06 março, 2010

Alix - As 5 primeiras capas

Como já é sabido, no próximo dia 17 de Março, o jornal Público dará inicio à nova colecção de BD, desta vez dedicada a ALIX, uma criação imortal do recentemente falecido Jacques Martin
 
Recomendada pelo Plano Nacional de Leitura, a colecção composta por um total 16 álbuns, tudo reedições do que foi anteriormente publicado pela editora Edições 70.
 
Ficam aqui as imagens das primeiras capas. Chamo só a atenção para a curiosidade do volume 3 “A Ilha Maldita” se apresentar com uma capa inédita por cá. 

01 março, 2010

Agenda Bedéfila de Março

A “agenda” é uma rubrica deste blogue que tem um carácter intermitente, i.e., a sua publicação está dependente da existência de um n.º significativo de eventos bedéfilos que estejam programados para ocorrer nesse mês. Pelo que consegui apurar, Março justifica uma agenda, e é a que se segue:
  • Dia 4 – Lançamento da revista “Zona Fantástica” por volta das 18h30, no Rivoli Teatro Municipal, na cidade do Porto.
  • Dia 4 - Lançamento do álbum "Borgia - O Poder e o Incesto" da ASA.
  • Dia 8 – Nas bancas, a 14º figura de chumbo da colecção DC Comics Super-Heróis – figura do Robin.
  • Dia 17 – Sai com o jornal Público, o 1º álbum da colecção ALIX - “Alix, o Intrépido”
  • Dia 22 - Nas bancas, a 15º figura de chumbo da colecção DC Comics Super-Heróis – figura da Starfire.
  • Dia 24 – Sai com o jornal Público, o 2º álbum da colecção ALIX – “A Esfinge de Ouro”
  • Dia 31 – Sai com o jornal Público, o 3º álbum da colecção ALIX – “A Ilha Maldita”

Esta agenda encontra-se em estado de "permanente actualização", pelo apelo se algum leitor tiver conhecimento de algum evento de natureza bedéfila que não conste desta agenda, agradeço desde já a informação via caixa de comentários.

28 fevereiro, 2010

Héctor Gérman Oesterheld, O Homem como Unidade de Medida

O Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI) vai promover no próximo dia 6 de Março, pelas 15 horas, um Encontro para assinalar o encerramento da exposição Héctor Gérman Oesterheld, O Homem como Unidade de Medida. Esta exposição que fez parte da programação descentralizada do 20º Amadora BD, deu a conhecer a vida e obra deste autor argentino. Pretende-se neste Encontro – que através de videoconferência contará com a participação dos comissários da exposição que se encontram nas cidades de Buenos Aires e Milão – abordar um conjunto de questões no âmbito da banda desenhada, designadamente, o argumento na BD, a relação entre escritores e desenhadores, a arte de narrar de HG Oesterheld, a sua importância na historieta argentina e a influência que teve em sucessivas gerações de artistas em todo o mundo, mas não ficar apenas por aí. O encontro, que decorrerá nas instalações do CBBDI (Avenida do Brasil 52-A, Amadora), terá a participação, de João Miguel Lameiras, Pedro Moura, Maria José Pereira, António Amaral, David Soares, entre outros, sendo moderado por Pedro Mota.

26 fevereiro, 2010

Zona Fantástica

Começa hoje a 30ª edição do Fantasporto, festival de cinema que se realiza anualmente na cidade do Porto. Atendendo à sua temática, dedicado ao cinema fantástico, o evento deste ano é aproveitado para o lançamento da nova revista Zona. A “Zona” é um interessante projecto que visa através de publicação contribuir para a divulgação do trabalho de novos autores de banda desenhada. Assim, depois das edições de “Zona Zero” e “Zona Negra” publicadas em 2009, surge então agora a terceira revista intitulada “Zona Fantástica”.
Tenho acompanhado o evoluir deste projecto através das “Zonas” anteriores, e notei uma melhoria qualitativa substancial do primeiro número para o segundo, não sé em termos de desenho como das histórias apresentadas. Agora tendo como fundo uma temática tão rica como o “fantástico” e contando com a participação de 34 autores, entre os quais o amigo Bongop que se estreia na qualidade de autor de BD (como argumentista) numa “Descida ao Inferno”, posso dizer que estou com alguma expectativa para ler este novo número. O índice apresenta-nos um total de 80 páginas.
Para os interessando em assistir ao lançamento oficial, que contará certamente com a presença de alguns dos autores, indico que a mesma está agendada para o próximo dia 4 de Março, por volta das 18:30, no Espaço Cidade do Cinema instalado no exterior do teatro Rivoli, na cidade do Porto.
Boas leituras!

