14 novembro, 2008

Crónicas do 19º FIBDA (3 de 3)

Após alguns afazeres que me impediram de actualizar o blogue nos últimos dias, retomo agora a escrita para fechar as contas com o 19º FIBDA. Faço-o em jeito de crónica sobre a festa de celebração de BD, que entre momentos bons e outros nem por isso, esteve globalmente, muito bem. O festival foi feliz na escolha do tema, e talvez por causa disso muito se deve o sucesso da edição deste ano, traduzido na boa afluência de público (pareceu-me?), nas magníficas exposições e na presença de excelentes autores de BD!


Aproveitei os dois dias do terceiro e último fim-de-semana para percorrer as várias exposições patentes no piso 0. Logo para começar, gostei bastante do corredor onde figuravam as bd’s concorrentes e vencedores do concurso de BD. O espaço estava bem conseguido e muito talento estava exposto naquelas paredes. Mas o melhor estava guardado para a ala reservada ao tema central, quantitativamente e qualitativamente falando. Os originais expostos qualifico-os como um “delírio visual”! Desde do traço preciso de Alex Raymond nas pranchas de “Flash Gordon”, ao traço pormenorizado de Jangetov, passando pelo mundo fantástico de Esteban Maroto e terminando no “Valerian” de Mézieries! Ainda que não consiga distinguir qual o critério ou o enquadramento seguido na mostra, o resultado visual que emanava dos desenhos expostos era suficiente para nos “transportar” para outros universos! Cinco estrelas! Os autores portugueses também não foram esquecidos e os vencedores dos prémios FIBDA do ano passado, Rui Lacas (vencedor do prémio “Melhor álbum português em língua estrangeira”) e Luís Henriques (vencedor dos prémios “Melhor álbum português e Melhor desenho”) tinham os seus trabalhos expostos em espaços bem “trabalhados”.

Mas nem as exposições resultaram! A começar pela desilusão da mostra “Star Wars: Uma Galáxia de Aventuras”. Integrada no tema do festival, ficou localizada num espaço meio escondido no piso -1 e deixou muito a desejar. Não me vou alongar + neste assunto, até porque já falei sobre isto na crónica anterior, onde inclusive troquei impressões com alguns membros do SWCP. Outra desilusão foi a exposição “60 anos de Tex”. Completamente deslocada no festival e não obstante exibir pranchas originais, em termos de conteúdo ficou bastante aquém daquilo que se podia exigir como comemorativa de seis décadas de existência de um personagem de BD. Quero acreditar que haveria mais e melhor para mostrar, a começar pela própria evolução do Tex Willer ao longo dos tempos, uma mostra da galeria das principais personagens do seu universo, uma referência ás principais histórias publicadas, etc, etc bem, tudo menos uma dúzia de “prints”. Mais simbólica que substantiva, portanto!

O fim-de-semana foi também preenchido com as sessões de autógrafos. Fabio Civitelli (Italia) e Marco Bianchini (Italia), Das Pastoras (Espanha) e Jean-Claude Denis (França) foram os artistas “de serviço”. Escusado será dizer, que o tempo nas diversas filas foi pior do que circular em Lisboa em plena hora de ponta num dia de chuva!!! Felizmente que o excelente convívio com outros bedéfilos que só as filas nas sessões de autógrafos do FIBDA proporciona, amenizou as longas horas de espera!

Apesar do mal-entendido (já esclarecido pelo autor do blogue texwiller.blog.com) na sessão de autógrafos protagonizado por Fabio Civitelli no Sábado, no Domingo só não obteve um “boneco“ quem não quis, confesso que fiquei impressionado com a arte e talento dos italianos. O portfólio disponível para consulta não deixava margens para dúvidas: Tex Willer encontra-se definitivamente em “boas mãos”! Talvez a fotografia (em baixo) não capte toda a beleza do desenho, mas não posso deixar de mencionar que o "Blueberry de Civitelli" é qualquer coisa de extraordinário! Relativamente ao Das Pastoras confirmei a minha impressão de “dono de um traço difícil de assimilar”. Um dia destes publicarei aqui uma foto do seu (meu) Wolverine!


A zona comercial, que poucas alterações sofreu relativamente ao ano passado, esteva agradável, e ainda aproveitei umas promoções para enriquecer a minha bedeteca particular. Só lamento a falta a da Vitamina BD e a ausência de lançamentos de BD franco-belga (aqui leia-se nota negativa para a ASA!).

Muito ainda havia para contar, mas foram estas as impressões que ficaram na memória deste visitante, que saiu muito satisfeito do festival e que pode afirmar que a 19ª edição foi talvez uma das melhores que visitou nos últimos anos. Que venha então o “Vigésimo”!

Para concluir, deixo as minhas "notas" sobre o 19º FIBDA:

Notas positivas:
+ Concepção/decoração do espaço
+ Tema do festival
+ Pranchas originais de “Flash Gordon”
+ Exposição "BD e ficção cientifica"
+ Elevada qualidade artística da maioria dos autores estrangeiros presentes

Notas negativas:
- Exposição “Star Wars: Uma Galáxia de Aventuras
- Exposição “60 anos de TEX
- O não cumprimento dos horários nas sessões de autógrafos
- Falta de novidades editoriais de relevo no maior festival de BD em Portugal
- Autora chinesa presente no festival

Legenda das fotografias publicadas (de cima para baixo, da esquerda para a direita):
  1. pormenor de uma prancha de Alex Raymond
  2. exposição do concorrentes/vencedores do concurso de BD
  3. "Valerian" de Mézieres
  4. "monstro"(cenografia no piso 0)
  5. balcão das sessões de autógrafos (piso -1)
  6. "Blueberry" de Fábio Civitelli

07 novembro, 2008

Crónicas do 19º FIBDA (2 de 3)

Um dos principais motivos que me leva ao FIBDA são as sessões de autógrafos. É para mim o principal prato da festa! O contacto com os autores e ficar na posse de um desenho personalizado é uma sensação muito boa. E para quem já frequenta o festival à vários anos, sabe que é preciso cumprir com uma regra de ouro: chegar cedo. Não só porque se garante um dos primeiros lugares nas filas dos autores mais solicitados, porque também se fica com mais tempo para visitar outros autores, porque assim ainda sobra tempo para uma segunda ronda.

