04 maio, 2009

Vasco Granja (1925-2009)

Faleceu Vasco Granja.

Foi através do seu programa televisivo, que entre milhares de outros filme de animação de origem da Europa de leste, cujos nomes dificilmente ficariam na memória, toda uma geração teve contacto com personagens como Bugs Bunny, Mr. Magoo ou ainda a Pantera-Cor-de-Rosa.

No entanto, gostaria aqui de destaca aqui a sua prolifera actividade como divulgador da banda desenhada em Portugal. Aliás, o próprio termo “banda desenhada” foi utilizado pela primeira vez por Vasco Granja num artigo publicado pelo “Diário Popular” em Novembro de 1966. Vasco Granja foi editor do fanzine "Quadrinhos", director da 2ª série da edição portuguesa da revista "Spirou" e ainda o último director da revista Tintim. A Vasco Granja deve-se ainda a publicação de "Corto Maltese", pela Bertrand, na qual trabalhou como coordenador de edição de BD.

Vasco Granja foi também figura determinante no arranque do Festival Internacional de BD da Amadora, que o homenageou com o Troféu de Honra em 1996.

Um obrigado a um nome grande da BD portuguesa!

03 maio, 2009

Pela ASA em 2009

Uma passagem pela (concentrada) Feira do Livro de Lisboa e na habitual falta de novidades bedéfilas nas bancas, procurei saber outro tipo de novidades e fiquei a saber que a editora ASA tem previsto para a publicação em 2009.

Assim, entre as habituais reedições (de Lucky Luke), podemos esperar seguintes títulos inéditos:

Da série «Borgia»:
Finalmente a continuação desta excelente série da dupla Jodorowsky/Manara, logo com a publicação dos volumes 2 e 3, “O Poder e o Incesto” (um dos meus 12 desejos para 2009) e “As Chamas da Pira”, respectivamente.

Da série «As Cidades Obscuras»:
A continuação de uma série que já passou por diversas editoras e que chega agora á ASA.
O álbum a publicar é “A Teoria do Grão de Areia” – tomo 1, de Schuiten e Peeters, que corresponde ao 10º na colecção original.

Da série «Bilal»:
Depois da conclusão da tetralogia de “O Monstro”, a ASA aposta no mais recente título deste autor: “Animal Z”.

Estranha-se no entanto a falta de aposta naquelas séries “penduradas” e porventura comercialmente mais conhecidas tal como Blueberry, Alix ou Thorgal, às quais eu ainda acrescentaria XIII ou Bouncer, mas claro está são opções!

O Sandokan inacabado de Hugo Pratt

Photobucket

Quando Alfredo Castelli, autor e estudioso de banda desenhada, revelou ter descoberto há pouco mais de um ano 64 pranchas originais de uma versão incompleta das aventuras de Sandokan desenhadas por Hugo Pratt em 1971, o mundo da BD reagiu como se tivesse sido encontrado um tesouro.

Hoje, quando a primeira edição destas duas histórias inacabadas - Tigri di Mompracem e La Riconquista di Mompracem - se prepara para chegar às livrarias italianas (a versão em francês só é lançada no Outono), a expectativa é ainda maior. Sobretudo porque Castelli, que está envolvido nesta publicação com a chancela da editora italiana Rizzoli Lizard, revelou apenas a primeira das pranchas desenhadas por Pratt, o criador do indomável e romântico Corto Maltese e do pragmático Sgt. Kirk.

Basta uma pesquisa rápida na Internet para perceber que há muitos leitores de BD que esperam ansiosamente "as novas aventuras" da personagem criada pelo escritor Emilio Salgari (1862-1911) e que, na versão de Pratt, tem a sua história contada pelo guionista Mino Milani.

Segundo o El País de ontem, e a avaliar pela primeira das 64 pranchas originais - a única que Castelli acedeu a mostrar -, o aspecto do Sandokan de Pratt nada tem a ver com o da versão cinematográfica e televisiva celebrizada pelo actor indiano Kabir Bedi. Nestas duas tiras já conhecidas, o autor italiano prefere representar o príncipe malaio - um homem corajoso que se insurgia contra a tirania britânica, tinha uma namorada chamada Marianna e um amigo português - sem barba, sentado numa cadeira de vime numa pose muito semelhante às que podemos encontrar no próprio Corto Maltese.

O Sandokan de Pratt-Milani foi uma encomenda do Corriere dei Piccoli, o célebre suplemento infantil do diário italiano Corriere della Sera. Quando revelou a sua descoberta, que só pensou em publicar depois de receber autorização da Cong SA, a sociedade que detém os direitos da obra de Hugo Pratt, Castelli explicou aos jornalistas que a obra se manteve inédita porque o autor italiano não conseguiu cumprir os prazos de entrega que os editores do Corriere dei Piccoli tinham estipulado.

Johnny Depp, o actor que dá vida a Jack Sparrow, o desarmante corsário dos filmes da série Piratas das Caraíbas, disse já ter ido buscar inspiração a Sandokan para compor a sua personagem. Poderá vir a ser Depp o autor do prefácio do Sandokan de Pratt na edição francesa.

fonte: jornal Publico on-line

02 maio, 2009

V Festival Internacional de BD de Beja

gary

A organização do Festival de BD de Beja continua (e bem) a privilegiar este excelente canal de comunicação que é a internet. Na última newsletter recebida foi então confirmado o que já havia sido aqui objecto de comentários, ou seja, a presença do autor Gary Erskine...

Nos últimos vinte anos passaram pelas mãos de Gary Erskine séries notáveis como Judge Dredd, Hellblazer, The Authority ou Justice Society of America, entre outras. Um autor polivalente que ultimamente nos tem mostrado o seu talento com Dan Dare, escrito por Garth Ennis e publicado com o selo da Virgin Comics.

