25 setembro, 2008

DVD: "Homem de Ferro"

Deambulava eu pelos misteriosos caminhos da rede, quando sou surpreendido pelo anúncio do lançamento em DVD do excelente filme “Homem de Ferro” que ainda em Maio último percorria as salas de cinema nacionais. A novidade aqui não é o lançamento, mas sim a EDIÇÃO ESPECIAL DE COLECCIONADOR, cuja embalagem é a mascara do Homem de Ferro. Reparem só no pormenor:


Dois discos e traz como extras , conforme publicitado: Cenas cortadas - Eu sou o Homem de Ferro: Documentário "Making Of" de 7 partes - O Invencível Homem de Ferro - Armado: Os efeitos visuais do Homem De Ferro - Screen Test de Robert Downey Jr. - Os métodos do actor - Fotografias e muito mais!

Digam lá se não figura bem na prateleira de uma qualquer videoteca?

24 setembro, 2008

A caminho do FIBDA'2008...

...falta exactamente um mês para o inicio do 19º Festival de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA). Para já pouco se sabe, só mesmo que irá decorrer entre os dias 24 de Outubro e 9 de Novembro, no Fórum Luís de Camões, na Brandoa, subordinado ao tema "Tecnologia e Ficção Cientifica" e é tudo! Na falta de programa, podemos sempre especular sobre o que poderia acontecer para o FIBDA'2008 ser um grande festival. Não vou para aqui criar grandes expectativas, até porque já se sabe "que quanto mais se sobe, maior é a queda". O tema escolhido é um bom tema e bem aproveitado pode mostrar-se bastante ambicioso. Na faltam na banda desenhada exemplos de histórias e personagens de muita qualidade que podem proporcionar excelentes exposições. Desde dos clássicos “Dan Dare” e “Flash Gordon”, passando por “Valerian”, “John Difool” ou “Metabarões”, sem esquecer o mais recente “Universal War 1”, como exemplo de bd's publicadas entre nós, a oferta é muita e variada. A presença de qualquer um dos autores destas últimas histórias faria justiça à referência de "Internacional" que o nome do festival ostenta. E claro está, que existirão outras bd's nunca cá publicadas que poderão igulamente proporcionar otimas exposições. E exemplo do que acabei agora de referir, talvez seja dado pela presença, ao que apurei parece confirmada, do italiano Tanino Liberatore. Ainda que desconhecido entre nós, é autor de "RanXerox", uma BD ultra-violenta cujo principal personagem é um andróide feito de partes de máquinas de fotocópias da marca Rank Xerox (promete!!!). Este autor, para além de enquadrar perfeitamente na temática do festival, é coerente com a politica do FIBDA, ou seja, convidar autores praticamente desconhecidos e/ou sem qualquer obra publicada entre nós. Por vezes, as consequências são situações embaraçosas como as que tenho vindo a observar nos últimos anos, quando estes ilustres desconhecidos passam horas sentados nas sessões de autógrafos sem que ninguém lhes solicite o mais pequeno desenho. Com Tanino Liberatore, acredito que seja excepção, até porque, pelos exemplos que pesquisei no Google, o sua arte parece-me muito boa. Mas, confesso que preferia conhecer alguns dos autores que habitam nas prateleiras da minha bedeteca! Claro está que parte importante no sucesso de um festival, pelo menos na minha opinião, é as NOVIDADES. Sempre defendi que todo e qualquer festival de BD deve assumir-se como comercial. Obviamente, estando em Portugal, onde subsistem duas ou três editoras de BD, não se pode esperar muito. Na ASA (Leya) a maior, mais não seja pela qualidade de títulos que detém no seu catalogo, mas certamente não a melhor editora de BD, aparentemente as novidades são... DE PROFUNDIS, de Miguelanxo Prado, cujo lançamento já tinha sido anunciado para Setembro e a re-re-re-redição (ufa!) da colecção “Blake e Mortimer”!!! Convenhamos que é muito pouco para o que se espera desta editora de BD naquele que é só o maior festival de banda desenhada em Portugal! Assim, conto com a Vitamina BD e por um sinal de vida da Devir (José Carlos Fernandes?) para fazer compras. O resto é o habitual escoar de stocks a preços de saldos!!! Engraçado e talvez um factor de atracção e divulgação do FIBDA, fosse a invasão de Lisboa ou quiçá da cidade da Amadora por milhares de pequenos estrumpfes ou "smurfs", integrado no Euro Tour comemorativo do 50º aniversário destes pequenos duendes azuis, que tem visitados os mais variados festivais por essa Europa fora. Será que se lembram de nós? E vocês caros leitores, o que esperam do FIBDA’2008?