Batman vence SuperHomem

O incrível mundo da banda desenhada continua a surpreender. Depois dos elevados valores pagos em leilões europeus, realizados no ano passado, por obras de autores como Hugo Pratt, Bilal, Moebius, entre outros, surge agora a noticia que no outro lado do Atlântico, num curto espaço de tempo, o recorde do valor pago por um único comic, foi batido por duas vezes.

No inicio da semana, um exemplar do comic Action Comics #1 de 1938, com a primeira aventura do Super-Homem, avaliado numa escala de conservação com 8.0 em 10, foi vendido pela espantosa quantia de $1,000,000 (um milhão de dólares) batendo assim um antigo recorde do valor pago por um outro exemplar da mesma revista.
Surpreendentemente, três dias depois, um exemplar do comic Detective Comics #27 de 1939, onde surge pela primeira vez Batman (ver imagem), também avaliado em 8.0 em 10, com um preço de capa de 10 cêntimos, é vendido pelo valor de $1,075,500 (um milhão setenta e cinco mil e quinhentos dólares) vencendo assim o Super-Homem e tornando-se na publicação de BD mais cara de sempre, pelo menos até.... hoje!

Relacionado com a temática do valor da BD também se pode ler aqui.

21 fevereiro, 2010

Revista CHT

Após alguma ausência - mea culpa - retomo então a actividade neste blogue, com “obrigação” de voltar aqui a escrever com uma maior regularidade. Desta vez, vou falar de um interessante projecto, com origem aqui no país vizinho Espanha. Trata-se da revista CHT, um curioso título, que junta as iniciais de Cómic, Historietas, Tebeos e que deve a sua origem ao blogue espanhol com o mesmo nome. O seu primeiro número, oficialmente o n.º 0, que recebi esta semana pelo correio, pode ser solicitado de forma gratuita através daqui.

Introduzindo a revista, pode-se dizer que sobressai desde logo a forma cuidada como se apresenta, não só ao nível do papel utilizado, mas também pelo seu formato franco-belga e pela grande utilização de imagens. Este número exibe na capa uma magnífica ilustração (ver imagem à esquerda) da autoria de Alex Raymond, criador de Flash Gordon, para o cartaz do filme de “Captain Blood” (de 1935) protagonizado por Errol Flynn. Depois são 36 páginas dedicadas a BD, donde se destaca um extenso dossier (14 páginas) dedicadas à obra “A Mulher do Mágico” de Jerome Charyn e François Boucq, onde esta história é completamente dissecada. Acresce ainda textos sobre Antonio Hernandez Palacios e o seu “El Cid”, sobre Alex Raymond e o seu trabalho de ilustrador, excelentemente acompanhado por cerca de duas dezenas de desenhos e ainda sobre Carlos Meglia e o crossover “Superman/Tarzan” para a americana DC.

CHT 0 Alex Raymond

Ainda não li tudo por completo, até porque o meu castelhano não é dos melhores, mas digo-vos que pela amostra, a primeira impressão é extremamente positiva. É certo que me vou tornar assinante, até porque a venda só é feita por assinatura. Mais detalhes: a revista anuncia-se de periodicidade trimestral e com um total de 60 páginas. O próximo número (n.º 1) previsto para Março dá destaque a “Mort Cinder” a obra-prima de Hector Oesterheld e Alberto Breccia. Para Junho está previsto um número extra dedicado a “Príncipe Valente”. Boas leituras!

Revista CHT

Após alguma ausência - mea culpa - retomo então a actividade neste blogue, com “obrigação” de voltar aqui a escrever com uma maior regularidade. Desta vez, vou falar de um interessante projecto, com origem aqui no país vizinho Espanha. Trata-se da revista CHT, um curioso título, que junta as iniciais de Cómic, Historietas, Tebeos e que deve a sua origem ao blogue espanhol com o mesmo nome. O seu primeiro número, oficialmente o n.º 0, que recebi esta semana pelo correio, pode ser solicitado de forma gratuita através daqui.

