06 agosto, 2011

Concurso de BD do 22º Amadora BD

O 22º Amadora BD – Festival de Banda Desenhada 2011 que irá decorrer entre os dias 21 de Outubro e 6 de Novembro, está a aceitar participações para o concurso de Banda Desenhada.
Até porque os prémios são convidativos (1º prémio são €1000), faço um breve apanhado das condições de participação, informando que o tema a concurso é “O Humor é uma coisa séria” e podem concorrer todos os autores com idade superior a 12 anos, que devem apresentar 4 pranchas originais inéditas, em formato A4, a preto e branco ou a cores. Importante a reter é a data limite para entrega dos trabalhos: 12 de Setembro até às 17:00 horas.

Como falta praticamente um mês para a entrega dos trabalhos e como não encontro disponivel em qualquer sitio da internet o regulamento do concurso (falha grave?), cuja leitura atenta recomendo aos interessados, disponibilizo-o nos links seguintes (em formato .pdf) bem como a ficha de inscrição obrigatória.

22º Concurso Nacional de BD - Página 1
22º Concurso Nacional de BD - Página 2
22º Concurso Nacional de BD - Página 3
22º Concurso Nacional de BD - Página 4
Ficha de Inscrição

Boa Sorte!

18 julho, 2011

Exposição História com Humor

Historia com  Humor

No próximo dia 21 de Julho, pelas 19h00, no CNBDI, será inaugurada a Exposição História com Humor, um retrato da História de Portugal e suas personagens através do traço de Artur Correia e das histórias de António Gomes de Almeida.
Esta mostra, onde as peripécias e façanhas dos heróis nacionais são apresentadas com um enorme sentido de humor, introduz ainda o tema central do 22º AmadoraBD que este ano é dedicado ao Humor.
A exposição estará patente ao público de 22 de Julho 2011 a 30 de Junho 2012.

16 julho, 2011

Leitura: Tintin na América (edição facsimile)

Acabei agora a (re)leitura do recém-lançado «Tintin na América», que por se tratar de mais uma reedição não seria aqui objecto de qualquer nota, se não se estivesse aqui a falar do álbum em versão facsimile, de edição limitada e numerada, da ASA

Esta leitura é sobre a segunda versão redesenhada e colorida por Hergé para publicação em 1945 pela editora francesa Casterman.

A escolha desta história, não obstante ser o terceiro álbum na cronologia oficial, para abrir a colecção fac-similada da ASA deve-se talvez ao facto de "Tintin na América" ter sido a primeira aventura deste herói a ser publicada em Portugal, em 1937, nas páginas da publicação O Papagaio (ver mais abaixo).

Salve-se o facto de a lombada não apresentar qualquer numeração o que permite a sua posterior arrumação por ordem correcta na nossa bedeteca.

Muito bom é a oportunidade de voltar ler esta aventura no tradicional formato franco-belga depois daquele infeliz formato que a ASA inventou para a reedição da «Colecção Tintin».

«Tintin na América» apesar de ter um ritmo narrativo bastante elevado, é na minha opinião, uma das histórias menos conseguidas de Hergé. Sucedem-se as situações mais inverosímeis que se possa imaginar, com o autor a socorrer-se muitas vezes de soluções pouco conseguidas e direi infantis para ajudar com o nosso herói a escapar sempre ileso das inúmeras armadilhas com que se defronta ao longo da aventura.

O nosso repórter chega à América com a missão de combater a onda de crime que varre a cidade de Chicago. A aventura desenrola-se por diferentes cenários, desde da cidade até aos territórios índios, motivada sobretudo pela perseguição ao chefe do Sindicato dos Bandidos de Chicago, o gangster Bobby Smiles. Sucedem-se as peripécias com bandidos, Tintin chega a cruzar-se inclusive com o famoso Al Capone, agentes da autoridade, cowboys e índios. Antes do final, ainda há lugar ao rapto de Milu, mas tudo termina em bem (desculpem o spoiler!) após um confronto numa fábrica de conservas, com Tintin a ser reconhecido como herói com direito a desfile numa das tradicionais paradas americanas pelas ruas de Chicago. Registe-se a contabilidade final desta aventura: 355 gangsters presos!

