30 junho, 2010

O senhor que se segue é... Gaston Lagaffe

Com a publicação do 16º álbum – O Cavalo de Tróia – terminou hoje a colecção Alix pela mão da parceria ASA/Público. Rei morto, rei posto diz o dito popular e é já a partir da próxima semana, dia 7 de Julho – Quarta-feira, que temos uma nova colecção nas bancas, desta vez dedicada ao desconcertante e mandrião GASTON LAGAFFE, personagem criada por André Franquin, que personifica na perfeição o conceito de anti-herói.

A colecção é composta por 19 álbuns em capa dura com desenho exclusivo para Portugal. O primeiro volume tem o preço de lançamento de € 2,50, sendo os restantes vendidos ao preço de € 6,40.

De referir que depois de Os Passageiros do Vento e de Alix esta colecção é a 3ª colecção a ser publicada de uma lista de 10 que foram inicialmente apresentadas pelo jornal Público para votação dos leitores.

Pessoalmente, das séries propostas, Gaston não é daquelas mais me entusiasme, mas atendendo ao facto de se publicar a colecção completa em capa dura a um preço bastante acessível, para além de comprar a colecção vou ter igualmente de comprar espaço!

TÍTULOS DA COLECÇÃO GASTON:

1. Os arquivos do Lagaffe
2. Gafes em barda
3. Gafes de um fanfarrão
4. Festival de broncas
5. O escritório vai abaixo
6. Calinadas do Calinas
7. Mais Gafes do Lagaffe
8. Gafes às rajadas
9. De gafe em gafe
10. O ás das argoladas
11. O descanso do trapalhão
12. Engenhocas do Lagaffe
13. Um bronco do piorio
14. Gafes, argoladas e trapalhadas
15. É só broncos!
16. Tabefes para o Lagaffe
17. Gafes atrás de gafes
18. Resmas de Gafes
19. Cuidado com o Lagaffe



27 junho, 2010

Desenhos autografados (14): O soldado

 
O autor do desenho de hoje é Jorge Miguel, talvez, mais conhecido pelos seus excelentes trabalhos no campo da ilustração de muitos dos livros escolares e não só que por aí circulam. Mas para além de ilustrador, o Jorge Miguel é também autor de banda desenhada, tendo já publicado o álbum “Camões De Vós não Conhecido nem Sonhado?” (Plátano Editora), preparando-se agora para lançar “Res Publica”. Durante um recente jantar em Beja, tive a oportunidade de lhe perguntar fazia com os originais dos desenhos que fazia. Respondeu-me que os deitava fora. Manifestei que teria todo o gosto em ficar com alguns desses trabalhos. Solícito enviou-mos pelo correio. O desenho acima publicado é uma ilustração para o conto "O soldado que foi para o céu" que faz parte da compilação "Contos tradicionais do povo português" escrita pela pena de Teófilo Braga.

25 junho, 2010

Manuel Caldas apresenta “Os meninos Kin-der”

O editor Manuel Caldas continua o seu laborioso trabalho de recuperação, restauração e publicação de clássicos da banda desenhada, conforme já várias vezes foi referenciado neste blogue (ver aqui, aqui e aqui). O seu novo lançamento, cuja apresentação aqui faço (a imagem é da capa) é (mais) um bom exemplo disso.

Manuel Caldas propõe-nos agora “Os meninos de Kin-der”, um álbum de 40 páginas, que reúne as pranchas desenhadas por Lyonel Feininger, um ilustre desconhecido pintor, talvez para a grande maioria de nós (eu incluído), que viveu entre 1871 e 1956, e que foram publicadas nas páginas de The Kin-der-Kids e Wee Willie Winkie's World.

