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07 dezembro, 2014

Comic-Con Portugal: Crónica de um desastre de organização

Ontem, foi na qualidade de visitante que participei naquela que foi a 1ª edição da Comic-Con Portugal. O profissionalismo com que vinha a ser anunciado à alguns meses e o número e o nome dos convidados criou boas espectativas. Hoje, se me perguntarem qual a minha impressão sobre o evento, só poderei dar uma nota negativa. Foi tudo mau, muito mau. Filas, e filas, e desorganização pelo meio e ainda mais filas. Fico com a sensação que prepararam uma festa para 10 pessoas e apareceram 100. A festa é um sucesso? Não, é um desastre!


Comecemos. Como chegar à Exponor? Para um visitante vindo de fora do Porto, todas as informações são sempre úteis. E a página oficial do evento, prestou nisto um grande auxílio. Explica que chegando à estação ferroviária de Campanhã, toma-se o metro (linha Azul), em direção ao Senhor de Matosinhos, com saída na Rotunda da Boavista (estação Casa da Música). Depois apanha-se o autocarro da STCP 601 para o Aeroporto e sair na Exponor. Mais simples e fácil não era possível.

Apanho o comboio em Lisboa às 7h da manha e ainda não eram 10h e eu já estava na Invicta, na paragem à espera do 601. Miguelanxo Prado, um dos autores convidados que me fez fazer a viagem a norte estava previsto para as 11h para participar numa sessão de autógrafos, e por volta das 12h, estaria no auditório para falar com os leitores. Só se acontecesse um terramoto é que nunca chegaria a horas. Quando cheguei, a paragem do 601 já estava com uma fila bem composta de pessoal. Não atendi a este pequeno (que viria a revelar-se enorme) pormenor. O tempo passa, foi passando, e passando e de 601 nada. Espero, esperei, e confesso que estive para desesperar. Finalmente, passa o primeiro. Vem apinhado de gente. Nem pára para abrir portas. Começo a ter consciência que a coisa pode correr mal. Apercebo-me que a cadência de passagem do autocarro 601 é de 45 em 45 minutos!!! Parece que ninguém da organização se lembrou desta questão. Não houve um protocolo com a STCP para um aumento do n.º de carreiras, não houve um autocarro directo fornecido pela organização. Não houve nada. A mensagem da Comic-Con começa a ser clara na minha mente: visitante desenrasca-te. Hora e meia de espera numa paragem cada vez mais cheia, passa o segundo 601. Apinhado. Olho para as horas e o Miguelanxo Prado já está a meio da sessão de autógrafos. Passa um 507 e alguém diz que também serve a Exponor. A loucura é total e o autocarro é tomado de assalto. Um quarto para o meio-dia e finalmente estou a caminho. A viagem faz-se por estradas e ruas secundárias. São paragens e paragens. A Exponor fica longe, em Leça da Palmeira. É tudo menos central. Acresce mal servida de transportes. Como é que alguém se lembra de organizar qualquer coisa aqui?

Meio-dia e meia. Desço na paragem à frente da Exponor. Olho para uma longa fila para entrar que serpenteia para fora das instalações daquela feira de exposições. Não acredito que aquilo seja a fila para quem já tem bilhete comprado previamente. Dizem-me que sim. As portas já abriram à duas horas e a fila parece interminável. Será possível?

Neste momento já perdi o painel com a presença de autores portugueses, a sessão de autógrafos com o Miguelanxo Prado e nem um deslumbre da Morena Baccarin vou conseguir. Portanto deixou de se justificar a minha vinda e  o valor que paguei pela entrada.

A fila avança vagarosamente. Vinte minutos depois estou finalmente na entrada, no portão 2B. «O pior já passou. Vamos lá aproveitar» penso eu. Esqueçam. Sou informado que tenho de escolher seguir uma das quatro enormes filas que existem dentro do pavilhão. Começo a questionar seriamente se não entrei inadvertidamente numa qualquer dimensão paralela onde o bizarro domina.

É mais uma hora de fila. São quase duas da tarde quando entrego o meu bilhete de entrada para validação. Em troca recebo uma pulseira. Pulseira? Pára tudo! Todo este tempo de espera à entrada é devido a uma pulseira?? Esperei quase hora e meia para isto?? Mas é tudo feito de gente parva por aqui?! Refeito, pergunto por um programa e o mapa do recinto. Claro, que não há! Já nada me espanta nesta organização.

Consulto no telemóvel o programa e há um painel com Brian K. Vaughan e Marcos Martin às 14:30h e sessão de autógrafos de BD a partir das 15:30h. Parece-me bem. Decido ir almoçar. Adivinhem? Filas, e filas, e filas em tudo que é bar. Claro que neste ponto já não faço planos. Deixo-me ir. Vai ser mais uma hora e picos antes de comer.

Enquanto aguardo a minha vez, acontece o Brian Vaughan no Auditório Comics e a Natalie Dormer no Auditório A. Obviamente tudo me passará ao lado. As duas senhoras que estão atrás do balcão fazem o seu melhor, mas estão claramente em insuficiência. Expliquem-me lá! A Exponor é um recinto próprio para albergar feiras e exposições com milhares de visitantes? A sério? O humor desta gente deixa-me desconcertado.

São 15:15h quando, munido de comida e bebida, sigo directo para a zona dos autógrafos de BD. Tudo o resto ficará por ver. Cortesia da organização. A fila para o Brian Vaughan já chega a metade da sala. Mais meia-hora e sairá para fora da área destinada. A organização marcou para a mesma hora e apenas uma hora autores como Carlos Pacheco, Brian Vaughan, Javier Rodriguez e Marcos Martin. Toda a gente percebe que é claramente insuficiente. Toda a gente não, na organização do evento parece que há quem não perceba nada disto. Haverá leitores que não conseguirão o desejado autógrafo. Vaughan acede ficar mais meia-hora adicional para que ninguém fique prejudicado. Merece respeito. Seguem-se Pia Guerra, o marido Ian Boothby e Claudio Castellini. E será tudo o que levo desta Comic-Con. Na verdade já estou completamente saturado com tudo isto. Com as horas perdidas, foi-se a vontade para deambular pelas várias áreas.

De tudo ficam só duas notas positivas. A primeira para o desfile da Marcha Imperial Star Wars que envolveu uma boa dezena de Stormtroopers, o próprio Imperador e claro está Darth Vader, numa figura imponente. E para os Walkers da Fox. Magnifica caracterização e interpretação das personagens que pareciam ter saído directamente de um dos episódios de The Walking Dead.

Dirijo-me para a saída. E adivinhem? Tenho ainda mais uma última fila para vencer. Parece incrível. Mas já não tenho forças para questionar. A irracionalidade definitivamente prevalece neste mundo.

Finalmente saio porta fora. Desta Comic-Con fico com a certeza que o visitante, aquele que paga o bilhete, é o elo mais fraco de uma cadeia de interesses. Isto diz bastante de uma organização. E se às vezes nos perguntamos como é que o nosso país chegou ao estado onde se encontra. A resposta muitas vezes está à nossa frente. É que pessoas ligadas à organização da Comic-Con também votam.

