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13 março, 2021

Lançamento ARTE DE AUTOR: DUKE vol. 5 - Pistoleiro é o que serás

Já tinha aqui escrito que que 2021 será um bom ano de publicações de westerns cá em Portugal. Em Fevereiro tivemos o «Undertaker», agora em Março temos o «Duke».
 
«Pistoleiro é o que serás» é o titulo do quinto volume da colecção DUKE, assinada pela família Huppen, com o filho Yves H, a assumir a responsabilidade do argumento e o pai Hermann a assinar o desenho. O álbum estará em distribuição pelas livrarias durante a próxima semana, e pode ser também adquirido na loja on-line da editora ARTE DE AUTOR.
 
PISTOLEIRO É O QUE SERÁS
Duke e o seu acólito Swift atravessam o deserto do sudoeste americano, até à Califórnia, a fim de entregar os 100 000 dólares solicitados pelo consórcio mineiro Soakes & Sears. Mas não estão sós. Liderado pelo feroz Sargento Blair, um esquadrão de Buffalo Soldiers segue no seu encalço, determinado a matá-los e a apoderar-se do dinheiro, como represália por tudo o que os seus companheiros afro-americanos sofreram na História dos Estados Unidos. A única hipótese de sobrevivência de Duke é alcançar um rancho perdido no meio do deserto, onde vive um homem a quem ele, outrora, salvou a vida… 
 
Ficha tecnica:
DUKE – Vol. 5: Pistoleiro é o que serás
Argumento de Yves H e desenho de Hermann
Edição cartonada, cores, 56 págs.
ISBN: 978-989-54827-7-1
PVP: € 16,50
Edição ARTE DE AUTOR 

04 novembro, 2021

Os convidados BD da Comic Con Portugal!

Terminado o Amadora BD as atenções bedéfilas viram-se agora para o último festival do ano. Falta praticamente um mês para se abrirem as portas de mais uma edição da COMIC CON PORTUGAL. E como não podia deixar de ser os dias tem sido férteis em anúncios, e na área da Banda Desenhada, a lista de convidados apresenta-se já bem composta. Aceito que haja diferentes opiniões, mas para mim a "estrela" de cartaz é, sem dúvida, Ralph Meyer, o desenhador de serviço da excelente série «Undertaker» que tem sido publicada entre nós pela Ala dos Livros. Também assinou O Mangusto, um dos álbuns da série «XIII Mystery», igualmente por cá editado. É muito bem-vindo!

Lista das presenças confirmadas:

  • A fantástica dupla Filipe Melo e Juan Cavia, este último assina o desenho do cartaz oficial do evento.
  • Ralph Meyer, a"estrela" franco-belga.
  • Álvaro Martinez Bueno, distribuiu Mulheres-Maravilha no Amadora BD.
  • Mike Grell, reconhecido por seu trabalho nas personagens Lanterna Verde e Arqueiro Verde.
  • Paco Roca, um extraordinário contador de histórias.
  • Miguelanxo Prado, um nosso "velho" conhecido.
  • Paulo Monteiro, o nosso "embaixador" da BD portuguesa.
  • Peter Van Hogen, que assina o novo álbum  «O Último Espadão» de Blake e Mortimer com lançamento ainda este mês.
  • Michele Benevento, um dos autores de Tex.

 

16 dezembro, 2021

Uma Comic Con de acordo com as expectativas!

Deixo aqui uma nota sobre o último grande evento do ano, sobre o qual posso já afirmar, que no geral não foi nada de especial, ainda que tenha sido realizado num espaço mais central e melhor servido de transportes e outras facilidades. A verdade é que a edição da Comic Con Portugal de 2021 sofreu com a pandemia. O vírus obrigou à mudança da data de realização do evento, prevista inicialmente para Setembro, atirando-o para meados de Dezembro, provocou condicionamentos na oferta do programa e claro, obstou a presença de alguns convidados. Mas isto não é culpa da organização. 

