30/01/2021

Neste espaço vai nascer…

 
 … a minha nova Bedeteca. Após duras negociações caseiras consegui garantir uma parede inteira para acomodar a minha colecção de banda desenhada, pelo menos parte substancial dela. A minha capacidade de arrumação noutros locais da casa já tinha atingido o limite, com colecções divididas, álbuns dispersos, pilhas de livros. Resolvido o problema de espaço, a palavra de ordem agora por aqui nos próximos dias é confinamento organização. Para já a minha ideia inicial é ir arrumar seguido uma ordem muito própria: roma antiga, westerns, guerra, aventura, fantasia, ficção-cientifica, universo star wars, super-heróis, novelas gráficas, mangá, disney, autores portugueses, etc. Veremos se os diferentes formatos o permitem. Em simultâneo decorre o processo de catalogação, porventura o mais trabalhoso dos trabalhos. Vou finalmente saber de quantos livro se faz a minha bedeteca.

27/01/2021

Próximas publicações

 
Não obstante estes tempos incertos, algumas editoras vão revelando as suas intenções editoriais para o corrente ano, como é o caso da ARTE DE AUTOR, das poucas que editou em Janeiro, e que agora divulgou o seu plano para o 1º semestre de 2021.
 
Percebe-se que a ideia é de uma novidade por mês, o que me parece certo. A começar logo pelo segundo volume de «O Castelo dos Animais» (já lançado este mês). «Duke» e «Spaghetti Bros» são duas séries das quais teremos a sua continuação. E para os muitos leitores, que aquando do edição do álbum duplo que reunia os volumes 4 e 5 da série «Armazém Central», perguntavam se a editora iria recuperar os volumes anteriores, a resposta chega em Março com a (re)ediçao do primeiro volume «Marie». E mais, os volumes 2-3 e 6-7 estão previstos para o 2º semestre do ano.
 
Para Maio, teremos «Léna» numa edição integral que reúne os três álbuns já publicados em França, e o último título, «Apesar de tudo» traz-nos de novo Jordi Lafebre, o desenhador da série «Verões Felizes», e que aqui se estreia como autor completo. Digamos que caem todos muito bem numa boa bedeteca.
 
Outra editora que igualmente revelou o seu plano editorial, foi A SEITA. E se tenho a sensação que este ano será um "ano de westerns" (já sabem que foi aqui que leram primeiro), esta editora dá um forte contributo para tal.
 
A começar porque teremos o inicio daquela que será pela grande novidade que será uma colecção de álbuns «Tex» em formato franco-belga. O volume que marca a entrada do Ranger no catalogo da editora tem como titulo «A Chicotada» e conta com o argumento de Pasquale Ruju e desenhos de Mario Milano. O segundo volume da colecção, «O Homem das Pistolas de Ouro» assinado por Pasquale Ruju e desenhado por r.m. Guéra encontra-se igualmente previsto para este semestre.
 
Continuando com westerns, em Abril recebemos de braços abertos, «Procura-se Lucky Luke» o novo álbum de Mathieu Bonhomme (a capa, mais uma vez, está belíssima). Continuando nos franco-belgas, que já se sabe é uma das forte aposta da editora para este ano, teremos também «Drácula de Bram Stoker», uma adaptação do clássico literário, pelo autor Georges Bess.
 
Na colecção Aleph vai entrar «O Detective e o Caçador» uma saga em dois volumes e que reúne Dampyr e Dylan Dog, duas das mais populares personagens da Casa Bonelli.
 
Também não faltará BD portuguesa, com «Umbigo do Mundo» o primeiro volume da série de ficção-cientifica, assinado por Penim Loureiro e Carlos Silva. Para fechar o semestre, segue-se mais adaptação de um dos grandes textos universais, «Apocalipse: O Livro da Revelação de São João», adaptado à BD por dois grandes dos fumetti italianos, Alfredo Castelli e Corrado Roi.

Chamo só a atenção que alguns estes lançamentos poderão eventualmente sofrer alguns atrasos face ao previsto, motivado pelo estado de emergência a que o país se encontra sujeito.
 