Temos várias formas de medir o sucesso (ou não) de um evento. Pode ser pelo número de bilhetes vendidos, pela qualidade dos convidados, pelo rol de críticas positivas de vários intervenientes. São tantas as formas de medir, que dificilmente qualquer evento não terá sucesso. Não tenho dúvidas que os 30.000 visitantes do evento servirão para revestir de «sucesso» esta iniciativa. A questão que eu coloco é quantos destes 30.000 visitantes voltarão no futuro para repetir a experiência? Da minha parte digo já: não obrigado!

O norte tem com certeza bons motivos para ser visitado, mas a Comic-Con não é com a certeza absoluta um deles. E termino como comecei. Nesta 1ª edição da Comic-Con Portugal foi tudo mau, muito mau.

14 novembro, 2008

Crónicas do 19º FIBDA (3 de 3)

Após alguns afazeres que me impediram de actualizar o blogue nos últimos dias, retomo agora a escrita para fechar as contas com o 19º FIBDA. Faço-o em jeito de crónica sobre a festa de celebração de BD, que entre momentos bons e outros nem por isso, esteve globalmente, muito bem. O festival foi feliz na escolha do tema, e talvez por causa disso muito se deve o sucesso da edição deste ano, traduzido na boa afluência de público (pareceu-me?), nas magníficas exposições e na presença de excelentes autores de BD!


Aproveitei os dois dias do terceiro e último fim-de-semana para percorrer as várias exposições patentes no piso 0. Logo para começar, gostei bastante do corredor onde figuravam as bd’s concorrentes e vencedores do concurso de BD. O espaço estava bem conseguido e muito talento estava exposto naquelas paredes. Mas o melhor estava guardado para a ala reservada ao tema central, quantitativamente e qualitativamente falando. Os originais expostos qualifico-os como um “delírio visual”! Desde do traço preciso de Alex Raymond nas pranchas de “Flash Gordon”, ao traço pormenorizado de Jangetov, passando pelo mundo fantástico de Esteban Maroto e terminando no “Valerian” de Mézieries! Ainda que não consiga distinguir qual o critério ou o enquadramento seguido na mostra, o resultado visual que emanava dos desenhos expostos era suficiente para nos “transportar” para outros universos! Cinco estrelas! Os autores portugueses também não foram esquecidos e os vencedores dos prémios FIBDA do ano passado, Rui Lacas (vencedor do prémio “Melhor álbum português em língua estrangeira”) e Luís Henriques (vencedor dos prémios “Melhor álbum português e Melhor desenho”) tinham os seus trabalhos expostos em espaços bem “trabalhados”.

Mas nem as exposições resultaram! A começar pela desilusão da mostra “Star Wars: Uma Galáxia de Aventuras”. Integrada no tema do festival, ficou localizada num espaço meio escondido no piso -1 e deixou muito a desejar. Não me vou alongar + neste assunto, até porque já falei sobre isto na crónica anterior, onde inclusive troquei impressões com alguns membros do SWCP. Outra desilusão foi a exposição “60 anos de Tex”. Completamente deslocada no festival e não obstante exibir pranchas originais, em termos de conteúdo ficou bastante aquém daquilo que se podia exigir como comemorativa de seis décadas de existência de um personagem de BD. Quero acreditar que haveria mais e melhor para mostrar, a começar pela própria evolução do Tex Willer ao longo dos tempos, uma mostra da galeria das principais personagens do seu universo, uma referência ás principais histórias publicadas, etc, etc bem, tudo menos uma dúzia de “prints”. Mais simbólica que substantiva, portanto!

O fim-de-semana foi também preenchido com as sessões de autógrafos. Fabio Civitelli (Italia) e Marco Bianchini (Italia), Das Pastoras (Espanha) e Jean-Claude Denis (França) foram os artistas “de serviço”. Escusado será dizer, que o tempo nas diversas filas foi pior do que circular em Lisboa em plena hora de ponta num dia de chuva!!! Felizmente que o excelente convívio com outros bedéfilos que só as filas nas sessões de autógrafos do FIBDA proporciona, amenizou as longas horas de espera!

Apesar do mal-entendido (já esclarecido pelo autor do blogue texwiller.blog.com) na sessão de autógrafos protagonizado por Fabio Civitelli no Sábado, no Domingo só não obteve um “boneco“ quem não quis, confesso que fiquei impressionado com a arte e talento dos italianos. O portfólio disponível para consulta não deixava margens para dúvidas: Tex Willer encontra-se definitivamente em “boas mãos”! Talvez a fotografia (em baixo) não capte toda a beleza do desenho, mas não posso deixar de mencionar que o "Blueberry de Civitelli" é qualquer coisa de extraordinário! Relativamente ao Das Pastoras confirmei a minha impressão de “dono de um traço difícil de assimilar”. Um dia destes publicarei aqui uma foto do seu (meu) Wolverine!


A zona comercial, que poucas alterações sofreu relativamente ao ano passado, esteva agradável, e ainda aproveitei umas promoções para enriquecer a minha bedeteca particular. Só lamento a falta a da Vitamina BD e a ausência de lançamentos de BD franco-belga (aqui leia-se nota negativa para a ASA!).

Muito ainda havia para contar, mas foram estas as impressões que ficaram na memória deste visitante, que saiu muito satisfeito do festival e que pode afirmar que a 19ª edição foi talvez uma das melhores que visitou nos últimos anos. Que venha então o “Vigésimo”!

Para concluir, deixo as minhas "notas" sobre o 19º FIBDA:

Notas positivas:
+ Concepção/decoração do espaço
+ Tema do festival
+ Pranchas originais de “Flash Gordon”
+ Exposição "BD e ficção cientifica"
+ Elevada qualidade artística da maioria dos autores estrangeiros presentes

Notas negativas:
- Exposição “Star Wars: Uma Galáxia de Aventuras
- Exposição “60 anos de TEX
- O não cumprimento dos horários nas sessões de autógrafos
- Falta de novidades editoriais de relevo no maior festival de BD em Portugal
- Autora chinesa presente no festival

Legenda das fotografias publicadas (de cima para baixo, da esquerda para a direita):
  1. pormenor de uma prancha de Alex Raymond
  2. exposição do concorrentes/vencedores do concurso de BD
  3. "Valerian" de Mézieres
  4. "monstro"(cenografia no piso 0)
  5. balcão das sessões de autógrafos (piso -1)
  6. "Blueberry" de Fábio Civitelli

24 setembro, 2008

A caminho do FIBDA'2008...