Agora tenho para mim que a organização é culpada de fazer uma festa exageradamente pobre para pessoas eventualmente ricas. O preço do bilhete de entrada, para um evento que apresentava como cabeças de cartaz alguns… youtubers brasileiros, e figuras menores da TV & Cinema, e ainda a Graça Freitas da DGS como uma das convidadas, passa logo de caro para excessivo. E isso teve naturalmente impacto no número de visitantes, que desconfio que deve ter ficado aquém das expectativas da organização.

Junta-se uma oferta muito reduzida nas actividades quando comparada com edições anteriores (bastava olhar para a miséria no interior da tenda do gaming) e o facto das assinaturas e fotografias dos “talentos” (terminologia da organização) serem “bem” cobrados à parte, então temos que o preço do bilhete salta de imediato para a categoria de "estupidamente absurdo". É que nestas coisas de “cultura pop” Portugal não é a América, e não temos, nem a dimensão nem o poder de compra “lá de fora”. Temos uma Graça Freitas mas dispensamo-la bem!

Deixada a panorâmica geral, centro-me agora no concreto. O meu interesse quase em exclusivo na Comic Con centra-se na vertente da Banda Desenhada. E aqui as coisas foram diferentes. Não foi perfeito, e há pontos que podem ser melhorados. Mas o balanço é francamente positivo.

Começo pelos convidados estrangeiros deste ano nesta área. Um luxo. E para aqueles que insistem em apontar à BD um papel secundário na Comic Con, eu recordo a lista de 11 convidados, onde encontravamos nomes como Ralph Meyer, Miguelanxo Prado, Van Hogen, Martinez Bueno ou Michele Benevento. Tivesse, por exemplo, o Amadora BD um cartaz com autores estrangeiros deste calibre e a tenda “rebentava pelas costuras”. Houve infelizmente três cancelamentos, Roca, Bonhomme e Grell, por motivos imputáveis à pandemia. Acontece. Nada a fazer aqui, a não ser melhor informação por parte da organização. É um ponto a melhorar. Sobrou então para os presentes abrilhantarem as esperadas e concorridas sessões de autógrafos, que se realizaram num espaço específico sem confusão. Várias sessões bem distribuídas entre horários e autores. Simpatia e disponibilidade, tempos de espera aceitáveis, e nada de senhas. Não vi ninguém queixar-se. Nota muito positiva.

Paralelamente às sessões de autógrafos decorreram vários painéis de conversação com alguns dos autores. Devo dizer que não consegui ver nenhum. Tive pena de perder a apresentação do painel "Balada para Sophie" do Filipe Melo e Juan Cavia, mas a sessão às 15h numa quinta-feira inviabilizou; o painel de apresentação do "Museu da Banda Desenhada de Beja - O Primeiro Museu da Banda Desenhada em Portugal” com Paulo Monteiro, também me interessava, mas coincidiu com sessões de autógrafos a decorrerem. E o mesmo aconteceu com o painel de Ralph Meyer, "De Asgard a Undertaker - entre a Ficção científica e o Western". E é neste ponto que a coisa falha. A programação da BD na Comic Con resume-se apenas aos painéis e aos autógrafos. Logo não se compreende o porquê da sobreposição de horários quando o que não faltam são horas em 4 dias de evento. Será que não é possível uma melhor conciliação de horários, de forma que as diferentes ofertas não colidam umas com as outras? Quero acreditar que a organização aqui, pode, e deve, fazer muito melhor!

E que mais se podia a organização fazer?

Podiam acontecer lançamentos, mas com a Comic Con a acontecer em meados de Dezembro, convenhamos que já há muito ou mesmo nada para as editoras apresentarem nesta altura. Para além disso, o Amadora BD aconteceu há relativamente pouco tempo e foi a última montra do ano para as novidades. Dezembro sofre por ser o ultimo mês do calendário. Talvez possa haver palco para lançamentos quando o evento voltar a realizar-se em Setembro.

Quanto a haver ou não exposições de banda desenhada, pessoalmente considero que não é o local apropriado. Para isso já temos, e bem, os festivais de Beja e da Amadora. A Comic Con é um evento com uma dinâmica muito própria, que centraliza uma variedade enorme de gostos e interesses, entre os quais a BD é apenas mais um. O foco é sobretudo nas pessoas. Agora sejamos sinceros ninguém vai lá para ver “quadros”!