26/01/2021

Lançamento DEVIR: Blue Exorcist - Vol. 20

O segundo lançamento deste mês da editora DEVIR é um novo livro da série «Blue Exorcist» que chega assim ao 20º volume da colecção. 

Uma vez que as vendas físicas de livros estão proibidas, a compra deste livro pode ser feita através da loja da editora, disponível aqui.
 
BLUE EXORCIST 20
Sucedem-se as festas na Academia da Verdadeira Cruz, Rin e os seus amigos preparam uma festa combinada de aniversário e de natal e recebem o convite para o casamento do irmão mais velho de Shima que irá realizar-se no Ano Novo, em Quioto. Mas, a tensão cresce entre Yukio e Rin que questionam as circunstâncias do seu nascimento, e quem a sua mãe era na realidade. Noutras paragens, Relâmpago continua a pressionar os suspeitos da sua investigação os Illuminati. mais cedo ou mais tarde, algo terá de ceder…
 
Ficha técnica:
BLUE EXORCIST - VOLUME 20
De KAZUE KATO
Capa mole, 126x190 mm, p/b, 212 páginas
ISBN 978-989-484-9
Preço: € 9,99
Edição DEVIR
 
 

24/01/2021

Lançamento ARTE DE AUTOR: O Castelo dos Animais, vol. 2 - As Margaridas do Inverno

 
Num deserto que nos encontramos de novas publicações, a ARTE DE AUTOR é um dos poucos oásis que subsistem. Depois da magnifica surpresa que foi o primeiro volume de «O Castelo dos Animais», eleita como uma das minhas melhores leituras de 2020, acabou-se a espera... para saber como pode o movimento não-violento d'as margaridas resistir.
 
A editora tem a partir de amanha disponível o segundo álbum, AS MARGARIDAS DO INVERNO. Chamo só a atenção que como o absurdo começa a tomar conta do país, com a proibição de vendas de livros  a clientes presenciais, as compras podem ser feitas através da loja do sitio da editora, que pode ser encontrada aqui.
 
AS MARGARIDAS DO INVERNO
O inverno conquistou o castelo. O clima é severo para os seus habitantes... Mas Miss B. e os seus amigos, o coelho César e o rato Azélar, não disseram a última palavra. Baptizado de "as Margaridas", o seu movimento continua. Para Miss B, derrotar a ditadura só pode ser feito evitando a mais terrível das armadilhas: a tentação da violência. Ela será capaz de convencer os seus amigos a resistirem pacificamente? O desafio parece muito difícil...
 
Ficha técnica:
O Castelo dos Animais, vol. 2 - AS MARGARIDAS DO INVERNO
Argumento de Xavier Dorinson e desenho de Félix Delep
Edição cartonada, formato 232x310, cores, 56 pags.
ISBN: 978-989-54827-6-4
PVP: € 20,50
Edição ARTE DE AUTOR

21/01/2021

Colecção RIO: Vol. 4 - Salve-se quem puder

Chega hoje ao fim, com a distribuição em banca do quarto e último volume, a colecção «RIO». Devo dizer que foi uma das belas surpresas da ASA no ano passado. Uma série que eu não conhecia, não esperava e que se veio a revelar uma das minhas escolhas para as melhores leituras de 2020.

«RIO» é uma excelente história de sobrevivência nas favelas do Rio de Janeiro magnificamente ilustrada. Acompanhamos uma profusão de personagens numa favela onde conseguimos respirar todo aquele ambiente submergido em toda aquela cultura brasileira de rua (graças ao excelente trabalho documental do desenhador Corentin Rouge). A narrativa traz-nos uma constante de violência fruto de uma realidade conhecida, da vida dos meninos de rua, do tráfico, dos gangues, da violência, da corrupção, da influência das ONGs, da ausência do Estado. Uma mistura explosiva que torna impossível ao leitor fazer qualquer antecipação. 

De leitura recomendada. 