...falta exactamente um mês para o inicio do 19º Festival de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA). Para já pouco se sabe, só mesmo que irá decorrer entre os dias 24 de Outubro e 9 de Novembro, no Fórum Luís de Camões, na Brandoa, subordinado ao tema "Tecnologia e Ficção Cientifica" e é tudo! Na falta de programa, podemos sempre especular sobre o que poderia acontecer para o FIBDA'2008 ser um grande festival. Não vou para aqui criar grandes expectativas, até porque já se sabe "que quanto mais se sobe, maior é a queda". O tema escolhido é um bom tema e bem aproveitado pode mostrar-se bastante ambicioso. Na faltam na banda desenhada exemplos de histórias e personagens de muita qualidade que podem proporcionar excelentes exposições. Desde dos clássicos “Dan Dare” e “Flash Gordon”, passando por “Valerian”, “John Difool” ou “Metabarões”, sem esquecer o mais recente “Universal War 1”, como exemplo de bd's publicadas entre nós, a oferta é muita e variada. A presença de qualquer um dos autores destas últimas histórias faria justiça à referência de "Internacional" que o nome do festival ostenta. E claro está, que existirão outras bd's nunca cá publicadas que poderão igulamente proporcionar otimas exposições. E exemplo do que acabei agora de referir, talvez seja dado pela presença, ao que apurei parece confirmada, do italiano Tanino Liberatore. Ainda que desconhecido entre nós, é autor de "RanXerox", uma BD ultra-violenta cujo principal personagem é um andróide feito de partes de máquinas de fotocópias da marca Rank Xerox (promete!!!). Este autor, para além de enquadrar perfeitamente na temática do festival, é coerente com a politica do FIBDA, ou seja, convidar autores praticamente desconhecidos e/ou sem qualquer obra publicada entre nós. Por vezes, as consequências são situações embaraçosas como as que tenho vindo a observar nos últimos anos, quando estes ilustres desconhecidos passam horas sentados nas sessões de autógrafos sem que ninguém lhes solicite o mais pequeno desenho. Com Tanino Liberatore, acredito que seja excepção, até porque, pelos exemplos que pesquisei no Google, o sua arte parece-me muito boa. Mas, confesso que preferia conhecer alguns dos autores que habitam nas prateleiras da minha bedeteca! Claro está que parte importante no sucesso de um festival, pelo menos na minha opinião, é as NOVIDADES. Sempre defendi que todo e qualquer festival de BD deve assumir-se como comercial. Obviamente, estando em Portugal, onde subsistem duas ou três editoras de BD, não se pode esperar muito. Na ASA (Leya) a maior, mais não seja pela qualidade de títulos que detém no seu catalogo, mas certamente não a melhor editora de BD, aparentemente as novidades são... DE PROFUNDIS, de Miguelanxo Prado, cujo lançamento já tinha sido anunciado para Setembro e a re-re-re-redição (ufa!) da colecção “Blake e Mortimer”!!! Convenhamos que é muito pouco para o que se espera desta editora de BD naquele que é só o maior festival de banda desenhada em Portugal! Assim, conto com a Vitamina BD e por um sinal de vida da Devir (José Carlos Fernandes?) para fazer compras. O resto é o habitual escoar de stocks a preços de saldos!!! Engraçado e talvez um factor de atracção e divulgação do FIBDA, fosse a invasão de Lisboa ou quiçá da cidade da Amadora por milhares de pequenos estrumpfes ou "smurfs", integrado no Euro Tour comemorativo do 50º aniversário destes pequenos duendes azuis, que tem visitados os mais variados festivais por essa Europa fora. Será que se lembram de nós? E vocês caros leitores, o que esperam do FIBDA’2008?

22 setembro, 2008

Blake e Mortimer.... OUTRA VEZ!

Com o final da colecção «Blueberry» a aproximar-se, o jornal Público em parceria com a ASA, fez anunciar que irá lançar uma nova colecção de BD, com início em Outubro, desta vez dedicada à série «Blake e Mortimer».
 
Uma colecção toda encadernada, capa dura, lombada de tecido, etc., etc. tudo muito bonito não fosse o pormenor desta série já ter sido anteriormente editada (pela Editorial Íbis/Editorial Verbo), reeditada (pela Bertrand), re-reeditada (pela Meribérica) e ainda re-re-reeditada (pelo Jornal Record). Aliás acho mesmo que não existe outra série em Portugal que tenha sido objecto de tantas reedições. E depois disto tudo será que existe por aí algum bedéfilo que ainda não tenha esta colecção? E com a crise e tanta gente que se queixa de pagar mais três ou quatro euros por um qualquer álbum de capa dura, será que é uma lombada bonita que justifica pagar cerca de € 7,90 por um álbum que facilmente se encontra em qualquer feira do livro que se preze a metade do preço? É impressão minha ou parece que em termos de produção de BD andamos a andar para trás? Com tanto material inédito para publicar, não seria altura da ASA olhar para a frente e dirigir a sua atenção no sentido de reparar a “herança” da Meribérica e completar colecções? Com tantos títulos em carteira é preciso andar a publicar "mais do mesmo"? Papel que podia ser aproveitados para, por exemplo, colecções ainda inéditas em Portugal!
 

 

11 janeiro, 2008

"Habituais leitores" vs. "Efémeros leitores"

Na sequência de um comentário colocado por um (fiel) leitor deste blogue, que se identificou como "el gordo", no post que antecede este, acerca da nova colecção do jornal PublicoGrandes Autores de BD – resolvi entrar aqui numa troca de ideias, sobre velhos leitores e novos leitores, que reflecte o estado de coisas da bd em Portugal.

Começo por citar um comentário recente de um responsável das edições Afrontamento, acerca do lançamento dos volumes 3 e 4 da colecção "Peanuts – Obra Completa", que tem um preço de capa de € 23 cada álbum, a referir que estavam bastante satisfeitos com a saída dos primeiros dois volumes, porque "tinham conseguido vender cerca de 2.000 exemplares"!!!

Sendo certo que em Portugal, o sucesso de vendas de um novo álbum de bd ronda os 1.500 exemplares, convenhamos que é para e por causa dos “habituais leitores” que ainda se publica banda desenhada em Portugal. Porquê? Porque são estes os únicos que estão predispostos e porque podem pagar as novidades com preços de capa num intervalo de valores que vai dos €15 aos €30. Também por causa disso, são os "habituais leitores" que esperam e desesperam por novidades e tem as suas prateleiras cheias de colecções de bd incompletas.

Quanto à iniciativa do jornal Público, para uma colecção que não traz nada de novo, não tenho pejo em afirmar que se destina apenas a escoar parte dos stocks da ASA, até porque não há garantias que esta editora, detentora da maioria dos direitos de publicação para Portugal das melhores séries de bd franco-belga, venha a publicar, a título de exemplo, os restante álbuns inéditos da colecção "Thorgal". E não havendo garantias que se completa a colecção qual é a lógica de um novo leitor em inicia-la? Mas, por outro lado, também não me parece que isto seja motivo de preocupação para os "efémeros leitores" a quem a colecção do Público realmente se destina, porque a sua leitura esgota-se aqui, com a vantagem de pagar o preço de um álbum duplo por metade do preço que eu, “habitual leitor”, paguei apenas por um único. A cavalo dado...!

Tudo para concluir que a bd em Portugal é cara porque não há leitores velhos suficientes; e não há leitores novos suficientes porque a bd em Portugal é cara. E por causa deste "pau de dois-bicos" dificilmente se aumentará a base de leitores de bd, até porque a mentalidade dos principais editores portugueses não está virada para a resolução deste grave problema. Preferem antes um retorno rápido do seu investimento à custa (da carteira) dos "habituais leitores", os tais 1.500! Posteriormente, a política de "saldos", "promoções leve 3 pague 2" destina-se mais a despachar "encalhados" do que a conquistar potenciais novos leitores. É por este motivo que esta iniciativa Publico/ASA, por muito louvável que seja em termos de divulgação e distribuição de bd a baixo custo, não deixa de ter um reverso bastante funesto, porque se os "habituais leitores" deixassem de comprar as novidades a "preços de ouro" e esperassem pelo "período de saldos", temo bem que as consequências que daí adviriam seriam provavelmente o fim da banda desenhada em Portugal. É pelo menos esta a minha convicção!