No espaço comercial, leia-se mercado geek, encontrava-se alguma oferta de banda desenhada em três ou quatro stands, incluindo a loja oficial do evento e de uma conhecida cadeia de distribuição, que garantiu o stock de livros dos autores presentes. Pareceu-me o suficiente. Os visitantes gastam o dinheiro todo nos pop's da Funko, e leitor/comprador de banda desenhada sai mais bem servido se aproveitar as campanhas de descontos directos promovidos pelas editoras e livrarias. 

Como devem compreender, ainda que considere o que a edição deste ano da Comic Con tenha sido, no geral, bastante fraca (e cara), e reconheça a legitimidade para uma frustração de expectativas na grande maioria dos visitantes (a título de exemplo, o meu sobrinho de 15 anos ao fim de duas horas disse que já tinha visto tudo e queria vir-se embora), eu como amante da banda desenhada, e atendendo às condicionantes já referidas, não tenho razões de queixa. Conheci o Ralph Meyer, talvez um dos melhores desenhadores da actualidade e tenho vários álbuns com desenhos autografados por todos os autores presentes. A lamentar só os painéis que queria ver e não vi e os autores ausentes, mas tal não afecta o balanço positivo que faço desta edição.

A Comic Con é isto, cada um vai ao encontro dos seus gostos e das suas expectativas. Na edição deste ano, as minhas foram alcançadas!

Na imagem de cima, desenho autografado de Miguelanxo Prado; na imagem de baixo, Ralph Meyer numa das sessões de autógrafos.

 

21 março, 2023

Lançamento GRADIVA: Go West Young Man

As histórias em banda desenhada sobre o Oeste Selvagem Americano não me cansam. E a mais recente proposta de leitura, que chega hoje às livrarias, tem a chancela da GRADIVA. Trata-se GO WEST YOUNG MAN, um álbum que cheira a pólvora.
 
A premissa é revisitar a conquista do Velho Oeste, através de catorze histórias curtas, que decorrem num período compreendido entre 1763 e 1938. Vai desde das guerras índias,  pelo aparecimento do Pony Express, passando pela Guerra Civil Americana, os assaltos às diligências, a corrida ao ouro negro, os ladrões de gado, a revolução mexicana para terminar no fim da Grande Depressão.
 
O percurso selvagem e violento de um relógio durante a conquista do Oeste. Dos conflitos dos Grandes Lagos ao deserto mexicano, os destinos sucedem-se. Caçadores e pioneiros, tribos indígenas, bandidos e prostitutas irão lutar e sobreviver nas grandes planícies, nas cidades que crescem a alta velocidade e nas guerras intermináveis. Se os grandes temas são centrais neste álbum, é o lado obscuro do Homem que se destaca, apresentando o sonho americano com um sabor amargo. Racismo, genocídio, condição da mulher, guerras e miséria. Go West Young Man não é apenas um tributo ao western, é um tributo lúcido com uma enorme qualidade artística.
 
O autor por detrás deste projecto é Tiburce Oger, que se fez rodear de um excelente naipe de ilustradores, alguns dos quais já nossos conhecidos, como são o caso de Christian Rossi (WEST), Blanc-Dumont (A Juventude de Blueberry), Ralph Meyer (Undertaker), François Boucq (Bouncer), Paul Gastine (O Último Homem…) ou Marini (Noir Burlesque, Águias de Roma).

Ficha técnica:
Go West Young Man
De Tiburce Oger e diversos
Capa dura, 23,5x31,3, cores, 120 págs. 
ISBN 978-989-785-180-3
PVP: € 27,50
Edição GRADIVA

09 dezembro, 2021

Começou a Comic Con Portugal 2021!

Já abriram as portas para o último grande evento de BD de 2021. Com uma nuvem de incerteza a pairar, dado os tempos atribulados em que vivemos, e tendo como palavra de ordem a segurança, estão aí os 4 dias da COMIC CON PORTUGAL, no novo espaço em Lisboa, no Parque das Nações. O maldito vírus adiou a realização do festival para agora, e o mesmo vírus obriga agora a apresentação do teste obrigatório à covid-19 para acesso ao recinto e a utilização de máscara dentro dele. Mas para ser sincero isto de adiamentos, testes e máscaras, é o novo "normal" dos nossos dias.
 