Neste segundo fim-de-semana, os autores estrangeiros presentes prometiam qualidade e sobretudo muito tempo de espera. Desde Zoran Janjetov, actualmente um dos nomes mais fortes da BD franco-belga (recomendo mesmo um olhar atento às pranchas originais da série “Les Technopéres” em exposição no piso 0), passando pelos muito procurados desenhos de Rufus Dayglo (”Tank Girl”) ou ainda pelos “coloridos” do espanhol Julio Ribera (”Vagabundo dos Limbos”) para terminar na lista de +60(!) nomes inscritos para o Maurício de Sousa (“Turma da Mónica”). Se dúvidas houvesse da popularidade em Portugal deste autor brasileiro, elas ficam sempre desfeitas no FIBDA!


Também é preciso dizer, até para quem não sabe, que muito do tempo de espera é fortemente influenciado pela tradição que perdura no FIBDA do não cumprimento de horários de inicio das sessões de autógrafos! Sempre foi assim e muito provavelmente sempre será assim. Infelizmente!

Felizmente que, após tantos FIBDA’s, habituei-me a reconhecer rostos, de tanto de me cruzar com eles nas filas do festival. Somos um pequeno grupo, do qual me atrevo a dizer que “somos sempre os mesmos”, que garantidamente, ano após ano, marca presença nas sessões de autografos. Falamos sobre autores, obras e desenhos. Essencialmente falamos. O tempo de espera torna-se mais fácil de suportar. Felizmente que o festival também é feito destes convívios com outros que partilham a mesma paixão que nós!

Legenda das fotografias publicadas (de cima para baixo, da esquerda para a direita):
  1. "John Difool" por Zoran Janjetov
  2. Zoran Janjetov
  3. Júlio Ribera
  4. Maurício de Sousa
  5. pormenor de "Tank Girl" por Rufus Dayglo

05 novembro, 2008

Prémios Nacionais FIBDA 2008

O FIBDA atribuiu no passado Sábado os seus “prémios nacionais”. Não constitui surpresa para ninguém o domínio da editora ASA na lista de nomeações e naturalmente na lista de vencedores. É a consequência lógica de um concurso cujo regulamento exige às editoras o envio por cada álbum ou livro apresentado a concurso, de seis exemplares para serem distribuídos pelos elementos do júri. Uma simples mas obrigatória formalidade que condiciona e com isso fere logo á partida a “representatividade” de uns prémios que se dizem NACIONAIS e aos quais o FIBDA empresta o seu bom nome. Excluir parte da edição nacional de BD porque não cumpre com um formalismo não me parece prestigiante nem para os organizadores nem para os vencedores destes prémios! Até porque a credibilidade não se ganha, conquista-se! É certo que por cá poucas editoras de banda desenhada ainda subsistem, mas felizmente que há mais BD para além da ASA e como as distinções valem o que valem, somos nós os leitores de BD, no acto de comprar, os melhores juízes para dar valor às coisas que realmente merecem! Para a história aqui fica o registo dos vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada FIBDA 2008:
Melhor Álbum Português Obrigada Patrão – Rui Lacas – Edições ASA Melhor Argumento para Álbum Português Rui Lacas – Obrigada Patrão – Edições ASA Melhor Desenho para Álbum Português António Jorge Gonçalves – Rei – Edições ASA Melhor Álbum de Autor Estrangeiro Muchacho Tomo 2 – Lepage – Edições ASA Melhor Álbum de Tiras Humorísticas Amuado, Aluado, Tatuado – Jerry Scott e Jim Borgman – Gradiva Publicações Melhor Ilustração para Livro Infantil Madalena Matoso – O meu vizinho é um cão – Planeta Tangerina Clássicos da 9ª arte Blueberry: A Mina do alemão perdido + O Espectro das balas de Ouro – Charlier / Giraud – Edições ASA/Jornal Público Melhor Fanzine Venham + 5 nº5 – Bedeteca de Beja Prémio Juventude (atribuído por uma turma de Artes) Wanya, Escala em Orongo – Nelson Dias e Augusto Mota – Gradiva Publicações Troféu de Honra (atribuído pela CMA) Victor Mesquita

30 outubro, 2008

BDjornal #24

O FIBDA marcou o regresso do BDJornal às bancas, ou pelo menos aos pontos de venda habituais, com o lançamento dos n.º 23 e 24. Pondo agora de lado todas as questões que afectam este projecto, gostava de destacar aqui nas “notas” a edição n.º 24 (ver imagem). Porquê? Não só pelo excelente desenho na capa, mas também pelo facto deste número se aproximar muito do modelo que na minha opinião como leitor, gostava que o BDJornal assumisse. Uma edição que apresenta uma mais–valia traduzida num excelente dossier temático relacionado com a BD.