Aceita-se o contraditório!

31 dezembro, 2006

Expectativas para 2007...

Como leitor espero sempre mais de um novo ano que começa, sobretudo mais publicações. Considero que o ano que agora finda não foi um mau ano. Publicou-se qualidade. Publicou-se foi pouca variedade. Como causas, aparece sempre a culpada "crise", não sei se económica ou de leitores, ou ambas, mas a contrariar esta ideia, uma nova aposta começa logo em Janeiro, com o regresso da “Turma da Mónica” de Maurício de Sousa a Portugal, desta vez sob o selo da PANINI. A remar talvez contra a maré!

Para 2007, as minhas expectativas não são muito elevadas, até porque preferia que as editoras apostassem mais nas colecções que já existem, do que em novas séries. Por exemplo, gostava muito que...

... a ASA continuasse a aposta em “Blueberry”, “Bouncer” e “Borgia” e se decidisse por publicar “XIII”; que a Gradiva lançasse o álbum perdido de “Largo Winch” (o nº 4) e publicasse o resto da colecção; que a Livros de Papel continue o excelente trabalho que tem feito com “Príncipe Valente”; que a nova editora BDMania continue o que começou e falo sobretudo da Marvel Transatlântico; que a renascida Devir se decida por publicar “A Agência de Viagens Lemming” e o 6º volume de “A Pior Banda do Mundo” do "nosso" José Carlos Fernandes. E já agora se não for pedir muito, também queria uma mudança radical de mentalidades na organização do FIBDA. Será que exagerei nos pedidos?

Em termos cinematográfico, o ano de 2007, será sem dúvida o ano das adaptações. Se disser que 2007 também pode ser o ano do Homem-Aranha ou o ano de Frank Miller, não fugiria muito à verdade. Encontram-se agendadas as estreias do ultra-esperado “Spider-Man 3”, do expectante “300”, de “Sin City 2” (ainda sem site oficial), da sequela “Fantastic Four 2” e da aposta “Ghost Rider”. Certo é filmes para todos os gostos, num filão que está longe de se esgotar.

No panorama internacional, destaco a comemoração do centenário do nascimento de Georges Rémi, mais conhecido por Hergé, o criador de Tintin. A Fundação Hergé prepara um vasto programa de eventos, resta saber se Portugal será contemplado com alguma exposição.

De resto, ficam sobretudo os votos de um bom ano para a BD em Portugal!

23 dezembro, 2006

Acerca do BDjornal

O “projecto BDjornal”, quando surgiu em Abril de 2005, visava colmatar um espaço que se encontrava vazio no que se refere à divulgação da temática da BD em Portugal, com a publicação mensal do único “jornal de banda desenhada e não só” publicado em Portugal. Ano e meio depois prepara a saída da sua edição n.º 16 (Dezembro/Janeiro).

No entanto, durante este período de tempo, o jornal passou por reformulações várias, que visaram essencialmente adaptar o projecto às condições do nosso difícil mercado. Com o início de uma nova fase (a partir da edição n.º 13), que implicou alterações no preço, na periodicidade, no formato e qualidade do papel, pensava que “BDjornal” tinha finalmente encontrado o seu “cantinho” ao sol. Puro engano. Com grande surpresa li no Kuentro (post de 09/12/2006), que afinal faço parte de um estrito grupo de 1.000 compradores/leitores regulares do “BDjornal”. Do teor do comunicado publicado pelo seu director, retira-se uma única conclusão: o “projecto BDjornal” continua, infelizmente, a não ser viável. Daí que sejam necessárias ainda novas alterações, sendo a mais significativa um aumento substancial do preço de capa. Percebe-se que o caminho não passa, no imediato, pela conquista de novos leitores, mas sim pelo equilíbrio financeiro do projecto. São opções.

Neste sentido, o "BDjornal" está tentar criar uma rede de distribuição, entre livrarias e papelarias ou tabacarias, a nível nacional, pelo que solicita aos interessados a indicação de possíveis pontos de venda, especialmente nas capitais de Distrito, na Grande Lisboa e no Grande Porto.

Podem fazê-lo para o email bdjornal@yahoo.com, ou também sem ter de pagar nada, por carta via CTT para: Remessa Livre 110 - EC Alcabideche - 2646-960 ALCABIDECHE.

No entanto, como leitor habitual do “BDjornal”, não posso deixar de referir que detecto algumas fraquezas no projecto, sendo que a primeira delas é a sua reduzida, para não dizer inexistente, difusão. Parece-me a mim que a sua existência apenas é conhecida por um reduzido número de pessoas, incluindo o referido grupo dos mil. Há obviamente um deficit de divulgação. Remédio? Sugeria talvez e até fazendo uso do potencial da Internet, a criação de um sítio na Internet exclusivamente dedicado ao “BDjornal”, onde se fizesse a apresentação do jornal e onde constasse a informação actualizada sobre pontos de venda e as condições de assinatura. Esta informação seria complementada com os sumários de novas edições, síntese dos principais destaques, resumos de edições antigas, etc.

Basta efectuar uma pesquisa no Google por “BDjornal” para perceber que os resultados devolvidos revelam informação desactualizada e dispersa. Parecem-me óbvias as vantagens de centralizar tudo num único sitio exclusivo e de fácil consulta.

Depois temos a periodicidade do “BDjornal”. Já aqui tinha escrito, bimestral parece-me demasiado e incompatível até com a condição de jornal que o projecto assume no seu título. A finalidade de um jornal é prestar informação, e convenhamos deseja-se que essa informação seja actual. Com a publicação de dois em dois meses, as notícias correm o risco de serem publicadas já desactualizadas ou ultrapassadas. Pessoalmente, preferia uma publicação mensal, nem que fosse a preto-e-branco em papel de menor qualidade do que uma publicação bimestral em papel melhorado e a cores. Como leitor não faço questão na qualidade/preço, mas sim na actualidade. E acredito que matéria não deve faltar.

Ao nível do conteúdo, apenas dois pequenos apontamentos. O primeiro é feito a título pessoal: desagrada-me que por vezes as bd’s publicadas sejam em formato de ‘coleccionável para destacar’. Primeiro porque não gosto de separar nada das revistas; segundo, porque neste formato, a leitura para quem não destaca, torna-se impraticável e sem sentido, andar para a frente e para trás à procura das tiras.

Segundo apontamento é para sugerir a criação de uma página de classificados. Sendo o mercado bedéfilo tão pequeno, a criação de um canal de comunicação entre potenciais vendedores e compradores, faria eventualmente do “BDjornal” um elo de ligação único entre coleccionadores bedéfilos.

Para finalizar fica aqui o desejo que a nova fase que se avizinha traga a estabilidade necessária ao projecto, porque da minha parte, fica garantido o apoio ao manter-me como um leitor assíduo do “BDjornal”.