O autor estará presente em Beja nos dias 30 e 31 de Maio…

30 abril, 2009

Cinema: X-Men Origens Wolverine

Ano Wolverine parte II. Aproveitando um convite, assisti à (ante)estreia do filme a solo de Wolverine. Funcionando como prequela dos acontecimentos cinematográficos da saga X-Men, este "spin-off" revela-se em termos gerais como uma satisfatória fita de super-heróis. Não encanta mas por outro lado, por força das cenas de acção e efeitos pirotécnicos também não desencanta.

A história assenta sobretudo na relação tumultuosa de Wolverine/Logan (Hugh Jackman) com o seu irmão (penso que não é segredo para ninguém!) Victor Creed/Dentes-de-Sabre (Liev Schreiber) O desenrolar dessa relação tensa entre irmãos irá culminar no envolvimento de Wolverine no projecto Arma-X e consequente implementação de adamantium no seu esqueleto. Ainda que identifiquem influências da banda desenhada na história, nomeadamente no único momento retratado da infância de Wolverine, que vai beber da história da origem de Wolverine, “Origins” de Paul Jenkins e Andy Kubert (editado em Portugal, “Wolverine: Origem”, edição Devir, 2002) e no projecto Arma-X inspirado na clássica história “Weapon X” de Barry Windsor-Smith (editado em português-brasileiro, “Wolverine Extra” n.º1, editora Abril, 1995), a verdade é que a adaptação cinematográfica de Wolverine destina-lhe um papel clássico de herói que manifestamente não lhe cabe no mundo dos comics.

Ainda que visualmente o filme funcione bastante bem, até porque Hugh Jackman (no seu 4º filme como Wolverine) mostra-se bastante à vontade no papel, o que se torna explícito no aproveitamento das suas explosões de fúrias filmadas em grande plano, a verdade é que a realização falha. O filme passeia a sua superficialidade suportado em fortes cenas de acção, disfarçando assim a sua falta de conteúdo. A narrativa foge rapidamente aos diálogos procurando desesperadamente o confronto, por mais absurdo que às vezes isso possa parecer. Veja-se a título de exemplo o encontro de Wolverine com Gambit. A história pouco traz de novidade ao que já se tinha assistido anteriormente, limitando-se por isso a responder a algumas questões e a fazer a ponte com a trilogia X-Men.

Manifestamente não fiquei entusiasmando!

As minhas estrelas: 3 em 5

26 abril, 2009

V Festival Internacional de BD de Beja

Fernando Gonsales é, sem dúvida, um dos mais geniais autores de banda desenhada do país irmão. As piadas com as tiras de Níquel Náusea, o rato de esgoto que queria ser o Mickey no lugar do Mickey, têm feito rir os mais mal-humorados um pouco por todo o lado… Além do Níquel, a galeria de Gonsales é composta pelo Rato Ruter (um rato mutante, gordo como um gato), pelo Sábio do Buraco (rato velho, entendido em várias matérias), pela rata Gatinha (quem tem ninhadas de dez em dez minutos), pela barata Fliti (viciada em Baratox), e por dezenas de personagens… humanos.

O autor estará presente em Beja nos dias 30 e 31 de Maio…

E porque o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja é um Festival aberto a todas as tendências e a todos os públicos, estão previstas exposições para os mais pequenos, dos autores: Carlos Rocha e Rui Cardoso.

Carlos Rocha é um talentoso autor algarvio (que verá lançado pela Bedeteca de Beja o livro "O Maior de Todos os Tesouros", logo no segundo dia do Festival).

Rui Cardoso é talvez o mais popular autor de banda desenhada e cinema de animação português entre os mais novos... Quem é que nunca ouviu falar n'Os Patinhos?

Os autores estarão presentes em Beja nos dias 30 e 31 de Maio…

25 abril, 2009

Os 70 anos de Batman

Faz hoje uma semana e passou quase despercebido. Batman comemorou o seu 70º aniversário. Foi em 18 de Abril de 1939, que este super-herói surgiu pela primeira vez nas páginas do comic Detective Comics #27. Criado por Bob Kane (desenho) e Bill Finger (argumento) e num registo bastante diferente do que conhecemos actualmente, Batman era apresentado como “a mysterious and adventurous figure fighting for righteousness and apprehending the wrong doer, in his lone battle against the evil forces of society… His identity remains unknown”. A sua primeira aventura intitulava-se “The Case of Chemical Syndicate”.

Setenta anos depois, os tempos mudaram. Apesar de considerado um ícone popular, imortalizado por grandes autores de BD, Batman é actualmente fruto de uma exploração ecónomica intensiva da personagem, atravessando por isso uma fase paradoxal: enquanto a sua adaptação ao cinema se traduz em recordes de bilheteira – o último filme O Cavaleiro das Trevas é mesmo a mais rentavél adaptação de sempre de uma BD ao cinema – nos comics, Bruce Wayne/Batman está dado como morto (Batman # 681) e discute-se a sua sucessão (nos arcos Whatever Happened to Caped Crusader? e Battle for the Cowl). Mas como no mundo dos comics nada é o que parece, há sempre a possibilidade de tudo dar uma volta de 360º, seja lá o que isso represente no mundo da BD!

19 abril, 2009

Desenhos autografados (11): Jeanne e François



Acerca de Gibrat, autor francês nascido em 1954, relembro que foi um dos autores estrangeiros convidados no 16º FIBDA realizado em Outubro/Novembro de 2005. Na altura autografou-me os dois álbuns de “O Voo do Corvo”, fazendo o retrato, a lápis de carvão, das duas personagens principais da história: Jeanne e François (ver imagens). Da sua obra encontram-se já publicados em Portugal os seguintes álbuns (por título, editora, ano):

  • Pinóquia – Meribérica, 1997
  • Maré Baixa – Meribérica, 1999
  • Destino Adiado - Tomo 1 – ASA, 2002
  • Destino Adiado - Tomo 2 – ASA, 2002
  • Destino Adiado - Tomos 1 e 2 (reedição) – Colecção Grandes Autores de BD n.º 7, Público/ASA, Fevereiro de 2008
  • O Voo do Corvo - Tomo 1 – ASA, 2002
  • O Voo do Corvo - Tomo 2 – ASA, 2005

18 abril, 2009

Leituras: Mattéo - Primeira Época (1914-1915)

Retomo a actividade aqui do blogue, após um período de ausência forçada não desejada, mas a verdade é que o tempo é cada vez mais um bem escasso!

