05 abril, 2025

As Fábulas pelo olhar de Francisco Lyon

 Fábulas das Terras Perdidas

Ciclo 1 - Sioban


A génese da grandeza
 

Há autores que, não tendo por trás de si aquela máquina bem oleada que é a dos comics mensais norte-americanos (em que um escreve, outro desenha a lápis, outro passa o traço a tinta, outro pinta e outro faz a balonagem), conseguem, no entanto, juntar em si todas (ou quase todas) estas funções e ainda dividirem-se por dois ou mais projectos sem perder a qualidade.

 

No caso presente, falo de Grzegorz Rosinski que, ao mesmo tempo que se encarregava da realização artística dos álbuns 19 a 23 da mítica série Thorgal, aceitava o convite de Jean Dufaux para, em conjunto, iniciarem um novo projecto: as Fábulas das Terras Perdidas.

 

De 1993 a 1998 e ao longo de quatro álbuns, Dufaux e Rosinski criaram um novo universo, ambientado numa Idade Média fictícia na qual os jogos de poder andam a par com a feitiçaria e com os mais vis actos sanguinolentos.

 

E se neste primeiro ciclo das Fábulas os dragões estão omissos, os tronos e a luta para os manter ou conquistar é uma constante.

 

E tudo antes da Guerra dos Tronos que surgiria apenas três anos depois.

 

Sioban, o Ciclo 1 das Fábulas das Terras Perdidas é, por isso, a génese da Alta Fantasia com incursões pela política. Mas é também a génese de uma saga que comporta já quatro ciclos e que deve ser lida também como um todo, como veremos mais à frente.

 

Em boa hora a Arte de Autor publica o integral do Ciclo Sioban, numa edição de luxo com uma capa com verniz de selecção aveludado e um caderno de 14 páginas de extras.

 

Vamos à história!

 

O mago Bedlam reina com poder absoluto sobre as terras de Eruin Dulea desde o dia funesto em que matou Wulff o Lobo Branco, herdeiro dos Sudenne. Mas nada é irreversível e o usurpador sabe-o bem pois conhece as lendas do seu país. Entre dentes, ele murmura que as fábulas das terras perdidas ressoarão assim que florirem de novo as árvores da verdade. Então, os heróis caídos na terrível batalha de Nyr Lynch reerguer-se-ão e seguirão aquele ou aquela que os saiba levar à vitória.

 

Sioban, a última da linha dos Sudenne, não sabe ainda que irá ser essa mão vingadora. Por agora, contenta-se em aprender o ofício das armas. Mas nela está instalada a tristeza e desconfiança. Como é que sua mãe, Lady O’Mara, tão casta e bela, pode ir casar em segundas núpcias com esse homem maléfico e tenebroso que é o Lorde Blackmore? Será que ela já esqueceu o seu marido e pai de Sioban, o Lobo Branco? Mas nada é assim tão simples. Esta aliança é necessária para o país de Eruin Dulea que necessita de uma mão férrea e poderosa para sobreviver após a tomada de parte do poder pelo mago Bedlam.

 

 


A lenda misteriosa que prediz que um dia soará um lamento nas terras que viram partir Lobo Branco e o seu exército para o outro mundo atormenta Bedlam, alimenta a sede de poder de Lorde Blackmore, dá esperança a Lady O’Mara e envolve em silêncio Sioban. Um lamento que avisa que os que morreram voltarão e irão designar aquele que continuará a luta contra os usurpadores…

 



Juntar Dufaux – um dos melhores argumentistas das últimas décadas – e Rosinski – o inspirado cocriador de Thorgal – é ter a receita para o sucesso.

 

Neste primeiro ciclo das Fábulas das Terras Perdidas, composto pelos álbuns Sioban, Blackmore, Dona Gerfaut e Kyle de Klanach, os dois transportam-nos para o universo de Sioban, princesa sem reino, mas animada por uma extraordinária sede de vingança e de reconquista.

 

Dufaux, mestre narrador, sabe bem o que faz. Este Ciclo Sioban divide-se em dois arcos de história, cada um com direito a dois álbuns. E se no primeiro Dufaux mostra toda a sua energia criativa, no segundo contem-na e cimenta as linhas definidoras do seu novo mundo.