12 dezembro, 2006

O Estado da Arte (3)

"Numa altura em que escasseiam revistas de banda desenhada de publicação regular em Portugal, e as que existem(?) lutam desesperadamente por se manter “à tona da água”, proponho um regresso ao passado, para uma leitura sobre talvez um dos mais importantes projectos editoriais da banda desenhada que se fez em Portugal, não só pela sua longevidade mas também porque ajudou a criar gerações de bedéfilos, que semanalmente acompanhavam um mundo novo de aventuras."

Clique aqui para continuar a leitura...

13 novembro, 2006

O Estado da Arte (2)

"Terminou aquele que foi o mais “desenxabido” e o mais caro festival dos últimos anos, onde sob o tema “17 graus periféricos e o resto do mundo» se atingiu o auge em termos de uma politica de divulgação de BD elitista e alternativa, por oposição ao que melhor se faz termos de “comics”, “mangá” ou “franco-belga”, que teve como único e lógico corolário um total desinteresse e afastamento do público, o que em nada abona em favor de qualquer organização. De forma resumida, não fujo muito à verdade se disser que a 17ª edição foi mais um prego no caixão!"

A versão integral do "balanço" ao 17º FIBDA pode ser lida aqui.

21 outubro, 2006

FIBDA’2006 (7) – Primeiras impressões

Brandoa (Amadora) é neste momento a capital da bd em Portugal. A primeira nota vai para o novo espaço, o Fórum Luís de Camões. Interiormente, finalmente um sítio que dispõe das condições mínimas exigíveis para um festival deste gabarito, espaços amplos de fácil circulação, arejados e bem iluminados, boa localização das zonas comerciais/autógrafos. Exteriormente, a localização não me parece ser das melhores. Para quem não se deslocar em automóvel, chegar ao festival não é tarefa fácil, principalmente se tiver a chover. Parece que a organização iria colocar à disposição dos visitantes um vai-vém para assegurar a ligação entre o Fórum e as estações de metro da Falagueira, Alfornelos e a estação de comboios da Reboleira. Confesso que não se já está a funcionar.

Nota negativa vai para incompreensivel falha que é a falta do programa do festival para distribuir pelos visitantes. “Talvez para a semana” disse-me a simpática rapariga da recepção. É sem dúvida uma organização “à portuguesa”!

Um festival periférico, num país periférico, numa cidade periférica, numa freguesia periférica”, o director do festival dixit, já se faz sentir ao nível dos visitantes. Das 17 às 19 horas, assim por alto, e não deviam estar mais de cem visitantes em todo o espaço do festival.

Se por um lado, não abona nada de bom em favor do festival, por outro lado, para os bedéfilos era extremamente fácil visitar as exposições e/ou obter autógrafos. Curioso é como já vamos conhecendo algumas caras, apenas porque ano após ano repetimos a presença no FIBDA. Fico com a triste sensação que somos sempre os mesmos e que novos leitores não há.

Como não podia deixar de ser, na zona dos autógrafos, os autores que monopolizavam as atenções eram da escola franco-belga (porque será?), nomeadamente Frank Giroud, autor do projecto “O Decálogo” (editado em Portugal pela ASA) e Lucien Roolin, desenhador do VIII volume desta colecção. O José Carlos Fernandes, como habitualmente, destacava-se entre os autores portugueses. Todos estes autores repetem a presença amanha (Domingo).

De novidades, não vi nada de novo por parte da ASA (falha ou o festival não são três dias?), mas em compensação as novas editoras, a BdMania e KingPinComics, parece-me que não se podiam queixar da afluência aos seus stands.

Como toda a acção se passou na zona comercial, não tive oportunidade de visitar o espaço das exposições. Fica marcada visita para amanha e se possível com algumas fotos.

10 outubro, 2006

O Estado da Arte

Comecei hoje uma relação de colaboração com o portal BDesenhada.com. Para além de continuar com as "notas", serei também o responsável pela coluna editorial “O Estado da Arte”, onde escreverei crónicas sobre o panorama bedéfilo português. Acredito que matéria não me faltará, só espero que inspiração e tempo também não.

A dez dias do início do 17º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, a primeira crónica, que versa precisamente sobre o FIBDA, já pode ser lida aqui.

12 setembro, 2006

O Estado da BD

Chegado ao centésimo post do blogue, resolvo fazer uma breve análise sobre o estado da BD em Portugal. Na minha condição de bedéfilo comprador, leitor e coleccionador, defino numa única palavra: DESOLADOR!

Em termos gerais, não há grandes novidades nas bancas (para mim a grande excepção foi a excelente surpresa com o regresso de Blueberry), há poucas séries novas, abundam as reedições e as séries descontinuadas. Com lançamentos regulares, apenas existe UMA editora em Portugal, a ASA, o que apesar de insuficiente é meritório, até porque este género de publicação nem é o seu principal negócio. Em termos de números de lançamentos, fala-se num decréscimo de 65% quando comparado com o ano de 2005. Depois soma-se meia-dúzia de revistas marginais, que já se sabe de vida curta, até porque também não há apoios oficiais e o temos o BDjornal, agora em versão renovada e com a aposta na divulgação de autores portugueses mas sempre dependente dos números das vendas. E é tudo. E assim vai o mercado português.

A verdade é que a BD vive também debaixo do estigma de ser uma forma de expressão marginal. A sua falta de classificação como “cultura”, impede-a se calhar de estar na linha da frente, ao lado de outras formas de expressão cultural, na altura de receber apoios do Estado. Aqui estamos com um problema de mentalidades!

Um leitor deste blogue comentou um dia que "nunca tinha visto nenhum editor de BD preocupado em saber o perfil do leitor de BD português”. O problema e se calhar a solução também passam por aqui. As consequências são óbvias, por se editar pouco em Portugal, edita-se mal e o resultado traduz-se na dificuldade em conquistar e (re)conquistar leitores. E não há festivais de BD que valham! E aqui continuamos com um problema de mentalidades!

A quase um mês de distância do FIBDA’2006, surgem rumores que este festival possa marcar um ponto de viragem neste marasmo bedéfilo em que vivemos. Vamos esperar para ver as surpresas, que começam logo pela nova localização. Mas verdade seja dita, pior que a escola Intercultural ou a estação de metro da Falagueira, deve ser difícil. Depois, ao nível das editoras, parece que a PANINI (agora com Maurício de Sousa) vai-se mostrar e a DEVIR vai aproveitar para um segundo fôlego. Esperemos que seja um longo fôlego e de preferência sem os erros do passado. Fala-se na edição da “A Agência de Viagens Lemming” ou o 6º volume de “A Pior Banda do Mundo”, ambos de José Carlos Fernandes, o que me parece bem até porque o JCF é uma aposta ganha (opinião pessoal).

Em termos de organização de festival, apesar do debate, aqui não deve haver surpresas, até porque os editores há muito que andam arredados destas organizações. Apesar de tudo e como sempre (tonto!) mantenho as minhas expectativas altas, mas não elevadas (até porque já se sabe quanto mais alto se sobe….).

Só me resta desejar que estes últimos quatro meses de 2006 sejam bastante mais produtivo em termos qualitativos e quantitativos e que tudo aconteça durante o FIBDA. E já agora tambem desejo uma mudança de mentalidades em Portugal.