Assim, a propósito da comemoração do 60º aniversário do famoso cowboy de origem italiana Tex Willer, a edição n.º 24 versa sobre o “Western na BD”. Reunindo diversos textos, apresenta-nos o velho Oeste americano, fala das influências e do fascínio exercido sobre a BD europeia e contemporânea deste tema, identifica as diversas séries e personagens que “adoptaram” o género, passa pela história da Casa Bonelli (editora) e do próprio Tex, para terminar na publicação de uma pequena história deste herói.

Claro está que, não obstante o dossier constituir parte importante do conteúdo da revista, sobram ainda páginas para mais BD, críticas e reviews.

Mas no essencial, fica o importante contributo para um melhor conhecimento da influência de um género tão popular como é o western na banda desenhada. Sinceramente há muito tempo que já não sentia este prazer em ler o BDJornal. Desejo só que esta edição não tenha sido uma “especial” mas sim o (novo) caminho a percorrer.

29 outubro, 2008

Crónicas do 19º FIBDA (1 de 3)

Passei o 1º fim-de-semana dentro da “nave cósmica” do FIBDA. O convívio com a malta do fórum da Central Comics e sobretudo a presença de um grande número de interessantes autores nas sessões de autógrafos, marcaram desde logo o meu tempo. Queria começar por destacar nesta crónica, a polivalência do fórum Luís de Camões. É de longe, a melhor “casa” do FIBDA, entre todas as que conheci e já lá vão quatro. O espaço “transforma-se” e surpreende-nos. Gostei da “arquitectura” deste ano. Na “nave cósmica”, espaços labirínticos e salas escondidas levam-nos a viajar pelos mais variados universos, inclusive um “texiano”!!!

Nas exposições patentes no piso -1, destaco a grande qualidade visual da mostra colectiva de BD de ficção científica da China. Mas não há bela sem senão. Não obstante o excelente material exposto, a autora presente em representação deste país, mostrava-se uma óptima desenhadora de…. “pikachus”!!! Esqueçam naves espaciais, criaturas extraterrestres ou universos fantásticos, a Lu qualquer coisa brindou os mais audazes com réplicas ou primos afastados do famoso “pikachu”! Ao que parece é a mascote da próxima Expo Xangai em 2010! Eu, confesso que nem me atrevi, sinceramente prefiro os rabiscos do meu filho de 5 anos!!

Outra desilusão é a chamada exposição “Star Wars”. Uma dúzia de objectos alusivos da “Sideshow”, mais dois ou três posters da trilogia inicial e muitas, talvez demasiadas fotografias da animação “The Clone Wars”. Muito pouco, para não dizer quase nada…ups já disse! No mínimo exigia-se um figurante vestido de Darth Vader, som ambiente com “The Imperial March” e exibições contínuas dos melhores momentos das duas trilogias. Quer-me parecer que nem o Richard LeParmentier salva a “coisa”.

Gostei das pranchas na mostra do “TEX”, mas convenhamos que é muito pouco material para uma personagem que comemora o seu 60º aniversário.

Quanto aos autores estrangeiros presentes, a qualidade pairava dentro da “cabine“ de autógrafos. Liberatore e Esteban Maroto impuseram desde logo um nível bastante elevado nos desenhos. Eu como não faço a coisa por menos, saquei dois a cada, mas confesso que fiquei “rendido” ao traço fino e bem recortado da Vampirela do Maroto! E o que dizer da arte do Liberatore no álbum “Lucy”? Será que não há por aí alguém que o queira editar por cá? A dupla Pat Mills/Kevin O’Neill, o primeiro a conversar e o segundo a desenhar, mostraram estar em grande forma. Dave McKean em “visita de médico” até ao último minuto assinou livros. Eu lá consegui o meu Joker! A Tara também deu nas vistas, não só mas também pela velocidade em que despachava os autógrafos! Os autores portugueses também não tiveram “mãos a medir”. Haja mercado!

Na zona comercial bastante animação, apesar das escassas novidades! Por mais que eu tecle nesta tecla, de considerar o FIBDA como um local de eleição para o lançamento de novas obras, nada feito! Óh Polvo, como se justifica o lançamento do novo álbum de Cyril Pedrosa “Trois Ombres” para depois do FIBDA, quando o autor vai estar presente durante o festival?

Em resumo, para inicio de festa não esteve mau. Gostei dos autores e o “melhor” das exposições está guardado para uma próxima visita. Talvez já no próximo fim-de-semana!


Legenda das fotografias publicadas (de cima para baixo, da esquerda para a direita):
  1. Bongop, Verbal, Hunter, Rui Ramos, Requiem e Luís
  2. Mestre Yoda
  3. Esteban Maroto
  4. Dave Mackean
  5. Liberatore

24 outubro, 2008

A caminho do FIBDA’2008... (7)

A rubrica "A caminho do FIBDA" que fez o lançamento do festival ao longo das últimas semanas termina hoje aqui, e para finalizar a ‘trilogia’ dedicada aos autores estrangeiros presentes no 19º FIBDA, lanço um olhar sobre as presenças confirmadas para o último fim-de-semana do Festival, o de 8 e 9 de Novembro:

  • Cyril Pedrosa (França) – Incluído na “armada francesa” de autores” que este ano invadiu o FIBDA, este jovem desenhador francês apresenta no seu currículo uma colaboração com os estúdios da Walt Disney. Autor de vários trabalhos de BD, tem o volume 1 da série “Ring Circus” publicado em Portugal (pela editora Book Tree) e foi premiado na edição deste ano do Festival de Angoulême, pelo livro “Trois Ombres” cujos originais estarão em exposição no FIBDA.