SALVE-SE QUEM PUDER
Rio de Janeiro – Uma cidade onde a vida é uma luta!
Um jornalista fortemente escoltado sobe a escadaria da favela Beija-Flor para entrevistar o chefe local, que não é senão… Rúben! Com efeito, o jovem tornou-se popular ao criar mercados de alimentação e de medicamentos a preço reduzido para os desfavorecidos. Desde então é o líder de uma comunidade quase independente, para a qual mandou construir uma clínica gratuita e várias escolas, e estabeleceu um imposto baseado na redistribuição em massa dos lucros. Um verdadeiro êxito, que todavia não é tolerado à margem do sistema… O governo sente que vai progressivamente perdendo o controlo e prepara então uma verdadeira guerra de pacificação com o objectivo de se reapropriar das favelas. Beija-Flor servirá de exemplo.
 
 
 
 
Ficha técnica:
SALVE-SE QUEM PUDER
Colecção «RIO» - Volume 4 (de 4)
Argumento de Louise Garcia e Corentin, desenhos de Corentin Rouge
Capa dura, cores, 80 pags.
PVP: € 10,90
Editora ASA
 

19/01/2021

Lançamento DEVIR: The Promised Neverland - Volume 6

A DEVIR é das poucas editoras que vai contrariando a tendência deste inicio de ano e deste confinamento imposto. E tem dado noticias! A primeira foi a divulgação do seus "mais vendidos" de 2020. Sem surpresas as edições mangá ocupam as cinco primeiras posições. E também sem surpresas, até porque repete o primeiro lugar há três anos consecutivos, encontramos «My Hero Academy». Teve 3 volumes editados no ano passado. A surpresa surge na segunda posição, com o primeiro livro de «Death Note - Black Edition». Uma reedição em edição especial de um fantástico mangá. A fechar o pódio, temos «The Promised Neverland», com apenas dois volumes editados no ano passado, mas que chegaram para conquistar os leitores. O top completo apresenta-se assim:

E conforme referi a editora não entrou em confinamento de lançamentos, e a primeira novidade deste ano da editora é um novo volume. o sexto da série «The Promised Neverland». Disponível a partir de amanha nas lojas virtuais e no sitio da editora, porque já se sabe que as livrarias físicas propagam em demasia o vírus... da leitura!
 
THE PROMISED NEVERLAND - Volume 6
As crianças conseguiram escapar da casa de Grace Fields, mas os seus problemas ainda agora começaram. quando tentam encontrar um lugar seguro e escapar aos seus perseguidores, Emma, Ray e as crianças, conhecem uma rapariga misteriosa. terá vindo para ajudar ou é uma armadilha demoníaca? 
 
Ficha técnica:
THE PROMISED NEVERLAND - Volume 6
De KAIU SHIRAI e POSUKA DEMIZU
Capa mole, formato 12,6x19 cm, p/b, 200 páginas
ISBN: 9789895594825
PVP: € 9,99
Editora DEVIR

 

18/01/2021

Colecção Integral Astérix Salvat: Vol. 28 - A Zaragata

Beneficiando da excepção que permite que os pontos de venda em banca estejam abertos, a colecção «Asterix Integral» da SALVAT segue irredutível o seu caminho. Hoje encontramos à venda mais um novo volume, o 28º álbum, intitulado «A Zaragata». Um belo álbum a provar que já desde Roma Antiga nada como um "vírus" para semear a discórdia por toda a parte. Nos corredores do Senado romano, começa-se a criticar a impotência do Imperador face aos irredutíveis gauleses. César tem de dominar rapidamente os detestáveis dissidentes que o desafiam. Por isso, decide enviar para a Aldeia Tullius Venenus, um personagem ignóbil que semeia a discórdia por onde passa. A sua missão: semear a discórdia entre eles os gauleses, seguindo o lema “dividir para reinar”. Em breve, toda a aldeia fica virada do avesso, e corre o rumor de que Astérix teria vendido aos Romanos o segredo da poção mágica! Os Gauleses viram-se uns contra os outros, os peixes de Ordemalfabétix voam de todos os lados e a «guerra psicológica» causa estragos. Será o fim da Aldeia?
 

 

17/01/2021

Há um concurso de BD para ajudar a passar o tempo!