Dentro de toda a oferta que a Comic Con proporciona,  a parte que nos interessa, a Banda Desenhada, temos na edição deste ano talvez um dos melhores cartazes dos últimos anos. Logo à cabeça, e oriundos do universo franco-belga, a presença dos autores Ralph Meyer («Undertaker») e Matthieu Bonhomme («O Homem que matou Lucky Luke»). Dois incríveis desenhadores felizmente publicados por cá. A estes somam-se outros grandes nomes como como Paco Roca, Miguelanxo Prado, Peter Van Hogen, Michele Benevento, Álvaro Martinez Bueno, Mike Grell, aos quais se juntam ainda os nossos Filipe Melo, Juan Cavia e Paulo Monteiro. De destacar também a presença oficial do Clube Tex Portugal, com stand próprio, e que aproveitando a vinda do desenhador Michele Benevento, organizou uma pequena exposição de originais do autor, e terá o lançamento da revista CLUBE TEX PORTUGAL #15 durante o festival.
 

Toda a informação relativa ao programa da Comic Con, nomeadamente as apresentações/painéis e sessões de autógrafos, podem e devem ser consultada no site do evento disponível aqui, até porque poderá existir alterações de última hora. Da minha parte, vou andar por lá!

30 dezembro, 2022

As Melhores Leituras de 2022

Como já vem sendo hábito publico aqui o meu Top 9 do ano relativamente aos melhores álbuns que li durante o ano que agora termina. Apesar os tempos incertos em que vivemos, tivemos um 2022 rico em novidades numa quantidade tal que prevejo que dificilmente se repetirá nos próximos tempos. Editou-se por cá coisas muito boas numa oferta bastante diversificada de grande qualidade narrativa e gráfica e em belas e cuidadas edições. Dito isto, nas leituras que tenho vindo a fazer, posso afirmar que há álbuns incontornáveis, outros quase obrigatórios e alguns que foram verdadeiras surpresas.
 
Para quem acompanha este blogue, estas minhas escolhas já não devem constituir qualquer surpresa porque encontram-se incluídas nas sugestões que fiz para o Natal. Devo dizer que não foi um processo de escolha  fácil - nenhuma o é - e podia referir mais uma mão-cheia de obras que mereciam uma menção honrosa, mas a ideia aqui é mesmo destacar os melhores entre os melhores.
 
O franco-belga domina indiscutivelmente os meus gostos, e quanto a isso não há remédio. Uma palavra adicional para mais uma nomeação de Luís Louro, indiscutivelmente o mais completo dos autores nacionais, e como tal um excelente representante do melhor que se faz na BD nacional. A presença de uma obra mangá justifica-se porque este género teve este ano a sua explosão no nosso mercado, não só pelo numero de novidades (+60) mas igualmente pelo número de editoras que este ano incluíram este género no seu catalogo, e este One-Piece traz lá de fora números verdadeiramente demolidores.
 
Assim, sem qualquer critério na disposição ou arrumação, e a formar o quadrado perfeito, são este os obrigatórios e as minhas Melhores Leituras de 2022:


De cima para baixo, da esquerda para a direita, são estes os títulos e editoras: 

  • A ADOPÇÃO  -  Ed. Ala dos Livros
  • NOIR BURLESCO  -  Ed. A Seita / Arte de Autor
  • DANTE  -  Ed. Ala dos Livros
  • A VINGANÇA DO CONDE SKARBEK  -  Ed. Arte de Autor
  • LITTLE TULIP  -  Ed. Ala dos Livros
  • SPIROU - DIÁRIO DE UM INGÉNUO  -  Ed. Asa
  • MONSTROS  -  Ed. G.Floy
  • UNDERTAKER, vol. 3 - O MONSTRO DE SUTTER CAMP  -  Ed. Ala dos Livros
  • ONE PIECE, vol. 1 - A ALVORADA DA AVENTURA  -  Ed. Devir
 

04 julho, 2020

Leitura: O CASTELO DOS ANIMAIS

É sempre bom sermos surpreendidos enquanto leitores. E é essa uma das artes da editora Arte de Autor, com propostas de leitura que se encaixam perfeitamente na definição de bela surpresa. Foi o que aconteceu com este primeiro volume de «O Castelo dos Animais» recentemente editado.