  • Mathieu Sapin (França) – repete a presença do ano passado, e é também um premiado pelo Festival de Angoulême. Pouco conheço da obra deste autor e pelo contacto que tive com ele no ano passado, não fiquei nada impressionado com o seu desenho, algo infantil, meio "naif". Dispenso! [actualização: passou para o 2º fim-de-semana]

  • Jean-Claude Denis (França) – o vencedor do prémio nacional de BD para o Melhor Álbum Estrangeiro em 2007, pelo excelente “Alguns meses em Amélie” (ASA), a sua única obra editada entre nós, repete a presença de 2006. Pela leitura do álbum, verificamos ser um contador de histórias simples e humanas, dotado de um traço também ele simples mas delicado.

  • Carlos Portela (Espanha) – Argumentista espanhol, sem qualquer obra publicada em Portugal. Não encontrei muitas referências relevantes na internet relacionadas com este autor, com excepção do trabalho que desenvolve actualmente com Das Pastoras na série “Les Hérésiarques”.

  • Das Pastoras (Espanha) – é conhecido entre nós pelo trabalho desenvolvido na pré-sequela da “Casta dos Metabarões”, no álbum “Castaka” (VitaminaBD), que conta a história de Dayal, o membro fundador da dinastia dos Metabarões. Na análise aqui efectuada a este álbum, caracterizei-o como “dono de um traço difícil de assimilar”. Aguardo com expectativa a mostra dos trabalhos deste autor.

  • Fabio Civitelli (Italia) e Marco Bianchini (Italia) – esta dupla de desenhadores italianos, tem em comum o trabalho desenvolvido na personagem “Tex Willer”, o conhecido ranger da BD italiana. Fabio Civitelli repete mesmo a presença em Portugal, depois de ter sido cabeça-de-cartaz na edição do ano passado do Festival de BD de Beja. A acompanhar a presença destes autores, destaca-se a exposição no FIBDA dedicada aos "60 anos de Tex".

  • Jean Pierre Dionnet (França) - ex-director da Metal Hurlant, revista francesa de BD que permitiu a exploração de um género de ficção científica, que contava entre os seus colaboradores com alguns dos maiores nomes da BD internacional. Dionnet é também o argumentista do álbum “Exterminador 17” (com edições da Meribérica e também da ASA).

Em conclusão, apesar de considerar este último fim-de-semana talvez o mais fraco, comparativamente, em termos de autores, globalmente, o FIBDA deste ano presenta talvez um dos melhores programas dos últimos anos. Resta saber se as expectativas se concretizam. Logo mais à noite, com a abertura do festival, se verá!

Nos próximos dias, seguir-se-ão as minhas impressões, fotografias e vídeos sobre o 19º FIBDA!

Para ler sobre os anteriores fins-de-semana:

- 1º fim-de-semana do FIBDA ( 25 e 26 de Outubro)
- 2º fim-de-semana do FIBDA (1 e 2 de Novembro)

Em actualização permanente:

- datas das presença dos autores estrangeiros


20 outubro, 2008

A caminho do FIBDA’2008... (6)

Continuando a análise dos autores estrangeiros presentes no 19º FIBDA, olho agora para o 2º fim-de-semana do festival, o de 1 e 2 de Novembro:

Maurício de Sousa (Brasil) – Um repetente do FIBDA. O autor da “Turma da Mónica”, pelas personagens, por falar português e pela simpatia, é capaz de ser um dos mais populares entre os visitantes do festival. Já foi assim no passado e será sem dúvida no presente. Há dois anos atrás distribuía revista da Mónica pelos mais jovens, querem melhor forma do que esta para cativar novos leitores?

Ian Gibson (Inglaterra) – Estreia no FIBDA. Um perfeito desconhecido para mim, mas uma consulta na wikipédia, revela-o como desenhador de diversas bandas desenhadas relacionadas com a temática da ficção científica, incluindo a série “Star Wars”. Embutido do espírito da “Guerra das Estrelas” que irá pairar sobre o festival neste fim-de-semana, pode ser que lhe peça um “Darth Vader”!

Zoran Janjetov (Sérvia) – Estreia no FIBDA. Apesar dos seus trabalhos no universo fantástico da série “Incal”, uma das minhas bd’s preferidas, em colaboração com Jodorowsky, não se encontrarem publicados em Portugal, já tive oportunidade de folhear alguns dos seus álbuns em francês, nomeadamente “Les Armes du Meta-Baron” (da personagem “Metabarão”) e “Avant l'Incal - l'Integrale” que permitiram concluir que é um excelente continuador do trabalho de Moebius. É sem margem para dúvidas, o meu autor preferido neste segundo fim-de-semana!

Julio Ribera (Espanha) – Estreia no FIBDA. Conheço o seu trabalho essencialmente pela série “O Vagabundo dos Limbos”, cujos treze primeiros álbuns foram publicados pela Meribérica. Ainda que eu não seja um grande fã do seu desenho, é certo que lá estarei na fila dos autógrafos e pode ser que lhe peça um desenho do “Murcielago”!

Em resumo, apesar do número reduzido de autores presentes, comparativamente com os restantes fins-de-semana, o nível qualitativo mantêm-se elevado. Com excepção do Maurício e todos os restantes autores encontram-se ligados á temática da ficção cientifica, pelo que a festa continua em grande!

19 outubro, 2008

Desenhos autografados (4): Pelezinho e Ronaldinho

O regresso de Maurício de Sousa ao FIBDA é o pretexto para eu publicar aqui no blogue, dois desenhos seus, das personagens do "mundo da bola", "Pelezinho" (imagem da esquerda) e "Ronaldinho" (imagem da direita), feitos durante o 17º FIBDA realizado em 2006. Na edição deste ano, vou ver se junto o "António Alfacinha" á colecção.