Recebo na caixa de correio um e-mail da CM de Odemira que dá conta da abertura das inscrições para o concurso de BD promovido por aquele município no âmbito da sua 15ª Mostra de Banda Desenhada. Infelizmente não tenho jeito para o desenho, mas para aquela malta talentosa é uma boa maneira para passar este tempo de confinamento. Para os interessados deixo aqui o respectivo regulamento. A data limite de inscrição é dia 19 do próximo mês. Inspirem-se e participem!

15/01/2021

Em estado ambíguo

O ano começou estranho. Inicialmente muita esperança, muitas editoras a revelarem parte dos seus planos editoriais para 2021, muitas e belas novidades anunciadas («Les Indes Fourbes», «Castelo dos Animais», «Spaghett Bros», «Murena», «Alix Senator») e… chega um novo confinamento. Na prática vai implicar tirar um mês às editoras e obrigar a ajustes nos lançamentos. Se o mercado na primeira semana de Janeiro mal mexeu, apenas duas novidades aqui e aqui, na segunda quinzena desconfio que nem abana.

A ASA já suspendeu a publicação das suas novidades previstas para este mês, o que significa que o novo álbum de Michel Vaillant, «Duelos», só para depois do confinamento. Não será a única editora neste caminho. E perante este novo cenário, arrisco-me a dizer que até meados de Fevereiro pouco ou nada vai acontecer. Ou então o “novo normal” passará por lançamentos nas redes sociais e a aposta nas vendas à distância. Depois temos a LEVOIR, ou melhor, não temos, porque desde Setembro que não há noticias. Sendo a editora que mais publicou por cá no ano passado, tenho dúvidas que “no news is good news” se aplique aqui.

E perante tempos tão incertos, o melhor também será não contar com a realização da edição deste ano do Coimbra BD, que abre a época dos festivais de banda desenhada em Portugal, e que provavelmente se realizaria nos inícios de Março. E a malta de Beja (um abraço para o Paulo e para a sua equipa) que deve estar a preparar o seu festival também devem estar a trabalhar na “corda bamba”.

Vou pondo as leituras em dia com a esperança que não há mal que sempre dure! 

07/01/2021

Colecção RIO: Vol. 3 - Carnaval Selvagem

Hoje temos nas bancas o terceiro e novo volume da colecção «RIO» que a ASA tem vindo agora a publicar no âmbito da parceria com o jornal Público.
 
Partindo de uma realidade muito brasileira, a narrativa aborda as questões de sobrevivência nas favelas, tornando interessante acompanhar o papel das ONG’s e perceber os interesses económicos e políticos por trás de tanta solidariedade, porque sabemos bem que “não há almoços grátis”. Tudo isto é excelentemente bem servido pela arte de Corentin Rouge, com um desenho expressivo e bastante dinâmico, que é difícil não gostar. Para mim tem sido uma bela surpresa estas leituras.
 
CARNAVAL SELVAGEM
Rio de Janeiro – Uma cidade onde a vida é uma luta!
O Carnaval está cada vez mais próximo e o Rio e as suas favelas estão em completa ebulição. Quanto a Rúben, vai recuperando com dificuldade da morte da sua irmã, enquanto gere a ONG do seu pai adoptivo, distribuindo víveres e medicamentos aos mais Desfavorecidos. É nesse contexto, porém, que descobre que, no seu meio, a fronteira entre política, ajuda humanitária e criminalidade é por vezes muito ténue. Os seus amigos de infância transformaram-se em traficantes e o próprio director da escola com que ele colabora está ligado a Mozar, o líder do gangue local. À medida que se vai fazendo luz sobre os assassinatos da sua mãe e da sua irmã, Rúben enterra-se cada vez mais na obscuridade…
 
Ficha técnica:
CARNAVAL SELVAGEM
Colecção «RIO» - Volume 3 (de 4)
Argumento de Louise Garcia e Corentin, desenhos de Corentin Rouge
Capa dura, cores, 80 pags.
PVP: € 10,90
Editora ASA
 
 

05/01/2021

Astérix vai fazer uma longa viagem e chega em Outubro

O novo álbum de aventuras de ASTÉRIX já está em marcha! De novo sob comando da dupla Jean-Yves Ferri (argumento) e Didier Conrad (desenho) que preparam o seu 5º álbum em conjunto. E mantendo a tradição da alternância, nesta 39º aventura os nossos heróis preparam-se para fazer uma viagem, longa viagem nas palavras do druida Panoramix. Agora onde e porquê são dois mistérios que os autores não querem desvendar para já e assim sendo que só em Outubro é que saberemos. 