Seja como for, estou de volta e dou (re)inicio às hostilidades (no bom sentido) para falar então no recentíssimo “Mattéo – Primeira Época (1914-1915)” do autor francês Jean-Pierre Gibrat lançado este mês pela VitaminaBD. Este álbum é o primeiro de uma série prevista de quatro tomos, que abrangerá o período compreendido entre 1914 e 1940. O fio condutor é a história da personagem que dá o nome á série: Mattéo, um jovem de 20 anos, antimilitarista, filho de um anarquista espanhol, que vive exilado em França com a sua mãe, e que por força do destino participará nos principais conflitos do século XX, desde da Primeira Grande Guerra até à Segunda, passando pela Revolução Russa e ainda pela Guerra Civil Espanhola.

Este primeiro volume, começa então em Agosto de 1914, com a declaração de guerra da Alemanha. É no exílio, numa pequena vila francesa, que encontramos o espanhol Mattéo, cujo estatuto de estrangeiro, o livra da mobilização. No entanto, não obstante os relatos, feitos pelo seu melhor amigo, dos horrores da frente de batalha, e da forte oposição de sua mãe, Mattéo, levado pelas emoções e numa tentativa de (re)conquistar a jovem Juliette, resolve alistar-se, não por convicção mas por amor.

Com "Mattéo", Gibrat afirma-se definitivamente como um autor completo. Socorre-se mais uma vez, dos tempos de guerra – já o havia feito anteriormente em “Destino Adiado” e com o díptico “O Voo do Corvo” (ambos editados entre nós pela ASA) – para contar uma história de amor, de sacrifício, onde todos os actos das personagens são condicionados pelas emoções. Apesar de reconhecidamente ser um excelente desenhador, nada o impede de utilizar (mais uma vez) como modelo para a personagem Julliette, a bela Cécile (ver “Destino Adiado”) que por sua vez já tinha servido de modelo para a bela Jeanne de “O Voo do Corvo”, dotando assim (mais uma vez) de grande sensualidade as jovens personagens femininas da história. As aguarelas em tons mornos cuidadosamente escolhidos, feitas em painéis de dimensões largas, cumprem exemplarmente a função gráfica, às quais se juntam magníficos diálogos e pensamentos, o que torna esta série num excelente registo merecedora de ser seguida com atenção. Que venha rapidamente o tomo dois!

Em resumo, um excelente álbum que é simultaneamente o primeiro lançamento da editora este ano, o que se espera que seja prenuncio de uma boa safra bedéfila.

Mattéo - Primeira Época (1914-1915)
Autor: Jean-Pierre GIBRAT, desenho e argumento
1º Volume, Cores, Cartonado
Editora: VitaminaBD, 1ª edição de Abril de 2009



22 março, 2009

Ano Wolverine - Parte I

Wolverine comemora este ano o seu 35º aniversário. A sua primeira aparição aconteceu em Outubro de 1974, como personagem secundária, nas últimas páginas do comic The Incredible Hulk # 180, mas rapidamente o seu feitio irascível e a sua fúria animal lhe granjearam grande popularidade, levando a que fosse incluído na renovada equipa de mutantes X-Men. Dotado de factor de regeneração que lhe permite sarar qualquer tipo de ferida e munido de seis (três em cada mão) garras retracteis, este canadiano, nascido James Howlett, mas também conhecido por Logan é sem dúvida uma das personagens mais populares do universo Marvel.

Aproveitando o ano de aniversário, a editora americana, na linha da sua tradição de capas variantes, prepara-se para promover nas várias série sque publica, uma colecção de capas variantes comemorativas que intitulou de "Wolverine Art Appreciation", tendo como figura central Wolverine adaptado a tema central de grandes obras da pintura mundial assinadas por pintores tão diferentes como Van Gogh, Dali, Gustav Klimt, Picasso, Andy Warhol, entre muitos outros, o que deixa antever mais um sucesso de vendas junto dos coleccionadores.

Em baixo deixo reproduzidas as imagens das capas inspiradas nas obras de dois dos pintores que mais aprecio: Van Gogh (imagem da esquerda correspondente à capa da edição Uncanny X-Men # 508) e Salvador Dali (imagem da direita - edição Amazing Spider-Man # 592).


21 março, 2009

COMIC$ (2) - Action Comics # 1

Relativamente ao valor de um comic, foi estabelecido ainda este mês, através de um leilão on-line, um novo máximo para uma única revista.

Trata-se do exemplar Action Comics" # 1 (1938), o chamado ”Santo Graal” da BD, uma vez que foi aqui surgiu o primeiro super-heroi da banda desenhada, o Super-Homem. Neste leilão que se prolongou durante varias semanas, o preço final foi fixado nos astronómicos $317.200 (cerca de €245.000), o que constitui assim um recorde mundial.

Em termos de valorização, lembra-se que no passado outros exemplares da mesma revista já haviam sido vendidos por $55.595 em Abril de 2004 e por $69.000 em Janeiro de 2006. É o que se pode chamar de um rico investimento!

COMIC$ (2) - Action Comics # 1

Relativamente ao valor de um comic, foi estabelecido ainda este mês, através de um leilão on-line, um novo máximo para uma única revista.