Deixo aqui a síntese de introdução, feita por Rúben Varillas:

A banda desenhada, na sua evolução histórica, viu-se sujeita a um paradoxo digno de figurar nos anais da historiografia artística: chegou à pós-modernidade sem ter passado pela modernidade. No entanto, muito antes da pós-modernidade houve um período de ensaio, busca e experimentação, um momento em que estiveram prestes a abrir-se muitas portas (que afinal acabaram por ficar entreabertas): algo similar ao que noutros meios artísticos se reuniu sob a etiqueta de As Vanguardas. Na banda desenhada, nas mesmas datas em que a pintura, a escultura ou a literatura estavam em plena convulsão criativa, apareceu uma série de artistas dispostos a fazer arte com as vinhetas e a situá-las ao nível artístico desses outros veículos mais sérios, digamos assim.
Foram poucos e ousados. E Lyonel Feininger foi o menos reconhecido (e por consequência menos apreciado). O artista menos autor de banda desenhada, menos prolífico, menos ortodoxo desses primeiros tempos. As escassas pranchas que realizou constituem uma verdadeira aventura visual: nem chegou a um ano. Tempo suficiente, afinal de contas, para demonstrar que os bem sucedidos expressionismo e cubismo que começavam a inundar as telas da Europa também tinham lugar nas páginas dos jornais norte-americanos. Mas, apesar de não ter alcançado o triunfo que merecia pela sua faceta de autor de banda desenhada, Feininger obteve um aceitável reconhecimento como pintor daquelas mesmas correntes de vanguarda que atrás mencionamos.
Curiosamente, ao longo de toda a sua produção pictórica posterior, Feininger manteve muitas das constantes estilísticas que já tinha antecipado na banda desenhada. Nas suas pinturas expressionistas e numerosas xilogravuras encontramos arquitecturas oblíquas, edifícios angulosos e paisagens tão violentamente deformados como os que apareceriam nas páginas de The Kin-der-Kids e Wee Willie Winkie's World.

Feiniger nunca deixou de estar em contacto com a Vanguarda, primeiro graças à sua já referida adscrição estética e artística ao movimento expressionista alemão (e às suas posteriores influências cubistas) e mais tarde com a sua entrada na Bauhaus, sendo o responsável pela oficina de impressão e o único membro da escola que esteve nela desde o início até ao encerramento.
A edição que têm nas mãos é uma homenagem a Feininger e à sua obra, ao seu virtuosismo gráfico, ao seu inteligente emprego da cor e à audácia infinita deste autor eternamente encolhido na sombra do reconhecimento. O trabalho levado a cabo no restauro das páginas de jornal de The Kin-der-Kids e Wee Willie Winkie's World (incluem-se duas pranchas representativas desta série no presente volume) faz-nos redescobrir a obra de Feininger e mostra-no-la com uma nitidez gráfica como nunca antes foi possível vê-la. Graças ao restauro e ao grande formato, ressurgem os mares e condensam-se as nuvens, elevam-se majestosos os edifícios nova-iorquinos nas margens do rio Hudson, recortam-se diáfanos os perfis angulosos das suas personagens sobre os barcos e demais engenhos motorizados que percorrem as páginas. Ressurge, afinal, o talento de um desenhador de histórias aos quadradinhos adiantado para a sua época, um dos que poderiam ter mudado definitivamente a história da banda desenhada.

Esta edição, que terá um preço de venda de € 22, ainda não tem data marcada de distribuição pelas livrarias, mas encomendas podem ser feitas directamente através da página do editor.

Manuel Caldas apresenta “Os meninos Kin-der”

O editor Manuel Caldas continua o seu laborioso trabalho de recuperação, restauração e publicação de clássicos da banda desenhada, conforme já várias vezes foi referenciado neste blogue (ver aqui, aqui e aqui). O seu novo lançamento, cuja apresentação aqui faço (a imagem é da capa) é (mais) um bom exemplo disso.

Manuel Caldas propõe-nos agora “Os meninos de Kin-der”, um álbum de 40 páginas, que reúne as pranchas desenhadas por Lyonel Feininger, um ilustre desconhecido pintor, talvez para a grande maioria de nós (eu incluído), que viveu entre 1871 e 1956, e que foram publicadas nas páginas de The Kin-der-Kids e Wee Willie Winkie's World.