18 outubro, 2008

A caminho do FIBDA’2008... (5)

A menos de uma semana do inicio do FIBDA e a lista dos autores estrangeiros confirmados, até à data, apresenta-se, quantitativamente e qualitativamente, muito boa. Claro está, que todos temos as nossas preferências, e eu não sou excepção. Assim, o que se me oferece dizer sobre os autores estrangeiros presentes no 19º FIBDA?

Comecemos então pelo primeiro fim-de-semana, o de 25 e 26 de Outubro:

  • Lee Hong (China) – Uma autêntica desconhecida e uma das surpresas que o FIBDA apresenta na sua 19º edição. A sua presença e uma exposição darão forma ao primeiro contacto com a BD chinesa e logo num universo fantástico que é a ficção científica Tenho alguma curiosidade e expectativa!
  • Tanino Liberatore (Itália) – Estreia no FIBDA. Sem qualquer obra publicada entre nós, desconhecia este autor até ter tido conhecimento que iria estar presente no FIBDA. Autor de “Ranxerox”, uma BD ultra-violenta cujo principal personagem é um andróide. Mais recentemente lançou o álbum “Lucy L'Espoir”, classificado como a primeira história de amor no mundo ocorrida à três milhões de anos atrás, com magníficos desenhos feitos integralmente em computador. Talvez a sua presença dê um "empurrão" para a publicação desta obra em Portugal. Estarei na fila para autógrafos!
  • Dave McKean (Inglaterra) – Ainda este ano esteve presente com grande sucesso, no Festival de BD de Beja. Conhecido pela sua colaboração com Neil Gaiman, nomeadamente nos desenhos das capas que fez para a série “Sandman”, tem diversos trabalhos editados em Portugal, donde destaco “Asilo Arkham”, publicado pela DEVIR, numa incursão feita pelo universo Batman. Um desenho do Joker, uma das minhas personagens preferidas, é garantidamente o meu pedido de autógrafo!
  • Pat Mills (Inglaterra) – Argumentista que repete a presença no Festival – foi convidado em 1998 no 9º FIBDA, é de novo convidado na qualidade de contador de histórias e criador de universos, encontra-se associado a diversas obras relacionados com o universo de ficção científica. Trabalhou com diversos autores, entre os quais Kevin O’Neill também presente na edição deste ano.
  • Tara McPherson (EUA) – Estreia no FIBDA. Mais ligada ao universo da ilustração do que ao de banda desenhada, esta designer americana ilustrou a graphic novel "Fables: 1001 Nights of Snowfall”. O blogue “Leituras de BD” divulgou uma página desta história.
  • Esteban Maroto (Espanha) – Estreia no FIBDA. Desenhador espanhol, e pelo que me foi dado a ver na pesquisei que efectuei, é dono de um traço realista que se adapta facilmente a variados universos. Autor de diversas histórias de ficção cientifica, donde se destaca as séries “5 x Infinito” e o “Túmulo dos Deuses”. Trabalhou ainda na indústria americana de comics em personagens como “Conan” ou “Red Sonja”. O blogue “Leituras de BD” divulgou uma página da história “Tumulo dos Deuses” que foi publicada na revista Vampirella nº1 em 1976!
  • Kevin O'Neill (Inglaterra) – Estreia no FIBDA. Consagrado e premiado desenhador que, entre outros, trabalhou com Alan Moore na criação da magnifica “Liga de Cavalheiros Extraordinários”, cuja primeira e segunda séries (4 volumes no total) foram cá publicados pela DEVIR, é um dos meus preferidos neste festival!
Em jeito de conclusão, posso dizer que o programa do 1º fim-de-semana é muito forte, não só pela qualidade dos artistas, mas também pelo facto de se encontrarem, com as suas obras, ligados de uma forma ou de outra, à temática do festival, e em alguns casos (Lee Hong, Liberatore, Tara McPherson) serem objecto de exposição. Um delírio para os fans bedéfilos de ficção científica.

Ao longo dos próximos dias, seguir-se-á a minha opinião sobre os restantes autores presentes nos fins-de-semana seguintes.

08 outubro, 2008

A caminho do FIBDA’2008... (4)


Passo a apresentar o programa da 19ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA) que durante dezassete dias transforma a Cidade da Amadora na capital portuguesa da BD e no ponto de encontro internacional da banda desenhada em Portugal e cujo cartaz oficial, da autoria de Luís Henriques, se reproduz na imagem acima (clicar para aumentar).

Com o núcleo central do Festival localizado, novamente, no Fórum Luís de Camões, na Brandoa, o tema da edição 2008 do FIBDA é “Tecnologia e Ficção Científica”. Assim, entre 24 de Outubro e 9 de Novembro, o FIBDA deste ano, destaca uma grande exposição subordinada ao tema central, exposição de pranchas de autores estrangeiros e nacionais, como Kevin O’Neill, Juan Gimenez, Pat Mills e outros; uma exposição dedicada à série Star Wars; uma exposição de Liberatore e uma outra que assinala os 60 anos do Tex; e uma mostra de Luís Henriques, autor do desenho original dos diversos materiais gráficos.

O FIBDA descentraliza, novamente, exposições por outros equipamentos: Galeria Municipal Artur Bual, Casa Roque Gameiro, Recreios da Amadora e Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem. Este ano, mais dois locais podem ser visitados: Escola Superior de Teatro e Cinema e Núcleo Museológico do MFA, no Regimento de Engenharia 1, na Pontinha. São duas exposições paralelas que integram a programação do FIBDA.