Trata-se do exemplar Action Comics" # 1 (1938), o chamado ”Santo Graal” da BD, uma vez que foi aqui surgiu o primeiro super-heroi da banda desenhada, o Super-Homem. Neste leilão que se prolongou durante varias semanas, o preço final foi fixado nos astronómicos $317.200 (cerca de €245.000), o que constitui assim um recorde mundial.

Em termos de valorização, lembra-se que no passado outros exemplares da mesma revista já haviam sido vendidos por $55.595 em Abril de 2004 e por $69.000 em Janeiro de 2006. É o que se pode chamar de um rico investimento!

COMIC$ (1) - Edição "Obama"

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Mais que uma paixão, a banda desenhada hoje em dia revela-se também como um excelente negócio. Que o diga a editora americana MARVEL, que aproveitou (inteligentemente, digo eu) o chamado efeito “Obama”, para a inclusão no comic Amazing Spider-Man" # 583 de uma pequena história, desprovida de qualquer interesse, mas que envolve o Homem-Aranha e o novo presidente no dia da tomada de posse presidencial. Foi o suficiente para que a chamada edição “Obama” (com a imagem do novo presidente na capa) fosse reimpressa cinco vezes, traduzindo-se em vendas superiores a 350.000 unidades, o que torna esta revista uma das mais vendidas, até à data. Para se ter uma ideia, refere-se que as vendas normais de ASM rondam as 60.000 unidades e que no topo dos recordes de vendas deste século encontrava-se a edição “Captain America” # 25 (2007), com a história da morte deste, com um total de 250.000 unidades vendidas.

Uma simples pesquisa no eBay e podemos encontrar a primeira reimpressão de ASM # 583, com valores de venda a rondar os $80 ou o conjunto das seis edições (original mais as cinco reimpressões) a $100. Se atentarmos que estamos a falar de uma revista cujo preço de capa é de $3.99 e onde não se aplicam quaisquer factores de valorização (i.e. alteração da personagem principal, nova personagem, novos autores), estamos perante uma valorização despida de qualquer factor racional de… 1.900%! Existirá nos tempos que correm melhor negócio?

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V Festival Internacional de BD de Beja

Começaram a sair as primeiras notas sobre o Festival de BD de Beja que vai já na sua 5ª edição. Assim nos 15 dias de festival, que decorre entre 30 de Maio e 14 de Junho anunciam-se 20 exposições e a presença dos autores estrangeiros Craig Thompson, o autor de Goodbye, Chunky Rice e Blankets, e Denis Deprez, autor de Frankenstein e Moby Dick, que estarão presentes nos dias 30 e 31 de Maio naquela cidade alentejana. Aguarda-se por mais novidades!...

19 março, 2009

Estreia hoje...

… mas parece que a “coisa” é tão má, tão má, que a galeria das piores adaptações de BD ao cinema ganhou um novo herói… THE SPIRIT !

Os visitantes do site ”IMDB” atribuem 5.1 em 10
Os visitantes do site “Rotten Tomatoes” dão 3.5 em 10

e a malta do Público também dá uma ajuda!

Depois não digam que não foram avisados!

13 março, 2009

E o próximo herói de BD a ser editado pelo Público é...

De acordo com a edição de hoje do jornal, não se trata de um herói nem de uma série (e aqui somam-se as expectativas expectativas frustradas!). A aposta vai para um único álbum, ainda inédito em Portugal: QUATRO?, e é o último volume da Tetralogia do Monstro, de Enki Bilal.
 
Com esta edição, com data de lançamento no dia 19 de Março próximo, fica assim completa a colecção, que é composta pelos seguintes álbuns: 
 
- Volume 1 – O SONO DO MONSTRO 
- Volume 2 – 32 DE DEZEMBRO
- Volume 3 – ENCONTRO EM PARIS
 
Todos já publicados em Portugal pela ASA, sendo que o primeiro volume foi ainda recentemente editado pelo jornal Público na colecção “Grandes Autores de BD”. A imagem apresentada é a capa da edição conjunta Publico/ASA e reproduz a capa original da edição francesa.

27 fevereiro, 2009

Fort Wheeling

Numa passagem recente por uma feira do livro, adquiri a um “preço simpático” os dois tomos de “Fort Wheeling” da autoria de Hugo Pratt. O autor revela em obras como “Fort Wheeling” uma versatilidade em termos temáticos, por vezes, esquecida ou absorvida pelo enorme sucesso que Corto Maltese alcançou. Nesta aventura, a acção remete-nos para uma América de colonos, na segunda metade do século XVIII, nos inícios da Guerra da Independência Americana, centrando-se a história na relação de amizade estabelecida entre dois jovens, Criss Kenton, um filho de colonos americanos e Patrick Fitzgerald, um aristocrata inglês emigrado, que se conhecem nos exércitos coloniais da coroa inglesa que combatiam as tribos índias, e que mais tarde durante a guerra da independência se vão encontrar em campos opostos do conflito. A riqueza visual desta banda desenhada é dada pelas pranchas originais a preto e branco, que permitem, sobretudo no primeiro volume, apreciar o desenho simples de Pratt que beneficia de um jogo de sombras pouco dado a pormenores mas bastante eficaz. Tendo como fundo acontecimentos verídicos, a mistura de personagens reais (Lew Wetzel, Daniel Boone entre outros) e de ficção, sugere um trabalho aprofundado de pesquisa e de recolha de elementos por parte do autor italiano, que se vê expresso na densidade, variedade e riqueza da vasta galeria de personagens intervenientes na história, e que ajudam o leitor a perceber os ódios e as tensões latentes que culminaram na revolta dos índios contra os colonos, dos colonos contra os ingleses, dos ingleses contra os franceses. Apesar da obra valer pelo seu todo, até pelo seu conteúdo histórico, o 1º volume encontra-se bastante mais conseguido do que o segundo. A própria estrutura narrativa seguida no primeiro volume não é mantida no segundo, e nota-se claramente que o desenho na parte final da história apresenta-se tosco, sem o rigor e vigor do traço inicial. Também a conclusão final da própria história pareceu-me algo insípida… mesmo inconclusiva, talvez a merecer um melhor desfecho. Apesar de tudo, trata-se de uma boa bd de Hugo Pratt que merece uma leitura, não só pelos valores que transmite mas também pela particularidade de simultaneamente versar sobre um período histórico, que foi a guerra da independência dos Estados Unidos. Fort Wheeling
Autor(es): Hugo PRATT, desenho e argumento Tomo 1 e 2, Preto e Branco, Capa Dura Editora Asa, 1ª Edição de Novembro de 2002 A minha nota:

BD no Cinema: Wolverine


15 fevereiro, 2009

VII Troféus Central Comics

Já teve inicio os VII Troféus Central Comics. Aberta a todos quantos queiram participar, a votação que pode ser feita através deste link, decorre até ao próximo dia 10 de Março e visa escolher o que melhor se fez em banda desenhada durante todo o ano de 2008. Num total de 12 categorias distintas, os leitores poderão votar para a Melhor Editora, Publicação Nacional, Publicação Estrangeira, Publicação Cartoon, Desenho Nacional, Desenho Estrangeiro, Argumento Nacional, Argumento Estrangeiro, Publicação Técnica, Melhor Fanzine, Melhor Obra Curta e Melhor Projecto em BD.

Uma iniciativa bedéfila bastante meritória, porque apresenta duas grandes características que a tornam única: primeiro porque considera a concurso, sem quaisquer condicionalismos, toda a produção de BD feita em Portugal durante um ano inteiro e segundo porque os vencedores são escolhidos por voto popular.

Os finalistas a concurso em cada uma das categorias são os seguintes:

Melhor Editora
Asa Edições
BDmania
Chili Com Carne
Gradiva
Público/Asa Edições
Vitamina BD


Melhor Publicação Nacional
Camões, de vocês não conhecido nem sonhado? (Plátano)
O Futuro tem 100 anos (Bizâncio)
O Menino Triste – A Essência (Qual Albatroz)
Terra Incógnita – A Metrópole Feérica (Tinta da China)
Vencer os Medos (Assírio & Alvim)
Venham+5 v5 (Bedeteca de Beja)


Melhor Publicação Estrangeira
Fábula de Bagdad (BDmania)
O Principezinho (Presença)
Silver Surfer – Requiem (BDmania)
Sonno Elefante – As paredes têm ouvidos (Campo das Letras)
Universal War One – O Dilúvio (Vitamina BD)
Wanted (BDmania)


Melhor Publicação Cartoon
Cartoons do Ano 2007 (Assírio & Alvim)
Geração Lasca, BC – 50 Anos de Tiras de Johnny Hart (Bonecos Rebeldes)
Grimmy – Cão Fedorento (Gradiva)
Hägar, o Horrendo – Um Viking de Sorriso Inofensivo e Feliz (Librimprensa)
Mutts – Shim! (Devir)
Pérolas a Porcos – Os Sopratos (Bizâncio)


Melhor Desenho Nacional
Jorge Mateus (O Futuro tem 100 Anos)
Jorge Miguel (Camões, de vocês não Conhecido nem Sonhado?)
Luís Henriques (Terra Incógnita – A Metrópole Feérica)
Marco Mendes (Tomorrow the Chinese will deliver the Pandas)
Ricardo Ferrand (Venham+5 v5)
Susa Monteiro (Vencer os Medos)


Melhor Desenho Estrangeiro
Esad Ribic (Silver Surfer – Requiem)
John Cassaday (Astonishing X-Men – O Regresso)
Kim Jae-Hawn (Warcraft – Trilogia do Poço do Sol v1)
Mike Mignola (Hellboy – O Verme Conquistador)
Niko Henrichon (Fábula de Bagdad)
Xúlio Das Pastoras (Castaka – Dayal, o Primeiro Antepassado)


Melhor Argumento Nacional
João Paulo Cotrim (Vencer os Medos)
Jorge Miguel (Camões, de vocês não conhecido nem sonhado?)
José Carlos Fernandes (Terra Incógnita – A Metrópole Feérica)
Marco Mendes (Tomorrow the Chinese will deliver the Pandas)
Marcos Farrajota (Noitadas, Deprês e Bubas)
Ricardo Ferrand (Venham+5 v5)


Melhor Argumento Estrangeiro
Alessandro Jodorowsky (Castaka – Dayal, o Primeiro Antepassado)
Brian K. Vaughan (Fábula de Bagdad)
Denis Bajram (Universal War One – O Dilúvio)
Joe M. Strazinksky (Silver Surfer – Requiem)
Johann Sfar (O Principezinho)
Mark Millar (Wanted)


Melhor Publicação Técnica
10º Porto Cartoon World Festival – Direitos Humanos (Afrontamento)
Arte Digital – Técnicas de Ilustração Digital (FCA)
BDjornal (Pedranocharco)
Catálogo 19º Festival Internacional BD da Amadora (CNBDI)
João Abel Manta – Caprichos e Desastres (Assírio & Alvim)
World Press Cartoon 2008 (World Press Cartoon)


Melhor Fanzine
Cabeça de Ferro (Imprensa Canalha)
Colecção Toupeira 04 – A Carga (Bedeteca de Beja)
Efeméride 03 – Super-Homem no séc.XXI (Geraldes Lino)
Gambuzine v.2 01 (Teresa Câmara Pestana)
Murmúrios das Profundezas (R’lyeh Dreams)
The Trute is Aute Der (Dr.Makete)