Introduzindo a revista, pode-se dizer que sobressai desde logo a forma cuidada como se apresenta, não só ao nível do papel utilizado, mas também pelo seu formato franco-belga e pela grande utilização de imagens. Este número exibe na capa uma magnífica ilustração (ver imagem à esquerda) da autoria de Alex Raymond, criador de Flash Gordon, para o cartaz do filme de “Captain Blood” (de 1935) protagonizado por Errol Flynn. Depois são 36 páginas dedicadas a BD, donde se destaca um extenso dossier (14 páginas) dedicadas à obra “A Mulher do Mágico” de Jerome Charyn e François Boucq, onde esta história é completamente dissecada. Acresce ainda textos sobre Antonio Hernandez Palacios e o seu “El Cid”, sobre Alex Raymond e o seu trabalho de ilustrador, excelentemente acompanhado por cerca de duas dezenas de desenhos e ainda sobre Carlos Meglia e o crossover “Superman/Tarzan” para a americana DC.

CHT 0 Alex Raymond

Ainda não li tudo por completo, até porque o meu castelhano não é dos melhores, mas digo-vos que pela amostra, a primeira impressão é extremamente positiva. É certo que me vou tornar assinante, até porque a venda só é feita por assinatura. Mais detalhes: a revista anuncia-se de periodicidade trimestral e com um total de 60 páginas. O próximo número (n.º 1) previsto para Março dá destaque a “Mort Cinder” a obra-prima de Hector Oesterheld e Alberto Breccia. Para Junho está previsto um número extra dedicado a “Príncipe Valente”. Boas leituras!

02 fevereiro, 2010

Lançamentos da ASA para 2010

Com base na variada informação que se encontra dispersa pela internet, já é possível ter-se uma ideia do plano editorial bedefilo, do mais relevante na minha opinião, da ASA para o corrente ano. E as notícias são boas! Assim, para além das reedições já anunciadas, tais como Alix, em parceira com o jornal Público, ou o regresso de Tintin, do qual ainda se desconhece pormenores, junta-se agora uma colecção de Corto Maltese, numa edição cartonada, a cores, num formato ligeiramente inferior ao formato franco-belga, semelhante à publicada pela editora Casterman. Depois temos a ASA a apostar na continuação das series de qualidade cujos direitos fazem parte do seu catalogo, com a publicação de volumes 2 e 3 da série Borgia, de Manara e Jorodowsky, do quarto álbum de Blacksad, de Canales e Guarnido, a segunda e conclusiva parte de A Teoria do Grão de Areia, de Schuiten e Peeters e ainda a série Murena, de Dufaux e Delaby. Não é certo mas é falada a publicação ainda este ano de Animal’z, a visão sombria do futuro do nosso planeta, assinada e desenhada pelo desconcertante Bilal.

E pelo que foi possível apurar, o calendário destas publicações (não confirmado), é o que se segue:

Para Fevereiro:
Para Março:
  • Borgia – vol. 2
  • Blacksad – vol. 4
Para Maio:
  • Borgia - vol. 3
Em data ainda desconhecida:
  • A Teoria do Grão de Areia – vol. 2
  • Murena
  • Animal’z
  • Tintin

21 janeiro, 2010

«Alix» na nova colecção do Público

A coincidir com a triste noticia do falecimento do autor Jacques Martin, o jornal Publico revelou hoje que a série ALIX, que conta as aventuras de um jovem gaulês no tempo da Antiga Roma, será a próxima colecção de banda desenhada a ser editada no âmbito parceria ASA/Público.
 
A Colecção «Alix» terá inicio em Março, será composta exclusivamente pela reedição dos álbuns publicados pelas Edições 70, num total de 16 álbuns, de capa mole, com um preço de capa de € 6,40 a partir do 3º álbum , uma vez que os dois primeiros volumes terão um preço promocional de lançamento de € 4,95.
 
Devo dizer sobre esta colecção, que se trata, primeiro de um excelente trabalho de Jacques Martin, que nos traz Roma Antiga retratada com rigor, mas que peca se tratar exclusivamente da reedição de álbuns, não apresentando qualquer inédito.
 
Por outro lado, apresenta-se também com faltas. O  11º álbum desta colecção corresponde ao 13º álbum da colecção original; o 12º corresponde ao 14º álbum da colecção original; o 13º corresponde ao 15º da colecção original; o 14º corresponde ao 16º da colecção original; o 15º ao 18º da colecção original e finalmente o 16º ao 19º da colecção original. Editar 16 álbuns numa cronologia de 19 não se percebe.
 
No meio disto tudo, salva-se o facto da nova colecção poupar à leitura e ao desgaste os antigos álbuns das Edições 70. É o chamado prémio de consolação!