Deixo aqui a síntese de introdução, feita por Rúben Varillas:

A banda desenhada, na sua evolução histórica, viu-se sujeita a um paradoxo digno de figurar nos anais da historiografia artística: chegou à pós-modernidade sem ter passado pela modernidade. No entanto, muito antes da pós-modernidade houve um período de ensaio, busca e experimentação, um momento em que estiveram prestes a abrir-se muitas portas (que afinal acabaram por ficar entreabertas): algo similar ao que noutros meios artísticos se reuniu sob a etiqueta de As Vanguardas. Na banda desenhada, nas mesmas datas em que a pintura, a escultura ou a literatura estavam em plena convulsão criativa, apareceu uma série de artistas dispostos a fazer arte com as vinhetas e a situá-las ao nível artístico desses outros veículos mais sérios, digamos assim.
Foram poucos e ousados. E Lyonel Feininger foi o menos reconhecido (e por consequência menos apreciado). O artista menos autor de banda desenhada, menos prolífico, menos ortodoxo desses primeiros tempos. As escassas pranchas que realizou constituem uma verdadeira aventura visual: nem chegou a um ano. Tempo suficiente, afinal de contas, para demonstrar que os bem sucedidos expressionismo e cubismo que começavam a inundar as telas da Europa também tinham lugar nas páginas dos jornais norte-americanos. Mas, apesar de não ter alcançado o triunfo que merecia pela sua faceta de autor de banda desenhada, Feininger obteve um aceitável reconhecimento como pintor daquelas mesmas correntes de vanguarda que atrás mencionamos.
Curiosamente, ao longo de toda a sua produção pictórica posterior, Feininger manteve muitas das constantes estilísticas que já tinha antecipado na banda desenhada. Nas suas pinturas expressionistas e numerosas xilogravuras encontramos arquitecturas oblíquas, edifícios angulosos e paisagens tão violentamente deformados como os que apareceriam nas páginas de The Kin-der-Kids e Wee Willie Winkie's World.

Feiniger nunca deixou de estar em contacto com a Vanguarda, primeiro graças à sua já referida adscrição estética e artística ao movimento expressionista alemão (e às suas posteriores influências cubistas) e mais tarde com a sua entrada na Bauhaus, sendo o responsável pela oficina de impressão e o único membro da escola que esteve nela desde o início até ao encerramento.
A edição que têm nas mãos é uma homenagem a Feininger e à sua obra, ao seu virtuosismo gráfico, ao seu inteligente emprego da cor e à audácia infinita deste autor eternamente encolhido na sombra do reconhecimento. O trabalho levado a cabo no restauro das páginas de jornal de The Kin-der-Kids e Wee Willie Winkie's World (incluem-se duas pranchas representativas desta série no presente volume) faz-nos redescobrir a obra de Feininger e mostra-no-la com uma nitidez gráfica como nunca antes foi possível vê-la. Graças ao restauro e ao grande formato, ressurgem os mares e condensam-se as nuvens, elevam-se majestosos os edifícios nova-iorquinos nas margens do rio Hudson, recortam-se diáfanos os perfis angulosos das suas personagens sobre os barcos e demais engenhos motorizados que percorrem as páginas. Ressurge, afinal, o talento de um desenhador de histórias aos quadradinhos adiantado para a sua época, um dos que poderiam ter mudado definitivamente a história da banda desenhada.

Esta edição, que terá um preço de venda de € 22, ainda não tem data marcada de distribuição pelas livrarias, mas encomendas podem ser feitas directamente através da página do editor.

20 junho, 2010

Desenhos autografados (13): Kit Carson

Kit Carson

Fábio Civitelli, autor italiano responsável pela parte gráfica das aventuras do ranger Tex Willer, para além de magnífico desenhador, é de uma generosidade imensa, traduzida em simpatia e grandes doses de paciência, conforme demonstrou, uma vez mais, na sua recente passagem pelo FIBDB. Horas e horas a atender pedidos sempre com um sorriso nos lábios. Alguns desses desenhos podem ser observados aqui.
Eu, apesar de apreciar bastante o género western em banda desenhada, confesso algum desconhecimento (por agora…) acerca do universo texiano, o que motivou o descabido pedido que fiz a Fábio: um desenho de Mefisto! Isto porque, conforme me explicou, nunca desenhou uma aventura que entrasse o Mefisto. A minha alternativa foi então um Kit Carson, companheiro de aventuras de Tex. O esboço foi feito a lápis e o desenho final a caneta.


