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06 maio, 2024

Lançamento ALA DOS LIVROS: Undertaker vol. 7 - Mister Prairie

Não podíamos começar esta semana da melhor maneira  ou o lançamento do dia não fosse este sétimo álbum do magnifico western UNDERTAKER, numa edição da ALA DOS LIVROS. Numa altura em que se editam tão poucos westerns por cá, este Undertaker é uma verdadeira benção. A verdade é que Dorison tem conseguido manter uma qualidade narrativa absolutamente notável, com cada arco de história a mostrar-se melhor que o anterior. O desenho realista e meticuloso de Meyer é tudo o que se espera num western duro e violento. O resultado tem sido brilhante e cada novo álbum é esperado com uma expectativa redobrada.

MISTER PRAIRIE
Um inesperado telegrama, a solicitar os seus serviços numa pequena povoação do Texas, vai levar Jonas Crow a largar tudo. Esse telegrama apresenta duas características muito peculiares: a primeira, é que lhe pedem que para fazer um caixão para um bebé ainda por nascer; a segunda, é o facto de a mensagem estar assinada por R. Prairie… Mas nem tudo é o que parece… E rapidamente serão precisos mais caixões para além do pequeno caixão que inicialmente lhe pediam para executar. Para além disso, quando na cidade surge um novo adversário que quer proteger “a moral e os bons costumes”, Jonas terá de recorrer a muito mais do que o seu sarcasmo e os seus evangelhos para conseguir enfrentar toda uma cidade que fica em polvorosa.
 
Ficha técnica:
UNDERTAKER – Tomo 7: Mister Prairie
Argumento de Xavier Dorison e desenho de Ralph Meyer
Capa dura, 235 x 310 mm, cores, 64 páginas.
ISBN: 978-989-9108-42-4
PVP: € 18,50
Edição ALA DOS LIVROS

05 novembro, 2023

Lançamento ARTE DE AUTOR: Bouncer - Hecatombe

Um bom ano para os leitores portugueses de westerns quando das suas duas melhores séries da actualidade são publicados novos álbuns. Aconteceu com o Undertaker da qual tivemos dois álbuns (ver aqui e aqui) e agora recebemos o BOUNCER, e note-se que a edição portuguesa da ARTE DE AUTOR (depois dos duplos) surge agora num volume único, a acompanhar o lançamento da edição francesa.
 
Para já adoro a capa deste álbum. E segundo me disseram Boucq é um dos autores convidados da próxima Comic Con Portugal. Atenção que é uma informação ainda sujeita a confirmação.
 
HECATOMBE
Há dias que chove torrencialmente em Barro-City. No banco encontra-se depositado o ouro mexicano que Bouncer e os seus amigos depositaram que trouxeram dos confins do Deserto de Sonora. Mas os lingotes armazenados ali despertam a cobiça. Não só a cidade está inundada, como todo o tipo de bandidos e de canalhas da pior espécie chegam de toda a parte, prontos para fazer qualquer coisa para se apropriar desse ouro. Entre eles, um grupo de ladrões tão espertos quanto implacáveis criaram um engenhoso projecto de roubo para se apoderar do saque. Numa cidade em que a multidão se deleita com julgamentos sumários e linchamentos, as vítimas colaterais serão numerosas e as aparências são muitas vezes enganadoras. O êxtase do ouro gera a pior das violências e a cidade poderia desaparecer rapidamente num dilúvio de fogo e sangue. Pode ser que esse ouro amaldiçoado leve Bouncer para muito mais longe do que ele gostaria, por um caminho funesto e selvagem de coragem e morte.  

Ficha técnica:
Bouncer - Hecatombe (vol. 12)
De Alejandro Jodorowsky e François Boucq
Capa dura, 232x310, cores, 144 páginas.
ISBN: 978-989-9094-39-0
PVP: € 31,00  |  Edição ARTE DE AUTOR

01 novembro, 2023

Lançamento ALA DOS LIVROS: Undertaker - tomo 6: Salvaje

Já não tínhamos noticias do UNDERTAKER há já algum tempo, e justamente a meio da leitura, uma vez que os arcos de história desta série são compostos por dípticos. Portanto aguardávamos pacientemente por este sexto tomo, SALVAJE, o desfecho da trama iniciada em O Índio Branco, sabendo que Xavier Dorison nos tem conduzido nesta série por caminhos inusitados, magnificamente ilustrados por Ralph Meyer, que nos prendem desde da primeira à ultima página. Não é por acaso que Undertaker se afirma justamente como um dos melhores westerns da actualidade.
 