 
 
Fica a listagem completa dos títulos que compõem a colecção «Alix»:
  1. Alix o Intrépido (corresponde ao n.º 1 na colecção original)
  2. A Esfinge de Ouro 
  3. A Ilha Maldita
  4. A Tiara de Oribal
  5. Garra Negra
  6. As Legiões Perdidas
  7. O Último Espartano
  8. O Túmulo Etrusco
  9. O Deus Selvagem
  10. Iorix, O Grande 
  11. O Espectro de Cartago 
  12. O Deus Vulcão 
  13. Herkios, o Jovem Grego 
  14. A Torre de Babel (n.º 16 da colecção original)
  15. Vercingétorix (n.º 18)
  16. O Cavalo de Tróia (n.º 19)

Jacques Martin (1921-2010)

Este inicio de ano está a ficar irritavelmente marcado pelo desaparecimento de grandes nomes da bd franco-belga.

Primeiro foi Tribet, e hoje é a triste notícia da morte de um dos últimos desses grandes nomes: Jacques Martin.

Excelente desenhador, criou, entre outros, a popular série ALIX, com vendas totais superiores a 15 milhões de álbuns, cuja acção decorria na Antiga Roma, e que se caracterizava pelo enorme rigor histórico que o seu autor a delineou.

Na colecção original, ALIX conta publicados um total de 28 álbuns, dos quais 21 encontram-se publicados em Portugal, através das Edições 70 (dezanove álbuns) e ASA (dois álbuns).

13 janeiro, 2010

Kick-Ass

Tenho por regra, só falar aqui no blogue de edições de bd’s publicadas em língua portuguesa, o que não invalida que por vezes sinta necessidade de destacar uma qualquer edição estrangeira. Hoje é uma dessas excepções. A razão é simples: divirto-me a ler o comic e a história foi adaptada ao cinema. O filme é um dos mais esperados por mim para ver este ano. O seu nome, como já puderam observar, é “Kick-Ass”.

Com o selo da ICON da editora MARVEL, surge-nos a história de Dave Lizewski, um normal estudante de liceu igual a tantos outros, fan de super-heróis, que inspirado nos comics que lê, resolve tornar-se ele próprio num super-herói de verdade. “Why do people want to be Paris Hilton and nobody wants to be Spider-man?” interroga-se. Afinal, vestir uma máscara e ajudar as pessoas tão deve ser assim tão difícil. Mas Dave, logo na sua primeira confrontação, é fortemente espancado e esfaqueado por um gang e na atrapalhação da fuga é ainda atropelado por um carro. Após uma longa recuperação, retoma a sua dupla identidade, e após uma, desta vez, bem sucedida intervenção, torna-se objecto de curiosidade por parte da comunicação social e colecciona fans na sua página na internet. É desta vida dupla e do mediatismo que lhe proporciona que Dave se alimenta. Nasce aqui “Kick-Ass”. Um super-herói sem poderes movido por uma vontade férrea de combater o crime. E uma coisa leva a outra e “Kick-Ass” conhece outros “vigilantes” (destaco aqui a pequena Hit-Girl) que se movem por uma vontade mais forte. E o que se segue são explosões de violência que terminam invariavelmente em banhos de sangue. “Kick-Ass” é uma história brutal, ultra-violenta, com sequências de imagens dos confrontos entre o “bem” e o “mal” a atingirem níveis extremos, como nunca vi em banda desenhada. Vale tudo!

Mark Millar (Wanted) explora a ideia da existência de “super-herois” num mundo real, numa narrativa pretensamente realista, mas cujo o resultado conseguido, invariavelmente subverte algumas regras, se falarmos de capacidade humana e dos seus limites, sobretudo em termos de capacidade de fazer e principalmente capacidade de sofrer. Com a violência que o desenho (este sim realista) do excelente John Romita Jr. (Amazing Spider-Man) nos transmite, não é credível que qualquer pessoa humana, depois de fortemente espancada, esfaqueada e brutalmente atropelada, numa forte sequência, ainda sobreviva para contar a história. Mas no mundo da banda desenhada, esta história de extremos, com múltiplas referências ao universo dos super-heróis de papel, é de leitura deliciosa e intensa!

Segue-se a (inevitável) adaptação ao cinema, que não sei se visualmente será tão forte como o comic, mas que espero que seja uma boa e credível adaptação. Para já as garantias são dadas por Matthew Vaughn na realização e por um elenco com os nomes de Nicolas Cage, Chloe Moretz, Aaron Johnson, Christopher Mintz-Plasse, Mark Strong e Xander Berkeley. A estreia do filme nos Estados Unidos está prevista para Abril deste ano. Em Portugal ainda não está agendada… mas vai estar!