22 setembro, 2008

Blake e Mortimer.... OUTRA VEZ!

Com o final da colecção «Blueberry» a aproximar-se, o jornal Público em parceria com a ASA, fez anunciar que irá lançar uma nova colecção de BD, com início em Outubro, desta vez dedicada à série «Blake e Mortimer».
 
Uma colecção toda encadernada, capa dura, lombada de tecido, etc., etc. tudo muito bonito não fosse o pormenor desta série já ter sido anteriormente editada (pela Editorial Íbis/Editorial Verbo), reeditada (pela Bertrand), re-reeditada (pela Meribérica) e ainda re-re-reeditada (pelo Jornal Record). Aliás acho mesmo que não existe outra série em Portugal que tenha sido objecto de tantas reedições. E depois disto tudo será que existe por aí algum bedéfilo que ainda não tenha esta colecção? E com a crise e tanta gente que se queixa de pagar mais três ou quatro euros por um qualquer álbum de capa dura, será que é uma lombada bonita que justifica pagar cerca de € 7,90 por um álbum que facilmente se encontra em qualquer feira do livro que se preze a metade do preço? É impressão minha ou parece que em termos de produção de BD andamos a andar para trás? Com tanto material inédito para publicar, não seria altura da ASA olhar para a frente e dirigir a sua atenção no sentido de reparar a “herança” da Meribérica e completar colecções? Com tantos títulos em carteira é preciso andar a publicar "mais do mesmo"? Papel que podia ser aproveitados para, por exemplo, colecções ainda inéditas em Portugal!
 

 

13 setembro, 2008

Como organizar?

Um dos motivos pelo qual pouco tenho escrito aqui, deve-se ao facto da minha bedeteca pessoal ter atingido o ponto de saturação. Os álbuns e revistas de BD acumulavam-se em pilhas desorganizadas pelos cantos desta assoalhada transformada em escritório adaptado para bedeteca. Alguns álbuns pura e simplesmente não os encontrava. Com as últimas aquisições de mês passado, a integridade de algumas edições mais antigas começou a ficar em causa. A solução passava por optimizar o espaço disponível, ou seja, 10 prateleiras, cinco com um comprimento de 55 cm cada e outras cinco com 75 cm, para várias centenas de álbuns.
 
O princípio subjacente é "o espaço é um bem escasso", até porque não disponho mais prateleiras e por outro lado pretendia uma bedeteca funcional. E como organizar?
 