 

Em Sioban e Blackmore, há que prender toda a atenção do leitor para algo de novo. Há que dar a conhecer todos os personagens principais, a história que decorre no tempo presente da leitura e aquela que nos mostra os acontecimentos passados que definem o presente. Um presente ambientado em uma Idade Média fantástica, glorificada por castelos, fortalezas, cavaleiros de armadura, donzelas puras e outras nem tanto, salões onde decorrem lautos banquetes, feitos de armas, batalhas épicas e a plebe que vive à margem de heroísmos e do correr das façanhas.

 


 

Mas se a inevitabilidade de utilizar estes elementos na narrativa é compreensível dentro do género, Dufaux vai bem além dos clichés. As Fábulas das Terras Perdidas possuem a força dos contos fantásticos sabiamente misturada com a magia das lendas celtas e a crueza das sagas nórdicas. Força, magia e crueza que criam as condições para que o leitor possa mergulhar em um universo sombrio, violento, bem longe das séries de fantasia heroica. Aqui, são os homens, bons ou maus, que tentam escapar ao seu destino ou, pelo contrário contribuem para que ele se realize. Uns e outros sem consciência de que poderão ser heróis ou vilões, sabendo que a única coisa que conta é a sobrevivência num ambiente hostil.

 

As Fábulas das Terras Perdidas é uma BD séria que tem como únicos momentos de descompressão as peripécias de Ouki, a pequena criatura azul que dá cabo da paciência de Lam, o mestre cozinheiro do castelo dos Sudenne, e o amor enganosamente platónico entre Droop, o mestre de armas de Sioban, e Dona Gerda, aia da rainha. Mas estas duas válvulas destinam-se apenas a aliviar o peso desta história trágica perfumada de irrealidade.

 


Esta história que Dufaux nos oferece, digna das grandes epopeias fantásticas, mistura realidade e lenda, tornando-as de tal modo intrincadas que acabam por se confundirem. Levado por personagens carismáticos, este conto, logo desde o início, cria um ambiente deveras opressivo, reforçado por uma narrativa de grande qualidade poética. Eruin Dulea está, invariavelmente, coberta pelas brumas ou por chuvas copiosas que parecem deixar adivinhar a tragédia.

 

Dufaux sabe contar, sabe fazer avançar a narrativa. As peças do puzzle, plantadas aqui e ali, acabam por se encaixar na perfeição e dão a consistência necessária a um universo brilhantemente construído e com um ambiente muito particular. E mesmo que o primeiro momento do segundo arco da história tenha uma narrativa mais lenta, tudo é compensado no derradeiro acto e numa série de reviravoltas credíveis em fecho de ciclo.

 


Mas às qualidades narrativas de Dufaux temos de acrescentar o virtuosismo artístico de Rosinski.

 

Em 1993, quando foi publicado o primeiro álbum, a expectativa de ver o desenhador de Thorgal embarcar noutro projecto era muita. Mais de trinta anos passados, a expectativa esbateu-se, ficando o deleite de ver Rosinski fora do registo da saga nórdica. E, no entanto, estamos muito próximos, graficamente, de Thorgal. Por momentos, ao vermos a vinheta que abre a página 140 da presente edição até somos levados a pensar na discreta semelhança que tem com a imagem das guardas dos álbuns de Thorgal.

 


Este é dos casos em que os desenhos de um autor se misturam na perfeição com as palavras do outro autor. Uma história trágica, com laivos de saga, na qual a política e os jogos de poder enegrecem ainda mais a fragilidade da alma humana, não poderia ser melhor representada do que com os cenários brumosos, terras inóspitas, rochedos ameaçadores e céus sombrios criados por Rosinski.

 


Mas a arte do desenhador polaco mostra aqui todos os predicados a que nos foi habituando ao longo da sua carreira.

 

Desde logo, o domínio absoluto da sombra e da luz. Rosinski sabe criar como ninguém aquele tipo de imagens que, se estiverem ausentes de cor, deixam adivinhar todas as tonalidades. E isso consegue-o através de um jogo complexo e minucioso do preto e do branco. Ora, quando as imagens são coloridas, o impacto é ainda maior, como acontece, por exemplo, com a prancha da página 43 que agora se reproduz. O jogo é subtil. As quatro primeiras vinhetas vão do mais luminoso para o muito sombrio, subsistindo apenas uma réstea de luz no rosto do protagonista. Mas nas quatro últimas vinhetas, o efeito é o contrário – do mais sombrio para o mais luminoso, sendo este de novo o rosto do protagonista.