Se despertei a vossa curiosidade, regozijai-vos:




06 janeiro, 2010

O ESTADO DA ARTE EM 2009

Começo por concluir que não foi um ano particularmente rico em termos de edição bedéfila, mas que trouxe álbuns de muita qualidade. Ainda que persista a política de reedições, que em meu entender e com algumas excepções, pouco valor trazem, a mais-valia foi que se inverteu uma tendência do que se verificou em 2008. Tivemos mais novidades e menos reedições. E a cereja no topo do bolo foi que se fecharam algumas colecções. Sem querer ser exaustivo, passo então revista ao ano que findou!
 
É sabido que em Portugal, é a ASA, por força do seu catálogo, que marca o ritmo. Bem, se o marcou foi um ritmo lento. Em doze meses do ano, tivemos, feitas as contas… uma mão-cheia de novos álbuns estrangeiros. Não é mau mas é pouco. Por razões diferentes destaco aqui alguns. O excelente “A Teoria do Grão de Areia – Tomo 1” que marca o regresso da dupla Schuiten e Peeters ao universo arquitectónico das “Cidades Obscuras”, série que figura no panteão do melhor que a BD franco-belga tem produzido. É indiscutivelmente uma das edições do ano e inclusive, foi a vencedora do prémio na categoria do “Melhor Álbum Estrangeiro" no 20º Amadora BD. A segunda e conclusiva parte da história é aguardada para o corrente ano. O “Quatro” de Enki Bilal, que, finalmente, encerrou a Tetralogia do Monstro (nota: 1ª série fechada) E uma palavra também para o sofrível álbum comemorativo do 50º aniversário de Asterix. Não pela falta de história só confirmou que Uderzo à muito que já chegou ao fim da linha (em tempos de renovação, aguarda-se agora por melhores álbuns desta personagem), mas porque o intitulado “Livro de Ouro” foi um campeão de vendas em Portugal em 2009. Depois da primeira edição (anunciada) de 60.000 exemplares, já vi à venda uma 2ª edição. Para o álbum que é só me oferece dizer que estes lusitanos devem estar doidos!!! A parceria ASA/Público continuou e produziu a oportuna colecção “Passageiros do Vento” de Bourgeon que trouxe dois álbuns inéditos, sendo que o 2º é lançado amanha e fecha a colecção (nota: 2ª série fechada). Quanto à colecção “Clássicos do Tintin”, considero-a perfeitamente dispensável, porquanto a edição de histórias soltas “canta mas não encanta”. A edição de autores nacionais continua tímida. A aposta da ASA, foi para “BRK”, que marcou a estreia de uma nova dupla, Filipe Pina (argumento) e Filipe Andrade (desenho) e “Asteroid Fighters – O inicio” de Rui Lacas. Enquanto que no primeiro caso, estamos perante uma história com uma linha narrativa oca, onde nada evolui mas que é compensado com uma boa parte gráfica; no segundo álbum verifica-se precisamente o contrário, um argumento interessante, de rápido desenvolvimento, mas com pranchas onde o desenho por vezes raia o sofrível. Lacas já nos habitou a bem melhor. Teria assim de juntar o melhor dos dois para se obter um bom álbum de BD nacional. Como em ambos os casos, a conclusão das histórias deixa em aberto uma possível continuação, devo dizer que a fasquia da qualidade terá ser elevada para que se justifique os segundos volumes.
 
Pela mão da KingpinBooks, fica o lançamento de “Mucha” de David Soares, Osvaldo Medina e Mário Freitas, um curto registo de terror, numa interessante história de repulsa, bem suportada no desenho de Osvaldo, que merecia um melhor desenvolvimento com um outro final, mais, talvez, arrepiante.
 
Verificou-se também uma tendência para o aumento da publicação de bd’s de temáticas com o patrocínio de Câmaras Municipais, com o objectivo declarado de dar a conhecer figuras, lendas e histórias que fazem parte do nosso património cultural. Moura, Arronches, Amarante ou Tomar são alguns dos felizes exemplos.
 