Da edição fac-similada, quando comparada com o álbum que possuo (colecção do Jornal Público, Dezembro de 2003) - que reproduz a terceira versão da história redesenhada em 1973 por imposição dos editores americanos - para além das óbvias diferenças como a capa dura e ao nível da coloração, existem alguns pormenores preciosos ao nível do desenho que nos permitem perceber que Hergé se mostrava bastante critico da sociedade americana.

Logo na primeira vinheta da história observamos um bandido que se passeia à vontade de arma na mão enquanto um polícia lhe faz continência.

Bem-vindos à América de Hergé!

Uma América sem lei, tomada por um capitalismo selvagem, onde sobrevivem índios ingénuos e negros estereotipados por uma visão preconceituosa da época. É justamente sobre as personagens negras da história onde se verifica as principais alterações do desenho. Ou o aspecto físico é alterado (primeiro exemplo) ou simplesmente são substituídas por personagens brancas (restantes exemplos).

















Veja-se o confronto entra as primeiras vinhetas à esquerda (publicadas em 1945) e as segundas vinhetas à direita publicadas em 1973




A grande mais-valia na reedição destes clássicos é sem dúvida prazer que proporciona aos leitores bedéfilos na descoberta das diferenças, no seu entendimento e sobretudo na sua contextualização no tempo. Uma aposta seguramente ganha!

A avaliação global que faço deste álbum, leva em linha de conta uma edição excelente e uma história que como já referi anteriormente é das aventuras mais fracas de Tintin.


Tintin na América - Edição fac-similada
Autor: Hergé
Álbum a cores, cartonado, numerado, com edição limitada a 2000 exemplares
Editora: ASA, 1ª edição de Abril de 2011

Nota de Leitura:
Razoável
(3 em 5)

«Tintin na América» em Portugal


A publicação da aventura “Tintin na América” em Portugal marcou a internacionalização das histórias de Tintin, que até à data na altura nunca haviam sido publicadas num país não-francófono. E logo a cores o que também constituiu um facto inédito.

Esta dupla estreia aconteceu a 16 de Abril de 1936 nas páginas do n.º 53 da revista O Papagaio. A aventura estendeu-se até ao n.º 110. Como curiosidade, Tim-Tim como então era chamado apresentava-se como repórter d’o Papagaio.

Seguiu-se uma nova publicação, em 7 de Janeiro de 1956, com inicio nas páginas do n.º 210 da revista Cavaleiro Andante.

Mais tarde, em 1972, foi a vez da versão portuguesa da revista Tintin publicar as aventuras deste herói na América.

A edição em álbum de “Tintin na América” aconteceu pela editora Verbo em 1995. Seguiram-se edições do Circulo de Leitores (2000), Jornal Público (2003), ASA (2010) e agora a versão fac-similada, também pela ASA.

13 julho, 2011

Imagem do dia: Veneza

CRP_VenezaLink


Trata-se de um guia de viagens pela cidade de Veneza. Para quem já leu o álbum de Corto Maltese "Fábula de Veneza" encontrará neste guia bastantes ilustrações retiradas dessa história. Dividido em sete capítulos, o roteiro por Veneza encontra-se bastante descritivo da cidade, das suas praças e edifícios, com algumas chamadas para factos históricos. As tradicionais fotografias que sempre ilustram os guias de viagem são aqui neste guia inteiramente substituídas por desenhos. A avaliar por este primeiro livro, trata-se de uma colecção bastante interessante. Segue-se Roma.


12 julho, 2011

Mais "Aventuras de Tintin"

À medida que vão saindo os trailers, começa-me a parecer uma excelente ideia ter-se chamado dois grandes realizadores para realizarem o filme num híbrido entre o cinema de animação e o cinema de actores reais.

06 julho, 2011

Colecção ROTAS E PERCURSOS

De hoje a uma semana tem inicio uma nova colecção com distribuição pelo jornal Público. Fugindo à tradicional colecção de álbuns de BD, a proposta para os meses de Verão passa agora por uma colecção cultural de sete guias de viagem intitulada ROTAS E PERCURSOS, que levam o leitor/visitante à descoberta de percursos alternativos em sete cidades diferentes, a saber Veneza, Roma, Nova Iorque, Florença, Marraquexe, Praga e Bruxelas, ilustradas por grandes nomes da BD.