SALVAJE
No álbum anterior, Sid Beauchamp é encarregado por Joséphine Barclay de recuperar os restos mortais do seu filho, Caleb,enterrado pelos Apaches no meio das terras proibidas no Arizona. Para levar a cabo esta missão, recorre a Jonas Crow, o gato-pingado seu amigo na juventude, a quem conta apenas meias-verdades. Jonas, Salvaje, o guerreiro Kenitei e Chato, filho de Salvaje e de Caleb, acabam por cair nas mãos de Beauchamp, que festeja o seu triunfo. Vai finalmente poder entregar o corpo do Índio Branco a Joséphine Barclay, a mulher mais rica de Tucson, e casar com ela. Mas Salvaje, com a ajuda de Jonas, está decidida a vingar a memória do Índio Branco… 
 
Já disponível em pré-venda no sitio da editora e nas livrarias a partir do dia 7 de Novembro.
 
Ficha técnica:
Undertaker - tomo 6: Salvage
Argumento de Xavier Dorison e desenho de Ralph Meyer 
Capa cartonada. 235x310 mm, cores, 64 págs.
ISBN: 978-989-9108-37-0
PVP: € 18,00
Editora ALA DOS LIVROS 
 

01 maio, 2023

Lançamento ALA DOS LIVROS: Undertaker - tomo 5: O Índio Branco

Uma das belas novidades preparadas para este mês de Maio, tem a chancela da ALA DOS LIVROS, que nos traz o regresso daquele que é provavelmente um dos melhores westerns do momento em banda desenhada, e que em boa hora  a editora decidiu pela sua publicação em Portugal. E com isto já disse tudo. Falo obviamente de UNDERTAKER, as histórias de um cangalheiro-viajante, cujas narrativas surpreendentes e envolventes, escritas por Xavier Dorison, e bem complementadas pelo magnifico e fluído desenho de Ralph Meyer, nos trazem mais um belo retrato duro e violento do velho Oeste americano. E a verdade é que depois do díptico anterior, a fasquia para esta nova aventura está alta.
 
Este quinto álbum, O Índio Branco, já se encontra em pré-venda no sitio da editora.
 
O ÍNDIO BRANCO
Josephine Barclay, a mulher mais rica de Tucson, está decidida a recuperar o cadáver de Caleb Barclay, o seu filho. Raptado pelos Apaches há já alguns anos e recentemente assassinado, Caleb está enterrado num cemitério Apache, bem no centro das terras interditas do Arizona. Para levar a bom termo tão delicada missão, escolhe o seu futuro marido, Sid Beauchamp que, por sua vez, recorre ao seu antigo colega, Jonas Crow, o único homem suficientemente louco para profanar um túmulo em pleno território índio…
 
Ficha técnica:
Undertaker - tomo 5: O Índio Branco
Argumento de Xavier Dorison e desenho de Ralph Meyer
Capa cartonada. 235x310 mm, cores, 64 págs.
ISBN: 978-989-9108-21-9
PVP: € 17,90
Editora ALA DOS LIVROS
 

21 março, 2023

Lançamento GRADIVA: Go West Young Man

As histórias em banda desenhada sobre o Oeste Selvagem Americano não me cansam. E a mais recente proposta de leitura, que chega hoje às livrarias, tem a chancela da GRADIVA. Trata-se GO WEST YOUNG MAN, um álbum que cheira a pólvora.
 
A premissa é revisitar a conquista do Velho Oeste, através de catorze histórias curtas, que decorrem num período compreendido entre 1763 e 1938. Vai desde das guerras índias,  pelo aparecimento do Pony Express, passando pela Guerra Civil Americana, os assaltos às diligências, a corrida ao ouro negro, os ladrões de gado, a revolução mexicana para terminar no fim da Grande Depressão.
 