Saudações bedéfilas


PS: entretanto por estes dias, este blogue recebeu a sua visita 10.000. Um redondo número que fica associado a um leitor oriundo de Cabo Verde. A partir de agora o contador das visitas passa a marcar cinco dígitos.

11 agosto, 2006

Cinema: "Super-Homem: O Regresso"

Em “Superman Returns” o sabor da frustração começa logo com as cores do novo uniforme do Super-Homem. O vermelho dá lugar a um bordeuax, que visualmente desbota. Há cores que não se mudam. Depois temos um argumento fraco, básico, sem desenvolvimento e por vezes sem nexo, cheio de personagens secundárias inúteis (Martha Kent, Jimmy Olsen ou Richard White) e nem os salpicos de uns bons efeitos especiais se mostram suficientes para justificar a expectativa que este “regresso” criou. Três ou quatro bons momentos no filme não são suficientes. Aliás nem se percebe porque que o filme tem a duração de duas horas e meia, quando não afinal não há muita história para contar. Está bem que houve a necessidade de recuperar o herói e criar condições para as sequelas, mas também é verdade que Bryan Singer já nos habituou a muito melhor e tinha a “obrigação” de cumprir. Afinal tem o talento, havia os meios e o Super-Homem tinha o potencial. Infelizmente falhou. Ao nível dos actores principais cumpririam com o exigido, tendo pessoalmente gostado da interpretação de Kevin Spacey como Lex Luthor. Mas isto sou eu que sempre gostei dos vilões.

Recomendo apenas a fans do Super-Herói (o que manifestamente não é o meu caso).

As minhas estrelas: 2 em 5

20 julho, 2006

Civil War

De regresso. Bem mais ou menos, estou dependente do estado de humor do meu computador. Para já está a funcionar. Mas falemos de coisas importantes. Já vêm um bocado fora de tempo, mas não posso deixar de falar na novidade bedefila que maior impacto me causou no período pós-férias.


Havia necessidade? Afinal o Homem-Aranha é um dos meus personagens preferidos.

À primeira vista parece-me o fim do Homem-Aranha. Agora que se revelou publicamente faz algum sentido voltar a andar mascarado? Sempre desconfiei destes grandes eventos, tanto da Marvel como da DC, e esta Civil War (CW) também não me inspira confiança. Sei bem que o objectivo final é o $$$ e para isso pouco interessa se a natureza das personagens é desvirtuada, mas haja limites e bom senso!

No ínicio desta história (CW), as necessidades invocadas para o registo dos super-heróis e dos super-vilões são ridiculas e no primeiro número apenas achei interessante a posição de confronto assumida pelo Capitão América, mas agora depois da revelação do Homem-Aranha, confesso que a história piorou em todos os sentidos. As primeiras consequências, os processos legais têm tanto de estúpido como de absurdo. Pergunto só se não bastava ao Homem-Aranha registar-se sem se revelar publicamente? Gostava de saber com o irão resolver esta trapalhada?

Lá continuarei a acompanhar toda esta “tanga”, via Amazing, com esperança que no final desta história, um "passe de mágica" volte a colocar tudo como era, ou seja, antes antes de CW!!!

Haja paciência para estas invenções!!!

31 maio, 2006

Ainda a propósito dos troféus Central Comics

No seguimento de vários comentários deixados ao post “Vencedores dos troféus Central Comics” de 30 de Maio, entro aqui numa saudável discussão sobre os mesmos. Considero que apesar dos “Sin Citys” e ”A Pior Banda Mundo” editados, a DEVIR, no ano passado, poucas edições teve que justificasse o prémio como a “Melhor Editora” com 39% dos votos(!), antes pelo contrário, os dedos das duas mãos não chegavam para contar os lançamentos errantes. A minha primeira escolha tinha sido a editora LIVROS DE PAPEL pela sua arriscada e bem sucedida aposta de qualidade no “Príncipe Valente”. Também desconfio do segundo lugar da VITAMINA BD, porque até considero alguns dos lançamentos da editora ASA bastante superiores, nomeadamente “Bouncer, “O Vôo do Corvo” ou “Blacksad”. Também não nos podemos esquecer que o papel de uma editora não se limita à edição mas também inclui a promoção de banda desenhada, e a ASA, trabalhou bem nesta área, nomeadamente através dos convite feitos a importantes autores para participarem no FIBDA. Quanto a Frank Miller, perante a short-list a concurso na final, acho que os prémios foram bem entregues, apesar de preferir como "Melhor Desenho" o trabalho de Juanjo Guarnido em "Blacksad 3 – Alma Vermelha". Enfim, gostos!

01 maio, 2006

BDjornal

Maio. Este mês o BDJORNAL não sai para as bancas.

Com a publicação do seu n.º 12 no mês de Abril de 2006, o BDjornal fez um ano de existência. Atente-se que se trata de uma publicação que só trata de Banda Desenhada, pelo que a sua duração foi um feito notável. Nas palavras do seu director Jorge Machado-Dias, irá agora sofrer uma necessária reestruturação, visível a partir do n.º 13 que sairá em apenas em Junho. O jornal reduzirá o seu formato, aumentará o número de páginas, de 32 para 48, das quais 16 a cores, passará (temporariamente) de mensal a bimestral e o preço subirá de €2,00 para €3,00.

Eu, confesso-me um comprador/leitor/coleccionador do BDjornal desde do seu início. Isto porque o considero um projecto válido que veio colmatar, e bem, um espaço que se encontrava vazio no que se refere à divulgação da temática da BD em Portugal. Afinal trata-se da única publicação regular onde podemos ler sobre reportagens de festivais bedéfilos, entrevistas a editores e a autores, uma secção de criticas, novos lançamentos e pequenos apontamentos bedéfilos. Apresentava ainda um caderno destacável de BD inteiramente produzida por autores portugueses. A colaboração de várias pessoas, ligadas à BD, entre os quais alguns autores de blogues, enriqueceu o projecto e fizeram do BDjornal uma referência.

No entanto, não posso deixar de emitir algumas considerações sobre as mudanças anunciadas. A primeira passa logo pela periodicidade. Espero que esteja redondamente enganado, mas a passagem a bimestral parece-me que “mata” a publicação. Em dois meses, "muita água corre debaixo da ponte". A título de exemplo, a reportagem sobre os acontecimentos do II Festival Internacional de Beja de BD só poderá ler lida em Junho. Uma eventual reportagem sobre os lançamentos nas Feiras do Livro de Lisboa ou Porto só poderá ser lida em Agosto. Convenhamos, a principal mais-valia do jornal, a actualidade da informação, desaparece. A própria natureza do projecto e, atente-se ao título, fica afectada.

Depois temos que das 48 páginas anunciadas, 32 serão só de banda desenhada. Não que não goste de ler BD e descobrir novos autores, mas o que procurava no BDjornal desaparece. O jornal informativo dá lugar a uma nova revista de banda desenhada, quiçá concorrente directa da SKETCHBOOK. Num mercado de reduzida dimensão como o português, não vejo a racionalidade disto.