 

 

Outro bom exemplo deste domínio é o da vinheta que se segue. Aqui, o predomínio é o da sombra que cobre o último plano e avança pelos flancos, envolvendo a luminosidade que se aproxima do leitor, vinda de um segundo plano. Já o primeiro plano vê sombra e luz misturadas na perfeição.

 


Por fim, como exemplo, temos a cena nocturna da página 127. Os cinzentos e o preto dominam e são quebrados apenas pela luminosidade fugaz da chuva. E para que o leitor não perca o foco da cena, um único e solitário ponto de luz quente que nos indica onde a acção se vai desenrolar.

 


Para além do domínio da sombra e da luz, Rosinski tem como outro predicado a capacidade de compor paisagens como ninguém. Paisagens que não são apenas bonitas, mas que desempenham o seu papel na narrativa e a tornam única e inesquecível. Deixo-vos dois exemplos sem mais explicações.




A isto, há que juntar o seu sentido de profundidade, com os pontos de fuga a perderem-se em horizontes longínquos, como é o caso com todos os bons pontos de fuga.

 


Para além do domínio da sombra e da luz, da composição de paisagens inesquecíveis, de um apurado sentido de profundidade e da capacidade de criar personagens visualmente marcantes, Rosinski é também mestre a desenhar cenas de acção, do micro para o macro, do duelo à carga de cavalaria, do embate de dois exércitos ao intricado de lanças nas abordagens das batalhas navais, como é o caso que se segue.

 



Por fim, e adequado ao tom poético criado por Dufaux para a sua narrativa, Rosinski consegue desenhar momentos em que quase sentimos os versos do bardo a serem declamados ao redor de uma lareira crepitante. As palavras estão ausentes e a simplicidade é apenas aparente. Em um e outro exemplo que se seguem, os elementos centrais da narrativa estão lá. No primeiro, a árvore da verdade; no segundo, a entrada brumosa das Charnecas Perdidas.




Este volume integral do primeiro ciclo das Fábulas das Terras Perdidas é incontornável para qualquer apreciador da Nona Arte. Seja pela qualidade da história criada por Jean Dufaux, seja pela qualidade artística de Grzegorz Rosinski.

 

O Ciclo Sioban tem méritos próprios e lê-se como coisa única. Mas, na verdade, é a génese de algo mais grandioso. Nos anos que se seguiram à sua parceria com Rosinski, Dufaux aliou-se a três conceituados criadores e com eles criou os ciclos 2, 3 e 4, sendo que apenas o segundo está terminado. Aliás, é este segundo ciclo, o dos Cavaleiros do Perdão, que a Arte de Autor se prepara para publicar em Portugal, desenhado pelo grande Philippe Delaby, entretanto falecido, e com quem Dufaux fez nova parceria na criação da série peplum, Murena. Béatrice Tillier (conhecida dos portugueses através do álbum Fadas e Ternos Autómatos) está a terminar o terceiro ciclo e Paul Teng, o quarto.

 

Entretanto, leiam ou releiam esta aventura plena de imaginação, de sonho, de magia, de lendas e maldições. A história de uma família real atormentada, pelas palavras de Dufaux e pelo desenho de Rosinski. Os dois criam a génese da grandiosidade, onde até os piores momentos são plenos de poesia. Ou não pairasse no ar o mote “…o mal reside no coração do amor.”

 

 

Por Francisco Lyon de Castro

 

04 abril, 2025

Nova entrada: Francisco Lyon de Castro

A partir de hoje e por tempo indeterminado, as Notas Bedefilas passam a contar com uma colaboração especial: alguém que retoma aqui a sua atividade na escrita sobre Banda Desenhada. Passará a ter uma presença regular, com um espaço de opinião livre, que certamente contribuirá para enriquecer este canal de divulgação.