Bastante discretas mas activas estiveram as editoras BDMania/VitaminaBD. A primeira que continua a explorar o universo Marvel, lançou, entre outros, uma luxuosa edição de “Marvels” de Kurt Busiek e Alex Ross, a origem do universo Marvel (re)vista pelo olhar do cidadão comum. De leitura obrigatória; a segunda, continua muito bem a dispor do seu catalogo franco-belga. Primeiro, com “Matteo” de Gibrat, continuou com a conclusão da série “O Diabo dos Sete Mares” de Hermann (nota: 3ª série fechada) e terminou o ano em beleza com o regresso do universo Incal, com os álbuns “As Armão do Metabarão” e o primeiro volume de “Final Incal”. Uma palavra também para o incansável Manuel Caldas, e o seu incondicional amor pelos clássicos da BD, que nos deu a ler “Tarzan dos Macacos” a primeira aventura desenhada desta personagem; o segundo álbum de “Lance” que prima pelo magnifico trabalho de restauração de cores; e “Krazy Kat” ou como repetindo exaustivamente a mesma situação se cria uma das mais invulgares strip comics alguma vez desenhadas.
 
Em resumo, um ano pautado mais pela qualidade do que pela quantidade e que haja mais assim!
E o que esperar para 2010?
 
 A avaliar pelas intenções já manifestadas, as perspectivas são de + boa leitura. Da parte da ASA, começa já amanha, conforme referido, com a publicação de "A Menina de Bois-Caïman - livro 2", o sétimo e último álbum da colecção “Passageiros do Vento”. Depois segue-se "Borgia 2" cuja edição já constava no plano editorial da editora para 2009. É também é quase certa a edição da “Teoria do Grão de Areia – Tomo 2” até porque os autores serão convidados do 21º Amadora BD. Teremos ainda uma nova colecção (reedição, pois claro) pela parceria ASA/Público. Para a VitaminaBD esperam-se as conclusões de “Universal War” e de “Incal Final”. A KingpinBooks já anunciou o lançamento da conclusão de “A Fórmula da Felicidade”. E depois em ano de comemoração do Centenário da Republica, é certo que não faltarão edições associadas ao tema. Portanto renovam-se os motivos de interesse. Para finalizar, deixo então registadas a minha escolha dos Melhores Álbuns editados em Portugal ao longo de 2009:
  • A Teoria do Grão de Areia – Tomo 1, de Schuiten e Peeters, ASA
  • Matteo, de Gibrat, VitaminaBD
  • Marvels, Kurt Busiek e Alex Ross, BDMania
  • Colecção “Passageiros do Vento”, de François Bourgeon, Publico/ASA
  • Krazy+Ignatz+Pupp: Uma Kolecção de Pranchas a Kores, de George Herriman, Libri Impressi
Boas Leituras!

04 janeiro, 2010

Tibet (1931-2010)

O ano de 2010 começa com triste notícia do falecimento do autor Gilbert Gascard, mais conhecido no mundo da banda desenhada franco-belga pelo pseudónimo de Tibet.

Versátil, elegante e incansável desenhador, criou em 1955, juntamente com André-Paul Duchâteau, o repórter detective Ric Hochet, cujas aventuras contam com mais de 70 álbuns publicados.

Entre nós, as aventuras de Ric Hochet têm sido publicadas de forma bastante irregular. O primeiro álbum foi editado em 1972 pela Bertrand que posteriormente editou mais quatro aventuras, seguiu-se depois a Edições Dom Quixote (2 álbuns), Futura (mais 2 álbuns), Correio da Manha (volume com 4 aventuras) e mais recentemente, em 2009, através da colecção “Clássicos da Revista Tintin” foram publicadas mais duas aventuras.

Para recordar Tibet, o melhor é ler Ric Hochet, pelo que deixo aqui a lista completa dos álbuns publicados em Portugal com a indicação da respectiva editora e ano de publicação:

- Ric Hochet contra o Carrasco (Bertrand, 1972)
- Os 5 fantasmas (Bertrand, 1972)
- Investigação no Passado (Bertrand, 1974)
- O Monstro de Noireville (Bertrand, 1975)
- Os signos do medo (Bertrand, 1976)
- Operação 100 Biliões (D. Quixote, 1983)
- Fantasma do Alquimista (D. Quixote, 1983)
- Alerta Extraterrestres (Futura, 1988)
- Inimigo através dos séculos (Futura, 1989)
- Os Espectros da Noite / O Escândalo Ric Hochet (Colecção Série Ouro – Correio da Manha, 2005) (*)
- Uma Armadilha para Ric Hochet / Ric Hochet contra “O Serpente” (ASA/Público, 2009)


(*) O volume 10 – Ric Hochet da colecção Série Ouro do Correio da Manha, inclui ainda as histórias "Investigação no Passado" e "Inimigo através dos Séculos".