Off-topic: A rubrica de desenhos autografados passará a ser de periodicidade semanal, sempre aos Domingos, palavra de autor!


15 junho, 2010

Os anfitriões do Centenário

Já anteriormente aqui tinha falado do protocolo que permitiu à BD portuguesa associar-se às comemorações do Centenário da República. O ilustrador Richard Câmara foi o artista convidado para redesenhar as célebres personagens “Quim e Manecas” criadas por Stuart Carvalhais, com o propósito delas servirem de anfitriões das comemorações e do próximo Amadora BD. Ora bem, andava eu a navegar pelos intermináveis caminhos da blogosfera, quando precisamente no blogue do Richard, descubro umas imagens dos estudos gráficos realizados na redefinição das personagens e ainda a composição final dos anfitriões.


Ficam então aqui apresentados os novos “Quim e Manecas”:

Quim e Manecas redesenhados

13 junho, 2010

Zona Gráfica

Zona Grafica - vol. I

Uma das novidades do VI FIBDB foi o novo número do projecto Zona!, intitulado de Zona Gráfica. Um ano depois do primeiro Zona – Zona Zero – noto um crescendo de qualidade deste projecto, não só em termos da própria edição mas igualmente de conteúdo. Este novo número da Zona apresenta-se cheio de novidades. Uma edição dividida em dois volumes - a imagem de cima corresponde ao volume I e a ilustração é da autoria de Z!; a imagem de baixo corresponde ao volume II e tem a assinatura de Manuel Alves – por onde se distribuem um total de 158 páginas. Há lugar para pequenas entrevistas com autores, que eu acho particularmente interessante. Temos um aumento do número do número de autores que participam e a publicação de trabalhos mais extensos, em termos de pranchas e outros ainda que anunciam continuação, revelam bem o interesse neste projecto e são a prova que a Zona! veio preencher um espaço que se encontrava vazio.
Como leitor, tenho para mim que a grande mais-valia da Zona! é a descoberta que faço de desenhadores muito talentosos - nesta Zona Gráfica gostei bastante da arte de Joana Afonso e os seus “cotões” e de António Valjean com o seu “Catacumba” - até porque noto que muitos dos trabalhos publicados são pouco ambiciosos em termos de texto. Se por vezes estão muito bem conseguidos em termos de desenho, falham no argumento. Falta-lhes desenvolvimento, estão pejados de monólogos, e invariavelmente conduzem a finais inconclusivos. Enfim, escritores precisam-se!
Mas comparativamente com os anteriores Zona’s - o Zona Gráfica é o quarto número - é notório o crescimento e a maturidade que o projecto Zona! já conseguiu alcançar.
O próximo número está anunciado para o Amadora BD a realizar-se em Outubro próximo.

Até lá, boas leituras!

A Zona Gráfica pode ser adquirida através daqui.

Zona Grafica - vol. II

10 junho, 2010

BDjornal #25

Parecia ter acabado, mas dezoito meses, saiu um novo número do BDjornal. É uma boa notícia. No editorial explica-se que devido às dificuldades que o projecto enfrenta, a periodicidade que era irregular, passa agora a bianual, fazendo coincidir cada nova edição com a realização dos grandes festivais de banda desenhada em Portugal, leia-se Amadora BD e o Festival de BD de Beja. Sendo a alternativa o cancelamento da publicação, parece-me uma opção aceitável, até porque pode aproveitar muito daquilo que os festivais têm para dar, um pouco à semelhança que este número já apresenta: um especial dedicado a Hermann e uma entrevista com Civitelli, dois autores presentes no VI FIBDB.