Com uma vida dedicada aos livros pela sua actividade enquanto editor, Francisco Lyon de Castro é um nome que dispensa apresentações para muitos. Dos textos críticos à cobertura de festivais, passando por entrevistas a autores, a sua paixão pela BD manifesta-se em cada palavra.

Quem já conhece a sua escrita sabe bem o que esperar; para os que ainda não tiveram esse prazer, fica aqui o convite para o descobrir. 

O seu primeiro texto sairá já amanhã. Escreve sobre Fábulas!


Bela novidade da Ala dos Livros: Ar-Men - O Inferno dos Infernos

Seja bem regressado Sr. Lepage! É o que me apraz dizer, para já, sobre este novo lançamento da ALA DOS LIVROS. Emmanuel Lepage é um magnifico autor, que passou pelo festival Amadora BD em 2009, com uma belíssima exposição de originais, mas de quem há algum tempo não tínhamos novidades. Muchacho, Terra sem Mal e Oh, Miúdas! são três das suas obras editadas em Portugal, esgotadas e bastante difíceis de encontrar no mercado de segunda mão.

Regressa agora, com um novo álbum, AR-MEN, uma história que gira em torno de um farol real, um dos mais isolados e perigosos do mundo, localizado ao largo da costa da Bretanha, em França. A alcunha "O Inferno dos Infernos" refere-se às condições extremas a que os faroleiros estavam sujeitos: ventos brutais, solidão, mar tempestuoso — um verdadeiro desafio à sanidade. 

AR-MEN
No fim deste baixio gelado, um fuste de vinte e nove metros emerge das vagas. Ar-Men. O nome bretão do rochedo onde foi erigido.
 
Finistère. Bretanha Francesa. Ao largo da ilha de Sein, o farol Ar-Men impõe-se às ondas. É o farol mais exposto e de mais difícil acesso da Bretanha e até mesmo do Mundo. Construído em 1867, chamam-lhe "O Inferno dos infernos". De construção difícil, dadas as características das rochas e a sua exposição aos elementos, a sua luz ilumina os navios e protege-os dos recifes ameaçadores, poupando-os a um naufrágio certo. Sentinelas de uma costa acidentada que os marinheiros temem, ao longo dos tempos poucos foram os homens dispostos a ocupá-lo. Nos anos 1960, Germain é um desses guardiões temerários e solitários. Alheado do mundo, refugiado nesta construção isolada onde enfrenta a fúria dos ventos e das marés, Germain abriga também aí as suas feridas e as suas mágoas, as quais se misturam e dissolvem na história do farol e nas lendas celtas da Bretanha.
 
Ficha técnica:
Ar-Men - O Inferno dos Infernos
Argumento e desenho: Emmanuel Lepage
Capa dura, lombada em tecido, formato 250x340, cores, 96 páginas.
ISBN: 978-989-9108-61-5
PVP: € 27,50
Edição ALA DOS LIVROS 
 

03 abril, 2025

Lançamento DEVIR: Chainsaw Man - volume 10

Ainda pertença da remessa de Março da editora DEVIR temos o 10º e mais recente volume da saga do caçador de demónios CHAINSAW MAN

Já disponível nas livrarias ou no sitio da editora.

CHAINSAW MAN 10
Tendo sido forçado a matar um amigo, o cérebro de Denji transforma-se em papa devido ao desespero. Sem motivação para continuar, ele procura a ajuda de Makima. Mas o alívio temporário é apenas o início de mais pesadelos… e a dor de Denji está apenas a começar.
 
Ficha técnica:
Chainsaw Man - volume 10
De Tatsuki Fujimoto
Capa mole, dimensões 12,6x19, p/b, 192 páginas.
ISBN: 9789895597017 
PVP: € 9,99
Edição DEVIR
 

 

02 abril, 2025

Mais um novo livro de Junji Ito!

Num curto espaço de tempo, o autor japonês Junji Ito tornou-se a nova "coqueluche" das editoras nacionais de manga, com várias chancelas a apostarem na publicação das suas obras. Depois da Sendai e da Devir, é agora a vez da EDITORIAL PRESENÇA adicionar o nome do autor ao seu catálogo.

SENSOR, uma história de horror pela mão de um dos maiores mestres mundiais da manga de terror, é a nova proposta de leitura, que chega hoje às livrarias.