Se a primeira fase, a triagem, foi relativamente fácil, até pela questão do formato: franco-belga para um lado, americana/inglesa para o outro e a portuguesa fica aqui; a segunda, de arrumação nas prateleiras, revelou-se um verdadeiro jogo de paciência. Depois de separação, comecei pelo óbvio. Pela sua natureza e formato, as colecções "Série Ouro" e "Clássicos da BD" do Correio da Manha ocupam na perfeição uma prateleira de 75. Com espaço ainda para os nove volumes das "Obras-primas da BD Disney". Optimização perfeita! A BD americana/inglesa, em formato tpb, também se resolveu bem. Super-heróis e outras histórias convivem bem em duas prateleiras exclusivas, com a vantagem de sobrar espaço (pouco) para futuras aquisições. Quanto á BD portuguesa, colecções mais antigas não incluídas, o volume é reduzido. As edições de autores portugueses são dominadas, basicamente, por José Carlos Fernandes e Luís Louro. Meia prateleira de 55 cm e o caso ficou arrumado! Pelo seu elevado número de álbuns e pela diversidade de personagens, autores e géneros, o problema surgiu na BD franco-belga. Arrumo por ordem alfabética das personagens (Alix, Asterix, Blake & Mortimer,...), por género (western, ficção-cientifica, histórico,...), por autor ou por editora? Pessoalmente gostava de organizar por autor numa perspectiva de evolução histórica. Mas depois temos aqueles autores (por ex. Van Hamme) de vários personagens (Thorgal, Largo Winch, etc) ou então a mesma personagem por vários autores (Blake e Mortimer) ou ainda autores de diferentes géneros (Giraud/Moebius). E histórias há que nem as sei situar. E depois há aquela eterna questão: argumentista ou desenhador? E o que fazer com aqueles que se assumem ora como argumentistas ora como desenhadores em diferentes séries (Giroud)? E se fosse por editoras, ficava bem colocar depois do "ALIX" (das Edições 70) o "Torpedo 1936" (da Futura)? E os tamanhos? O que dizer dos 31,5 cm de altura da série “Bouncer” da ASA comparado com os 29 cm da série “Blueberry” da Meribérica. Porque onde cabe a Meribérica não cabe a ASA. Quem diria que dois centímetros faziam toda a diferença! Com tantas condicionantes, adoptei o critério... de não ter critério. Arrumei, tendo em conta os formatos, as personagens, numa lógica mais ou menos respeitadora da época onde decorre a acção, tentando não separar muito álbuns do mesmo autor, mas não obrigatoriamente por esta ordem. O resultado final é o Tintim a seguir ao Asterix, o Corto Maltese “entalado” entre o Alix e o Spirou, o Jeremiah entre o Valerian e o XIII, entre outros. Primeiro estranha-se depois entranha-se! Uma das consequências desta arrumação, foi uma pilha enorme de sobras de BD, que irei colocar à venda num futuro próximo num qualquer site de leilões on-line. Já agora, como é que vocês organizam a vossa bedeteca?

30 agosto, 2008

Cinema: "Hellboy II"

Decidi aproveitar o melhor de dois mundos, o paranormal de Mignola e o fantástico de Del Toro, e dei comigo numa sala de cinema a ver o Hellboy II. Já havia gostado bastante do primeiro Hellboy e como este ano as sequelas de adaptações cinematográficas de bd’s é que estão a dar, a escolha prometia ser uma boa escolha. Como entretenimento, até foi.

Com toda a liberdade criativa e de adaptação que lhe foi dada, Del Toro mergulha bem e em força no universo de Hellboy, um mundo de monstros e criaturas fantásticas, que ele também, tão bem domina. Aproveitando a vantagem de ser uma sequela, Hellboy II: O Exercito Dourado, dispensa desde logo as apresentações e lança-se de imediato na acção, com o nosso anti-herói a ser chamado para lidar com o Principe Nuada do mundo fantástico e o seu desejo de controlar o invencível (?) e terrível exercito dourado, com o objectivo de se vingar da raça humana.

O resultado é um filme pleno de acção, bem-humorado, que fala de sacrifícios e de amor. Aponto como falhas, o facto de se apoiar num argumento simples e que evolui sem grandes desenvolvimentos que conduz necessariamente a um final mais que óbvio. A infeliz ideia de apresentar um vilão com uma certa razão na causa que defende, mas que é sacrificado na sua atitude pela quase obrigatória necessidade de se criar a dicotomia bem versus mal, que no fundo é a vulgar linha condutora dos filmes de heróis, também não ajuda para enriquecer a história.

Pessoalmente, gostei mais do primeiro filme, até porque no que se trata de adaptações de bd, prefiro os filmes que focam mais a atenção na construção emocional das personagens do que aqueles que apostam tudo na acção.

Mas Hellboy II é um filme que não desvirtua e cumpre exemplarmente o seu propósito, ou seja, duas horas bem passadas num mundo fantástico rodeado de monstros e criaturas fantásticas, onde a acção se alia ao humor, num puro delírio visual q.b., mas que ficou um bocado aquém daquilo que eu esperava de uma (desta) sequela.