Relativamente aos autores estrangeiros presentes no Festival, estes apresentam-se nas seguintes datas:

1º fim-de-semana (25 e 26 de Outubro)
Lee Hong (China)
Liberatore (Itália)
Dave McKean (Inglaterra) - apenas dia 26
Pat Mills (Inglaterra)
Tara McPherson (EUA)
Esteban Maroto (Espanha)
Kevin O'Neill (Inglaterra)

2º fim-de-semana (1 e 2 de Novembro)
Maurício de Sousa (Brasil)
Ian Gibson (Inglaterra)
Zoran Janjetov (Sérvia)
Julio Ribera (Espanha)
Mathieu Sapin (França)
Rufus Dayglo (Inglaterra)

3º fim-de-semana (8 e 9 de Novembro)
Cyril Pedrosa (França)
Jean-Claude Denis (França)
Carlos Portela (Espanha)
Xulio Das Pastoras (Espanha)
Fabio Civitelli (Italia)
Marco Bianchini (Italia)
Jean Pierre Dionnet (França)


O programa de festas completo poderá ser consultado no site oficial do Festival.


ACTUALIZAÇÃO: Confirmando a máxima "o que é verdade hoje pode não ser amanha", mantenho este post em estado de "permanente actualização" relativamente aos autores convidados a estarem presentes no FIBDA.

São as seguintes alterações ao programa original:

- confirmada a presença do autor Kevin O'Neill;
- troca de autores chineses, já não vêm Yu Lu, mas sim Lee Hong;
- o autor Carlos Portela passou para o 3º fim-de-semana
- confirmada a presença do autor Xulio Das Pastoras
- confirmada a presença do autor Fabio Civitelli
- confirmada a presença do autor Julio Ribera
- confirmada a presença do autor Marco Bianchini
- confirmada a presença do autor J.P. Dionnet
- o autor Mathieu Sapin passou para o 2º fim-de-semana
- confirmada a presença do autor Rufus Dayglo

Digam lá se isto não é um blogue de serviço público? :)

A caminho do FIBDA’2008... (3)

Foi hoje a apresentação do programa da edição do 19º FIBDA e quer me parecer que as exposições e as iniciativas previstas serão sem dúvida a grande MAIS-VALIA da edição deste ano. Destaco o núcleo central “transformado” num Astroporto (piso 0) que dará acesso a uma nave cósmica (piso-1), a exposição de originais nunca antes exibidos de Alex Raymond (autor de Flash Gordon), exposições de autores como Gimenez, Pat Mills e Liberatore e a exposição dedicada ao tema “Star Wars” (em parceria com Star Wars Clube de Portugal) que conta inclusive com a participação de fãs estrangeiros que se associaram à iniciativa e prometem apresentarem-se vestidos “a rigor”.

Relativamente aos autores convidados, revelo aqui a minha semi-desilusão, ou seja, não há uma grande surpresa apesar da qualidade. Entre os presentes, alguns que repetem a presença em Portugal, destaco Jean-Claude Denis (presente em 2006), Maurício de Sousa (presente em 2006), Pat Mills (presente em 1998) e Dave Mckean (esteve no festival de Beja deste ano). Curiosa vai ser a presença inédita de um autor chinês, Yu Lu de seu nome, que apesar de ser um perfeito desconhecido entre nós (e no Google) terá o seu cartão-de-visita na exposição colectiva de BD de Ficção Cientifica da China. Outros autores poderão confirmar ainda a sua presença, e entre eles posso dizer o nome de Xulio Das Pastoras.

Foi uma conferência de imprensa agradável, que deu para perceber a importância do apoio da CM da Amadora e onde tive oportunidade de conhecer e trocar umas impressões com Bongop do blogue “Leituras de BD”. Deixo também aqui uma palavra de agradecimento ao José Eduardo Ferreira da organização.

Faltam 16 dias para a grande festa da BD!

03 outubro, 2008

Capas de BD: Benfica


Capa da revista n.º 437 da colecção “Cavaleiro Andante”, publicada em 14/05/1960, com um preço de venda de 2$00. Esta edição apresenta-se, com uma fotografia da equipa de futebol do Sport Lisboa e Benfica na capa. Para além de um poster do Benfica, incluía as seguintes historias:

[-] A História de Best Munior
[-] AIlha da Bruma
[Tim-Tim] Mercadores de Ébano
[Miguel Gusmão] Piloto Sem Rosto!
[Corentin] O Punhal Mágico
[-] A Princesa Pele-Vermelha
[-] Moby Dick
[Pedro Valente] A Máquina de Conquistar o Mundo
[Lucky Luke] Um Comboio Na Pradaria

A colecção “Cavaleiro Andante” terminou em 25/08/1962 com a publicação do n.º 556.

Edição: ENP - Empresa Nacional de Publicidade

Capas de BD: Benfica


Capa da revista n.º 437 da colecção “Cavaleiro Andante”, publicada em 14/05/1960, com um preço de venda de 2$00. Esta edição apresenta-se, com uma fotografia da equipa de futebol do Sport Lisboa e Benfica na capa. Para além de um poster do Benfica, incluía as seguintes historias:

[-] A História de Best Munior
[-] AIlha da Bruma
[Tim-Tim] Mercadores de Ébano
[Miguel Gusmão] Piloto Sem Rosto!
[Corentin] O Punhal Mágico
[-] A Princesa Pele-Vermelha
[-] Moby Dick
[Pedro Valente] A Máquina de Conquistar o Mundo
[Lucky Luke] Um Comboio Na Pradaria

A colecção “Cavaleiro Andante” terminou em 25/08/1962 com a publicação do n.º 556.