A premissa “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros”, a conhecida máxima do regime do Animalismo que vingou no romance «O Triunfo dos Porcos» de George Orwell, encontra em «O Castelo dos Animais» a sua expressão gráfica. Libertados do jugo dos humanos, num castelo abandonado os animais de quinta governam-se a si próprios. Se o explorador era o Homem, agora sem a sua presença, estão reunidas as condições para todos os animais viverem em perfeita harmonia. Só que não.

Xavier Dorison, o mesmo que assina a série «Undertaker», apresenta-nos sem contemplações, e com sangue, o fim da utopia. O sonho de uma república animal esconde um regime opressivo, onde os que governam fazem-no pela força, e os que são governados submetem-se pelo medo. Logo no inicio da história, despistam-se quaisquer dúvidas, ao testemunhar-nos a execução da galinha Adelaide, cujo crime capital foi roubar um ovo. Centramo-nos na história de Miss Bengalore, uma gata viúva mãe de duas crias, que se vê obrigada a trabalhar para sobreviver. Vale-lhe as suas relações de amizade e o sentido de entreajuda entre presente entre aqueles mais desfavorecidos, mas é seu “despertar” face ao desenrolar dos acontecimentos que nos aprisiona na narrativa.

Félix Delep é o artista que nos cativa pela parte gráfica da história. Dono de um expressivo traço de linha clara que se mostra bastante competente em todos os cenários e que faz funcionar de forma eficiente a utilização do antropomorfismo como caracterização da dicotomia forte/fraco subjacente à história. Pois se, do lado dos mais fortes, é fácil associarmos a força ao touro ou a agressividade aos cães; do lado dos mais fracos, era fundamental a expressividade animal para reconhecermos a coragem na pata Margarida, a audácia no coelho César ou a determinação da gata Bengalore.

Aprisionados e cativados pelo talento deste dois autores, assistimos em puro deleite, página a página, ao lento nascimento de uma esperança, numa luta desigual, num movimento de libertação iniciado justamente por daqueles que sempre pensaram (e pensávamos nós) que não podiam fazer a diferença.

«O Castelo dos Animais» apresenta-se numa excelência da edição, que apela aos sentidos não só da visão mas também do tacto dos leitores (descubram por vocês), naquela que é sem dúvida um das mais belas surpresas deste ano. Nota máxima! A contar os dias para ler o volume dois…

O Castelo dos Animais - 1. Miss Bengalore
Argumento de Xavier Dorison e desenho de Félix Delep
Editora ARTE DE AUTOR




05 novembro, 2023

Lançamento ARTE DE AUTOR: Bouncer - Hecatombe

Um bom ano para os leitores portugueses de westerns quando das suas duas melhores séries da actualidade são publicados novos álbuns. Aconteceu com o Undertaker da qual tivemos dois álbuns (ver aqui e aqui) e agora recebemos o BOUNCER, e note-se que a edição portuguesa da ARTE DE AUTOR (depois dos duplos) surge agora num volume único, a acompanhar o lançamento da edição francesa.
 
Para já adoro a capa deste álbum. E segundo me disseram Boucq é um dos autores convidados da próxima Comic Con Portugal. Atenção que é uma informação ainda sujeita a confirmação.
 
HECATOMBE
Há dias que chove torrencialmente em Barro-City. No banco encontra-se depositado o ouro mexicano que Bouncer e os seus amigos depositaram que trouxeram dos confins do Deserto de Sonora. Mas os lingotes armazenados ali despertam a cobiça. Não só a cidade está inundada, como todo o tipo de bandidos e de canalhas da pior espécie chegam de toda a parte, prontos para fazer qualquer coisa para se apropriar desse ouro. Entre eles, um grupo de ladrões tão espertos quanto implacáveis criaram um engenhoso projecto de roubo para se apoderar do saque. Numa cidade em que a multidão se deleita com julgamentos sumários e linchamentos, as vítimas colaterais serão numerosas e as aparências são muitas vezes enganadoras. O êxtase do ouro gera a pior das violências e a cidade poderia desaparecer rapidamente num dilúvio de fogo e sangue. Pode ser que esse ouro amaldiçoado leve Bouncer para muito mais longe do que ele gostaria, por um caminho funesto e selvagem de coragem e morte.  