Melhor Obra Curta
A Luta Continua (Marco Mendes, Efeméride 03)
Analepse (Filipe Pina e Filipe Andrade; Venham+5 v5)
Cansado (Ricardo Cabral, Efeméride 03)
O Dia que o Mundo Acabou (José Lopes; 4 Salas, 4 Filmes)
Rádio Medo (Kike Benlloch e Paulo Monteiro; Venham+5 v5)
Super-Carlos (Ken Nimura; Venham+5 v5)


Melhor Projecto em BD
Evento Furacão Mitra, coord. Chili Com Carne e Imprensa Canalha
Exposição Dave McKean – 4º Festival Internacional BD de Beja
Plano editorial de publicações Mangá, pela Asa Edições
Projecto BD de Fresco – Aldeia das Amoreiras, coord. Sara Serrão
Projecto Murmúrios das Profundezas, coord. Rui Ramos
Workshop Construção de Action Figures – 4º FIBDB, cood. Filipe Messias



Ainda que bastante positiva, esta iniciativa não está imune a criticas, e como tal, não posso deixar de fazer as seguintes considerações:

Começo então pela obrigação que exige a votação em pelo menos 75% das categorias, ou seja, em 9 das 12 a concurso. Atendendo ao que está me causa – que vai desde do melhor álbum até ao melhor projecto de BD – acho muito difícil existir alguém que com conhecimento de causa possa votar de forma esclarecida em todas as categorias. Tomando-me a mim como exemplo, até porque me considero uma pessoa atenta ao fenómeno bedefilo em Portugal, digo já que não consigo escolher ninguém nas categorias de “Publicação Cartoon”, “Publicação Técnica”, “Melhor Fanzine”, “Melhor Obra Curta” e “Melhor Projecto em BD”. Isso acontece ou por falta de interesse nestas temáticas (cartoon) ou por desconhecimento das obras (fanzines e curtas) ou ainda porque os géneros aqui incluídos não fazem parte das minhas listas de compras (técnicas). É preciso lembrar que algumas destas categorias tem uma natureza marginal, são de distribuição limitada em meios fechados, sendo portanto de difícil conhecimento do público em geral. Relativamente ao “melhor projecto de bd”, das iniciativas que vão a votos, apenas tive contacto com uma, o que se mostra bastante redutor na altura de escolher, uma vez que não tenho qualquer base de comparação. Assim, votar nestas condições, não valoriza o vencedor, porque não se trata efectivamente de votar no melhor projecto, mas sim naquele que porventura ouvimos falar ou travamos conhecimento.

Resumindo, faço as contas, quem de 12 tira 5, sobram-me 7 categorias para me prenunciar. Portanto não cumpro com os requisitos mínimos para participar.

Relativamente às escolhas do júri, deixo também aqui algumas observações pessoais:

  • Melhor editora
Só compreendo a inclusão das editoras “Gradiva” e “Chili com Carne” na final-list para “encher”, até porque não encontro qualquer edição bedéfila de relevo feita em 2008 por estas editoras de bd(!).

  • Melhor publicação estrangeira
Tenho pena que não tenha sido considerado para votação o clássico “Tarzan” de Russ Manning editado pela Bonecos Rebeldes.

  • Melhor desenho estrangeiro
Considerar Xúlio Das Pastoras (Castaka – Dayal, o Primeiro Antepassado) e excluir Gimenez (Casta dos Metabarões) é escolher “gato por lebre”!

  • Melhor projecto de BD
Não considerar a concurso a exposição "BD e ficção científica" do FIBDA’2008, que incluía pranchas de originais de “Flash Gordon” nunca antes vistas em público anteriormente, é quase um crime de “lesa-pátria”!

Excluir a iniciativa desenvolvida pelo jornal Público em parceira com a ASA, em editar colecções de BD a preços reduzido, e que durante do ano de 2008, foi só o que mais BD produziu – 40 álbuns publicados, também não fica bem na fotografia!


Posto isso tudo, não deixo no entanto de participar, ainda que de forma indirecta, (não tenciono votar) divulgando aqui publicamente as minhas preferências, nas categorias em que me sinto habilitado a votar:

-Melhor Editora: BDMania
-Publicação Nacional: Camões, de vocês não conhecido nem sonhado? (Plátano)
-Publicação Estrangeira: Fábula de Bagdad (BDmania)
-Desenho Nacional: Camões, de vocês não conhecido nem sonhado? (Plátano)
-Desenho Estrangeiro: Esad Ribic (Silver Surfer – Requiem)
-Argumento Nacional: Jorge Miguel (Camões, de vocês não conhecido nem sonhado?)
-Argumento Estrangeiro: Mark Millar (Wanted)

Boas escolhas!

31 janeiro, 2009

O Fantasma Sempre aos Domingos

Proponho um regresso aos ”clássicos”, para falar aqui do último álbum que li, uma luxuosa edição de 2006, da brasileira Opera Graphica Editora (ver nota no final deste post), que serviu para comemorar o 70º aniversário do Fantasma, a imortal personagem criada por Lee Falk, em 1936.

Com o título de “O Fantasma sempre aos Domingos", este grande álbum, no seu duplo sentido, até porque se apresenta num tamanho nada convencional, ou seja, num formato 27 x 36 cm, reúne pela primeira vez, num registo a preto-e-branco, todas as histórias – num total de sete – escritas por Lee Falk e desenhadas por Ray Moore, que foram publicadas originalmente em tiras de jornais americanos nas suas edições de Domingo, no período compreendido entre Maio de 1939 e Outubro de 1942 e que se encontram ainda inéditas em Portugal.

Logo nas primeiras páginas, no prefácio que antecede as aventuras, podemos ler uma interessante e breve história sobre o nascimento das tiras de jornais nos Estados Unidos, que na década de 30 deu origem à designada Época de Ouro das comics strips americanas, e perceber como uma situação de concorrência entre jornais americanos deu origem a uma grande paixão e também a um grande negócio que é a banda desenhada.