O percurso selvagem e violento de um relógio durante a conquista do Oeste. Dos conflitos dos Grandes Lagos ao deserto mexicano, os destinos sucedem-se. Caçadores e pioneiros, tribos indígenas, bandidos e prostitutas irão lutar e sobreviver nas grandes planícies, nas cidades que crescem a alta velocidade e nas guerras intermináveis. Se os grandes temas são centrais neste álbum, é o lado obscuro do Homem que se destaca, apresentando o sonho americano com um sabor amargo. Racismo, genocídio, condição da mulher, guerras e miséria. Go West Young Man não é apenas um tributo ao western, é um tributo lúcido com uma enorme qualidade artística.
 
O autor por detrás deste projecto é Tiburce Oger, que se fez rodear de um excelente naipe de ilustradores, alguns dos quais já nossos conhecidos, como são o caso de Christian Rossi (WEST), Blanc-Dumont (A Juventude de Blueberry), Ralph Meyer (Undertaker), François Boucq (Bouncer), Paul Gastine (O Último Homem…) ou Marini (Noir Burlesque, Águias de Roma).

Ficha técnica:
Go West Young Man
De Tiburce Oger e diversos
Capa dura, 23,5x31,3, cores, 120 págs. 
ISBN 978-989-785-180-3
PVP: € 27,50
Edição GRADIVA

30 dezembro, 2022

As Melhores Leituras de 2022

Como já vem sendo hábito publico aqui o meu Top 9 do ano relativamente aos melhores álbuns que li durante o ano que agora termina. Apesar os tempos incertos em que vivemos, tivemos um 2022 rico em novidades numa quantidade tal que prevejo que dificilmente se repetirá nos próximos tempos. Editou-se por cá coisas muito boas numa oferta bastante diversificada de grande qualidade narrativa e gráfica e em belas e cuidadas edições. Dito isto, nas leituras que tenho vindo a fazer, posso afirmar que há álbuns incontornáveis, outros quase obrigatórios e alguns que foram verdadeiras surpresas.
 
Para quem acompanha este blogue, estas minhas escolhas já não devem constituir qualquer surpresa porque encontram-se incluídas nas sugestões que fiz para o Natal. Devo dizer que não foi um processo de escolha  fácil - nenhuma o é - e podia referir mais uma mão-cheia de obras que mereciam uma menção honrosa, mas a ideia aqui é mesmo destacar os melhores entre os melhores.
 
O franco-belga domina indiscutivelmente os meus gostos, e quanto a isso não há remédio. Uma palavra adicional para mais uma nomeação de Luís Louro, indiscutivelmente o mais completo dos autores nacionais, e como tal um excelente representante do melhor que se faz na BD nacional. A presença de uma obra mangá justifica-se porque este género teve este ano a sua explosão no nosso mercado, não só pelo numero de novidades (+60) mas igualmente pelo número de editoras que este ano incluíram este género no seu catalogo, e este One-Piece traz lá de fora números verdadeiramente demolidores.
 
Assim, sem qualquer critério na disposição ou arrumação, e a formar o quadrado perfeito, são este os obrigatórios e as minhas Melhores Leituras de 2022:


De cima para baixo, da esquerda para a direita, são estes os títulos e editoras: 

  • A ADOPÇÃO  -  Ed. Ala dos Livros
  • NOIR BURLESCO  -  Ed. A Seita / Arte de Autor
  • DANTE  -  Ed. Ala dos Livros
  • A VINGANÇA DO CONDE SKARBEK  -  Ed. Arte de Autor
  • LITTLE TULIP  -  Ed. Ala dos Livros
  • SPIROU - DIÁRIO DE UM INGÉNUO  -  Ed. Asa
  • MONSTROS  -  Ed. G.Floy
  • UNDERTAKER, vol. 3 - O MONSTRO DE SUTTER CAMP  -  Ed. Ala dos Livros
  • ONE PIECE, vol. 1 - A ALVORADA DA AVENTURA  -  Ed. Devir
 

21 dezembro, 2022

Uma Selecção para o Natal!