As minhas estrelas: 3 em 5

22 agosto, 2008

Principe Valente, de Manuel Caldas

Na sequência do fim do projecto de editar integralmente as aventuras do Principie Valente, de Hal Foster, numa edição restaurada, naquela que figuraria com certeza ao lado das melhores coleções feitas em Portugal, publico aqui as capas dos seis volumes que foram publicados, com a direcção de Manuel Caldas. Abrangeu o período de 1937 a 1948. Os cinco primeiros álbuns fora editados sob a chancela «Livros de Papel» e o o sexto álbum pela «Bonecos Rebeldes».





15 agosto, 2008

Leitura: CASTAKA

Anteriormente, a VitaminhaBD já havia editado no devido formato franco-belga, o álbum "«Castaka» que situa a história antes dos acontecimentos narrados no primeiro volume da "Casta dos Metabarões". Funcionando como uma prequela, este primeiro álbum centra a sua história em Dayal, o primeiro antepassado, fundador da casta dos Castakas.

Não alcançando a profundidade dos «Metabarões», Jodorowsky consegue mesmo assim criar uma outra linha narrativa, sem se repetir se sem desvirtuar, continuando a cativar o leitor, não obstante a colaboração no desenho do espanhol Das Pastoras, dono de um traço dificil de assimilar, principalmente se o compararmos com o argentino Juan Gimenez, desenhador dos "Metabarões".

Só uma chamada de atenção para o erro existente na primeia vinheta do lado esquerdo inferior da página 10, onde o texto troca as cores dos clãs. Segundo o responsável da VitaminaBD, o erro já vem da edição original e infelizmente não foi detectado na tradução para a versão portuguesa.

CASTAKA
Autores Alexandro Jodorowsky e Das Pastoras
Edição VitaminaBD, 1ª edição de Dezembro de 2007


Nota de Leitura:

RAZOÁVEL (3 em 5)

14 agosto, 2008

Leitura: A Casta dos Metabarões - Primeiro Volume

A recente reedição da magnífica série de ficção-cientifica da bd franco belga, «A Casta dos Metabarões» é talvez uma das melhores apostas da editora VitaminaBD. Com a publicação deste primeiro volume e a promessa de publicação da série completa (em mais dois volumes), teremos finalmente editada em português a saga completa dos Metabarões, depois da falência da Meribérica, editora que apenas publicou os cinco primeiros álbuns.

A série centra-se na história da linhagem do Metabarão, uma personagem do universo do "Incal", criada por Jodorowsky e Moebius, pertencente a uma casta de guerreiros espaciais com um código de honra muito rígido. O primeiro volume desta colecção, compreende os três primeiros álbuns da série, a história começa por recuar ao tempo de Othon, o trisavô do actual Metabarão, onde um pequeno incidente que revelará o segredo de família do clã Castaka, desencadeia uma sucessão de acontecimentos que levará á origem da casta dos Metabarões, os guerreiros supremos. No segundo álbum, conheceremos Honorata, a trisavó, uma personagem cuja força interior se revelará decisiva para asseguar a descendência de Othon e finalmente no terceiro álbum, com Aghnar, o bisavô, assistiremos ao começo da tradição do brutal ritual de iniciação de um Metabarão.

Com a assinatura de Alexandro Jodorowsky, talvez num dos seus melhores trabalhos (apesar de eu tambem ser grande apreciador da série "Bouncer"), acompanhada do desenho fantástico e irrepreensível de Juan Gimenez, a leitura dos "Metabarões" depressa se torna viciante, talvez influenciada pela tragédia que acompanha cada geração ou pelo ambiente tecnológico e futurista de ficção-cientifica onde decorre a acção ou então por ambos.