Ficha técnica:
Bouncer - Hecatombe (vol. 12)
De Alejandro Jodorowsky e François Boucq
Capa dura, 232x310, cores, 144 páginas.
ISBN: 978-989-9094-39-0
PVP: € 31,00  |  Edição ARTE DE AUTOR

06 janeiro, 2022

O ESTADO DA ARTE EM 2021

 
Continuo por aqui em modo de Balanço do Ano, e agora para perceber se 2021 foi um bom ou mau ano bedéfilo? A pandemia condicionou? Estiveram os lançamentos e as editoras à altura das expectativas dos leitores portugueses? Vamos à procura das respostas.
 
A verdade é que tudo depende da perspectiva que adoptarmos. Vínhamos de um ano difícil e esperávamos um regresso à normalidade.  Não aconteceu. O lado positivo disto foi que as restrições, desta vez, não fecharam as livrarias e permitiram o regresso dos festivais de BD com público. De máscara postas e conseguimos ter Beja, Amadora e a Comic Con. E mais, contamos com as presenças estrangeiras de nomes como Juanjo Guarnido, Ralph Meyer, Achdé, Miguelanxo Prado, George Bess ou Peter Van Dongen, entre outros, o que atendendo às circunstâncias foi óptimo.
 
Quanto às novidades e lançamentos, registo aqui os números: tivemos um total de 219 lançamentos/novidades de livros de banda desenhada (em português de Portugal e com registo de ISBN), de 42 editoras nacionais + 1 editora europeia. É um valor que fica abaixo do registado nos últimos anos (238), com uma quebra a rondar os 8%, para o qual encontramos as causas (ver mais adiante).  Os interessados podem consultar a listagem completa dos títulos AQUI

2021 foi o ano da DEVIR. Esta editora aumentou e bem o seu já generoso catálogo de mangás, destacando-se com a edição de mais de três dezenas de livros (32), o que a coloca na posição cimeira das editoras de banda desenhada mais prolíficas do ano. Este reforço na literatura mangá deu-lhe o melhor ano dos últimos quatro. Tínhamos que recuar até 2017 para observar um melhor desempenho editorial. Em termos de títulos, a aposta na série Demon Slayer com os 5 primeiros volumes publicados durante o ano, revelou-se certeira, uma vez que este título ocupa o primeiro lugar no top de vendas da editora.
 
Na posição seguinte, surge a cooperativa A SEITA, com um total de 19 lançamentos sob a sua chancela e mais 3 novidades em co-edição (com a Arte de Autor). Regista-se o forte crescimento desta editora, que triplicou (e alargou) a sua oferta (com banda desenhada de origem portuguesa, italiana e franco-belga) quando comparado com o ano anterior.
 
E para fechar o pódio encontramos a ASA, com um total de 19 novidades, um número que fica aquém da média dos últimos anos (25). Colecções mais curtas e com uma periodicidade quinzenal ajudam a explicar. Não obstante, foi dentro desta parceria com o jornal Público que publicou dos suas melhores séries dos últimos anos (Rio, Peter Pan e Long John Silver).
 
Top 5 de 2021:
1. DEVIR (32 lançamentos)
2. A SEITA (19+3)
3. ASA (19)
4. ARTE DE AUTOR (15+3)
5. ALA DOS LIVROS (14)
 
Não podia deixar de dar uma palavra para as duas editoras que fecham este top, ARTE DE AUTOR e ALA DOS LIVROS. Ambas fazem as delícias dos leitores portugueses de banda desenhada de origem franco-belga. Apresentam dois soberbos catálogos, de excelentes séries, que nos são servidas em magnificas edições. Ambas aumentaram a oferta este ano, e em conjunto, foram responsáveis pela maioria das minhas melhores leituras de 2021. A certeza que daqui vamos sempre bem servidos!
 