Na semana do Natal, o exercício é deixar aqui 12 sugestões de livros de Banda Desenhada para oferecer! A escolha é entre as mais de 280 obras que foram lançadas este ano em Portugal. Como em qualquer escolha sou movido por um gosto pessoal, mas a ideia é mesmo escolher the crème de la crème, tendo em atenção o destinatário da oferta, a qualidade da obra, na história, no desenho, na edição.
 
Existe na linguagem económica, uma feliz expressão se traduz num importante indicador, que sintetiza toda uma ideia: Value for Money (VfM). Ora, estabelecendo aqui uma relação custo-benefício na compra de um livro, sendo o custo o preço que pagamos pela obra, e o benefício a qualidade da obra e prazer que se retira da sua leitura, são estas minhas escolhas VfM para este Natal (a ordem de apresentação é arbitrária):
 
  • Flora e Bambu (Lilliput)

Já aqui tenho falado do bom trabalho que o grupo do Pinguim tem feito na edição de banda desenhada destinada aos mais novos (+6 anos), e como estes também merecem as suas novelas gráficas, parece-me importante incluir nas sugestões a colecção Flora e Bambu. As histórias de amizade, aventura e descobertas destas duas personagens pareceram-me as mais bem conseguidas, pelo seu registo bastante engraçado, de desenho cativante e linguagem simples. O ideal para as primeiras leituras e uma bonita porta de entrada para o mundo da BD.

  • One Piece, vol. 1 - A Alvorada da Aventura (Devir)

O mangá tomou de assalto as prateleiras de banda desenhada das livrarias nacionais, e quem melhor para liderar esse assalto senão aquele que aspira ser o Rei dos Piratas. A fama do mangá mais vendido em todo o mundo diz praticamente tudo sobre esta colecção. Este é o primeiro livro em português e apresenta-se num inédito volume triplo. Pela sua popularidade é, sem dúvida, a edição do ano da editora, e uma boa opção de compra.

  • Spirou - Diário de um Ingénuo (ASA)
E que tal um Spirou servido em moldes completamente diferentes? O autor Emile Brávo surpreende-nos aqui totalmente com um equilibro bem conseguido entre o respeito pelo espírito original da personagem e sua atualização para os nossos tempos, num cenário pré-Segunda Grande Guerra, e com um registo gráfico que presta uma bela homenagem ao clássico franco-belga. Obrigatório. Um dos álbuns do ano.
 
 


  • A Adopção (Ala dos Livros)

O argumentista Zidrou abre-nos de novo as páginas para mais uma dose de compaixão. No bonito registo gráfico de Arno Monin, não ficamos indiferentes ao crescimento de um amor que vai sendo construído pela companhia e cumplicidade à medida que se desenrola a história de uma adopção, mas que não resiste à crueldade de uma realidade. Preparem-se para uma explosão de sentimentos numa edição integral e cuidada. Magnifico. 

  • Undertaker - vol. 3: O Monstro de Sutter Camp (Ala dos Livros)

Se a saga de um cangalheiro itinerante pelas terras de oeste pós-guerra civil americana já é de leitura recomendada, as histórias de vingança trazida nesta primeira parte do díptico elevam a fasquia da série. Uma nova personagem que emerge do passado dá um outra dimensão à palavra vilão. Os desenvolvimentos são rápidos e a leitura é ávida, e ao leitor vai sendo servida pausadamente, e em doses generosas aspectos da terrível e hipnotizante personalidade desta personagem que dá o título a este terceiro álbum. Trata-se do melhor western que foi por cá publicado este ano. E quem lê este primeiro álbum vai rapidamente querer ler o segundo.

  • A Vingança do Conde Skarbek (Arte de Autor)
Uma clássica história de crime e castigo com a acção a decorrer nos meios artísticos parisienses, em meados do século XIX, ilustrada num registo gráfico sumptuoso quase impressionista pelo fabuloso Grzegorz Rosinski. Só por esta combinação já vale a compra. O argumento assinado por Yves Sente é cativante e manipulador. Brinca com leitor com as sucessivas reviravoltas na história, onde ninguém é quem parecer ser. Já vos falei do desenho? O álbum apresenta-se numa belíssima edição integral. Outra das minhas escolhas para os álbuns do ano! 
 