O único senão talvez desta colecção, é na minha opinião, a opção da editora pela edição em formato pouco maior que o comic americano em preterição do merecido formato franco-belga. Não obstante o factor económico associado e as vantagens que daí advêm – cada volume inclui três álbuns e é vendido pelo preço de um - considero que o conteúdo excepcional deste clássico da BD se encontra diminuído neste formato de edição, e é talvez o único ponto negativo desta colecção, mas não o suficiente para não deixar de atribuir a nota máxima.

A CASTA DOS METABARÕES - Primeiro Volume
Autores Alexandro Jodorowsky e Juan Gimenez
Edição VitaminaBD, 1ª edição de Dezembro de 2007

Nota de Leitura:

EXCELENTE (5 em 5)

Leitura: REVELAÇÕES


A obra «Revelações» da dupla Paul Jenkins e Humberto Ramos, editado recentemente pela BDMania, vale mais pela expectativa do que pelo conteúdo. Confuso? Passo a explicar. A historia conta-nos uma terrível conspiração que toma forma nos corredores do Vaticano, envolvendo adoradores do Diabo, a sucessão do Papa e um Quarto Segredo de Fátima. Parecia prometedor. Logo no inicio o assassinato de um Cardeal é o pretexto para a entrada em cena, da personagem principal, o (jovem?) detective inglês Charlie Northern, cujo cepticismo e desconfiança serão postos à prova e necessários no salto de fé para a descoberta da verdade.

O argumento que prometia torna-se entretanto confuso com o desenvolvimento da conjectura e perde-se o rumo para um final que, ao contrário do que dizia o poeta, não se entranha, estranha-se. Esperava (eu) mais certezas e menos abstracções! Os apreciadores da arte de Humberto Ramos, ainda encontrarão motivos suficientes para valorizar este livro, o que manifestamente não é o meu caso. Talvez seja do desenho, talvez seja da cor, não sei, sei que não me cativou!

REVELAÇÕES
Autores: Paul Jenkins e Humberto Ramos
Álbum único, cores, capa mole
Editora BDMania, 1ª edição, Abril de 2008

A minha nota:

13 agosto, 2008

Curiosidades: Chihuahua Pearl

Quarta-feira. Dia de publicação de mais um álbum da colecção Blueberry pelo jornal Público.

Aproveito esta rubrica para reproduzir aqui a magnifica capa da 1ª edição portuguesa do álbum Chihuahua Pearl publicado em 1990 pela editora Meribérica, que apresenta como curiosidade o facto da editora portuguesa ter optado por utilizar na capa o desenho da edição americana, do rosto de Blueberry com a assinatura de Moebius, em vez do desenho o rosto da personagem, que dá o titulo ao álbum, com a assinatura de Gir, da edição original francesa como foi norma ao longo da colecção.

Ficha técnica:
Chihuahua Pearl
Colecção Blueberry
Capa mole, cores,
Edição MERIBÉRICA, 1990

Curiosidades: Chihuahua Pearl

Quarta-feira. Dia de publicação de mais um álbum da colecção Blueberry pelo jornal Público.

Aproveito esta rubrica para reproduzir aqui a magnifica capa da 1ª edição portuguesa do álbum Chihuahua Pearl publicado em 1990 pela editora Meribérica, que apresenta como curiosidade o facto da editora portuguesa ter optado por utilizar na capa o desenho da edição americana, do rosto de Blueberry com a assinatura de Moebius, em vez do desenho o rosto da personagem, que dá o titulo ao álbum, com a assinatura de Gir, da edição original francesa como foi norma ao longo da colecção.

Ficha técnica:
Chihuahua Pearl
Colecção Blueberry
Capa mole, cores,
Edição MERIBÉRICA, 1990

12 agosto, 2008

Polémica sobre o Principe Valente

Esta é para mim talvez uma das noticias bedefilas mais negativas do ano, apesar de ter passado quase despercebida e de poucas reacções ter suscitado neste nosso meio, para grande espanto meu ou não se tratasse de uma das melhores colecções que tem sido publicadas entre nós nos últimos anos e, da qual, eu era grande apreciador. Quando finalmente sai o sétimo álbum (ver imagem) da colecção integral do Príncipe Valente surge a polémica, com uma história mal explicada entre os editores Manuel Caldas e José Vilela que culminou no afastamento do primeiro do excelente projecto que tinha vindo a desenvolver. O portal Central Comics - único sítio onde encontrei uma referência a esta noticia, publicou mesmo uma carta aberta de Manuel Caldas, que tomo a liberdade de transcrever de seguida na integra:

"Estimados seguidores do Príncipe Valente:

Alguns já o sabem, mas outros não: apareceu este mês nas livrarias um novo volume da edição da obra de Hal Foster por mim concebida e a cujos volumes antes publicados dediquei anos de trabalho. No entanto, com o novo volume, o sétimo (1949-50), EU NÃO TENHO ABSOLUTAMENTE NADA A VER. É muito importante que todos compreendam isto, pois, apesar de o meu nome não estar na ficha técnica, há ainda quem tenha dúvidas, sendo para esses que estou a escrever.

Não devia haver razões para dúvidas: o novo volume é mau, muito mau, desde a capa à contracapa; um absoluto arremedo da qualidade e do espírito dos seis anteriores; uma edição que deveria envergonhar todos os que a tornaram possível, mesmo que, com o devido bom-senso, não se tenham arvorado em restauradores das páginas de Hal Foster. Em qualquer parte do mundo, edições assim tão más do PV, com aspecto de fotocópias em sétima ou oitava mão, já não se faziam desde os anos 80 do século XX.

E por que motivo apareço eu agora desligado dum projecto editorial que fora por mim concebido e só graças ao meu trabalho aturado e apaixonado transformou finalmente em êxito comercial uma edição do PV em Portugal? Tinha o actual editor (que anteriormente foi comigo co-editor) poder para me "despedir"?

Era ele o verdadeiro e único editor, apesar de na ficha técnica aparecermos os dois como editores?

Não, ele não tinha poder para me excluir e éramos mesmo ambos os editores. E nem ele era, como muitos pensam, o sócio capitalista, aquele graças a cujo dinheiro fora possível iniciar a edição; não: TODAS as despesas para publicar cada um dos primeiros seis volumes foram suportadas em PARTES IGUAIS pelos dois. Mas, sim, o contrato para a obtenção, da King Features, dos direitos de publicação da obra foi tratado por ele e só por ele assinado.

Não que assim tivesse de ser, mas apenas porque eu vivo na Póvoa de Varzim e ele em Lisboa, onde se situa a agência que representa a King Features em Portugal. No entanto, se os direitos de publicação do PV em Portugal estão na mão dele, entre nós dois foi feito (não logo no início, mas mais tarde, na altura em que resolvemos sanar conflitos que haviam surgido) um contrato que me consagrou como fazedor da edição. E então, porque é que, mesmo assim, resolveu arrumar comigo? Porque, publicados os volumes que implicavam mais trabalho de restauro, considerou ele que a partir do sétimo já qualquer pessoa seria capaz de me substituir, permitindo-lhe a ele ganhar mais dinheiro.

O resultado está à vista nas livrarias e o tribunal decidirá qual a extensão dos direitos de cada um de nós.

Para muitos, a ideia de que, apesar de tudo, eu esteja por trás de tão execrada edição dever-se-á ao facto de nas badanas do livro os textos serem os mesmos dos volumes anteriores. Sim, são os que eu escrevi, mas foram usados sem a minha autorização e, pior ainda, desacreditando-me junto de qualquer pessoa quando a certa altura neles se lê, a propósito da edição: "os 22 volumes que a formarão constituirão a edição a preto e branco definitiva do 'Prince Valiant' de Hal Foster." Que arrojo sem escrúpulos: usar as minhas palavras para impingir gato por lebre! Também disto terei de pedir contas. No entanto, elucidados, só comerão o que é mau os que com tal não se importarem.