02 janeiro, 2010

Tarzan dos Macacos


Uma das propostas de leitura do ano que passou, foi a edição em capa mole pela Libri Impressi de Manuel Caldas, da primeira adaptação a banda desenhada do conto “Tarzan dos Macacos”, de Edgar Rice Burrroughs, por Harold R. Foster, criador do Príncipe Valente, e que foi publicado inicialmente em tiras de jornais em Março de 1929.

É um álbum importante porque vem colmatar uma falha na edição bedéfila nacional, porque não obstante as aventuras de Tarzan terem sido publicadas nas mais variadas colecções e editoras – a estreia aconteceu nas páginas do Diabrete em Outubro de 1941 – a verdade é que a primeira história encontrava-se ainda inédita em português.

Considerada como a primeira banda desenhada realista, Tarzan dos Macacos, mostra-nos um Foster em inicio de carreira, com um traço bruto, a preto e branco, ainda bastante longe do recorte fino e perfeccionista que anos mais tarde irá aplicar nas aventuras do Príncipe Valente. A verdade é que Foster soube interpretar bem o conto de Burroughts imprimindo-lhe, através de um desenho expressivo, uma dinâmica de aventura onde a força das imagens quase que dispensam o texto que dirige a narrativa, no rodapé de cada vinheta. A história de Tarzan é um clássico. Um rapaz criado na selva pelos grandes símios africanos, que conquista o seu lugar dentro da tribo, e que resolve iniciar uma procura pela sua verdadeira identidade, acabando no fim por retornar aquela que considera ser a sua casa.

Já possuía uma versão desta história - edição brasileira da EBAL de 1975, intitulada “A Primeira Aventura de Tarzan aos Quadradinhos” - pelo que por comparação, percebo o trabalho de restauração levado a cabo por Manuel Caldas, que conforme explica recorreu a quatro fontes diferentes - as tiras originais perderam-se no tempo - para que tivesse sido possível apresentar as vinhetas com a qualidade de impressão que exibem nesta edição.


Resulta assim desta edição da primeira aventura de Tarzan, uma leitura bastante agradável, com um único senão derivado da opção do editor em dispor as tiras na vertical ocupando assim duas folhas. Seguindo a tendência natural de ler uma página de cada vez, faz com que se salte a meio de uma tira para o inicio de outra, sem se ter concluído a leituras de todas as vinhetas. Torna-se confuso enquanto não nos mentalizamos desta arrumação.

Tarzan dos Macacos
Autor: Harold R. Foster (desenho)
Álbum único, capa mole, preto e branco
Edição Libri Impressi, Novembro de 2009


A minha nota:

Tarzan dos Macacos


Uma das propostas de leitura do ano que passou, foi a edição em capa mole pela Libri Impressi de Manuel Caldas, da primeira adaptação a banda desenhada do conto “Tarzan dos Macacos”, de Edgar Rice Burrroughs, por Harold R. Foster, criador do Príncipe Valente, e que foi publicado inicialmente em tiras de jornais em Março de 1929.

É um álbum importante porque vem colmatar uma falha na edição bedéfila nacional, porque não obstante as aventuras de Tarzan terem sido publicadas nas mais variadas colecções e editoras – a estreia aconteceu nas páginas do Diabrete em Outubro de 1941 – a verdade é que a primeira história encontrava-se ainda inédita em português.

Considerada como a primeira banda desenhada realista, Tarzan dos Macacos, mostra-nos um Foster em inicio de carreira, com um traço bruto, a preto e branco, ainda bastante longe do recorte fino e perfeccionista que anos mais tarde irá aplicar nas aventuras do Príncipe Valente. A verdade é que Foster soube interpretar bem o conto de Burroughts imprimindo-lhe, através de um desenho expressivo, uma dinâmica de aventura onde a força das imagens quase que dispensam o texto que dirige a narrativa, no rodapé de cada vinheta. A história de Tarzan é um clássico. Um rapaz criado na selva pelos grandes símios africanos, que conquista o seu lugar dentro da tribo, e que resolve iniciar uma procura pela sua verdadeira identidade, acabando no fim por retornar aquela que considera ser a sua casa.