Mas neste novo número, há outros motivos de interesse. Destaco desde logo a apresentação de novos projectos de BD. O primeiro, de Hugo Teixeira, intitulado de “Mahou Express” que faz honras de capa. Visualmente, a ilustração escolhida é que não se mostrou talvez a melhor das escolhas. Em termos de cor, aquele verde amarelado (ver imagem) certamente que não traduz a intenção do autor em recriar uma floresta luxuriante. Outro projecto dado ao conhecer, através de entrevista e algumas pranchas, é o de Nelson Martins, autor que tive o prazer de conhecer em Beja, e cujo primeiro trabalho “Tout sur les célibataires” será agora lançado no mercado francês pelas Editions Joker.

Gostei igualmente do “Especial Hermann Huppe”, dedicado à obra deste grande autor belga franco-belga. Bastante completo, fazendo inclusive a correspondência para o que se encontra editado em Portugal, com a indicação da data de edição e editora. Pessoalmente gosto destes dossiers. Já anteriormente havia gostado do especial “Western na BD europeia” publicado no BDjornal #24. Outros destaques vão para Civitelli (entrevista), Fernando Bento (biografia e algumas pranchas de "Beau Geste") que foi recentemente homenageado pela CM Moura, através da publicação de um número especial dos Cadernos Moura BD e para obra “El Eternauta” de Oesterheld.


07 junho, 2010

A 1ª imagem do novo álbum “Res Publica”

É talvez um dos lançamentos nacionais do ano, e é com muito gosto que publico aqui a primeira imagem (um estudo para a capa) de “Res Publica”, um novo álbum de banda desenhada, da Editora Plátano, com data de lançamento prevista para Outubro próximo, no 21º Festival de Banda Desenhada da Amadora – Amadora BD.
 
A minha satisfação deriva do facto de conhecer pessoalmente todos os envolvidos directamente com este álbum: o desenho é de Jorge Miguel, autor também de “Camões, De vós nem conhecido nem sonhado?”, o argumento tem a assinatura de Aida Teixeira, que faz a sua estreia nestas andanças e as cores são de João Amaral, autor, ente outros, de “A Voz dos Deuses”.

Ainda pouco se sabe sobre o conteúdo do álbum, mas foi possível apurar que a acção desenrola-se tendo como pano de fundo Portugal nos últimos anos da Monarquia portuguesa. A história desenvolve-se a partir de 1896, com o surgimento, em Portugal, da Carbonária, uma sociedade secreta e revolucionária que conspirou contra o Rei. "Res Publica" é uma história de amores e desamores de Adelaide e Amâncio, onde personagens ficcionadas se cruzam com personagens reais da nossa história, entre elas o Rei D. Carlos I, os escritores Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão ou o mestre José Malhoa. Em ano de Centenário da República, está dado o contributo da banda desenhada nacional.

06 junho, 2010

Exposição "A Primeira República na Génese da Banda Desenhada..."

cartaz_I Rep
Cartaz de Henrique Cayatte Design para a CNCCR, a partir de desenho de Stuart de Carvalhais

No Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI), na Amadora, pode ser vista a exposição "A Primeira República na Génese da Banda Desenhada e no Olhar do Século XXI”, promovida em parceria entre a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República e a Câmara Municipal da Amadora. Constituída por cinco núcleos, a exposição reúne peças – desenhos originais de artistas e publicações das décadas de 1910 e 1920, assim como pranchas de BD de autores contemporâneos – expostas em Portugal pela primeira vez, e ainda reconstituição do mais antigo filme de animação português “O Pesadelo de António Maria”, realizada recentemente por Paulo Cambraia, com base nos 159 desenhos originais de 1923, da autoria do realizador da película original Joaquim Guerreiro. A exposição pode ser visitada até ao próximo dia 5 de Outubro, sendo que a partir de 22 de Outubro constituirá a exposição central do 21º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora – Amadora BD, cuja edição deste ano terá justamente como tema “O Centenário da Republica”.

04 junho, 2010

E todos os caminhos foram dar a Beja...

2º Dia. Domingo. Tomo o pequeno-almoço na companhia dos gémeos Fábio e Gabriel e do britânico Rufus. Ok... eles estavam na mesa ao lado!

