gráfica, sendo a arte audiovisual a evolução técnica do romance gráfico (e, consequentemente, superior).
Acontece que, dada a sua natureza obsoleta, a banda desenhada é estigmatizada por uma célebre reputação de mediocridade; o que condiciona um maior impacto do filme (que, segundo meu critério, tem um excelente enredo dissociado “das origens”; mas, inequivocamente, prestigioso) na perspectiva geral do público.

Breve, mas sem mais…

João Aquiles