Depois seguem-se cerca de 90 páginas de tiras, com histórias recheadas de acção que se encontram suportadas numa boa construção narrativa, não obstante a sua simplicidade e previsibilidade. Lee Falk aproveita bem todo o ambiente da selva e incorpora bastante bem os elementos nativos de terror e sobrenatural nas aventuras do Fantasma, que se fundem na sua misteriosa personagem, consolidando desta forma a lenda de “O espírito-que-anda” ou do “Homem que nunca morre”, conforme observamos nas histórias “A Liga dos Homens Perdidos” ou “A Deusa do Fogo”. O desenho de Ray Moore, simples e clássico, com recurso sistemático a sombras, e por vezes bastante sugestivo quando se trata de personagens femininas, sempre dotadas de uma enorme sensualidade (ver exemplo na história “O Retorno dos Piratas do Céu”), contribuiu bastante para a definição da atmosfera aventureira que caracteriza as histórias do Fantasma.

Por ordem cronológica refiro aqui os títulos (ressalvo que a tradução destes é brasileira) das aventuras publicadas:

  • “A Liga dos Homens Perdidos” (publicada originalmente entre 28/05/1939 e 15/10/1939)
  • “O Segredo do Coronel Winn” (entre 22/10/1939 e 10/03/1940)
  • “A Deusa do Fogo” (entre 17/03/1940 e 21/07/1940)
  • “O Vagabundo da Praia” (entre 28/07/1940 e 29/12/1940)
  • “Os Sabotadores” (entre 05/01/1941 e 23/02/1941)
  • “O Retorno dos Piratas do Céu” (entre 02/03/1941 e 22/02/1942)
  • e “O Impostor” (entre 01/03/1942 e 11/10/1942)

O único apontamento negativo que deixo sobre esta magnifica edição refere-se à capa do álbum, que exibe uma ilustração menos conseguida do Fantasma acompanhado pelo seu fiel Diabo (ou Capeto, em brasileiro), assinado de um tal de Daniel Ching (ver imagem acima). Claramente que este tosco desenho de capa não se encontra à altura do seu conteúdo do álbum, nem se percebe a opção dos editores por esta solução quando certamente dispunham de centenas de desenhos do Fantasma assinados pelo próprio Ray Moore. Mas trata-se apenas de um pequeno pormenor que em nada afecta a grande qualidade que esta edição se reveste, que constitui um título obrigatório na bedeteca dos admiradores desta notável personagem .

O Fantasma Sempre aos Domingos
Autor(es): Lee Falk (argumento) e Ray Moore (desenho)
Volume único, Preto e Branco, Capa Dura
Editora: Opera Graphica Editora (Brasil), 2006




Sobre a Opera Graphica Editora:
No final do ano passado, esta editora brasileira anunciou o seu fecho, após 10 anos de actividade e mais de 400 títulos publicados, ficando para a posterioridade edições de grandes personagens da BD, para além do Fantasma, como o Príncipe Valente, Batman, Recruta Zero, entre muitos outros.


12 janeiro, 2009

Capas de BD: Barack Obama





















Aproveitando a euforia com a tomada de posse de Barack Obama como 44º presidente dos Estados Unidos, a Marvel decidiu associar-se á festa (leia-se lucrar) e apresentou, não uma mas duas capas variantes da edição n.º 583 do comic “Amazing Spider-Man”, que exibe em primeiro plano o futuro presidente acompanhando pelo Homem-Aranha atrás.

A justificação oficial foi dada por Joe Quesada, editor-chefe da Marvel, que explicou que tal se deveu pelo facto de “Barack Obama ter afirmado que era coleccionador das revistas do Homem-Aranha”, e como tal decidiu que “as duas figuras histórias tinham de se encontrar na revista”. Dito e feito. Numa história intitulada “Spidey Meets the President!", passada em Washington DC, no dia da tomada de posse, o Homem-Aranha impede que um dos seus velhos inimigos interrompa a cerimónia de juramento do 44º presidente norte-americano.

Capa: Amazing Spider-Man 583, formato comic book, Marvel, 14/01/2009

11 janeiro, 2009

75 anos de Flash Gordon

Flash Gordon_1
Continuando no mundo das efemérides, não podia deixar aqui passar o registo dos 75 anos passados sobre o “nascimento” de outra grande personagem do mundo da banda desenhada: Flash Gordon, a imortal criação de Alex Raymond.

Foi a 7 de Janeiro de 1934, que se iniciou, em jornais americanos, a publicação sob a forma de vinhetas, das aventuras de Flash Gordon no planeta Mongo, um mundo povoado por imensa variedade de raças e governado por um ditador implacável, o imperador Ming. A imagem acima reproduz as primeiras vinhetas publicadas, quando o avião onde seguia Flash Gordon acompanhado pela bela Dale Arden, é atingido por um meteorito e despenha-se junto ao laboratório do Dr. Hans Zarkov (um cientista apostado em salvar a Terra, ameaçada que estava por se encontrar na rota de colisão de um misterioso planeta saído da sua órbita), que logo os obriga a entrar num foguetão, rumo ao planeta desconhecido. É assim, numa narrativa rápida e empolgante, que se dá inicio a um mundo de aventuras, onde a frutuosa imaginação de Alex Raymond se funde com o traço fino e elegante da sua arte, dando origem a um fabuloso universo de ficção científica, de cidades fantásticas e estranhas criaturas.

Flash Gordon em Portugal
Flash Gordon chegou a Portugal em 1949, estreando-se nas páginas do n.º 1 da revista “Mundo de Aventuras” com o nome de Roldan, o Temerário. Mais tarde, já na década de 50, seguindo imposições da época, o seu nome foi aportuguesado, surgindo assim o… Capitão Relâmpago. Para além do referido “Mundo de Aventuras”, Flash Gordon foi ainda objecto de publicação em Portugal, através de diversas revistas, nomeadamente nas “Selecções” e na colecção “Flash Gordon” da Agência Portuguesa de Revistas (APR), na revista “Condor Popular” de Aguiar & Dias e ainda no “Jornal do Cuto” e na colecção “As Grandes Aventuras de Flash Gordon”, estas últimas da Portugal Press.