A dinâmica do FIBDB mede-se também pela programação paralela ao festival. Hoje está prevista uma visita guiada ao centro histórico de Beja. Parece-me bem alinhar. Afinal ir a Beja e não conhecer a cidade é que me parece mal. Um grupo bem composto reúne-se no largo do Museu. Lá dentro, está patente uma exposição do amigo Jorge Miguel e do seu admirável trabalho em “Camões, De vós nem conhecido nem sonhado?”. Cá fora, o prof. Florival Monteiro apresenta-se. Irá ser o nosso guia desta viagem. O que se segue é uma lição de história (de Beja) deliciosa em pormenores. RECOMENDO! É que a paixão do prof. Florival pela cidade só encontra paralelo na nossa paixão pela BD. Uma manhã cinco estrelas!




Ao almoço fogem-nos as migas e a sopa de cação. Fica já combinado para o próximo ano. De regresso à Casa da Cultura, mais Hermann, mais álbuns para assinar. E tudo o que trouxe está assinado! Ainda há tempo para uma fotografia com este gigante da bd franco-belga!



Aproveito a presença de Civitelli para lhe pedir um Kit Carson. Este autor, para além do seu enorme talento, é de uma generosidade imensa. Irá passar a tarde inteira a atender pedidos de autógrafos sempre com um sorriso nos lábios. Adicionalmente ofertou a todos um desenho do Tex a cavalo com a Torre de Menagem do Castelo de Beja por detrás.



Guardo na mochila uma surpresa do amigo Rui – da colecção TEX gigante, a história “O Homem de Atlanta” desenhado pelo magnífico Jordi Bernet (sim senhora, o mesmo de Torpedo!).

Hoje percorro os restantes autores. Os brasileiros Fábio e Gabriel, de que não conhecia e cujas pranchas em exibição mostram bem a qualidade do trabalho desta dupla; Rufus Dayglo e sua “Tank Girl”, repetente nestas andanças por terras lusas e que revelou adorar Portugal, o ambiente calmo dos nossos festivais e a nossa cerveja. Tem bom gosto sim senhor! Aproveito igualmente para comprar as novidades BDJornal e Zona Gráfica (em 2 volumes). Mais tarde dedicarei umas linhas a estas edições aqui no blogue.

No final do dia descanso numa cadeira. Faço um balanço extremamente positivo deste festival. O festival é incrível em todas as suas vertentes: bedéfila, cultural e social. Dou os meus parabéns ao Paulo Monteiro e à Susa Monteiro pela excelente organização. É certo que o FIBDB passará a constar da minha agenda. Parto com a vontade de voltar! O VI FIBDB decorre até ao próximo dia 13 de Junho de 2010. Aproveitem!






03 junho, 2010

VIII Troféus Central Comics - Nomeados

Foi no passado Sábado, integrado na programação paralela do FIBDB, que foram anunciados os nomeados para os VIII Troféus Central Comics. Como se sabe esta é uma iniciativa promovida pelo portal Central Comics, com a particularidade de ser o público, através de voto, a eleger os vencedores. Olhando para a lista dos nomeados nas várias categorias, penso que a escolha do júri foi bastante abrangente e equilibrada, dando espaço a todos os gostos.
Pessoalmente, gostava de ter visto nomeado o excelente álbum “Matteo” de Gibrat (edição VitaminaBD) nas categorias de Melhor Publicação Estrangeira, Melhor Argumento Estrangeiro e Melhor Desenho Estrangeiro, pelas razões que até escrevi aqui.
Opiniões à parte, e entre tudo o que foi editado em Portugal no ano passado, são estes os nomeados na edição deste ano:

Melhor Editora
BDmania
Edições Asa
Kingpin Books
Libri Impresi
Público/Asa
Vitamina BD

Melhor Publicação Cartoon
Ferd’nand Retorna – Tiras de 1938 (Libri Impresi)
Krazy Kat + Ignatz + Pupp (Libri Impresi)
O Gato do Simon 1 – Os Gatos são Mesmo Assim (Objectiva)
Peanuts – Obra Completa 1959-1960 (Afrontamento)
Pérolas a Porcos 7 – Muito, muito Machos (Gradiva)
Porreiro, pá! (Guerra & Paz)