  
  • Monstros (G.Floy)

Literalmente e em todos os sentidos é um livro monstruoso estas mais de 350 páginas de Barry Windsor-Smith, onde o preto e branco do seu traço intenso confere uma atmosfera ainda mais dramática a toda a história já por si complexa e angustiante. O plural do título não é inocente, porque nos traz a loucura da guerra dos Homens e as suas vítimas, e os culpados nos seus diferentes contextos e relações. A carga emocional é violenta, onde ninguém sai ileso, incluído o próprio leitor. Uma bela edição que enriquece qualquer bedeteca.

  • Dante (Ala dos Livros)

Mais um ano mais um álbum, bem pode ser o mote de Luís Louro, que se confirma cada vez mais como o autor português de banda desenhada mais prolífico do panorama actual. Neste álbum, sai da sua zona de conforto de Lisboa, e aventura-se numa amalgama de temas que lhe são queridos, como os Messerschmidt’s e o seu chamado Louroverso, um universo povoado por fadas e goblins e salpicado pelas inúmeras referências. Passada durante a Segunda Grande Guerra, temos uma história de fantasia cheia de simbolismo, da luta do bem contra o mal, de leitura complexa onde o autor cria camadas de leituras deixando o leitor ir estabelecendo os seus paralelismos. Tudo isto é servido numa irrepreensível numa belíssima composição gráfica cheia de dinâmica e cor à qual o Louro já nos habituou. Mais uma bela edição feita com amor da editora.

  • Noir Burlesque (A Seita/Arte de Autor)
Nesta recomendação impõe-se uma declaração de interesses: Enrico Marini, é para mim, dos melhores desenhadores da actualidade. Autor completo, multifacetado, o seu traço elegante e realista enche qualquer página, captando na perfeição qualquer ambiente. Só pelo desenho já valia a pena a compra deste álbum. Mas Marini, faz mais, acrescenta uma história, e transporta-nos para os anos 50 numa homenagem ao cinema americano, assumindo, sem complexos, os clichés clássicos do policial noir, como a figura do gangster, da mulher fatal, o triângulo amoroso. História servida num preto e branco, onde o vermelho realça a sensualidade e a fatalidade. Obrigatório.

 

 

  • Rugas (Levoir)
Este livro não é uma novidade porque se trata de uma reedição, mas daquelas que se justifica plenamente ou não estivesse a obra esgotada. Em Rugas, do autor espanhol Paco Roca, conhecemos Emílio, bancário reformado, portador da doença de doença de Alzheimer e esquecido pelo filho num lar de idosos. Está dado o mote para uma história com uma dimensão humana como poucas histórias em banda desenhada conseguem alcançar. Ainda que o tema principal da história seja a doença de Alzheimer, Paco Roca estabelece um fio condutor que toca a doença, a velhice e a amizade, numa abordagem realista com uma linguagem simples. Rugas é assim uma obra que olha com respeito para o principio do fim, traduzindo-se num bonito e critico ensaio sobre a velhice, o qual dá gosto ler e emocionar. Não há como não gostar. Das melhores obras de Paco Roca.
 
  • Blacksad - Algures entre as sombras
E porque estamos numa de reedições, não posso deixar de sugerir mais esta que saiu este ano. Para quem ainda não conhece Blacksad da fantástica dupla Díaz Canales e Juanjo Guarnido, tem aqui, neste primeiro volume da série, mais uma excelente oportunidade para entrar neste universo noir povoado por personagens antropomórficos, cujas características e comportamentos servem na perfeição a personalidade que representam. John Blacksad, é um gato, um detective privado implacável e incorruptível. As histórias narram as aventuras de um herói solitário numa América de poderosos nos anos 50, navegando entre temáticas como o homicídio, o racismo, a corrupção.  A qualidade gráfica é irrepreensível.  Este primeiro volume apresenta-se numa edição requintada enriquecida com um maravilhoso caderno de extras apresentado pelo desenhador Guarnido. Obrigatório.
 