A título de aperitivo antes do grande banquete, os autores divulgaram a primeira página da nova aventura. Como sempre tudo começa com uma calmo fim de tarde na aldeia.... e a aventura prossegue a 21 de Outubro nas livrarias nacionais.

04/01/2021

Colecção Integral Astérix Salvat: Vol. 27 - Astérix e o Caldeirão

A primeira edição de banda desenhada do ano já está nas bancas nacionais! Trata-se do 27º volume da colecção «Integral Asterix» da SALVAT, que nos traz a aventura «Astérix e o Caldeirão» criada por Goscinny e Uderzo e publicada originalmente em álbum em 1969. Conhecido pela sua coragem e honestidade, Astérix é incumbido de guardar um caldeirão cheio de sestércios entregue por Trocatintix, um chefe gaulês de uma aldeia vizinha que não quer pagar o imposto romano. Mas ao contrário do que seria de esperar, o caldeirão é roubado durante a noite. A aldeia fica desonrada. Astérix é banido e obrigado a partir. Acompanhado por Obélix, que é incapaz de abandonar o amigo, Astérix decide enfrentar um desafio inédito: trabalhar para ganhar dinheiro e voltar a encher o caldeirão!

03/01/2021

12 passas... em português para 2021

À semelhança da brincadeira que aqui fiz no ano passado, repito aqui os meus desejos bedéfilos que gostava de ver editado por cá. Confesso que este ano o "jogo" encontra-se um pouco viciado, porque alguns dos meus desejos já sei que se vão concretizar, como é o caso das duas primeiras capas que apresento.

«Le Chateaux des Animaux» e «Les Indes Fourbes». O primeiro é o segundo volume da colecção que a ARTE DE AUTOR nos trouxe no ano passado e que foi para mim uma das (belas) surpresas do ano. A editora já garantiu a sua edição ainda este mês. O segundo tem recebido excelentes criticas e conta com a arte de Juanjo Guarnido, o mesmo de «BlackSad». Teve a sua edição pela ALA DOS LIVROS prevista no ano passado, mas a pandemia atirou o seu lançamento para este ano. Estão garantidas!


 
O lançamento de um novo álbum de «Airborne 44», o 9º volume, encontra-se previsto, em França, para Abril de 2020. O autor, Phillppe Jarbinet, descobre que ainda tem mais histórias da 2º Grande Guerra para contar. A ASA, depois da colecção inicial, lançou os volumes 7 e 8 em 2020. Espera-se (espero) que agora acompanhe este lançamento. A seguir temos "westerns", uma das minhas temáticas de eleição. O "novo" «Blueberry» já um desejo do ano passado que não aconteceu. Renovo a fé. O mesmo acontece para «Jusqi'au Dernier». Reuniu igualmente óptimas criticas. Depois segue-se «Wild West». Um série dedicada às principais personagens do Oeste selvagem Americano. O primeiro volume é dedicado a Calamity Jane.
 
 
A capa que se segue é do terceiro volume da série «Undertaker». Jogo na antecipação. O segundo volume encontra-se confirmado pela ALA DOS LIVROS para este ano, eu desejo já o terceiro. É mais um western, ou melhor, um dos "westerns" de momento. Traz-nos uma dupla em grande forma Xavier Dorison/Ralph Meyer. E continuando com Xavier Dorison, agora num registo diferente, temos «Long John Silver». Uma história de aventuras e piratas, quem nunca sonhou? Uma série fechada de quatro volumes, que penso que estaria ao alcance de umas das nossas editoras. Depois tenho «Don Vega». A clássica história de Zorro recontada. Tenho bastante curiosidade em ler isto.
 