Melhor Publicação Técnica
11º PortoCartoon: Crise(s) (Afrontamento)
Combo – João Fazenda (Assírio & Alvim)
Divide et Impera (Montesinos)
Fantasy Art Now v.1 (Estampa)
Israel Sketchbook (Edições Asa)
World Press Cartoon 2009 (WPC)

Melhor Fanzine
All-Girlz (Arga Warga)
Derby (Imprensa Canalha)
O Filme da minha Vida (AoNorte)
The Gleaming Armament of the Marching Genatalia (CCC)
Venham+5 06 (Bedeteca de Beja)
Zona (Colectivo Zona)

Melhor Desenho Estrangeiro
Alex Ross (Marvels)
François Schuiten (Teoria do Grão de Areia v.1)
François Bourgeon (Os Passageiros do Vento v.6)
Harold Foster (Tarzan dos Macacos v.1)
Tommi Musturi (Caminhando com Samuel)
Travis Charest (As Armas do Metabarão)

Melhor Desenho Nacional
Filipe Andrade (BRK v.1)
Miguel Rocha (A Noiva que o Rio disputa ao Mar)
Osvaldo Medina (Fórmula da Felicidade v.1)
Ricardo Cabral (Israel Sketchbook)
Rui Lacas (Asteroid Fighters 1 – O Início)
Rui Ricardo (Sonho sem Fim)

Melhor Obra Curta
Annushka, a boneca; Andreia Rechena (All-Girlz Galore)
Dream Machine 2.1; Joana Lafuente (All-Girlz Banzai!)
O infeliz destino de Sebastião Salvador; Susa Monteiro (Venham+5 06)
Voyage Romantique; Patrícia Caldeira e Daniel Lima (Portimão)
Depois do Fim; Alex Gozblau (Portimão)
Um Boi em cima do Telhado; JC Fernandes e Roberto Gomes (Um Boi em cima do Telhado – Um conto das Black Box St.)

Melhor Melhor Projecto em BD
Col. Blake & Mortimer (Público/Asa)
Col. Clássicos Revista Tintim (Público/Asa)
Col. Passageiros do Vento (Público/Asa)
Criação do Lisbon Studio
Projecto editorial O Filme da Minha Vida (AoNorte)
Projecto editorial Zona (Colectivo Zona)

Melhor Argumento Estrangeiro
Alessandro Jodorowsky (Armas do Metabarão)
Bennoit Peeters (Teoria do Grão de Areia v.1)
Denis Bajram (Universal War One v.5)
Kurt Busiek (Marvels)
Tommi Musturi (Caminhando com Samuel)
Xavier DeIsusi (As Viagens de Juan sem Terra)

Melhor Argumento Nacional
Augusto Cid (Porreiro, pá!)
Filipe Pina (BRK v.1)
Hugo Jesus (Sonho sem Fim)
João Paulo Cotrim (A Noiva que o Rio disputa ao Mar)
Nuno Duarte (Fórmula da Felicidade v.1)
Rui Lacas (Asteroid Fighters 1 – O Início)

Melhor Publicação Estrangeira
Caminhado com Samuel (Mmmnnnrrrg)
Cidades Obscuras – Teoria do Grão de Areia v.1 (Asa)
Clássicos da Revista Tintim: Clorofila (Público/Asa)
Marvels (BDmania)
Tarzan dos Macacos v.1 (Libri Impresi)
Universal War One 5 – A Torre de Babel (Vitamina BD)

Melhor Publicação Nacional
A Noiva que o Rio disputa ao Mar (C.M. Portimão)
Asteroids Fighters 1 – O Início (Edições Asa)
BRK vol.1 (Edições Asa)
Fórmula da Felicidade v.1 (Kingpin Books)
Mocifão (El Pep)
O Romance da Raposa (Bertrand)

01 junho, 2010

E todos os caminhos foram dar a Beja...