  • Little Tulip (Ala dos Livros)
Neste álbum regressamos ao mundo de Charyn e Boucq. Histórias onde a qualidade do argumento rivaliza com a qualidade do desenho. Começamos por acompanhar Paul, um tatuador que colabora com a polícia de Nova Iorque na identificação de assassino em série, e em flash-backs do seu passado vamos conhecendo a história da sua difícil infância como Pavel, e como o dom para o desenho lhe permitiu sobreviver no inferno do um gulag. Charyn traz-nos aqui duas histórias paralelas, de um submundo de NY misterioso cheio de lugares escuros e perigosos, e do violento mundo dos gulags soviéticos, com uma auréola de fascínio pela subcultura das tatuagens como condição de afirmação, às quais o traço graficamente realista de Boucq transforma em narrativas intensas. A edição é magnifica. Little Tulip é uma das leituras do ano!
 


12 outubro, 2022

Leituras: UNDERTAKER, vols. 3 e 4

Já algum tempo que não escrevia aqui sobre as minhas leituras. Mea culpa porque não me tem faltado excelentes oportunidades. Mas é aproveitando esse balanço, com a leitura de UNDERTAKER que senti-me tentado a regressar a este exercício de critica. E nada melhor do que retomar com um dos géneros que mais aprecio. É indiscutível que se trata de um dos westerns do momento na banda desenhada franco-belga. A inusitada história de um cangalheiro itinerante, Jonas Crow, através de um oeste pós-guerra civil americana é o ponto de partida para histórias de ganância, vingança e claro, mortos.

Em França,  a colecção já conta com seis álbuns editados, por cá, a Ala dos Livros, acabou de lançar o quarto tomo. A série funciona por dípticos, ou seja, a cada dois volumes temos uma história completa. E se os dois primeiros volumes, tendo a ganância como pano de fundo, marcaram um padrão alto, estes terceiro e quarto volumes, O Monstro de Sutter Camp e A Sombra de Hipócrates (ver notas de lançamento aqui e aqui), sob a égide da vingança, elevaram a fasquia.

É verdade que temos aqui uma história clássica de perseguição no velho oeste, e como em qualquer boa perseguição, a narrativa não apresenta tempos mortos. Os desenvolvimentos são rápidos e a leitura é ávida, e ao leitor vai sendo servida pausadamente, e em doses generosas, aspectos da terrível e hipnotizante personalidade do Monstro, personagem que dá o título ao terceiro álbum. É ele que centraliza todas as nossas atenções nesta aventura.

Jeronimus Quint, um antigo médico do exército, bem-falante, que por fora se apresenta como um vendedor de elixires, com conhecimentos, muito acima da média, sobre anatomia humana, no seu interior revela-se maquiavélico e sádico, que tem na inteligência e na capacidade de manipulação as suas melhores armas. Um lobo que veste a pele de cordeiro, é a figura que emerge do passado sombrio e até agora pouco conhecido de Jonas, e que revela contas antigas por acertar. Mostra-se um adversário à altura e um perfeito vilão. Mas a verdade é que as mesmas necessidades que impediram Jonas do tal ajuste no passado revelam-se de igual forma no presente. E a eterna questão sobre o “mal necessário” coloca-se: mata-se um homem que tem o poder de salvar vidas?

A resposta é depende. Depende do valor que se dá a cada vida humana, mas da mesa forma que Quint se lixa para o juramento de Hipócrates, também Jonas Crow não hesita agora nas escolhas ou sacrifícios que tem de fazer. Confesso que esperava que o confronto final entre os principais protagonistas da história fosse mais intenso, mas o resultado também não desiludiu.

Tem uma certa ironia ser a figura de um cangalheiro a mostrar que o western em banda desenhada está aqui bem vivo e recomenda-se! 

Todo o argumento escrito por Xavier Dorison é bem estruturado, dotado de personagens fortes e vibrantes que facilmente nos cativa e puxa pelo leitor. O traço de Ralph Meyer detalhado e expressivo é irrepreensível, mas isso já nós sabíamos. A edição dos álbuns no generoso formato franco-belga de 24 por 31 em capa dura é primorosa, como aliás é apanágio da editora.