A edição original da Lonely Planet e da Casterman foi lançada em França em 2009.

O 1º volume da colecção portuguesa "Veneza" que tem como anfitrião Corto Maltese sai no dia 13 de Julho e tem o preço de € 8,90.

CALENDÁRIO COMPLETO DAS ROTAS:

- 13 de Julho - ‘Veneza - Percursos com Corto Maltese’ de Hugo Pratt, Guido Fuga e Lele Vianello
- 20 de Julho - ‘Roma - Percursos com Alix’ de Thérèse de Cherisey, Jacques Martin, Gilles Chaillet e Enrico Salustio
- 27 de Julho - ‘Nova Iorque - Percursos’ de Miles Hyman e Vincent Réa
- 3 de Agosto - ‘Florença - Percursos’ de Nicolas de Crécy e Elodie Lepage
- 10 de Agosto - ‘Marraquexe - Percursos’ de Jacques Ferrandez e Olivier Cirendini
- 17 de Agosto - ‘Praga - Percursos’ de Guillaume Sorel e Christine Coste
- 24 de Agosto - ‘Bruxelas - Percursos’ de François Schuiten e Christine Coste

    Boas Leituras e Bons Percursos!


    04 julho, 2011

    Tertúlia BD de Lisboa: Nelson Martins

    Conheci o Nelson Martins há um ano atrás durante o Festival de BD de Beja. Excelente pessoa. Em conversa mostrou-me as pranchas de um trabalho que estava a realizar. Gostei muito do seu desenho humorístico bastante... francófono! Seguindo uma prática que começa a ser habitual nos autores portugueses, publicou lá fora no mercado franco-belga, o seu primeiro álbum, “Tout sur les Célibataires” numa edição da Joker Éditions. Aguarda-se agora pela edição em português. Mas sobre isto e muito mais, falará o Nelson amanha porque é o convidado especial do 324º Encontro da Tertúlia de BD de Lisboa, organizada como sempre pelo Geraldes Lino. Obviamente não faltarei e ver se me lembro de levar a máquina fotográfica!

    Para os interessados: a leitura integral da BD "Lig & Mandu. Os Crápulas da Montanha - A Alegoria do Palhaço" cuja primeira prancha ilustra este texto pode ser feita aqui.

    Tertúlia BD de Lisboa: Nelson Martins

    Conheci o Nelson Martins há um ano atrás durante o Festival de BD de Beja. Excelente pessoa. Em conversa mostrou-me as pranchas de um trabalho que estava a realizar. Gostei muito do seu desenho humorístico bastante... francófono! Seguindo uma prática que começa a ser habitual nos autores portugueses, publicou lá fora no mercado franco-belga, o seu primeiro álbum, “Tout sur les Célibataires” numa edição da Joker Éditions. Aguarda-se agora pela edição em português. Mas sobre isto e muito mais, falará o Nelson amanha porque é o convidado especial do 324º Encontro da Tertúlia de BD de Lisboa, organizada como sempre pelo Geraldes Lino. Obviamente não faltarei e ver se me lembro de levar a máquina fotográfica!

    Para os interessados: a leitura integral da BD "Lig & Mandu. Os Crápulas da Montanha - A Alegoria do Palhaço" cuja primeira prancha ilustra este texto pode ser feita aqui.

    28 junho, 2011

    Ler (BD) é muito fixe

    Numa iniciativa, direi quase inédita, de promoção de leitura junto dos mais jovens, a Panini por intermédio da TURMA DA MONICA vai lançar este Verão em Portugal a campanha "LER É MUITO FIXE".

    Incentivar o gosto pela leitura e dar a conhecer as peripécias da turma “mais famosa do Mundo” são os objetivos da campanha. Ao longo deste Verão, centenas de crianças e jovens portugueses vão encontrar nos campos de férias, as mais recentes histórias da Turma da Mônica.

    Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão e Chico Bento vão, este Verão, fazer parte das aventuras das crianças e jovens portugueses participantes nos muitos campos de férias que se realizam pelo país.