Pela entrevista que Machado Dias deu ao BDesenhada.com percebo perfeitamente que são questões económicas e de distribuição que forçam estas mudanças, mas também parece-me que o caminho a seguir também não é este. Não pelo aumento do preço de capa, porque até concordo - afinal o que são 3 ou mesmo 4 euros por mês por um produto único? - mas pelas razões atrás referidas.

Preferia que as alterações se centrassem em termos qualitativos, no conteúdo da informação, na existência secções fixas (por exemplo de entrevistas a autores, criticas de novos lançamentos), na criação de novas rubricas (por exemplo a criação de um espaço para anúncios para compra e venda de BD), etc. Afinal é o próprio director do jornal que afirma que existe material suficiente para garantir edições mensais.

Como leitor, resta-me esperar que o meu pessimismo vá dar uma volta, e que as anunciadas alterações resultem, que as vendas melhorem e que o JORNAL volte rápido e em força e, se possível na periodicidade mensal!

12 março, 2006

Breve reflexão sobre a politica editorial da Devir!

O seguinte texto reflecte uma opinião pessoal de um leitor e coleccionador de banda desenhada, que assenta os seus pressupostos, na observação do mercado (não disponho de números) e da leitura que faço do que é escrito em publicações, fóruns de discussão e sites da Internet sobre o assunto.

O recente anúncio semi-oficial (não se encontra nada no site oficial da Devir) que José de Freitas (da Devir) fez no BDJornal de Fevereiro de 2006, relativamente ao cancelamento das edições regulares da Marvel não me surpreendeu. Afinal este desfecho já era esperado. A “evolução” estava em marcha: primeiro os atrasos, depois os adiamentos até que finalmente chegaram os cancelamentos.

Aparentemente, os cerca de mil leitores/compradores mensais não eram suficientes para a viabilização dos títulos. Diz José de Freitas que precisavam de mais de 3000!!!! No entanto, refere (e passo a citar) que “existem alguns títulos com vendas regulares e constantes, que apesar de não atingirem grandes números não representam no entanto grande risco. A maioria dos títulos da Marvel entra nessa categoria”. Pergunta: então porquê o cancelamento?

Curiosamente o anúncio dos cancelamentos coincide com os lançamentos do mês de Janeiro/Fevereiro, onde títulos como “Talismã”, “Freaks”, “Inumanos” ou “30 dias de noite” que me parecem destinados a um público-alvo bastante restrito. Pergunta: será que cada uma destas histórias venderá os 2000 e tal exemplares necessários para justificar a sua publicação?

A Devir propõe agora trocar as várias revistas regulares por um “volume mensal de 120 a 144 páginas”. Pergunto se um volume-um peronagem ou um volume-vários personagens? Eu coleccionador confesso dos títulos do “Homem-Aranha” não me agrada nada fazer uma colecção que não seja inteiramente dedicada a este personagem. Muito provavelmente, a minha relação de coleccionador das revistas da Devir morreu com o n.º 34 do Homem-Aranha!

De registar, que pelo meio, um grupo de leitores da Devir revolveu fazer uma contra-evolução, ou melhor, uma (r)evolução. Apesar de pessoalmente não concordar com o modelo proposto (flip), não posso deixar de aplaudir esta iniciativa, que apesar de aparentemente condenada ao fracasso, não deixou de exprimir o descontentamento dos leitores com as recentes politicas editoriais da Devir.

A Devir que durante alguns anos se mostrou como uma das mais dinâmicas produtoras de banda desenhada em Portugal, começa agora a dar os primeiros sinais de fraqueza. Na minha opinião, algumas situações contribuíram para o actual estado de coisas, senão vejamos:

- A Devir nos últimos anos dedicou-se a “inundar” o mercado de títulos, sendo que muitos deles foram histórias únicas, sem continuidade, de personagens e autores pouco conhecidos. Provavelmente muitos destes títulos não atingiram o limiar da sobrevivência. A aposta em super-herois conhecidos do grande público de forma a consolidar a sua base de leitores foi preterida por apostas no desconhecido. O resultado está à vista. Agora fala-se em “canibalização de títulos”!!!

- a Devir nunca seguiu a mesma linha na publicação de histórias nas revistas regulares. A título de exemplo, a revista “Homem-Aranha” nunca seguiu uma linha de continuidade. Ora publicava histórias da “Marvel Kinghts” ora da “Spectacular Spider-Man” ora da “Amazing Spider-Man”. Obviamente que histórias soltas não fidelizam leitores!!!

- a Devir descuidou um aspecto importante em qualquer publicação desta natureza: a falta de publicidade no interior das revistas. Confesso que nunca percebi porque numa revista com 50 páginas, não existia publicidade. A mim não me chocava nada, ter algumas páginas de publicidade inseridas no meio da revista, aliás, a exemplo do que fazem as editoras americanas, tanto a Marvel como a DC, nos seus títulos, se isso ajudasse a suportar os custos de publicação e manter viável a revista.

- a Devir nunca apostou em produtos complementares como incentivo à compra. Por exemplo, a criação de uma colecção de bonecos, cuja entrega acompanharia a revista, tal como se passa agora em França com a colecção “Marvel Super Heroes Figurine Collection”.

- a Devir lamenta-se que em 2006 não há filmes para potenciar as vendas de bd. Sugestão: e que tal aproveitar a estreia nas salas de cinema de “Uma História de Violência” e de “V de Vingança” para publicar as bandas desenhadas com o mesmo nome, que apesar de serem clássicos da banda desenhada, continuam incrivelmente continuam inéditos em Portugal?

E já agora, José Carlos Fernandes um dos autores portugueses que mais vende, afirma em entrevista, que o volume 6 da "Pior Banda do Mundo" (pronto há dois anos) será provavelmente lançado em Outubro deste ano. Se as coisas estão más, porquê Outubro e não em Junho, aproveitando a realização das Feiras do Livro de Lisboa e do Porto, que tem sempre uma ampla divulgação nos meios de comunicação social? E porque não aproveitar as feiras e o novo livro, para a reedição do esgotadíssimo volume 2 “O Museu Nacional do Acessório e do Irrelevante”?

Muito sinceramente, espero que a Devir continue por muitos e muitos anos a publicar bd no mercado português. Mas depois disto, não sei que caminho vai tomar, só sei que que eu não iria por aí, porque a continuar assim, respondo já ao apelo de José de Freitas para comprar banda desenhada, com uma pergunta: qual banda desenhada?

08 novembro, 2005

O Bom, o Mau e o Vilão

Acabou-se o 16º FIBDA. Tempo de balanço. Na minha opinião, houve coisas que correram bem e coisas que correram mal. Como em tudo na vida. Aqui ficam as impressões sobre o evento:

O BOM do festival foi sem margem de dúvida, as sessões de autógrafos. Apesar da confusão gerada no último fim-de-semana nas filas para os autores da escola franco-belga ("listas de chegada", "listas desaparecidas" "listas fechadass"), a ‘colheita’ de desenhos/autógrafos foi bastante positiva. Gostava de destacar os autores da escola americana (acessíveis e conversadores), entre os quais Cameron Stewart (Catwoman) e Liam Sharp (Spawn), os autores da escola franco-belga, Gibrat e Boucq (Bouncer) e entre os autores da escola portuguesa, o grande José Carlos Fernandes (nunca me canso de o elogiar), o Daniel Maia e o desconhecido mas com um excelente 'traço' o Jorge Coelho. Algumas das exposições também foram uma mais-valia. Destaco a exibição das pranchas originais de Little Nemo de Windsor McKay, os “30 anos de carreira de José Abrantes” e “O Sonho na BD portuguesa”. O lançamento de uma nova revista de bd portuguesa, a SKETCHBOOK (já referida aqui) é uma das notas positivas.