Avaliação:


 


06 outubro, 2022

Lançamento ALA DOS LIVROS: Undertaker - tomo 4: A sombra de Hipócrates

Bem sei que não se deve avaliar a parte como um todo, mas a leitura do terceiro volume de UNDERTAKER, O Monstro de Sutter Camp, encheu-me as medidas, e deixou-me a suspirar pela sua conclusão. Podia ser mais uma história de vingança, mas aqui trata-se de uma história de vingança requintada, bem construida sobre personagens complexos, onde um vilão exímio manipulador veste uma pele de cordeiro e onde o nosso herói se vê forçado a tomar as opções mais inesperadas. À medida que se desenrola a narrativa, a história toma rumos difíceis de prever e o final deixa-nos ansiosos no verdadeiro prazer da leitura de um excelente western. Ainda sem ter lido este quarto volume, posso afirmar que o terceiro é até agora o melhor da série, e não obstante a sua condição de primeira metade, é um dos álbuns do ano.
Recomendo fortemente.
 
E certamente a pensar em leitores como eu, a editora ALA DOS LIVROS não nos deixou pendurados este ano, e está aí o quarto volume, A sombra de Hipócrates, com a conclusão da história. Já disponível na loja da editora.
 
A SOMBRA DE HIPÓCRATES
Jeronimus Quint, aliás “O Monstro de Sutter Camp”, prossegue a sua fuga na companhia de Rose, que o segue na esperança de que Quint a cure. No seu encalço, Jonas Crow e Lin estão decididos a salvar a amiga e a ajustar contas com o monstruoso e sádico cirurgião. Mas como deter um homem cuja malvadez lhe permite transformar cada paciente inocente num cúmplice mortal contra o Undertaker?
 
Ficha técnica:
UNDERTAKER – tomo 4: A sombra de Hipócrates
Argumento de Xavier Dorison e desenho de Ralph Meyer
Capa cartonada. 235x310 mm, cores, 56 págs.
ISBN: 978-989-9108-10-3
PVP: 17,90 €
Edição ALA DOS LIVROS

18 agosto, 2022

Lançamento ALA DOS LIVROS: Undertaker - tomo 3: O Monstro de Sutter Camp

Coisas boas deste Verão é a edição pela ALA DOS LIVROS do terceiro álbum da colecção UNDERTAKER, um magnifico western assinado pelos excelentes Xavier Dorison (o mesmo que assinou Long John Silver) e Ralph Meyer, de quem tivemos o privilégio de receber a visita na Comic Con do ano passado.

Para quem ainda não conhece esta série, acompanhamos a vida de Jonas Crow, um cangalheiro que atravessa o país atendendo aos pedidos de funerais e últimos desejos por mais inusitados que possam parecer. A verdade é que não é uma vida tão fácil como possa parecer.

UNDERTAKER - O MONSTRO DE SUTTER CAMP
Embora preferisse continuar sozinho a sua actividade de cangalheiro, neste terceiro volume de «Undertaker», Jonas Crow deixa de ser um lobo solitário para surgir associado à antiga (e bela!) governanta inglesa Rosa Prairie, e a Lin, a imigrante chinesa. Esta equipa atípica percorre o país propondo funerais de luxo, mas o que aparenta ser uma pitada de tranquilidade num mundo de duros, terá curta duração… Jonas Crow reencontra um antigo coronel que lhe anuncia que “O Monstro de Sutter Camp está vivo”! Os tempos conturbados que passou na Guerra da Secessão reavivam-se na sua memória e é chegada a altura de ajustar algumas contas que tem pendentes com o passado… E como Jonas afirma no seu Evangelho do bom senso: “não poupes hoje aquele que amanhã poderá querer matar-te…” 

Ficha técnica:
UNDERTAKER – tomo 3: O Monstro de Sutter Camp
Argumento de Xavier Dorison e desenho de Ralph Meyer
Capa cartonada. 235x310 mm, cores, 56 págs.
ISBN: 978-989-9108-04-2
PVP: 17,90 €
Editora ALA DOS LIVROS