    No âmbito da campanha “Ler é muito fixe”, que pretende promover o gosto e a importância da leitura junto dos mais jovens, centenas de revistas da Turma da Mônica e da Turma da Mônica Jovem serão distribuídas por campos de férias de todo o país. Uma iniciativa que procura ainda dar a conhecer os personagens e as histórias da mais conhecida banda desenhada em português.
    Ao longo de todo o Verão, os mais jovens vão poder encontrar as histórias da “Turma” nas salas de leitura dos campos de férias. E no final ainda as vão poder levar com eles. Antes de regressar, cada jovem vai ter a oportunidade de selecionar as suas revistas preferidas e levá-las para casa. Os pais, já se sabe, é que não vão querer deixar de reviver as emoções de outros tempos.

    Esta campanha insere-se na estratégia do criador da Turma da Mônica, Maurício de Sousa, que pretende ampliar as suas atividades no mercado luso. Por isso, em 2010, voltou a investir fortemente em Portugal para conquistar uma nova geração de leitores com novos personagens, histórias e aventuras.

    A rede de distribuição das revistas foi alargada e as publicações ganharam maior destaque nos pontos de venda de todo o país.

    Ler (BD) é muito fixe

    Numa iniciativa, direi quase inédita, de promoção de leitura junto dos mais jovens, a Panini por intermédio da TURMA DA MONICA vai lançar este Verão em Portugal a campanha "LER É MUITO FIXE".

    Incentivar o gosto pela leitura e dar a conhecer as peripécias da turma “mais famosa do Mundo” são os objetivos da campanha. Ao longo deste Verão, centenas de crianças e jovens portugueses vão encontrar nos campos de férias, as mais recentes histórias da Turma da Mônica.

    Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão e Chico Bento vão, este Verão, fazer parte das aventuras das crianças e jovens portugueses participantes nos muitos campos de férias que se realizam pelo país.

    No âmbito da campanha “Ler é muito fixe”, que pretende promover o gosto e a importância da leitura junto dos mais jovens, centenas de revistas da Turma da Mônica e da Turma da Mônica Jovem serão distribuídas por campos de férias de todo o país. Uma iniciativa que procura ainda dar a conhecer os personagens e as histórias da mais conhecida banda desenhada em português.
    Ao longo de todo o Verão, os mais jovens vão poder encontrar as histórias da “Turma” nas salas de leitura dos campos de férias. E no final ainda as vão poder levar com eles. Antes de regressar, cada jovem vai ter a oportunidade de selecionar as suas revistas preferidas e levá-las para casa. Os pais, já se sabe, é que não vão querer deixar de reviver as emoções de outros tempos.

    Esta campanha insere-se na estratégia do criador da Turma da Mônica, Maurício de Sousa, que pretende ampliar as suas atividades no mercado luso. Por isso, em 2010, voltou a investir fortemente em Portugal para conquistar uma nova geração de leitores com novos personagens, histórias e aventuras.

    A rede de distribuição das revistas foi alargada e as publicações ganharam maior destaque nos pontos de venda de todo o país.

    27 junho, 2011

    Lançamento: Lance - Volume 3


    Ainda sem data marcada de distribuição para as livrarias, mas disponível para pedidos feitos directamente ao editor, está aí um novo lançamento de Manuel Caldas (Libri Impressi), desta vez LANCE - Volume 3, de Warren Tufts, da colecção que se propõe editar integralmente em quatro álbuns o que foi publicado originalmente nas páginas dos jornais americanos da década de 50.

    LANCE é um western clássico que nos remete para os inícios da conquista do oeste americano, situando-se no período compreendido entre 1834 e 1847. Apresentando-se sob um rigor histórico relativamente a ambientes, personagens e acontecimentos, é-nos apresentada sob a forma de vinhetas-sequências, magnificamente ilustradas em desenhos clássicos complementados com excelentes aplicações de cor.

    Depois do segundo volume, a história apresentar-se complementada com as tiras diárias a que o autor foi obrigado a produzir por pressão dos jornais, neste terceiro volume a história é contada integralmente nas majestosas pranchas dominicais.

    Sobre os primeiros dois álbuns desta colecção pode-se ler aqui.