Para terminar: que todos saibam também que nada tenho a ver com a actual edição do 'Tarzan' do Russ Manning nem com a futura (e de qualidade muitíssimo duvidosa) edição do 'Flash Gordon' do Alex Raymond. Neste momento, o que eu publico é o 'Hagar', o 'Lance' (segundo volume em preparação) e uma edição em espanhol para venda só por correio do 'Príncipe Valente' (cinco volumes saídos); e preparo o primeiro volume de 'Ferd'nand', com as primeiras tiras (de 1937) da série.

Para todos, saudações cordiais do Manuel Caldas"

Apesar de ainda só conhecermos a versão de uma das partes, quer-me parecer a mim, até pelo conteúdo duro da carta, que esta confusão não terá um final feliz, sendo certo que já existe um lado perdedor e esse é de certeza os leitores e coleccionadores desta colecção. Já tinha adquirido o sétimo volume, bem antes de ter conhecimento desta polémica, apesar de ainda não o ter lido. Agora que folheei algumas páginas, nota-se efectivamente um decrescente de qualidade, não só ao nível da legendagem que se apresenta agora um tipo de letra menos harmonioso com o desenho, como o próprio desenho em algumas das pranchas a não se apresenta tão nítido e com tanto detalhe como nos volumes anteriores.

Já aqui por vezes tinha elogiado esta colecção, não só pela sua ambição - a publicação integral das aventuras do Príncipe Valente, em 22 volumes, mas também pelo nível qualitativo a que se propunha, ou não estivesse Manuel Caldas, reconhecido especialista da obra de Hal Foster, por detrás deste projecto, defendendo mesmo como a edição do ano.

Uma vez alterados os pressupostos qualitativos, da minha parte a colecção termina aqui e lamento que num meio tão pequeno como o nosso, os entendimentos sejam tão difíceis e que projectos válidos raramente chegam ao fim porque valores (egoístas) se sobrepõem ao amor pela banda desenhada!

05 agosto, 2008

E os vencedores são...

Bem sei que este tema não é dos mais actuais, até porque a festa já se realizou (no passado dia 26 de Julho) e já foi falada e discutida noutros blogues, nomeadamente aqui, mas no entanto não posso deixar de registar aqui os vencedores do VI Troféus Central Comics, até por uma questão de arquivo e memória futura deste blogue.

Organizados, desde sempre, pelo portal Central Comics, os troféus destinam-se a eleger, com o voto dos leitores, os melhores autores e obras publicados no ano anterior.

E a lista completa dos vencedores deste ano é a que se segue:

- Melhor curta não editada em álbum: Adeus tristeza de Suza Monteiro (Venham+5)

- Melhor projecto em BD: Série Documental VerBD (Pedro Moura)

- Melhor Fanzine: Venham+5 (Bedeteca de Beja)

- Melhor Revista: BDjornal (Pedranocharco)

- Melhor Livro Técnico: Hergé, Filho de Tintim (Verbo Difusão)

- Melhor Argumento Estrangeiro: Mike Mignola (Hellboy 4)

- Melhor Argumento Nacional: José Carlos Fernandes (A Pior Banda do Mundo 6)

- Melhor Desenho Estrangeiro: Frank Miller (Elektra – O Regresso)

- Melhor Desenho Nacional: Luís Louro (O Corvo v3)

- Melhor Cartoon Estrangeiro: Peanuts – Obra Completa 1957-1958 (v4) (Afrontamento)

- Melhor Cartoon Nacional: Os Portugas no Dakar 2 (Plátano Editora)

- Melhor Publicação Estrangeira: HellBoy 4 – A Mão Direita do Apocalipse (Devir/G-Floy)

- Melhor Publicação Nacional: Obrigado, Patrão (Asa Edições)

- Melhor Editora: Vitamina BD

- Troféu Especial do Júri: Manuel Caldas (editor da Livros de Papel)

Comentário: ao contrário do que sucedeu na edição do ano passado, onde na minha opinião alguns "vencedores" pouco fizeram para merecer esse estatuto, o que aliás motivou o meu desencanto e a minha abstenção na eleição deste ano, considero que os vencedores deste ano, apesar de alguns não coincidirem as com as minhas escolhas pessoais, reflectem de forma mais sóbria e fiel o que melhor se fez em termos bedéfilos durante o ano de 2007. Os votos de parabéns aos vencedores!