SENSOR
Sozinha, uma mulher caminha junto ao monte Sengoku, no interior do Japão, quando um desconhecido lhe diz que tem estado à espera dela e a convida a visitar a sua aldeia. Coberto por fios dourados expelidos pelo vulcão, o lugar brilha. Nessa noite, enquanto todos olham para o céu, estranhos objetos voadores parecem cair sobre a aldeia.
 
Ficha técnica:
Sensor
De Junji Ito
Capa mole, dimensões 210x150, p/b, 240 páginas.
ISBN 9789722376242
PVP: € 15,90
Edição EDITORIAL PRESENÇA
 
Como habitualmente ficam algumas páginas da obra
 
 

01 abril, 2025

Primeiros nomes para Beja!

Não sei se hoje é o dia certo para se falar nisto, mas os primeiros nomes de autores estrangeiros convidados para o próximo Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, são o francês ACHDÉ, autor que deu continuidade à série Lucky Luke após a morte de Morris, e que virá lançar o seu álbum Aii! (Aïe! no original francês) com chancela da editora Ala dos Livros, e o italiano THEO Caneschi, o talentoso desenhador que tão bem sucedeu a Philippe Delaby na série Murena, atualmente editada pela Asa. Portanto, começa bem o festival! O FIBDB realiza-se entre 30 de Maio e 15 de Junho.

31 março, 2025

Belo lançamento da ASA: Hoka Hey!

Finalmente temos uma novidade western! Trata-se do novo lançamento das edições ASA, que chegou hoje às livrarias nacionais, HOKA HEY! de Neyef. Embora o possamos classificar como um western, a verdade é que esta obra distingue-se pela sua abordagem singular ao Velho Oeste americano. 

Com um enredo de vingança, inserido num contexto histórico real, aborda a política de aculturação promovida por parte do governo dos Estados Unidos, contra as tribos indígenas americanas, em finais do século XIX

Uma história desenhada com um traço expressivo que complementado por uma paleta de cores suaves, reforça o contraste entre a violência histórica com a melancolia da paisagem americana, é servida numa prazerosa edição, visualmente impactante pelo belo álbum com mais de 220 páginas em generosas dimensões franco-belgas.

HOKA HEY!
Já em 1850, jovens nativos americanos foram internados à força em internatos católicos para assimilá-los na nação americana. Em 1900, a população nativa na América do Norte diminuiu 93%. A maioria morreu de novas doenças importadas pelos colonos, de extermínios subsidiados pelo Estado e durante as deportações. Georges é um jovem Lakota criado pelo pastor que administra sua reserva. Aculturado, o jovem esquece gradualmente as suas raízes e sonha com um futuro inspirado no modelo americano em rápida expansão. Porém a sua vida cruza-se com Little Knife, um nativo americano frio e violento em busca do assassino de sua mãe. Acompanhado por mais dois amigos nativos, ele arranca Georges da sua vida e leva-o na sua jornada em busca da vingança. Ao longo do seu percurso, o homem e o menino vão abrir-se um ao outro e encontrar o que lhes é essencial: o apaziguamento da raiva através da transmissão da sua cultura para cada um e a descoberta da sua identidade e das suas origens para o outro. Apesar da sua forte inspiração medieval, existe sempre nos seus livros um tema e uma conjuntura. O tema é o do mal. Em todas as suas formas. Do ponto de vista criminal, do ponto de vista moral, do ponto de vista da justiça... 
  

Ficha técnica:
Hoka Hey!
De Neyef
Capa dura, dimensões 318x238, cores, 224 páginas. 
ISBN: 9789892363820
PVP: € 30,90
Edição ASA
 

30 março, 2025

Lançamento DISTRITO MANGA: Sinais de Afeto – Livro 1

A chancela DISTRITO MANGA continua a apostar em novos títulos para o seu catalogo de manga, e faz chegar às livrarias, a partir de amanha, o primeiro volume de uma nova colecção. SINAIS DE AFECTO, é uma obra do género shojo, destinado a um público feminino, que retrata histórias do dia a dia, de romance e amizades.  