1º Dia. Sábado, 29 de Maio. Destino: Beja. São duas horas de viagem de carro a partir de Lisboa. Fica o agradecimento ao Rui pela boleia. Levo uma mochila cheia de álbuns do Hermann. Tenho a expectativa de conseguir de conseguir pelo menos dois deles assinados. Já os escolhi. Um do Bernard Prince (“O General Satã”) e outro do Comanche (“Red Dust”). O FIBDB espera-me e Hermann, um dos meus autores preferidos, vai estar presente. Beja é uma cidade bastante acolhedora. No ano passado, por falta de tempo e pelo muito calor que se fez sentir, não tive oportunidade de a usufruir. Este ano passo compenso. Passo lá o fim-de-semana. Chegamos por volta das quatro da tarde, e com alguma fé carrego quatro álbuns do Hermann comigo. A outra metade deixo na residencial. Ficam para a sessão de autógrafos do dia seguinte. A zona quente do festival é a Casa da Cultura, o núcleo principal. Logo à entrada, o calor faz das suas. Tenho a miragem que o Hermann está sentado junto a uma banca de livros a distribuir autógrafos e não existe fila?! Nem acredito. A sessão de autógrafos estava programada apenas para as 18 horas. Não é miragem. Dizem-me que desde das três e meia que os vários autores convidados que por ali passeavam decidiram-se de forma espontânea sentarem-se entre os livros e começar a assinar. O ambiente é calmo, quase familiar. Os autores misturam-se com o público. Pergunto se haverá festival igual no mundo?











Identificação nas fotografias seguindo a ordem de cima para baixo, da esquerda para direita:
Hermann, Civitelli, Rufus Dayglo, Jorge Miguel, Niko Henrichon, Gabriel Bá e Fábio Moon,
Fil e Hugo Teixeira, Nuno Duarte e Osvaldo Medina.

Hermann num traço rápido, desenha pequenos esboços das suas personagens nos álbuns. Um após outro e fico com os quatro álbuns autografados. Estou nas nuvens! Segue-se Niko Henrichon e a “Fábula de Bagdad”. Ganho um leão! Civitelli (“Tex”) e Rufus Dayglo (“Tank Girl”) estão bem concorridos e ficam para amanha. Encontro amigos e caras conhecidas de outros festivais. A tribo bedéfila está toda reunida. Amigos, autores, leitores, editores e vendedores cruzam conversas. Respira-se BD! Aproveito para ir ver as exposições. Excelente mostra. Espaço bem distribuído por três pisos, cenicamente bem organizados num jogo de cores encarnado, branco e preto. Magnificas pranchas de autores portugueses e estrangeiros. Saio de barriga cheia!


Se há imagem que me fica do festival de Beja é a que se segue: na residencial onde fiquei, cruzo-me com um simpático velhote com os seus setenta anos a descer as escadas com uma garrafa de Borba na mão. Levava na cara o sorriso mais feliz. Não fotografei, mas se houvesse imagem do qual foi o espírito da festa que reinou em Beja seria esta. O velhote de setenta anos era o Hermann e saiu porta fora!

O grupo que se formou para jantar era cinco estrelas. Beja proporciona estes encontros. Quem não se conhece passa-se a conhecer. E os amigos dos amigos nossos amigos ficam. Começando por quem se sentou à minha esquerda: Marina, Luís, Nuno, Aida, João, Cristina, Jorge, Catarina, Nelson e finalmente este que vos escreve. A ideia era despachar para assistirmos à apresentação dos nomeados para os VIII Troféus Central Comics. A verdade é que a sangria era muito boa e ganhamos um jantar muito animado; a consequência foi que perdemos a apresentação feita pela amiga Diabba… ups! A noite bedéfila em Beja dá pelo nome de Galeria do Desassossego. A tribo reúne-se de novo! O espaço está cheio. Bebe-se e conversa-se até as horas se perderem pela madrugada. Lá se vai a hora do pequeno almoço na residencial e amanha de manha está previsto passeio pedonal por Beja antiga. Será que acordo?