E depois de conhecermos as “mais” é altura de falar da “menos”. Cito a rainha, para dizer que 2021 foi um annus horribilis para a LEVOIR. Em finais de 2020, já dava alguns sinais que algo não ia bem. Uma das mais activas editoras nacionais nos últimos anos, conhecida pelas suas novelas gráfica, e detentora dos direitos da americana DC Comics, não totalizou  uma dezena de lançamentos (9), e tudo volumes da colecção «Clássicos da Literatura», que por sinal foi muito fraquinha. Recordo que nos últimos anos, apresentou sempre números a rondar as quatro dezenas de novidades, reservando para si os primeiros lugares entre as editoras. Com a sua actividade reduzida a serviços mínimos, a LEVOIR é a principal responsável pela quebra que se registou no número total de lançamentos deste ano. Continuam a pairar algumas nuvens sobre a continuidade da sua actividade editorial alimentadas sobretudo pela falta de informação. Espera-se e deseja-se que em 2021 tenha terminado o seu ano sabático. Faz falta a LEVOIR.
 
Mas 2021, manteve algumas das (boas) tendências que já se observavam em anos anteriores. O crescimento da oferta da banda desenhada de origem franco-belga foi uma delas. Continuamos com excelentes apostas de qualidade, fruto de termos cinco editoras nacionais (Asa, A Seita, Ala dos Livros, Arte de Autor e Gradiva) a negociarem os direitos sobre as principais novidades. Do resultado desta concorrência só se pode esperar bons frutos para 2022. 
 
Outra das tendências foi o elevado número de autores portugueses a serem publicados. Foram cerca de três dezenas de obras. Um número bastante bom e que revela um crescimento face ao ano anterior, e que reflecte uma aposta cada vez maior das editoras, nomeadamente da Escorpião Azul e d'A Seita, nos talentos nacionais.
 
Também se verifica o crescente aumento do n.º de editoras que abrem o seu catálogo à banda desenhada. Muitas são editoras com actividade e que vêm no género da banda desenhada uma oportunidade de alargar o seu leque de oferta e chegar a diferentes públicos. A aposta passou sobretudo pela edição de novelas gráficas. Editoras como Cavalo de Ferro, Elsinore, Fábula ou Relógio d'Água são bons exemplos.
 
2021 foi também um ano Orwelliano. Os direitos sobre das obras do escritor George Orwell entraram naquilo que se designa por domínio público, e logicamente, multiplicaram-se em Portugal as edições dos seus títulos, em nova edições e traduções, e claro, a banda desenhada também apanhou esta ‘onda’. A Ala dos Livros abriu logo o ano com o lançamento da biografia gráfica do autor, e depois seguiram-se as esperadas novelas gráficas de adaptação do distópico «1984», por cá com três diferentes versões, e também a conhecida fábula política de sátira «O Triunfo dos Porcos».
 
Em termos de divulgação, posso dizer que foi um excelente ano. Por aqui, as visitas pulverizaram as minhas melhores expectativas com um incremento exponencial (+200.000). Desconfio que foi um efeito colateral da pandemia. Complementarmente o grupo de discussão BD Portugal regista igualmente uma boa taxa de crescimento, com uma excelente dinâmica diária e um nível de participação por parte dos membros bastante elevado. Registado com agrado.

Por tudo isto, posso afirmar que não temos muitas razões de queixa de 2021. A pandemia assustou mas não estragou.
 
Para 2022?
 
O ano não começou bem, ainda com a pandemia a pairar, e lá por fora o festival de Angoulême previsto para finais deste mês, foi adiado depois da edição do ano passado ter sido cancelado. Por cá ainda é cedo para se falar de festivais, mas temos já algumas editoras a preparar as primeiras novidades para Janeiro. A Gradiva já anunciou o terceiro volume  da série O Guardião e a Asa tem o novo Asterix em mirandês para sair.

Para o primeiro semestre de 2022, a única editora a anunciar publicamente, para já, o seu plano editorial foi a G.FLOY (ver imagem). 