Edição: ENP - Empresa Nacional de Publicidade

02 outubro, 2008

A caminho do FIBDA’2008... (2)

É já no próximo dia 8, pelas 15 horas, no Centro Nacional de BD e Imagem na Amadora, que a organização do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora irá dar uma conferência de imprensa para a apresentação do programa completo do 19º FIBDA, que conforme já foi aqui referido, este ano é subordinado ao tema “Tecnologia e Ficção Cientifica”.

Será então divulgada a esperada lista dos autores nacionais e estrangeiros que estarão presentes no festival para as concorridas sessões de autógrafos.

Apesar de nenhum nome ter sido ainda oficialmente confirmado, é quase certa a participação da ilustradora americana TARA McPHERSON (a convite da Kingpin Comics), do italiano TANINO LIBERATORE e correm ainda os rumores da vinda do brasileiro MAURICIO DE SOUSA.

25 setembro, 2008

DVD: "Homem de Ferro"

Deambulava eu pelos misteriosos caminhos da rede, quando sou surpreendido pelo anúncio do lançamento em DVD do excelente filme “Homem de Ferro” que ainda em Maio último percorria as salas de cinema nacionais. A novidade aqui não é o lançamento, mas sim a EDIÇÃO ESPECIAL DE COLECCIONADOR, cuja embalagem é a mascara do Homem de Ferro. Reparem só no pormenor:


Dois discos e traz como extras , conforme publicitado: Cenas cortadas - Eu sou o Homem de Ferro: Documentário "Making Of" de 7 partes - O Invencível Homem de Ferro - Armado: Os efeitos visuais do Homem De Ferro - Screen Test de Robert Downey Jr. - Os métodos do actor - Fotografias e muito mais!

Digam lá se não figura bem na prateleira de uma qualquer videoteca?

24 setembro, 2008

A caminho do FIBDA'2008...

...falta exactamente um mês para o inicio do 19º Festival de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA). Para já pouco se sabe, só mesmo que irá decorrer entre os dias 24 de Outubro e 9 de Novembro, no Fórum Luís de Camões, na Brandoa, subordinado ao tema "Tecnologia e Ficção Cientifica" e é tudo! Na falta de programa, podemos sempre especular sobre o que poderia acontecer para o FIBDA'2008 ser um grande festival. Não vou para aqui criar grandes expectativas, até porque já se sabe "que quanto mais se sobe, maior é a queda". O tema escolhido é um bom tema e bem aproveitado pode mostrar-se bastante ambicioso. Na faltam na banda desenhada exemplos de histórias e personagens de muita qualidade que podem proporcionar excelentes exposições. Desde dos clássicos “Dan Dare” e “Flash Gordon”, passando por “Valerian”, “John Difool” ou “Metabarões”, sem esquecer o mais recente “Universal War 1”, como exemplo de bd's publicadas entre nós, a oferta é muita e variada. A presença de qualquer um dos autores destas últimas histórias faria justiça à referência de "Internacional" que o nome do festival ostenta. E claro está, que existirão outras bd's nunca cá publicadas que poderão igulamente proporcionar otimas exposições. E exemplo do que acabei agora de referir, talvez seja dado pela presença, ao que apurei parece confirmada, do italiano Tanino Liberatore. Ainda que desconhecido entre nós, é autor de "RanXerox", uma BD ultra-violenta cujo principal personagem é um andróide feito de partes de máquinas de fotocópias da marca Rank Xerox (promete!!!). Este autor, para além de enquadrar perfeitamente na temática do festival, é coerente com a politica do FIBDA, ou seja, convidar autores praticamente desconhecidos e/ou sem qualquer obra publicada entre nós. Por vezes, as consequências são situações embaraçosas como as que tenho vindo a observar nos últimos anos, quando estes ilustres desconhecidos passam horas sentados nas sessões de autógrafos sem que ninguém lhes solicite o mais pequeno desenho. Com Tanino Liberatore, acredito que seja excepção, até porque, pelos exemplos que pesquisei no Google, o sua arte parece-me muito boa. Mas, confesso que preferia conhecer alguns dos autores que habitam nas prateleiras da minha bedeteca! Claro está que parte importante no sucesso de um festival, pelo menos na minha opinião, é as NOVIDADES. Sempre defendi que todo e qualquer festival de BD deve assumir-se como comercial. Obviamente, estando em Portugal, onde subsistem duas ou três editoras de BD, não se pode esperar muito. Na ASA (Leya) a maior, mais não seja pela qualidade de títulos que detém no seu catalogo, mas certamente não a melhor editora de BD, aparentemente as novidades são... DE PROFUNDIS, de Miguelanxo Prado, cujo lançamento já tinha sido anunciado para Setembro e a re-re-re-redição (ufa!) da colecção “Blake e Mortimer”!!! Convenhamos que é muito pouco para o que se espera desta editora de BD naquele que é só o maior festival de banda desenhada em Portugal! Assim, conto com a Vitamina BD e por um sinal de vida da Devir (José Carlos Fernandes?) para fazer compras. O resto é o habitual escoar de stocks a preços de saldos!!! Engraçado e talvez um factor de atracção e divulgação do FIBDA, fosse a invasão de Lisboa ou quiçá da cidade da Amadora por milhares de pequenos estrumpfes ou "smurfs", integrado no Euro Tour comemorativo do 50º aniversário destes pequenos duendes azuis, que tem visitados os mais variados festivais por essa Europa fora. Será que se lembram de nós? E vocês caros leitores, o que esperam do FIBDA’2008?