Já possuía uma versão desta história - edição brasileira da EBAL de 1975, intitulada “A Primeira Aventura de Tarzan aos Quadradinhos” - pelo que por comparação, percebo o trabalho de restauração levado a cabo por Manuel Caldas, que conforme explica recorreu a quatro fontes diferentes - as tiras originais perderam-se no tempo - para que tivesse sido possível apresentar as vinhetas com a qualidade de impressão que exibem nesta edição.


Resulta assim desta edição da primeira aventura de Tarzan, uma leitura bastante agradável, com um único senão derivado da opção do editor em dispor as tiras na vertical ocupando assim duas folhas. Seguindo a tendência natural de ler uma página de cada vez, faz com que se salte a meio de uma tira para o inicio de outra, sem se ter concluído a leituras de todas as vinhetas. Torna-se confuso enquanto não nos mentalizamos desta arrumação.

Tarzan dos Macacos
Autor: Harold R. Foster (desenho)
Álbum único, capa mole, preto e branco
Edição Libri Impressi, Novembro de 2009


A minha nota:

29 dezembro, 2009

Lançamento ASA: A Menina de Bois-Caïman – Livro 2

É oficial! E é talvez o primeiro lançamento do novo ano. Da série OS PASSAGEIROS, a continuação da história de Isa já tem data marcada, com a publicação do novo álbum A MENINA DE BOIS-CAÏMAN - Livro 2, de François Bourgeon no próximo dia 7 de Janeiro, numa edição da ASA juntamente com o jornal Público.

O ano é de 1863 e a Guerra da Secessão que opõe os Estados Confederados do sul ao resto dos Estados Unidos continua. Dos poucos locais seguros longe da guerra, está a quinta de Lananette, junto ao Mississipi, agora habitada pela quase centenária Isa e a sua bisneta Miss Zabo. Isoladas, as duas desenvolvem uma relação temperamental e divergente, mas tudo começa a melhorar quando Isa, aos poucos, lhe revela as dolorosas e dramáticas aventuras que assombram seu passado.

O novo álbum apresenta um preço de capa de € 9,90 e tem o mesmo formato dos que foram editados recentemente todos os anteriores álbuns na colecção Passageiros do Vento

Com este sétimo volume fica integralmente publicada em português, até à data, aquela que seguramente é uma das melhores histórias da banda desenhada franco-belga.

A emissão segue dentro de momentos...
A emissão segue dentro de momentos...

05 dezembro, 2009

Lançamentos 2


A editora VitaminaBD aproveitou também o 15º aniversário da “irmã” BDMania para lançar três novos álbuns. Começo por destacar o regresso à edição portuguesa do fantástico universo Incal, criado por Jodorowsky e Moebius. Dois dos novos álbuns centram-se exactamente neste mundo de ficção-cientifica: o one–shot As Armas do Metabarão do trio Jodorowsky, Charest e Janjetov, que conta a história do último descendente das casta dos Metabarões e a forma como reuniu em si as armas mais poderosas do universo; e o primeiro “Incal Final” intitulado Os Quatro John Difool de Jodorowsky e Ladrönn, que promete novas desaventuras do herói mais improvável do Universo John Difool, numa série que se espera a continuação.


O terceiro lançamento da editora é Vassya o mais recente álbum da excelente série A Herança de Bois-Maury, do belga Hermann, que conta as histórias dos vários membros da família Bois-Maury, e cuja acção decorre durante a Idade Média. Recordo aqui, que apesar da série não estar totalmente editada em Portugal, os dois anteriores álbuns (“Rodrigo” e “Dulle Griet”) foram já publicados por esta editora.

Boas Leituras!

Lançamento BDMANIA: MARVELS

De volta aqui às lides bloguísticas para informar que o mês de Dezembro começou com boas notícias para os leitores de banda desenhada.

A BDMANIA decidiu celebrar o seu 15º aniversário da melhor maneira e lançou agora uma luxuosa edição do clássico «MARVELS», escrito por Kurt Busiek e magnificamente desenhado por Alex Ross, uma obra incontornável na banda-desenhada americana.

«Marvels» mostra o inicio do universo Marvel Comics, sob o olhar de um jovem fotojornalista, que em 1939, é testemunha privilegiada do aparecimento de nova ordem com o surgimento de indivíduos dotados de estranhos poderes, que mais tarde serão conhecidos por super-herois.

De leitura obrigatória e com lugar cativo em qualquer boa bedeteca.

Ficha técnica:
MARVELS
De Kurt Busiek e Alex Ross
Capa dura, cores.
ISBN 9789898046154
PVP: € 20,50
Editora BDMANIA