Relativamente às restantes, algum secretismo ainda, mas é certo que podemos contar com as continuações de séries do nosso agrado. Apostas na continuação de séries como Corto Maltese, Spaghetti Bros e Armazém Central (Arte de Autor), O Mercenário, Wild West e Undertaker (Ala dos Livros) e Tango (Gradiva) são quase certas.  A Seita já tinha anunciado o regresso de Thorgal a partir do volume 37. O Luís Louro encontra-se a trabalhar num novo álbum (fora do universo do Corvo) e finalmente o Daniel Maia fará a sua estreia por cá com «CoBrA – Operação Goa» (ambos previstos pela Ala dos Livros).
 
Por tudo isto, e apesar da pandemia que teima em ficar, a edição de banda desenhada em Portugal continua de boa saúde, bem entregue e recomenda-se, e no mínimo terá números semelhantes aos de 2021.


10 dezembro, 2021

CCPT2021: 1º Dia - Ralph Meyer

Ontem não tive muito tempo disponível pelo que passei na Comic Con mesmo no final do dia e só para apanhar a sessão de autógrafos do Ralph Meyer. Uma fila pequena para a qualidade do artista que estava a desenhar, e claro composta essencialmente por caras conhecidas de outras filas.

Ralph Meyer, talentoso desenhador, destaco sobretudo o seu fantástico trabalho, entre outros, no western Undertaker cujos os primeiros dois álbuns foram cá publicados pela Ala dos Livros. Também assinou O Mangusto, uma das histórias paralelas da série XIII, editado pela ASA.

De uma simpatia e disponibilidade enorme, e dono de um traço fluido e rápido, o que possibilitou dois desenhos.

31 dezembro, 2019

12 passas... em português para 2020

Chegados ao último dia do ano. Vou deixar os balanços e as listagens de 2019 para os primeiros dias de 2020.  A hora agora é de fazer pedidos para o ano novo. E como aqui de banda desenhada falamos deixo 12 leituras que gostaria de fazer em português. Alguns edições estão praticamente garantidas. Outras tenho esperança. Outras ainda são desejos antigos.

Começemos pela "primeira passa". «O Homem da Estrela de Prata». A ASA depois das duas colecções «Blueberry» tem a obrigação de tapar o buraco que deixou. Depois aproveitando o balanço era óptimo o novo Blueberry ("segunda passa"), que conta agora com uma nova dupla de autores, Sfar/Blain. A "terceira passa" vai para «Jusqu'au dernier», mais um western ou não fosse este um dos meus géneros de eleição. Tem tido óptimas criticas!


A seguir temos aquilo que posso chamar desejos garantidos. O segundo volume de «Undertaker» pela Ala dos Livros, o quarto volume de «Duke» pela Arte de Autor, e «Le Dernier Pharaon», o B&M de Schuiten pela ASA tem a edição em português assegurada em 2020. Óptimas leituras nos aguardam!


Depois segue-se «Mattéo» que depois do dois primeiros volumes da VitaminaBD e que ficou orfã de editora. Entretanto lá por fora já saíram mais três volumes. Tem tudo de muito bom esta série. Um excelente premissa. a história de um jovem antimilitarista que se vai ver envolvido nos principais conflitos do século XX, desde da Primeira Grande Guerra, passando pela Revolução Russa, Guerra Civil Espanhola, até à Segunda Guerra Mundial. Tudo contado e desenhado com mestria por Gibrat, A sério que adorava poder continuar a ler isto em português.


Finalmente as "últmas passas" para 2020. Vão para a continuação de séries que ficaram por cá "penduradas". A ASA em 2015 lançou a «Colecção XIII», mas entretanto a partir de 2016 começaram a sair novos álbuns. Por cá nada aconteceu. O «Escorpião» de Marini é outra das séries mal-amadas da ASA. Incompreensivelmente. E finalmente «A Casta dos Metabaões» é aquele desejo já antigo que se renova todos os anos. Tem argumento de Jodorosky e arte de Gimenez, e a história é magnifica. Anda muito editor distraído!



E vocês caros leitores, quais seriam os vossos desejos para 2020? Sintam-se à vontade para comentar!

Ficam os votos um excelente Ano Novo para todos, com óptimas leituras!