 
Chegamos aos últimos desejos. No ano passado tivemos a oportunidade de ler Chabouté em português, e soube-me a pouco. Elevo a fasquia e adorava ler em português o clássico da literatura de Herman Melville «Moby Dick» na adaptação assinada deste autor. Sei que é um pedido difícil, mas não custa pedir. A edição espanhola é de sonho! «A Casta dos Metabarões» é um sonho bastante antigo que volto a renovar. And last but not the least  o regresso do «Corvo» em 2020 foi um acontecimento. Revelou um Luís Louro inspirado e em grande forma. Tanto que que o volume V já está feito. Falta dar à estampa. Acho que vai acontecer em 2021! Desejos feitos, que venham as excelentes leituras!

02/01/2021

O ESTADO DA ARTE EM 2020

 
Num ano tão estranho e difícil como foi 2020, o melhor que se pode dizer é que se salvaram os livros! 
 
A actividade bedéfila nacional começou bem, com optimismo por parte de diversas editoras na divulgação do seu plano editorial. Estávamos longe de prever o que se seguiria. Vínhamos de 2019, onde o nosso mercado se tinha adaptado ao desaparecimento da editora Goody que enchia semanalmente as bancas nacionais com banda desenhada. Assim, tínhamos como referência um número a rondar as 240 novidades por ano.
 
Janeiro e Fevereiro tiveram um bom ritmo de lançamentos, com uma média superior a uma novidade por cada dia útil. Mas chegados a Março soaram os primeiros alarmes. O autor italiano Carlo Ambrosini, o cabeça-de-cartaz do Coimbra BD cancelou a sua vinda. O festival, o primeiro dos quatro importantes  que por cá se realizam, ainda aconteceu, reforçado com a presença de autores nacionais. E foi o único. A seguir o país fechou. Um confinamento obrigatório motivado pelo covid19 paralisou praticamente a actividade económica em Portugal entre Março e Abril e afectou de forma negativa a realização dos restantes festivais e o planeamento das editoras. Um dos palcos privilegiados para os novos lançamentos, o festival de BD de Beja, foi cancelado, e Maio fica com o pior registo do ano de termos de novidades. Chegados a Junho, as editoras que tinham ficado com os livros em armazém por causa do confinamento aproveitaram então para encher as livrarias e o resultado traduziu-se num mês gordo com uma média superior a uma novidade por cada dia útil do mês.
 
No segundo semestre do ano assistiu-se à continuação da recuperação. Um destaque para o mês de Outubro, por regra, um mês forte de novidades, devido ao Amadora BD e que este ano não foi excepção, apesar da realização do festival em formato virtual.  E alavancado por este último trimestre do ano, 2020 acaba por fechar praticamente com iguais números de 2019. A listagem completa de todos os lançamentos pode ser consultada AQUI
 
Num olhar pelas editoras, a primeira nota positiva é que aumentou o n.º de editoras que publicaram pelo menos uma banda desenhada durante o ano. Registo com agrado um total de 41. A mais produtiva de todas foi a LEVOIR com 39 edições, repetindo uma posição de liderança que já havia alcançado em 2019. Nas editoras com mais de vinte lançamentos/ano, encontramos ainda a ASA (26) e a SALVAT (26). A fechar este top 5 temos a G.FLOY (24) e a DEVIR (21).
 
Observa-se que as colecções temáticas de periodicidade definida tem um peso grande nos novos lançamentos, se consideramos que na LEVOIR representaram 74% das suas novidades (colecções «Watchmen/Doomsday Clock», «Novela Gráfica VI» e «Clássicos»), na SALVAT representaram 100% (colecção «Integral Asterix») e na ASA cerca de 50% (colecções «Blueberry», «Operação Overlord» e «Rio»). De referir que, não obstante todas as contrariedade do ano, estas três editoras aumentaram o n.º de lançamentos em 2020. Em sinal contrário tivemos a G.FLOY. Apresenta uma queda nas suas novidades na ordem dos 35%. As explicações podem ser encontradas na pandemia que afectou as vendas em banca que pro sua vez implicaram uma reestruturação interna da editora com implicações na sua actividade no mercado nacional. A verdade é que num futuro próximo dificilmente veremos esta editora tão activa como esteve nos últimos anos com lançamentos a rondar as três dezenas. A DEVIR, a referência mangá nacional, registou apenas um ligeiro decréscimo na sua oferta (-1%). No total, a oferta conjugada destas 5 editoras representou 57% do mercado de banda desenhada nacional.
 