    Os pedidos directos ao Manuel Caldas podem ser feitos aqui, com a vantagem de assim receber gratuitamente (além, claro, de não pagar porte de correio) um novo poster com a reprodução de uma prancha da série a cores e no enorme tamanho da página de jornal em que se publicou (mais de meio metro de altura). O preço é o mesmo dos volumes anteriores: 26,50 Euros.

    16 junho, 2011

    FIBDB 2011: Ivo Milazzo a desenhar

    Torno público que as notas bedéfilas tem agora um canal no YouTube. A ideia é ir disponibilizando os vários vídeos que já realizei o outros que eventualmente realizar. Para já estão disponíveis vídeos de Maurício de Sousa, Manara e agora Milazzo.

    O italiano Ivo Milazzo foi um dos autores presentes no último festival de BD de Beja, que despertou grande entusiasmo, sobretudo pelo seu desenho nas histórias das personagens TEX e KEN PARKER.
    Durante as sessões de autógrafos, que se dividiram entre dois dias no primeiro fim-de-semana do festival, Ivo Milazzo não teve mãos a medir perante as solicitações. Valeu-lhe o traço rápido conforme pode ser visto no registo em vídeo abaixo.

    09 junho, 2011

    Lançamento ASA: As Águias de Roma - Livro II

    AguiasRoma 2

    Depois do lançamento do primeiro em Maio, a ASA lança agora o segundo álbum desta nova série AS ÁGUIAS DE ROMA, que conta com a assinatura de Marini, ficando assim a par com a colecção original francesa. Na história passado durante o período do Império Romano, acompanhamos a dois jovens, um de origem romana e outro um príncipe germânico, cujos destinos se cruzam. Como já vem sendo habitual, a edição vendida nas lojas da FNAC vem acompanhada de uma gravura assinada pelo autor.

    06 junho, 2011

    Desenhos autografados (20): Conan

    Conan_Liam

    Artista britânico de banda desenhada, Liam Sharp, que repetiu a passagem por Portugal, foi um dos autores convidados do VII FIBDB. Dotado de um desenho bastante musculado, o resultado traduz-se em poderosas imagens, conforme pode ser observado nos originais expostos em Beja. Gosto em particular dos pormenores que caracterizam o seu trabalho. Depois de ter visto um dos seus desenhos de Conan, o meu pedido não podia ter sido outro e o resultado está à vista!

    05 junho, 2011

    FIBDB 2011: A crónica

    Esta crónica já era para ter sido escrita, peco pelo atraso, mas redimo-me pelas palavras. Soltem-nas!


    Para alguém que gosta de banda desenhada, de ser bem recebido e de petiscos, pergunto que melhor cartaz de promoção pode ter uma cidade que não um magnifico festival de banda desenhada, uma excelente hospitalidade e uns óptimos caracóis?
    Na planície alentejana, Beja tem isto tudo. Eu, obviamente, fui lá pelo já incontornável festival. Gozo da hospitalidade bejense e aproveito os caracóis. O festival de Beja, abreviadamente FIBDB, que este ano celebra a sua VII edição, é actualmente para mim, e desculpe-me a Amadora, o melhor festival de banda desenhada em Portugal.