22 setembro, 2008

Blake e Mortimer.... OUTRA VEZ!

Com o final da colecção «Blueberry» a aproximar-se, o jornal Público em parceria com a ASA, fez anunciar que irá lançar uma nova colecção de BD, com início em Outubro, desta vez dedicada à série «Blake e Mortimer».
 
Uma colecção toda encadernada, capa dura, lombada de tecido, etc., etc. tudo muito bonito não fosse o pormenor desta série já ter sido anteriormente editada (pela Editorial Íbis/Editorial Verbo), reeditada (pela Bertrand), re-reeditada (pela Meribérica) e ainda re-re-reeditada (pelo Jornal Record). Aliás acho mesmo que não existe outra série em Portugal que tenha sido objecto de tantas reedições. E depois disto tudo será que existe por aí algum bedéfilo que ainda não tenha esta colecção? E com a crise e tanta gente que se queixa de pagar mais três ou quatro euros por um qualquer álbum de capa dura, será que é uma lombada bonita que justifica pagar cerca de € 7,90 por um álbum que facilmente se encontra em qualquer feira do livro que se preze a metade do preço? É impressão minha ou parece que em termos de produção de BD andamos a andar para trás? Com tanto material inédito para publicar, não seria altura da ASA olhar para a frente e dirigir a sua atenção no sentido de reparar a “herança” da Meribérica e completar colecções? Com tantos títulos em carteira é preciso andar a publicar "mais do mesmo"? Papel que podia ser aproveitados para, por exemplo, colecções ainda inéditas em Portugal!
 

 

13 setembro, 2008

Como organizar?

Um dos motivos pelo qual pouco tenho escrito aqui, deve-se ao facto da minha bedeteca pessoal ter atingido o ponto de saturação. Os álbuns e revistas de BD acumulavam-se em pilhas desorganizadas pelos cantos desta assoalhada transformada em escritório adaptado para bedeteca. Alguns álbuns pura e simplesmente não os encontrava. Com as últimas aquisições de mês passado, a integridade de algumas edições mais antigas começou a ficar em causa. A solução passava por optimizar o espaço disponível, ou seja, 10 prateleiras, cinco com um comprimento de 55 cm cada e outras cinco com 75 cm, para várias centenas de álbuns.
 
O princípio subjacente é "o espaço é um bem escasso", até porque não disponho mais prateleiras e por outro lado pretendia uma bedeteca funcional. E como organizar?
 
Se a primeira fase, a triagem, foi relativamente fácil, até pela questão do formato: franco-belga para um lado, americana/inglesa para o outro e a portuguesa fica aqui; a segunda, de arrumação nas prateleiras, revelou-se um verdadeiro jogo de paciência. Depois de separação, comecei pelo óbvio. Pela sua natureza e formato, as colecções "Série Ouro" e "Clássicos da BD" do Correio da Manha ocupam na perfeição uma prateleira de 75. Com espaço ainda para os nove volumes das "Obras-primas da BD Disney". Optimização perfeita! A BD americana/inglesa, em formato tpb, também se resolveu bem. Super-heróis e outras histórias convivem bem em duas prateleiras exclusivas, com a vantagem de sobrar espaço (pouco) para futuras aquisições. Quanto á BD portuguesa, colecções mais antigas não incluídas, o volume é reduzido. As edições de autores portugueses são dominadas, basicamente, por José Carlos Fernandes e Luís Louro. Meia prateleira de 55 cm e o caso ficou arrumado! Pelo seu elevado número de álbuns e pela diversidade de personagens, autores e géneros, o problema surgiu na BD franco-belga. Arrumo por ordem alfabética das personagens (Alix, Asterix, Blake & Mortimer,...), por género (western, ficção-cientifica, histórico,...), por autor ou por editora? Pessoalmente gostava de organizar por autor numa perspectiva de evolução histórica. Mas depois temos aqueles autores (por ex. Van Hamme) de vários personagens (Thorgal, Largo Winch, etc) ou então a mesma personagem por vários autores (Blake e Mortimer) ou ainda autores de diferentes géneros (Giraud/Moebius). E histórias há que nem as sei situar. E depois há aquela eterna questão: argumentista ou desenhador? E o que fazer com aqueles que se assumem ora como argumentistas ora como desenhadores em diferentes séries (Giroud)? E se fosse por editoras, ficava bem colocar depois do "ALIX" (das Edições 70) o "Torpedo 1936" (da Futura)? E os tamanhos? O que dizer dos 31,5 cm de altura da série “Bouncer” da ASA comparado com os 29 cm da série “Blueberry” da Meribérica. Porque onde cabe a Meribérica não cabe a ASA. Quem diria que dois centímetros faziam toda a diferença! Com tantas condicionantes, adoptei o critério... de não ter critério. Arrumei, tendo em conta os formatos, as personagens, numa lógica mais ou menos respeitadora da época onde decorre a acção, tentando não separar muito álbuns do mesmo autor, mas não obrigatoriamente por esta ordem. O resultado final é o Tintim a seguir ao Asterix, o Corto Maltese “entalado” entre o Alix e o Spirou, o Jeremiah entre o Valerian e o XIII, entre outros. Primeiro estranha-se depois entranha-se! Uma das consequências desta arrumação, foi uma pilha enorme de sobras de BD, que irei colocar à venda num futuro próximo num qualquer site de leilões on-line. Já agora, como é que vocês organizam a vossa bedeteca?