No capitulo das editoras com 10 a 20 lançamentos/ano, surgem a NUVEM DE LETRAS (14 novidades) e a ARTE DE AUTOR (14 novidades, incluindo uma em co-edição). A primeira é uma “lufada de ar fresco”. Uma editora virada para a literatura infantil, e que em 2020 apresentou um forte crescimento na produção de bd, apostando num segmento no qual concorre praticamente sozinha. A ARTE DE AUTOR tem vindo a dar pequenos passos de consolidação do seu já importante catalogo, tendo-lhe juntado, entre outros, o belíssimo «Armazém Central» e o delicioso «Spaghetti Bros» (este uma das minhas leituras do ano). A ARTE DE AUTOR é juntamente com a ASA e com a ALA DOS LIVROS uma das referências na edição nacional de bd franco-belga. 
 
A ALA DOS LIVROS liderou o “pelotão” das editoras com menos de 10 lançamento em 2020. Totalizou 9. Passou a ser a nova casa do «Corvo». O regresso deste anti-heroi marcou a estreia da editora na edição de autores nacionais. Não obstante, foi uma das editoras que viu o seu planeamento afectado pela pandemia. Mas o que não saiu em 2020, apresenta-se agora na linha da frente para 2021. Por aqui aguarda-se com ansiedade o «Undertaker» e com expectativa o «Mercenário». No lugar imediatamente a seguir temos a GRADIVA com 8 novidades. Editora igualmente afectada pela pandemia não foi capaz de acompanhar o andamento de 2019. Em ex-aequo surge a ESCORPIÃO AZUL também com um registo de 8 lançamentos. Não obstante uma quebra de 33% nas novidades, celebrou a marca do 50º título do seu catalogo. A fechar esta lista segue-se a jovem A SEITA com 6 novidades, que se traduzem em 8 edições. Parcerias com FNAC e uma co-edição com a ARTE DE AUTOR ajudam a explicar. Abriu o catalogo à bd franco-belga com o Lucky Luke de Matthieu Bonhomme (outra das minhas leituras do ano). Segue-se depois um "comboio" de pequenas editoras (direi assim) com lançamentos de entre 1 a 3 novidades.
 
De registar o forte crescimento que a banda desenhada de origem franco-belga teve em 2020. Este resultado não é só justificado pelas colecções temáticas, que na sua grande maioria tem esta origem, ou no facto das editoras de referência terem aumentado a sua oferta, mas igualmente por ter sido um ano em que algumas editoras não tradicionais de banda desenhada, terem feito uma aposta justamente neste tipo de edição em formato de novela gráfica.
 
E o que se pode concluir?
O que retiramos é que se num ano difícil como foi 2020, sem um pleno funcionamento das nossas editoras, sem festivais de banda desenhada, e ainda assim se registar um total de lançamentos ao nível de 2019, mantendo-se uma vasta oferta de qualidade, e com um bom numero de "novas" editoras a fazerem uma aposta na edição de banda desenhada, só se pode dizer que o nosso mercado de banda desenhada navegou bem entre a tormenta, o que revela sinais de amadurecimento. Um total a rondar as 250 novidades por ano será o que poderemos esperar num bom ano. Em complemento, a aposta de algumas editoras passará agora eventualmente por explorar o nicho de mercado de valorização do livro de bd, com edições limitadas, ofertas de ex-libris ou originais, cujos primeiros ensaios este ano, correram muito bem.
 
Para 2021, depois de contornada a tempestade, espera-se então a bonança.