De regresso...

... a este espaço depois de umas (merecidas, digo eu) férias para carregar baterias! E entre tantos acontecimentos que houve, começo por assinalar o 3º aniversário de existência aqui das "notas" (em rigor foi no passado dia 31 de Julho). Acreditem que não é fácil manter um blogue, mas existe vontade em o manter. Olho para os números (de textos publicados) no último ano e admito que o blogue não foi tão activo como eu desejava, até porque a sua produção resultou mais "de transpiração do que de inspiração". Olho também para os números (de visitantes) e confesso que fico satisfeito por saber que há por ai quem ainda vá lendo o que por aqui (por vezes) escrevo.

Aliás, não posso deixar de valorizar os visitantes deste espaço, que a partir dos feedbacks obtidos, quer seja através de simples comentários, criticas, sugestões ou outros, contribuíram para novos olhares, novas descobertas (da minha parte) no mundo da BD, sendo talvez esta a principal mais-valia que retiro do blogue deste último ano.

Para este novo ciclo (o quarto) que agora se inicia (já se iniciou) renovo os objectivos traçados inicialmente, ou seja, falar de banda desenhada, nas suas mais diversas formas, contribuindo para uma sua maior divulgação e... de preferência com uma maior actualidade. Tenho previstos alguns ajustamentos e melhoramentos aqui no sitio, a começar por um novo topo. Pretendo ainda rever as listas dos links, recuperar algumas rubricas que se perderam no tempo e iniciar outras. A seu tempo, tudo se revelará.

Então, até já!

De regresso...

... a este espaço depois de umas (merecidas, digo eu) férias para carregar baterias! E entre tantos acontecimentos que houve, começo por assinalar o 3º aniversário de existência aqui das "notas" (em rigor foi no passado dia 31 de Julho). Acreditem que não é fácil manter um blogue, mas existe vontade em o manter. Olho para os números (de textos publicados) no último ano e admito que o blogue não foi tão activo como eu desejava, até porque a sua produção resultou mais "de transpiração do que de inspiração". Olho também para os números (de visitantes) e confesso que fico satisfeito por saber que há por ai quem ainda vá lendo o que por aqui (por vezes) escrevo.

Aliás, não posso deixar de valorizar os visitantes deste espaço, que a partir dos feedbacks obtidos, quer seja através de simples comentários, criticas, sugestões ou outros, contribuíram para novos olhares, novas descobertas (da minha parte) no mundo da BD, sendo talvez esta a principal mais-valia que retiro do blogue deste último ano.

Para este novo ciclo (o quarto) que agora se inicia (já se iniciou) renovo os objectivos traçados inicialmente, ou seja, falar de banda desenhada, nas suas mais diversas formas, contribuindo para uma sua maior divulgação e... de preferência com uma maior actualidade. Tenho previstos alguns ajustamentos e melhoramentos aqui no sitio, a começar por um novo topo. Pretendo ainda rever as listas dos links, recuperar algumas rubricas que se perderam no tempo e iniciar outras. A seu tempo, tudo se revelará.

Então, até já!

22 julho, 2008

O Batman já chegou?

Apesar do filme "Batman: o Cavaleiro das Trevas" estrear entre nós, só na proxima Quinta-Feira, corria o rumor que afinal o Batman já tinha chegado a Portugal. Diversos testemunhos juravam ter obervado um figura vestida de negro, com semelhanças a um morcego, em pose de vigilante no topo de um edificio em Lisboa. Bem, interrompi as minhas férias, peguei na maquina fotografica e fui confirmar se os rumores eram verdadeiros. E conforme se se pode observar nas diversas fotografias aqui reproduzidas, confirmo que o BATMAN ESTÁ EM PORTUGAL!

Brincadeira á parte e o boneco faz parte do marketing que o CC Monumental, no Saladanha, decidiu promover para a estreia do novo filme do Batman, que promete ser apenas “o” acontecimento cinéfilo do ano!