    Gosto particularmente do ambiente que reina sobre o primeiro fim-de-semana do FIBDB. Por tradição marcam presença todos os artistas convidados, nacionais e estrangeiros. E é do convívio entre autores e leitores de banda desenhada que se sucede praticamente ao longo do fim-de-semana inteiro, dentro e fora do festival, que se cria uma atmosfera única. Na Casa da Cultura, abordar um autor a qualquer momento para conversar ou pedir um desenho é um acto de absoluta normalidade. É como se não existissem horas marcadas. Este ano falei com Liam Sharp (que já anteriormente tinha marcado presença no AmadoraBD) que nos intervalos da produção de poderosos desenhos (obtive um magnifico Conan para a minha colecção de desenhos autografados) gozou bem o nosso sol e as nossas minis. Com Ivo Milazzo, que não é apreciador de caracóis, ao contrário da sua simpática esposa, que usou bem o seu traço rápido para produzir Tex’s e Ken Parker's a pedido (publicarei aqui brevemente um pequeno vídeo do artista em acção). Com Loustal, que não obstante o seu desenho algo naif, não teve mãos a medir perante as solicitações. Quanto ao espanhol Pablo Auladell, tinha curiosidade, mas confesso que nem dei por ele. Eu perdi-me nas conversas, ele parece-me que se perdeu por Beja.
    Os "nossos" quatros fantásticos da Marvel marcaram igualmente presença. Eu aproveitei, ainda a disponibilidade do Filipe Andrade, enquanto ainda tem agenda para participar nestes eventos em Portugal, para me desenhar um Dr. Destino; o Nuno Plati, como estava carregado de pedidos, assinou-me a Amazing Spider Man #657. Do João Lemos e do Ricardo Tércio fica para próxima, porque mais uma vez perdi-me nas conversas. Deixei igualmente escapar a oportunidade de ganhar um rabisco do meu amigo Carlos Rico, do festival de Moura. A culpa é de toda a actividade que fervilha na Casa da Cultura.
    Aqui para além das exposições e das sessões de autógrafos, sucedem-se as apresentações, os lançamentos, as conversas, e funciona igualmente o mercado do livro. Gosto da palavra “mercado” porque funciona como de uma venda de rua se tratasse, com os livros e álbuns dispostos em mesas corridas, longe daquele formato informal de stand ou de loja. Torna-se um prazer vasculhar naquela oferta em busca de livros perdidos. Acreditem que os há. Encontrei os dois primeiros álbuns da colecção “O Assassino” de Jacamon e Matz, editados pela Booktree, em cuja demanda já andava há algum tempo, após descobrir esta viciante série, que é a autobiografia de assassino através das suas interrogações e angustias, na recente colecção do jornal Público que editou os álbuns 3 e 4. Outras das minhas aquisições foram dos volumes 2, 3 e 4 da desaparecida colecção “Mancha Negra” da editora VitaminaBD. Curiosamente umas horas antes, a caminho de Beja, em conversa, o meu amigo Rui Rolo tinha recomendado justamente desta colecção as histórias “A Grande Farsa” e “Iguana” de Trillo e Mandarfina. Depois disto a conclusão é que ou eu tenho muita sorte ou se existe está em Beja!

    Ainda sobre a colecção “Mancha Negra”, já conhecia o 1º volume, o delicioso “Clara de Noite” que conta com o desenho de Jordi Bernett, um dos meus autores preferidos, sobre o qual vou ter de aqui escrever propositadamente, de forma a ser lembrado uma próxima lista de convidados de um qualquer festival de banda desenhada em Portugal.

    Mas o festival de Beja não se esgota só com o programa oficial, dado que na programação paralela a oferta é variada. Ainda não foi desta que consegui conciliar as noites de Sábado com um copo na Galeria do Desassossego seguido da madrugada de cinema de terror na Bedeteca, que inclui caldo verde, e a manha de Domingo com a visita ao centro histórico de Beja com o Prof. Florival (ver fotografia). Tenho privilegiado esta última que é de uma riqueza cultural indescritível.

    E assim passe(e)i por mais um FIBDB. Onde autores e leitores, amigos e conhecidos respiram um ambiente único, onde a simpatia e a amizade de Paulo Monteiro faz-nos sempre querer regressar todos os anos.
    O festival de Beja continua de portas abertas até ao próximo dia 12 de Junho.

    Uma reportagem fotográfica do festival pode ser vista aqui.

    02 junho, 2011

    Site oficial do Asterix

    Sitio do Asterix

    Já está disponível, em português pós-acordo ortográfico, e no ano em que se comemora os 50 anos sobre o inicio da publicação das aventuras de Asterix em Portugal, o site oficial do Asterix. No lógico www.asterix.com encontramos um espaço agradável, bem organizado, que disponibiliza a mais variada informação sobre personagens, álbuns publicados, produtos relacionados, etc, o que constitui assim um sitio de referência sobre o universo Asterix. Um excelente trabalho! Deixo aqui apenas um pequeno reparo apenas para o facto de após várias tentativas concluir que o registo para a recepção da “missiva grátis” não se encontrar a funcionar. Falta-lhe um bocadinho de poção mágica!