10 janeiro, 2009

80 anos de Tintim

Tintim_1

Foi em 10 de Janeiro de 1929, no suplemento infantil Le Petit XXème do jornal Le Vingtième Siècl, que começou a ser publicadas as aventuras daquele, que é provavelmente uma das mais conhecidas personagens da banda desenhada: Tintim. O seu autor é o belga Georges Remi, mais conhecido pelo acrónimo de Hergé. A imagem acima reproduz as primeiras vinhetas de “Les Aventures de Tintin, reporter du petit Vingtième au pays des Sovietes”, quando um jovem repórter acompanhado pelo seu cão Milu entra num comboio com destino á Rússia soviética. É o inicio de um longo sucesso, que se traduziu na publicação de 23 álbuns originais, onde as aventuras se caracterizam por um registo gráfico de grande rigor e detalhe, por uma antecipação do progresso tecnológico e por se mostrarem um reflexo das grandes convulsões sociais da época. Hergé é um observador atento do mundo que o rodeia, e naturalmente faz repercutir todos os seus valores na personagem que criou.

Tintim em Portugal
Tintim chegou a Portugal em 1936. Foi na revista “O Papagaio”, cujo director era Adolfo Simões Muller, que foram publicados, pela primeira vez, as primeiras histórias coloridas de Tintim. “Tintim na América do Norte” foi a primeira aventura a ser publicada, no n.º 53 em 16 de Abril de 1936. Seguiram-se Os Charutos do Faraó, O Lótus azul, Tintim no Congo, A Orelha Quebrada, A Ilha Negra, O Caranguejo das tenazes de ouro, A Estrela Misteriosa e finalmente O Segredo do Licorne. Mais tarde, partir da década de 80, as aventuras completas de Tintim foram publicadas em álbuns, em português, através de edições da Verbo, Circulo de Leitores e Público.

08 janeiro, 2009

Está encerrado...

Publico_fechado
...o inquérito promovido pelo Público no seu site sobre qual a próxima banda desenhada que os leitores gostariam de ver publicada pelo jornal. Aguardo com alguma curiosidade os resultados!

07 janeiro, 2009

Novidades para 2009 da Vitamina...

Qual crise? Dando um pontapé na crise, a editora VitaminaBD promete para 2009, um ano de cheio de banda desenhada, com novos lançamentos, continuação de séries e ainda a conclusão de cinco colecções. Assim, do que foi possível apurar, até ao final do primeiro trimestre do ano, espera-se a publicação de oito a dez títulos(!), incluindo uma nova série, cujo título permanece ainda no “segredo dos deuses”, que será logo concluída, dado ser composta por apenas por 2 álbuns.

Entre os lançamentos confirmados, encontra-se talvez um dos títulos do ano, que será “As Armas do Meta-Barão” do trio Jodorowsky-Charest-Janjetov. Depois ainda temos o segundo volume de “A Casta dos Metabarões” e ainda dentro deste universo espera-se ainda uma novidade relacionada com o “Incal”….

No que se refere a continuações, encontra-se em aberto o álbum “Assunta" de Hermann, que eventualmente poderá ser lançado em simultâneo com o novo da colecção “A Herança de Bois-Maury”.




Depois seguindo uma prática pouco normal na edição de BD em Portugal, a ‘Vitamina’ prepara-se ainda para concluir cinco colecções, a saber:
  • Universal War One
  • Korrigans
  • O Diabo dos Sete Mares
  • Eu, Vampiro
  • e a tal colecção composta por dois álbuns
A avaliar pela amostra, não faltarão motivos para muitas e boas horas de leitura bedéfila este ano!

Novidades para 2009 da Vitamina...

Qual crise? Dando um pontapé na crise, a editora VitaminaBD promete para 2009, um ano de cheio de banda desenhada, com novos lançamentos, continuação de séries e ainda a conclusão de cinco colecções. Assim, do que foi possível apurar, até ao final do primeiro trimestre do ano, espera-se a publicação de oito a dez títulos(!), incluindo uma nova série, cujo título permanece ainda no “segredo dos deuses”, que será logo concluída, dado ser composta por apenas por 2 álbuns.

Entre os lançamentos confirmados, encontra-se talvez um dos títulos do ano, que será “As Armas do Meta-Barão” do trio Jodorowsky-Charest-Janjetov. Depois ainda temos o segundo volume de “A Casta dos Metabarões” e ainda dentro deste universo espera-se ainda uma novidade relacionada com o “Incal”….

No que se refere a continuações, encontra-se em aberto o álbum “Assunta" de Hermann, que eventualmente poderá ser lançado em simultâneo com o novo da colecção “A Herança de Bois-Maury”.




Depois seguindo uma prática pouco normal na edição de BD em Portugal, a ‘Vitamina’ prepara-se ainda para concluir cinco colecções, a saber:
  • Universal War One
  • Korrigans
  • O Diabo dos Sete Mares
  • Eu, Vampiro
  • e a tal colecção composta por dois álbuns
A avaliar pela amostra, não faltarão motivos para muitas e boas horas de leitura bedéfila este ano!

Desenhos autografados (10): Catwoman

Uma das personagens mais ‘felinas’ no universo da banda desenhada é literalmente Selina Kyle aka Catwoman. E um dos autores que melhor a desenhou foi o canadiano Cameron Stewart, convidado do FIBDA na sua 16º edição, realizada em 2005, conforme se pode observar no desenho da sua autoria que publico hoje. Não há nada melhor do que começar o ano a ver uma cara bonita!