O MAU do festival é sem dúvida a organização. Uma fraca aposta na divulgação do evento trouxe muito pouco público. Alguns dos autores presentes estavam completamente fora da nossa realidade bedefila. Uns apenas tinham um álbum editado em português, outros nem isso. Talvez por causa disso, não estranhou o facto dos autores mais concorridos serem os convidados de editoras/lojas de comics. O sítio central do festival é claustrofóbico (volta Fábrica da Cultura, estás perdoada!). Nos dois primeiros fins-de-semana esteve um calor insuportável. Várias exposições estavam dispersas por salas escondidas em corredores labirínticos. Depois temos a velha questão do não cumprimento de horários nas sessões de autógrafos. Atrasos e mais atrasos e o Sean Phillips teve disponível apenas 40 minutos no Domingo.

Ao nível dos lançamentos por parte das editoras, mais uma vez não houve grandes novidades. Relativamente à bd fraco-belga (a minha preferida), a editora ASA limitou-se a editar três ou quatro álbuns, mas só porque estavam presentes alguns dos autores (Jo-El Azara, Vittorio Giardino e François Boucq). Salva-se apenas o quarto volume da série Bouncer. A DEVIR deu início ao evento 'Evolução' com a publicação do livro "Homem-Aranha: Metamorfose" e cumpriu com o seu programa de lançamentos, tudo baseado em comics americanos, ou seja, nada de extraordinário e de resto pouco mais se viu. Como sempre uma fraca aposta dos nossos editores em feiras e festivais. É o reflexo perfeito do nosso panorama bedefilo.

Depois temos a questão dos preços dos albuns e revistas. Três editoras, uma livraria e três ou quatro lojas especializadas em comics/manga e neste festival, não se praticam preços de festival. São preços de livraria e está tudo dito! Falta se calhar uma feira de bd em 2ª mão ou a presença de alfarrabistas!


O VILÃO do festival foi sem dúvida a tradutora Maria José Pereira das edições ASA. É impressionante a simpatia (falta de), a educação (falta de) e a arrogância (bastante) desta senhora. Inicialmente, pensava que o ‘problema’ era meu, mas depois de algumas conversas de circunstância com outros visitantes, apercebi-me que o sentimento é generalizado (confesso que fiquei mais aliviado!). Esta senhora põe e dispõe dos autores, onde é que assina, como é que assina. Acresce o incumprimento de horários (a critica mais uma vez) por parte dos autores desta editora que leva a que os compradores dos álbuns passem horas em filas por causa de um desenho e depois vem a desconsideração total da D. Maria (com pressa para apanhar o comboio, provavelmente) ao sugerir aos autores que assinem os álbuns em vez de os desenharem!!! Será que não a podemos meter num comboio a caminho do Uzbequistão?

Bem, apesar de tudo, fiquei com a sensação que a edição deste ano foi bastante melhor do que a do ano passado, o que significa um esforço para melhorar, mas ainda estamos longe do óptimo. Ficam as fotos e é tudo. Para o ano esperemos que haja mais e melhor!!!

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01 novembro, 2005

FIBDA (2)

Passou-se mais um fim-de-semana [29 e 30/Outubro] de FIBDA. Mantêm-se a tendência. Ar muito abafado compensado pela falta de público. Se a primeira situação é já uma imagem de marca do FIBDA na sua versão 'estação de Metro'; a segunda situação é mais preocupante. Não conheço os números oficiais de visitantes, mas pela observação ‘in loco’ verifico que há quase tanto público como ‘pessoal com cartão’ (organização/comunicação social/editores/autores/distribuidores de BD – riscar o que não interessa). Talvez as causas passem pela falta de uma aposta forte em publicidade ou pela ausência de autores conhecidos do grande público e/ou publicados em língua portuguesa. Talvez! As sessões de autógrafos continuam em grande! Destaco pela positiva o Cameron Stewart e os seus n desenhos de Catwoman (ver foto) e o espanhol Max com o seu Peter Punk; pela negativa, o destaque vai para a pouca disponibilidade de JP Bramanti (da série Mccay ainda não editada em Portugal) e para Jo-El Azara e o seu Taka ‘Banzai’ Takata pelo facto de apenas assinar nos seus álbuns. E aqui vai a minha critica para as Edições ASA. A sua política de proibir os autores seus convidados de desenhar/assinar em folhas em branco é completamente estúpida. Será que é para vender “à força” mais meia-duzia de álbuns? Ainda por cima, o autor Jo-El Azara apenas tem um álbum publicado em língua portuguesa. Com politicas destas e a banda desenhada em Portugal dificilmente chegará a um universo muito grande de pessoas! Bastava olharem para o lado e verem a enorme fila para os autógrafos de José Carlos Fernandes (editado pela DEVIR) para perceberem que o caminho que seguem não é o correcto. Nota negativa para a ASA! No Domingo, houve o lançamento de uma nova revista de bd. A revista SKETCHBOOK é um projecto que visa apoiar/divulgar/dar a conhecer jovens autores, “promessas” da bd portuguesa. Excelente inciativa. Em cada número sairá duas histórias feitas por diferentes autores. No primeiro, encontramos as histórias: “A parede, apenas um problema” da autoria da jovem dupla composta por João Martins (vencedor dos concursos Jovens Talentos 2005 e do FIBDA 2005) e Nikolai Nekh (ilustrador freelancer) e “Hunter” com a assinatura de Daniel Maia. Oficialmente, a revista apenas sairá em Dezembro, em lojas/livrarias especializadas a anunciar, terá uma periodicidade trimestral e custará cerca de 2,50€. A presença de todos estes autores no dia de lançamento da revista, levou à 'caça ao autógrafo' dos jovens autores, ao esgotamento do stock de revistas disponível nesse dia e eu ganhei um magnifíco desenho do caçador “Hunter” do Daniel Maia (ver foto). O Daniel Maia aproveitou mesmo para anunciar o seu proximo livro [pode-se ler aqui] e divulgar o seu site [link]. Votos de sucesso! Para mim a mais-valia deste festival tem sido mesmo o contacto com os autores portugueses. Já nem falo de JCF, cujo quinto volume da “Pior Banda do Mundo” já saiu, porque este já é sobejamente conhecido, mas sim de autores como Jorge Coelho (excelente traço), Ricardo Ferrand, Miguel Rocha ou Daniel Maia. Confesso que alguns não os conhecia (mea culpa), mas também para isso é que existem os festivais, certo? Quanto às exposições, confesso que ainda não as vi todas. Das que vi gostei dos desenhos humorísticos de José Abrantes. Mas após hora, hora e meia a suar nas filas para autógrafos, confesso que a única coisa que desejo depois é ar fresco. Mas vou ter arranjar disposição, até porque as pranchas originais de Little Nemo, de Windsor McKay são obrigatórias!