O segundo volume está previsto par finais de Abril

SINAIS DE AFETO 1
Poderá um encontro inesperado no comboio tornar-se algo mais?
Yuki é surda e comunica através de língua gestual e mensagens escritas. Quando, um dia, um turista lhe pede informações em inglês, ela atrapalha-se, sem saber o que fazer… até que alguém aparece para ajudar. O nome dele é Itsuomi e, por coincidência, frequentam a mesma faculdade. Viajante carismático, Itsuomi fala três línguas, mas nunca conheceu uma pessoa surda. Os dois sentem-se imediatamente atraídos um pelo outro. 
 
Ficha técnica:
Sinais de Afeto – Livro 1
Autor(a) suu Morishita
Capa mole, 126x188, p/b, 176 páginas.
ISBN 9789895833986
PVP: € 10,95
Chancela DISTRITO MANGA
 

29 março, 2025

Volume final de Tokyo Ghoul: re!

E como tudo tem um fim, a editora DEVIR acaba de fechar mais uma das seus títulos manga com o lançamento do 16º e último volume da colecção TOKYO GHOUL:re com a batalha decisiva entre humanos e ghouls.

TOKYO GHOUL: re 16
A aliança Ghoul-C.A.G. obtém a sua primeira vitória ao resgatar Kaneki. Mas a criatura onde ele estava enterrado ainda representa uma ameaça terrível para a cidade. Kaneki está determinado a acabar com o monstro, Mas será que este ato de bravura é o ato final para acabar com a guerra ou com a última resistência de Kaneki? 
 
Já disponível nas livrarias. 
 
Ficha técnica:
Tokyo Ghoul:re - volume 16
De Sui Ishida
Capa mole, formato 12,6x19 cm, p/b, 324 páginas.
ISBN 9789895597116
PVP: € 9,99
Edição DEVIR
 

28 março, 2025

A Colecção Angoulême abre com Trilogia Nikopol de Bilal!

A editora DEVIR acaba de dar início à sua Colecção Angoulême. Composta por 8 álbuns de BD franco-belga, em formato de capa dura e datas de lançamentos previstas para os próximos meses. A premissa foi a de reunir dentro de uma coleção um conjunto de obras premiadas pelo festival de BD de Angoulême. Como não podia deixar de ser, só dá excelentes autores. Haverá reedições, mas a maioria dos títulos encontra-se por cá inédita. 

 

E parece ser tudo óptimo, álbuns premiados de bons autores, edições cuidadas em capa dura com um preço de € 22, mas... lá surge um senão nesta história. E aqui são as dimensões de cada livro da edição portuguesa. Para quem está habituado às generosas medidas de 31x24 habituais do franco-belga, e sabendo que a colecção original (collection Prix Angoulême) apresentou-se em 26x19, estes 24x17 portugueses chocam. É pequeno? É. Caberá a cada leitor avaliar se pela qualidade o tamanho importa.

Ultrapassando esta desilusão, que não é fácil de entranhar, o inicio não poderia ser melhor. Três álbuns (Feira dos Imortais, A mulher armadilha e Frio Equador) estão reunidos, de novo, num único volume com a assinatura do fantástico Enki Bilal. A TRILOGIA NIKOPOL, premiada em 1987, fica assim como o cartão de entrada na nova colecção Angoulême.

Um universo onde o passado, o presente e o futuro se fundem num enredo marcado por intrigas políticas, conflitos de poder e a presença misteriosa de deuses antigos que se misturam com elementos de ficção científica, numa Paris distópica de 2023. Bilal explora temas como corrupção, fanatismo e identidade, com uma estética única de tons sombrios e azuis, trazendo uma atmosfera futurista e enigmática.

A TRILOGIA NIKOPOL
Num futuro distópico, Paris vive sob uma ditadura. Alcide Nikopol, um astronauta de 1993 regressa acidentalmente à Terra, quando é acordado de um sono criogénico de 20 anos, vê-se envolvido em conspirações com deuses egípcios que controlam a Terra. Ao longo das três histórias, acompanhamos a jornada de personagens multifacetadas que lutam para sobreviver e encontrar sentido num mundo onde a tecnologia e o misticismo colidem.
 
Ficha técnica:
A Trilogia Nikopol
De Enki Bilal
Capa dura, dimensões 177 x 248, cores, 180 páginas.
ISBN: 9789895597123
PVP: € 22,00
Edição DEVIR